sábado, 26 de junho de 2010

Pai das Virtudes


O Pai Nosso de cada dia (21)

Pai nosso que estais nos Céus.
Se chamamos Pai Nosso, é porque temos .

Santificado seja o vosso nome.
Se confessamos que ele está nos Céus e desejamos a santificação do seu nome, sinal é de Caridade.

Venha a nós o vosso reino.
Se demandamos que o seu reino venha até nós, decerto esta prece com a Esperança muito bem se concorda, porque esperando ter nele por sua Santa Graça alguma parte, demandamos cada dia que, se prouver ao Senhor, sejamos chamados para o seu reino, o qual sempre esperamos que será por sua mercê outorgado.

Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu.
Estas palavras revelam grande Prudência, a maior que pode haver.
Por um lado conformamos a nossa vontade com a de Deus, por outro pedimos-lhe para, acima de tudo, cada um de nós seguir e cumprir essa vontade. Ora qual é a vontade de Deus a nosso respeito a não ser que encaminhemos para a salvação, amando-o, glorificando-o e servindo-o, a exemplo dos que já estão na glória? Está a nossa vontade unida à de Deus e esta não erra. Por conseguinte, prudentemente agimos.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Quando a esta petição significa a grande Temperança aconselhada por Nosso Senhor aos que a seguem, não desejando nada de supérfluo mas contentando-nos boamente com o que precisamos em cada dia.

Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
O pedido de perdão na medida em que perdoamos ensina-nos o recto caminho da Justiça de Deus conforme as nossas obras. Teremos a medida de misericórdia que tivermos com os outros.

Não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal.
Bem vistas as coisas, temos aqui a virtude da Fortaleza pois a ela pertence que nos defendamos contra todo o mal e nos esforcemos por seguir o bem.

(Cf D. Duarte, Leal Conselheiro, Lisboa 1942, páginas 346-347)

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