Crónica
de um santo na Madeira
7ª
semana – O Imperador da Paz
Dado
que o Imperador Carlos tentou constantemente realizar a paz durante o seu breve
reinado, ele é, sem dúvida, um poderoso intercessor pela paz no mundo de hoje.
Anatole
France, pôde escrever: “O Imperador Carlos é o único homem decente, durante
a guerra, a ocupar um posto de direção, mas não foi escutado. Desejou
sinceramente a paz, e por isso foi desprezado por todo o mundo; perdeu-se uma
esplêndida oportunidade.”
Na
homilia da beatificação de Carlos de Áustria, São João Paulo II assim pregou: “A
tarefa decisiva do cristão consiste em buscar, reconhecer e seguir a vontade de
Deus em tudo. O homem de Estado e cristão Carlos de Áustria enfrentava este
desafio quotidianamente. Aos seus olhos a guerra manifestava-se como algo horrível.
Durante os tumultos da primeira guerra mundial, ele procurou promover a
iniciativa de paz de Bento XV.”
De facto, como Imperador compromete-se em “fazer tudo o que estiver ao meu alcance para banir, no mais curto período possível, os horrores e os sacrifícios da guerra, para proporcionar os benefícios da paz…”
31
de dezembro de 1921 – sábado
À
meia noite os Imperadores assistiram ao espetáculo de fogo de artifício da
passagem de ano, no Forte de São João Baptista.
A
Sra. Maria Lackers, que estava com o seu marido no dia 31 de dezembro de 1921
na Madeira, conta como foi esta última passagem de ano na casa do Imperador
quando verdadeiramente todo o mundo parecia desmoronar-se à sua volta:
“À
tarde, como devoção de encerramento do ano, houve na capela da casa uma solene
bênção Eucarística. Estávamos apenas o Imperador, Imperatriz e nós. Também foi
rezado o Te Deum. Atrás de nós, ficava um ano que tinha sido o mais duro da
vida do Servo de Deus. Ele encontrava-se longe da pátria, no exílio; na mais
drástica necessidade material; estava separado de seus filhos e não sabia o que
o dia seguinte haveria de lhe trazer de mal. Durante o Te Deum nós, um após o
outro, fomos nos silenciando, porque a dor nos fazia fugir a voz. Somente o
Servo de Deus manteve-se firme até ao fim, acentuando cada palavra… Olhei-o com
admiração. Percebia-se com toda a evidência que para ele, naquele momento,
existia apenas Deus – ninguém mais – e que aquele Te Deum era um íntimo diálogo
entre Deus e o seu mais fiel servidor. Na época, ele não sabia se tornaria a
ver os seus filhos, não sabia o que o dia seguinte haveria de lhe trazer, e
contudo, rezou com muito fervor aquela oração de ação de graças.”
01
de janeiro de 1922 – domingo
02
de janeiro de 1922 – segunda-feira
03
de janeiro de 1922 – terça-feira
Era
o 8º aniversário de nascimento da sua filha Adelaide.
04
de janeiro de 1922 – quarta-feira
A
Imperatriz Zita partiu rumo à Suíça, via Lisboa, a bordo do San Miguel, para
assistir à operação do Arquiduque Roberto e trazer os seus filhos para a
Madeira.
05
de janeiro de 1922 – quinta-feira
06
de janeiro de 1922– sexta-feira
Epifania
do Senhor ou dia de Reis.
Primeira
Sexta-feira do mês
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