Comemoração de todos os fiéis defuntos
Os nossos defuntos ensinam-nos muitas coisas.
Para
aprofundar a contemplação do mistério da morte, da vida e da ressurreição podemos
prestar atenção e corrigir 3 aspetos:
Corrigir
a visão
Corrigir
a linguagem
Corrigir
a oração
1-
Corrigir a nossa visão
Devíamos
alterar a ordem das celebrações. Primeiro devíamos celebrar o portão de entrada
e só depois o paraíso. Devíamos celebrar antes a comemoração dos fiéis defuntos
e no dia seguinte celebrar todos os santos.
Devíamos
mudar de cores litúrgicas nesta comemoração. Não devia ser cor roxa de tristeza
ou de penitência, mas branca festiva. Saudade sim, tristeza não.
Devíamos
olhar não para baixo, mas para o alto. Parece que tudo nos cemitérios atrai o
nosso olhar para baixo, para a terra, para os restos mortais. Mas afinal as
flores apontam para o alto, os ciprestes também e as velas brilham mais longe. De
facto, nós vamos ao cemitério para olhar mais além, para alargar os nossos
horizontes, para contemplar o mistério da ressurreição e da vida, para antever
a eternidade ou a imortalidade.
O
que entra através dos nossos olhos enche o nosso coração.
Neste
dia purifiquemos o nosso olhar com esta imagens de vida eterna.
2-
Corrigir a nossa linguagem
Nós
dizemos que os defuntos morreram, os anjos dizem que eles nasceram.
Nós
dizemos os defuntos de saudosa memória, os anjos dizem, de feliz presença
Nós
dizemos-lhes o último adeus, os anjos dizem: sede bem-vindos
Nós dizemos
que partiram, os anjos dizem que chegaram
Nós
dizemos que deixaram esta terra, os anjos dizem que entraram no céu
Nós
dizemos que a morte é o fim, os anjos dizem que a morte é o começo
Nós
dizemos menos um a viver connosco, os anjos dizem mais um a cantar connosco
Nós
dizemos que nos revestimos de luto, os anjos dizem que entram na Luz.
Nós dizemos
que os vivos morrem, os anjos dizem que os mortos vivem
Nós
dizemos dia de finados, os anjos dizem dia de ressuscitados
Troquemos
então a nossa linguagem com a linguagem dos anjos.
Anteciparemos
então o mistério que nos está reservado.
Santa
Teresinha do Menino Jesus, qual anjo na terra, aprendeu esta linguagem celeste,
pois dizia: Eu não morro, eu entro na vida!
3-
Corrigir a nossa oração
Um
amigo meu perguntou-me se no céu havia vergonha.
- Claro
que não. No céu ninguém se envergonha de ninguém. Mas isto não quer dizer que o
céu é para os sem vergonha – respondi com alguma malícia. E por que me
perguntas isso?
- É
que eu acho que terei vergonha quando chegar ao céu e ver que outros que chegarem
ao mesmo tempo que eu, serem logo procurados pelas almas para lhes agradecerem.
Assim ouvirão dizer: obrigado pelo bem que praticaste lá na terra em nossa
memória, obrigado pelas orações que fizestes pela nossa salvação, obrigado pela
tua devoção pelas almas do purgatório.
Eu
acho que não rezei o suficiente para elas virem ter comigo no céu para me
agradecer. Terei vergonha ao ver outros a receberem a gratidão de muitas almas
e eu a ficar ali sozinho…
De
facto, no céu, pode não haver vergonha, mas de certeza que haverá muita
gratidão… apenas gratidão e louvores.
Rezemos
pelas almas. Rezemos por elas e com elas. Um dia elas irão receber-nos no céu e
agradecer-nos a ajuda da nossa oração.
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também:
1 comentário:
Nunca vi nenhum defunto deitado de cabeça para baixo. Mesmo com os olhos fechados, os defuntos ensinam-nos a olhar sempre para o alto, para o infinito, para o céu.
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