domingo, 17 de novembro de 2019

Mãos à obra

Ano C – XXXIII domingo comum

Hoje a missa que celebrei na paróquia do Cabouco foi transmitida pela televisão: RTP Canal 1, RTP Internacional, RTP Madeira e RTP Açores. Foi esta a minha pregação que chegou aos quatro cantos do mundo, espero que possa ter chegado sobretudo à vida de cada um e ao coração de Deus.

Acolhimento
Bem-vindos à celebração da Eucaristia na Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia do Cabouco, São Miguel, Açores.
Uma saudação especial a todos os que nos acompanham através da RTP canal 1 e RTP internacional. Onde quer que nos encontremos rezamos uns pelos outros.
Outra saudação especial aos nossos irmãos mais novos, os nossos escuteiros que animam esta eucaristia e que estão em atividade conjunta de alcateias, num encontro inter-lobo. A sua presença torna ainda mais pequenina esta igreja e lembra-nos que o reino de Deus é dos pequeninos.

Homilia
Para a nossa reflexão comunitária temos hoje 3 mensagens:
- A Palavra do Evangelho do Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum
- A palavra do nosso bispo, na conclusão da semana dos seminários
- E a palavra do Papa Francisco, para este Dia Mundial dos Pobres

As Leituras deste domingo falam-nos do fim dos tempos, do juízo final, e da avaliação ou coroamento da nossa caminhada. Estamos no penúltimo domingo do ano litúrgico. A lembrança do final dos tempos neste final do ano litúrgico é-nos apresentada não para nos intimidar, causar medo, com a descrição das calamidades, sofrimentos, pavor ou castigo, mas para nos motivar à perseverança e à dedicação: Assim termina a página do Evangelho: pela vossa perseverança, salvareis as vossas almas. Nós precisamos de ação, de dedicação e de confiança. Para ilustrar esta mensagem, podemos recordar um episódio histórico ocorrido no final do século XVIII.

Um Coronel durante uma jornada de trabalho da Associação de Representantes de um Estado americano, em 1789, foi interrompido por uma terrível tempestade que causou grande pânico entre os assistentes. Os relâmpagos, os trovões, e a força dos ventos que atingiam o edifício fizeram pensar a todos que o juízo final estava prestes a chegar.
Os presentes pediram ao dirigente que suspendesse a sessão, pois as trevas e o medo impediam-nos de continuar a trabalhar.
O coronel pôs-se de pé e com voz forte e firme disse-lhes:
- Senhores delegados. O dia do juízo final pode estar para breve como também pode tardar muitos anos. Ninguém o sabe. Se não está perto, então não temos com que nos preocupar; a tempestade passará e continuaremos tranquilos… Mas se o juízo final está muito perto, eu prefiro que me encontre cumprindo com o meu dever e bem ocupado. Por favor, tragam algumas velas para iluminar minimamente a sala e continuemos a sessão sem problemas.

De facto, se isto não é o fim do mundo, trabalhemos que mais cedo ou mais tarde o temporal passará, e se é o fim do mundo, trabalhemos, pois convém que Deus nos encontre ativos e fieis aos nossos deveres.
Que o Senhor nos encontre todos os dias da nossa vida assim bem ocupados, no cumprimento das nossas obrigações. Será uma boa preparação para o nosso encontro definitivo com o nosso Deus e Senhor.
Então, mãos à obra…

A segunda palavra:
Da mensagem do nosso bispo, D. João, para esta semana dos seminários: Esta é uma oportunidade para despertar todos os diocesanos para a sua responsabilidade na vida do Seminário. De facto, todos os cristãos são responsáveis pelo seminário. Não é só o bispo, o reitor, os formadores ou professores que são responsáveis pelos seminários. Todos os cristãos de uma diocese, de modo particular as famílias, são responsáveis pelos seminaristas: através do seu apoio espiritual (rezando), através do seu apoio moral (fazendo despertar, apoiando e zelando pelas vocações) e através do apoio material (contribuindo com a sua ajuda material para que não faltem os recursos exigidos à formação dos futuros sacerdotes.)
Nós precisamos do Seminário (pois de lá nos vêm os pastores que precisamos)
Mas o seminário precisa de nós (das comunidades onde surgem novas vocações, e da nossa ajuda a todos os níveis.)

Por fim a terceira palavra:
O Papa Francisco propôs-nos a celebração do Dia mundial dos pobres neste penúltimo domingo do tempo comum. Este ano o tema de mobilização vem do salmo 9, A esperança dos pobres jamais se frustrará.
O Santo Padre lembra na sua mensagem que: Os pobres precisam das nossas mãos para se reerguer, dos nossos corações para sentir de novo o calor do afeto, da nossa presença para superar a solidão. Precisam simplesmente de amor…
Os pobres salvam-nos, porque nos permitem encontrar o rosto de Jesus Cristo.
Que os pobres possam também reconhecer em nós o rosto do mesmo Cristo que se aproxima deles através dos nossos gestos concretos de amor.

No ofertório de hoje os nossos irmãos escuteiros irão oferecer alguns cabazes que o Núcleo Paroquial da Cáritas irá fazer chegar às famílias que mais precisam.

E parafraseando o Santo que mais abraçou a irmã pobreza, São Francisco de Assis, façamos do nosso compromisso uma oração, e da nossa oração este compromisso:

Senhor, fazei de mim
um instrumento da tua misericórdia.

Onde houver um faminto,
que eu partilhe o pão de cada dia
e o amor que sacia a solidão.

Onde houver um sedento,
que eu dê um copo de água,
mas também distribua a Água Viva

Onde houver um enfermo,
que eu leve a tua presença celestial
com o meu sorriso paciente,
com o meu olhar compassivo

Onde houver um desanimado,
que eu renove as suas esperanças
com o otimismo das manhãs de sol.

Onde houver peregrinos,
que eu caminhe com eles,
como irmão desta jornada de dores e alegrias.

Senhor, fazei que eu aprenda contigo
a perdoar as injúrias,
a consolar os aflitos,
a sofrer com paciência as fraquezas dos próximo.

Que eu seja para todos
a misericórdia do Teu amor

Ámen!


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