Não é a Igreja que tem uma missão.
É a missão que tem uma Igreja.
O Decreto AD GENTES do Concílio Vaticano II
sobre a atividade missionária da Igreja, de 1965, afirma logo no número 2:
A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua
origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na missão do Filho e do Espírito Santo.
A Igreja é missionária por natureza. A palavra
natureza quer dizer essência. Missão, antes de ser tarefa é essência: o aspeto
mais central, a caraterística mais importante, que confere à Igreja uma
identidade, um caráter distintivo.
Para a Igreja a missão torna-se um impulso
gratuito, de dentro para fora.
Não é a Igreja que tem uma missão, mas o
contrário, é a missão que tem uma Igreja: Deus realiza a sua missão através do
seu Espírito, chamando a Igreja a participar. A Igreja deixa de ser missionante
(aquela que envia) para tornar-se missionária (enviada), não mais como dona mas
como humilde serva da missão.
Todo o discípulo é missionário pois Jesus
fá-lo partícipe da sua missão.
Na experiência de Jesus, o discipulado
acontece na missão, como também a missão acontece no discipulado. Jesus não
envia os doze como mestres, para estar acima do Mestre, mas essencialmente como
discípulos, aprendizes, irmãos: nunca se deixem chamar de mestres. A missão é
antes de tudo uma grande aprendizagem: ser discípulo missionário é a alegria de
ser um eterno aprendiz.
Todo o discípulo é chamado a ser missionário.
O discipulado nunca é um fim em si mesmo: constitui-se sempre em ordem à
missão. A finalidade da missão é fazer discípulos todos os povos, ou seja fazer
irmãos, praticantes da palavra. (Cf Pe. Estêvão Raschietti in Vida Consagrada
423).
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