segunda-feira, 11 de julho de 2016

Misericórdia infinita


Não pôr limites à misericórdia divina

Tocado pela graça divina, David era um salteador, que foi bater à porta de um mosteiro a pedir que o admitissem na comunidade.
O abade, sabendo de quem se tratava, recusou-se a recebê-lo. Não por causa do seu passado de salteador, o que seria contrário ao espírito do Evangelho, mas por outras razões perfeitamente válidas.
- Tu já tens uma idade avançada - objetou ele - e nunca conseguirás submeter-te aos nossos preceitos, uma vez que isso seria demasiado duro para ti.
O outro insistiu, mas o abade manteve-se firme na sua recusa, até ao ponto em que o salteador lhe disse, com o ar mais sério deste mundo:
- Se te recusas a receber-me, vou procurar o meu bando, matamos-vos a todos, e destruímos o mosteiro.
Temendo o pior, o abade cedeu e recebeu David na sua comunidade.
E nunca viria a lamentar-se do que fez, pois o antigo salteador tornou-se um modelo a seguir, e diz-se mesmo que chegou a receber o dom de realizar milagres, servindo assim de testemunho de uma verdade que a história não cessa de confirmar: nunca devemos desistir de receber a misericórdia divina.

(cf. Os padres do deserto)

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