terça-feira, 29 de outubro de 2019

Ajudando quem ajuda


O Pe. Dehon enviou em julho de 1910 quatro missionários da sua Congregação SCJ para o Canadá para a Província de Alberta. Devido à construção do caminho de ferro nessa região chegavam continuamente europeus para povoar essas terras. Por toda a parte surgiam novas comunidades necessitadas de assistência espiritual. A povoação que coube aos dehonianos tinha sido fundada havia apenas dois anos e já contava com 1.200 habitantes.
No final de setembro do mesmo ano (1910) o Pe. Dehon visitou esses missionários no Canadá, na sua viagem por ocasião do 21º Congresso Eucarístico Internacional, inaugurado a 6 de setembro em Montreal. O Fundador viajou na companhia do bispo francês, D. Tiberghien, membro da Cúria Romana da Comissão dos Congressos Eucarísticos Internacionais, e juntos continuaram a viagem à volta do mundo.
Foram recebidos em Wainwright pelos missionários dehonianos, no oeste do Canadá. O Pe. Dehon fez questão de hospedar-se na cada dos confrades, onde se arrumou uma cama na sala de jantar, enquanto o Monsenhor encontrou hospedagem no modesto hotel perto da estação.
O Pe. Dehon relata que nesse domingo de meados de setembro, a missa foi celebrada no armazém de uma mercearia, em Beaudry.
No seu diário relata que “os nossos padres começaram, modestamente. Não têm empregados ao seu serviço. Um padre encarrega-se de cozinhar: sopa de leite, omelete e batatas. É o prato de cada dia. No dia seguinte, porém, houve uma surpresa: uma vizinha protestante, ao saber que os nossos padres vierem de longe, mandou-nos uma galinha assada e um bolo. Ajudar os missionários traz felicidade. Eu soube depois que esta bondosa senhora e seus filhos se tornaram católicos mais tarde.” (NQ XXVII, 26).
No dia 21 de setembro os viajantes visitaram Edmonton, a capital de Alberta e daí seguiram viagem.
O Pe. Dehon ficou muito impressionado com a pobreza dos primeiros missionários do Canadá. D. Thiberghien quis fazer-lhes uma oferta. Deixou-os escolher ou cavalos ou um novo altar para a nova capela. A escolha foi imediata: os missionários preferiram os cavalos que lhes seriam muito úteis para chegarem a mais pessoas.

Conclusão:
Três palavras podem resumir este episódio missionário:
Felicidade (ajudar os missionários traz felicidade, uma dupla felicidade pois é ajudar quem ajuda)
Pobreza (podiam ser mais pobres que os outros, mas tinham uma grande riqueza espiritual a partilhar)
Trabalho (eram pau para todo obra, porque trabalhavam para Outro Reino).



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