terça-feira, 15 de junho de 2010

Lição sobre o Pai Nosso


O Pai Nosso de cada dia (11)


Porque chamais à oração do Pai-nosso a oração do Senhor?
- Porque é a oração que o Senhor nos ensinou.

Explicai todas as suas cláusulas, principiando pela invocação. Dizei porque invocamos a Deus com o título de Pai?
- Porque Jesus Cristo quer que oremos a Deus com confiança e com amor e, por isso, não é tão próprio o título de Deus ou de Senhor, como o é a invocação de Pai.

E porque dizemos a Deus Pai nosso e não Pai meu?
- Porque quer Jesus Cristo que oremos como irmãos e como membros da Igreja, pertencentes à mesma família do Pai celeste.

Porque acrescentamos ao título de Pai o estar nos Céus?
- Porque convém exercitar a nossa Fé crendo que esse Deus, que desde os Céus tudo governam esse mesmo é o nosso Pai que nos há-de ouvir.

Que quer dizer santificado seja o vosso nome?
- Quer dizer que o primeiro cuidado que deve ter um cristão é dar glória a seu Deus.
E que devemos nós fazer para concordar com essa petição?
- Santificar, da nossa parte, o nome de Deus, obedecendo ao que Ele nos manda.

Que significa a segunda petição venha a nós o vosso Reino?
- Significa que o cristão não deve cuidar depois da glória de Deus senão em trabalhar para a sua salvação.
E que devemos nós fazer para concordarem as nossas obras com essas palavras?
- Cuidar em conservar a nossa alma na graça de Deus, que e o seu Reino neste mundo, a qual nos dá o direito ao seu Reino no outro.

Que pedimos ao rezar seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu?
- Que, assim como no Céu ninguém resiste à vontade do Senhor, também na Terra ninguém lhe resista.
Que afectos supõe no coração do cristão estas palavras?
- Supõe uma inteira confiança na Providência do Senhor e amor à sua divina vontade.

Ao dizer o pão nosso de cada dia nos dai hoje, que pedimos?
- Pedimos o sustento corporal e também o espiritual.
Porque dizemos o pão de cada dia?
- Porque devemos descansar na Providência ara o futuro.
Com que espírito devemos fazer essa petição?
- Com humildade e confiança.

Que pedimos nós ao rezar perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido?
- Que nos perdoe do mesmo modo que nos perdoamos mutuamente.
E, se quem nos agravou o fez publicamente, devemos também perdoar-lhes?
- De igual modo devemos perdoar-lhe publicamente.
Não basta não desejar-lhe mal?
- Não basta. È preciso desejar-lhe bem e amá-lo.

Na sexta petição não nos deixeis cair em tentação, que pedimos nós?
- Que nos acuda quando formos tentados.
Não seria melhor pedir-lhe que não nos deixe vir as tentações?
- Não, porque as tentações, se não consentimos nelas, são úteis.
Porquê?
- Porque nos fazem ser humildes, recorrer a Deus e trabalhar pela nossa salvação.
Visto isso, podemos nós meter-nos nas tentações com intento de lhes resistir?
- De modo nenhum, que isso seria tentar a Deus.
E, se formos vencidos pela tentação, que havemos de fazer?
- Ir-nos confessar sem demora, para que o pecado não faça chaga profunda na alma.

Que significa pedir a Deus que nos livre do mal?
- Que nos livre dos males espirituais e temporais.
Quais são os males espirituais?
- São os pecados e são paixões que nos impelem para o mal?
- São três: o amor sensual, o interesse material e o ódio rival.

Porque reatamos as sete petições com a palavra Ámen, que quer dizer Assim seja?
- Porque mostramos a Deus o desejo de que nos despache naquelas petições.
Quem foi o autor desta oração?
- Nosso Senhor Jesus Cristo a compôs e no-la ensinou.

(Cf. Cathecismo da Doutrina Cristã, Lisboa 1792, página 229-239).

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