sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Crónica de um santo (6)


Crónica de um santo na Madeira

 

6ª semana – Do Menino dos meninos ao Rei dos reis

Todos os reis da terra Vos hão de louvar, Senhor, quando ouvirem as palavras da vossa boca. Celebrarão os caminhos do Senhor, porque é grande a glória do Senhor.” (Sl 137, 4-5)

Jo 1, 14 resume numa frase o mistério do Natal – “O verbo fez-se carne e habitou entre nós.”

Jesus nasceu para que todos pudessem ouvir a voz de Deus e seguir os seus caminhos. Ser santo é cumprir isso mesmo.

Entre os reis que se distinguiram por terem louvado e glorificado o Senhor com toda a dignidade de vida e santidade de obras, está incluído, sem dúvida, o Beato Carlos de Áustria. De facto, consciente da origem divina de toda a autoridade humana, ele não se aproveitou da própria posição de soberano para obter vantagens pessoais e sempre agiu segundo a justiça, para bem do seu povo, para o crescimento do Reino de Deus e a liberdade da Igreja. Com ele, reconheçamos neste Natal que o Menino dos meninos é o Rei dos reis e que o Rei dos reis é o Menino dos meninos, ou seja, a grandeza da humildade e a humildade da grandeza.

24 de dezembro de 1921 – sábado

 

25 de dezembro de 1921 – domingo

Natal do Senhor.

 

26 de dezembro de 1921 – segunda-feira

O conde de Hunyady e mulher regressaram à Europa, também por falta de meios.

 

27 de dezembro de 1921 – terça-feira

Os Imperadores partiram para a Fajã da Ovelha e Ponta do Pargo, via Ribeira Brava e Paul do Mar, para participarem numa caçada juntamente com António Vieira de Castro e Gabriel Lomelino Bianchi.

 

28 de dezembro de 1921 – quarta-feira

Em caçada nas serras da Fajã da Ovelha e Ponta do Pargo.

 

29 de dezembro de 1921 – quinta-feira

Em caçada nas serras da Fajã da Ovelha e Ponta do Pargo.

30 de dezembro de 1921 – sexta-feira

Carlos e Zita regressaram ao Funchal, depois da caçada.

Era o 5º aniversário da coroação de Carlos como rei Apostólico da Hungria, em Budapeste. A Imperatriz assim descrevia o evento: “Para ele, a coroação teve um significado extraordinariamente grande; considerava a investidura que a Igreja lhe concedia em nome de Deus. Todos os deveres que naquela solene cerimónia jurou cumprir, ele os assumiu com a mais profunda fé e fez deles o programa da sua vida futura. Na coroação, todo o povo é confiado por Deus ao soberano e, a partir de então, ele deve viver para os seus súbitos; cuidar, rezar, sofrer por eles e santificar-se para conduzi-los a Deus.”

O dia da coroação foi um grande momento da vida do Beato Carlos que, desde aquele acontecimento, andou ainda mais decidido rumo a Deus.


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