Ano B – XXVIII domingo comum
Perguntei aos miúdos da catequese, durante a homilia,
qual é o gesto ou ação mais difícil fazer.
Um dizia que era olhar para trás, outro ajoelhar, algum
fazer flexões, aquele andar de pé coxinho, este rastejar etc…
Perguntei então qual era o gesto ou a ação mais difícil
para o sujeito rico do evangelho de hoje.
Depois de alguma hesitação começaram a pensar:
Não podia ser ajoelhar pois ele prostrou-se diante de
Jesus.
Não podia ser olhar para trás, pois ele desviou o olhar
do de Jesus.
Alguém disse que era contar todo o seu dinheiro, outro
carregar todos os seus bens…
Pensaram melhor e chegaram à conclusão que a maior
dificuldade daquele rico era abrir as mãos.
Era incapaz de abrir mão dos seus bens, desfazer-se das
ruas riquezas…
Era um homem com tanta capacidade, mas incapaz de abrir
as mãos a favor dos outros.
Na parte final do evangelho Pedro lembra a Jesus que
ele e os outros apóstolos fizeram aquilo que o homem rico foi incapaz de fazer:
- Olha, Senhor, que nós deixámos tudo para te seguir…
Eu tenho a impressão que o episódio do homem rico foi
apresentado precisamente para chegar a essa conclusão – que os apóstolos
deixaram tudo, souberam abrir as mãos. E o que parece impossível aos homens foi
possível graças a Deus.
À margem:
Quando leio ou escuto esta passagem do evangelho lembro-me
das minhas confissões de mais novo.
Também eu dizia: Não matei, não roubei, , não levantei
falsos testemunhos… Isto é, evitei o mal, não invejei…
E o sacerdote completava: Não basta deixar de fazer o
mal, é preciso fazer o bem. Não basta ter as mãos limpas, é preciso tê-las
cheias de caridade e de boas obras.
Assim aconteceu com o homem rico do evangelho: Tudo
isso dos mandamentos tenho cumprido desde a juventude – não matar, não roubar,
não levantar falsos testemunhos, não cometer adultério, não invejar os bens dos
outros… De facto, evitava o mal, mas precisava de mais, precisava fazer o bem.
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