domingo, 26 de dezembro de 2021

No Lusitânia Expresso

No dia 26 de dezembro, de manhã, estava eu à porta do afamado Banco para fazer o meu pedido: trocar liras por dólares. O meu espanhol era o que era! Fiquei admirado porque logo que fiz o meu pedido, abriram-se todas as portas com uma gentileza fora do comum. Passei de uma sala para outra, uma mais ornamentada do que a outra, com tapetes cada vez mais grossos. No fim encontrei-me diante de quem tratavam como senhor diretor. Com toda a atenção dispôs-se a ouvir o meu pedido. Eu estava interessado em dar liras italianas e receber dólares. A cara do homem mudou logo de aspeto e disse-me que não podia ser. E eu tive de voltar, passando pelas salas com tapetes cada vez mais pobres até à rua. Então percebi o engano. Julgavam que eu lhes trazia dólares à fartura em troca de liras italiana. O meu pobre espanhol tinha-os enganado.

À noite saí de Madrid, no Lusitânia Expresso, em direção a Lisboa. (CF. Memórias do Pe. Gastão Canova)

 

Por seu lado, o Pe. Colombo ia adaptando-se à vida do mar, pois ainda tinha mais três dias de viagem à sua frente.

“Ondas alterosas, batendo na amurada do navio e provocando um movimento de baloiço da proa à popa alto e rápido. Procurei resistir respirando fundo, fechando os olhos para não ver aquele baloiçar, agarrando-me a tudo… mas, por fim, tive de entregar às ondas o almoço, que andava cá dentro aos trambolhões… Envergonhei-me e fugi para o beliche!”

 

Sem comentários: