quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Missionária por natureza


Não é a Igreja que tem uma missão.
É a missão que tem uma Igreja.

O Decreto AD GENTES do Concílio Vaticano II sobre a atividade missionária da Igreja, de 1965, afirma logo no número 2:
A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na missão do Filho e do Espírito Santo.

A Igreja é missionária por natureza. A palavra natureza quer dizer essência. Missão, antes de ser tarefa é essência: o aspeto mais central, a caraterística mais importante, que confere à Igreja uma identidade, um caráter distintivo.
Para a Igreja a missão torna-se um impulso gratuito, de dentro para fora.
Não é a Igreja que tem uma missão, mas o contrário, é a missão que tem uma Igreja: Deus realiza a sua missão através do seu Espírito, chamando a Igreja a participar. A Igreja deixa de ser missionante (aquela que envia) para tornar-se missionária (enviada), não mais como dona mas como humilde serva da missão.
Todo o discípulo é missionário pois Jesus fá-lo partícipe da sua missão.
Na experiência de Jesus, o discipulado acontece na missão, como também a missão acontece no discipulado. Jesus não envia os doze como mestres, para estar acima do Mestre, mas essencialmente como discípulos, aprendizes, irmãos: nunca se deixem chamar de mestres. A missão é antes de tudo uma grande aprendizagem: ser discípulo missionário é a alegria de ser um eterno aprendiz.
Todo o discípulo é chamado a ser missionário. O discipulado nunca é um fim em si mesmo: constitui-se sempre em ordem à missão. A finalidade da missão é fazer discípulos todos os povos, ou seja fazer irmãos, praticantes da palavra. (Cf Pe. Estêvão Raschietti in Vida Consagrada 423).



Sem comentários: