No
dia 26 de dezembro, de manhã, estava eu à porta do afamado Banco para fazer o
meu pedido: trocar liras por dólares. O meu espanhol era o que era! Fiquei
admirado porque logo que fiz o meu pedido, abriram-se todas as portas com uma
gentileza fora do comum. Passei de uma sala para outra, uma mais ornamentada do
que a outra, com tapetes cada vez mais grossos. No fim encontrei-me diante de
quem tratavam como senhor diretor. Com toda a atenção dispôs-se a ouvir o meu
pedido. Eu estava interessado em dar liras italianas e receber dólares. A cara
do homem mudou logo de aspeto e disse-me que não podia ser. E eu tive de
voltar, passando pelas salas com tapetes cada vez mais pobres até à rua. Então
percebi o engano. Julgavam que eu lhes trazia dólares à fartura em troca de
liras italiana. O meu pobre espanhol tinha-os enganado.
À
noite saí de Madrid, no Lusitânia Expresso, em direção a Lisboa. (CF. Memórias
do Pe. Gastão Canova)
Por
seu lado, o Pe. Colombo ia adaptando-se à vida do mar, pois ainda tinha mais três dias de viagem à sua frente.
“Ondas
alterosas, batendo na amurada do navio e provocando um movimento de baloiço da
proa à popa alto e rápido. Procurei resistir respirando fundo, fechando os
olhos para não ver aquele baloiçar, agarrando-me a tudo… mas, por fim, tive de
entregar às ondas o almoço, que andava cá dentro aos trambolhões…
Envergonhei-me e fugi para o beliche!”
Sem comentários:
Enviar um comentário