quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Crónica de um santo (7)


Crónica de um santo na Madeira

 

7ª semana – O Imperador da Paz

Dado que o Imperador Carlos tentou constantemente realizar a paz durante o seu breve reinado, ele é, sem dúvida, um poderoso intercessor pela paz no mundo de hoje.

Anatole France, pôde escrever: “O Imperador Carlos é o único homem decente, durante a guerra, a ocupar um posto de direção, mas não foi escutado. Desejou sinceramente a paz, e por isso foi desprezado por todo o mundo; perdeu-se uma esplêndida oportunidade.”

Na homilia da beatificação de Carlos de Áustria, São João Paulo II assim pregou: “A tarefa decisiva do cristão consiste em buscar, reconhecer e seguir a vontade de Deus em tudo. O homem de Estado e cristão Carlos de Áustria enfrentava este desafio quotidianamente. Aos seus olhos a guerra manifestava-se como algo horrível. Durante os tumultos da primeira guerra mundial, ele procurou promover a iniciativa de paz de Bento XV.”

De facto, como Imperador compromete-se em “fazer tudo o que estiver ao meu alcance para banir, no mais curto período possível, os horrores e os sacrifícios da guerra, para proporcionar os benefícios da paz…”

31 de dezembro de 1921 – sábado

À meia noite os Imperadores assistiram ao espetáculo de fogo de artifício da passagem de ano, no Forte de São João Baptista.

A Sra. Maria Lackers, que estava com o seu marido no dia 31 de dezembro de 1921 na Madeira, conta como foi esta última passagem de ano na casa do Imperador quando verdadeiramente todo o mundo parecia desmoronar-se à sua volta:

À tarde, como devoção de encerramento do ano, houve na capela da casa uma solene bênção Eucarística. Estávamos apenas o Imperador, Imperatriz e nós. Também foi rezado o Te Deum. Atrás de nós, ficava um ano que tinha sido o mais duro da vida do Servo de Deus. Ele encontrava-se longe da pátria, no exílio; na mais drástica necessidade material; estava separado de seus filhos e não sabia o que o dia seguinte haveria de lhe trazer de mal. Durante o Te Deum nós, um após o outro, fomos nos silenciando, porque a dor nos fazia fugir a voz. Somente o Servo de Deus manteve-se firme até ao fim, acentuando cada palavra… Olhei-o com admiração. Percebia-se com toda a evidência que para ele, naquele momento, existia apenas Deus – ninguém mais – e que aquele Te Deum era um íntimo diálogo entre Deus e o seu mais fiel servidor. Na época, ele não sabia se tornaria a ver os seus filhos, não sabia o que o dia seguinte haveria de lhe trazer, e contudo, rezou com muito fervor aquela oração de ação de graças.”

 

01 de janeiro de 1922 – domingo

 

02 de janeiro de 1922 – segunda-feira

 

03 de janeiro de 1922 – terça-feira

Era o 8º aniversário de nascimento da sua filha Adelaide.

 

04 de janeiro de 1922 – quarta-feira

A Imperatriz Zita partiu rumo à Suíça, via Lisboa, a bordo do San Miguel, para assistir à operação do Arquiduque Roberto e trazer os seus filhos para a Madeira.

 

05 de janeiro de 1922 – quinta-feira

 

06 de janeiro de 1922– sexta-feira

Epifania do Senhor ou dia de Reis.

Primeira Sexta-feira do mês

 

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