Memória de Santo Inácio de Antioquia
Bispo e Mártir, +107
Foi um dos principais promotores da Eucaristia do Domingo, Dia
do Senhor.
Viveu segundo o Domingo,
pois sem o Domingo não podia viver.
Foi o sucessor de Pedro como bispo de Antioquia.
Condenado às feras, foi conduzido a Roma e aí foi martirizado. Durante a viagem
escreveu sete cartas várias Igrejas, nas quais se refere, com profunda
sabedoria e erudição, a Cristo, à organização da Igreja e aos princípios
fundamentais da vida cristã.
Na carta aos Filadélfios, exorta-os a tomar parte numa
só Eucaristia, porque também é só uma a carne de Jesus Cristo, um cálice para a
união com o Seu sangue, e um altar, com o bispo que é o garante da unidade
eclesial. A Eucaristia garante, portanto, o dom da unidade, entre os irmãos e
com Deus.
Mas para Santo Inácio, a Eucaristia é também a força
para superar todas as dificuldades da vida. Como ele diz, “a Eucaristia é
remédio de imortalidade, antídoto contra a morte, e vida em Jesus Cristo para
sempre”.
Ou então, na carta aos Romanos: “Não me satisfazem os
alimentos corruptíveis nem os prazeres deste mundo. Quero o pão de Deus, que é
a carne de Jesus Cristo e por bebida quero o seu Sangue que é a caridade
incorruptível”.
Em polémica com o judaísmo, contrastou os que viviam
segundo o sábado e os que viviam segundo o domingo.
Para ele não se trata de um simples facto cronológico,
mas sim de diferentes formas de compreender a existência e de se relacionar com
Deus: Aqueles que viviam segundo a velha ordem das coisas abriram-se a uma nova
esperança, já não celebrando o sábado, mas vivendo segundo até o dia do Senhor,
no qual a nossa vida será exaltada. A
vida segundo o domingo supõe uma existência renovada pelo encontro com Cristo,
permitindo que a Eucaristia transforme a existência quotidiana do crente, o seu
modo de viver e de pensar. Com efeito, o
cristão pode e deve ‘viver segundo o domingo’, o que significa
desenvolver uma forma eucarística de vida cristã. Quem participa da Eucaristia
comunga da doação de Cristo até a morte, o que exige que viva como ele. Estes
ensinamentos patrísticos foram recuperados no Magistério dos últimos tempos: «Em
síntese, o convite de Santo Inácio sublinha também o valor paradigmático que
este dia santo tem em relação a qualquer outro dia da semana. Na verdade, o seu
diferencial não está simplesmente no abandono das atividades habituais, como
uma espécie de parêntese dentro do ritmo normal dos dias. Os cristãos sempre
viveram este dia como o primeiro da semana, porque comemora a novidade radical
trazida por Cristo. Assim, o domingo é o dia em que o cristão encontra aquela
forma eucarística da sua existência que é chamado a viver constantemente. ‘Viver
segundo o domingo’ significa viver consciente da libertação trazida por Cristo
e desenvolver a própria vida como oferta de si mesmo a Deus, para que a sua
vitória se manifeste plenamente a todos os homens através de uma conduta
intimamente renovada” (Bento XVI, Sacramentum caritatis, 73). Esta existência
segundo o domingo manifestou-se admiravelmente entre os primeiros crentes.
Podemos recordar o exemplo dos 49 cristãos de Abitia que, durante a perseguição
de Diocleciano, foram surpreendidos ao celebrar a Eucaristia dominical e
sofreram o martírio por isso. Quando o procônsul lhes disse que pouparia suas
vidas se renunciassem ao culto cristão, eles responderam: Sem o domingo não
podemos viver.
Este deveria ser o lema de todos os cristãos.
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