“No
dia 24 de dezembro, depois de celebrarmos a missa, fomos buscar as coisas
necessárias para o Pe. Canova e corremos à Estação de Caminho de Ferro,
justamente a tempo de apanhar o ‘rápido’ das 11 horas para Madrid.
Eu
voltei ao Seminário, onde agradeci ao Mons. Reitor as atenções recebidas.
Parti
apressadamente para o porto, pois estava determinado que se deveria estar a
bordo pelas 12H00…
Uma
vez a bordo, procurei reunir alguns italianos para fazer uma certa preparação
para a Missa de Natal. Pelo menos cantar ‘Tu scendi dalle stelle’. Mas, pela
intervenção do capelão de bordo que só então apareceu, o meu programa foi posto
de lado.
Na manhã do dia de Natal, reuniram-se na sala nobre o clero, algumas irmãzinhas e muitos fiéis. Foi celebrada Missa solene com os cantos em perfeito gregoriano…” (CF. Memórias do Pe. Ângelo Colombo).
“Imaginem
o fradinho Canova, no comboio para Madrid, com uma família catalã à sua frente,
que nem espanhol falava, e a mulher de vez em quando a repetir: Parece
impossível que não tenha aprendido catalão… Nós ensinamos logo as crianças a
falar catalão.
Entretanto
o comboio ia andando com a lentidão daqueles tempos, já tínhamos passado por
Saragoça, e estávamos a aproximar-nos da meia noite.
Eu
levava comigo um pequeno Menino Jesus deitado numas palhinhas, resto do meu
presépio de criança. Peguei na imagem e comecei a rezar o terço. Às Ave-marias
todos respondiam com devoção: eu em italiano, a tal família em catalão e os
outros em castelhano. Estávamos todos tão comovidos que nem percebíamos a
diferença de línguas.
Assim
passei a noite de Natal de 1946.
Cheguei
a Madrid pelas duas horas da madrugada. Um ‘sereno’ indicou-me uma pensão ali
perto onde fui descansar o resto da noite. No dia seguinte fui almoçar na casa
de asilo dos Padres de Madrid. Passei o Dia de Natal no ‘metro’, de um lado
para o outro, a ver se dava com o Banco de Espanha, para lá me dirigir no dia
seguinte.” (CF. Memórias do Pe. Gastão Canova)
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