terça-feira, 30 de setembro de 2025

Ler e ser lido pela Escritura


Memória de São Jerónimo, +430

presbítero e doutor da Igreja

São Jerónimo foi o primeiro responsável pela tradução das Sagradas Escrituras para o latim.

Apaixonado pela Palavra de Deus, grande estudioso das Sagradas Escrituras, seguidor e imitador de Cristo, Verbo de Deus feito homem.

 

A sua memória é um incentivo a que também nós sigamos o seu exemplo.

Não nos cansemos de ler, amar e viver a Palavra de Deus:

- Porque aquele que não conhece as Sagradas Escrituras não conhece o poder de Deus nem a sua sabedoria. Ignora as Escrituras é ignorar a Cristo.

- Porque lendo as Escrituras vemos que a Escritura nos lê a nós. Conhecemos a Deus através das Escrituras e Deus fala de nós através das Escrituras.

 

Ver também:

Biblioteca de Cristo

Oferta de São Jerónimo

Enamorado da Sagrada Escritura

São Jerónimo

 

domingo, 28 de setembro de 2025

Mãos limpas, mas vazias


Ano C – XXVI domingo comum

 

Parábola do Rico Epulão e do Pobre Lázaro

O rico foi condenado não por ter feito o mal,

Mas por não ter feito bem.

Ele tinha as mãos limpas, mas vazias daquilo que realmente conta.

Não basta evitar o mal, é preciso fazer o bem.

 

Jesus condena não a riqueza, mas a indiferença,

Não os bens materiais, mas o egoísmo.

 

Ver também:

O pecado da indiferença

Pobres Lázaros somos nós

A pobreza do rico

A riqueza da humildade

Epulão

O rico e o pobre

O fardo da pobreza e o da riqueza

Saber ver

Abraão e o rico epulão

 

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

O Senhor ama o seu povo


5ª feira – XXV semana comum

Repetimos 5 vezes o refrão – O Senhor ama o seu povo.

Uma vez, depois da missa da manhã, fui repetindo este refrão durante o dia.

No fim da tarde dei por mim a dizer – O povo ama o seu Senhor.

Fugiu-me a boca para a verdade,

De facto, a liturgia apresenta-nos estre refrão, o Senhor ama o seu povo, para que nós nunca esqueçamos de dizer, o povo ama o seu Senhor.

Não podemos esquecer estas duas realidades complementares.

 

Ver também:

Herodes queria ver Jesus

Tanto Herodes como Zaqueu

Vaidade das vaidades

Querer ver para crer

A curiosidade de Herodes

Ver Jesus

Procurar ver Jesus

Pare, escute e olhe

 

domingo, 21 de setembro de 2025

Melhor que Jesus não há


Ano C – XXV domingo comum

Não podeis servir a Deus e ao dinheiro


A)

Nós não pertencemos ao dinheiro, o dinheiro é que é nosso.

Por isso não podemos servir o dinheiro, mas sim o dinheiro é que nos serve.

Nós somos de Deus.

Por isso só a Ele podemos servir e adorar.

 

B)

O mundo é dos espertos,

mas os verdadeiramente espertos não são deste mundo.

 

C)

É bom ter dinheiro na mão,

mas é muito melhor ter Deus no coração.

 

À margem

Melhor que Jesus não há

Melhor que Jesus não há

Melhor que Jesus não há

Não há, não hã, não hã.

 

Já busquei por todo o lado

Já toquei por todo o lado

Já girei por todo o lado

Não há, não há, não há.

 

Para ouvir –clicar aqui.

 

Ver também:

Desperdiçar é um pecado

Ninguém é filho de dois pais

O mundo dos espertos

Pregando com as mãos

Três Palavras 

Competitividade

Ou tudo ou nada

As finanças de Jesus

Dois senhores

 


quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Passado, presente e futuro


5ª feira – XXIV semana comum

O que vemos nesta cena?

Vemos uma mulher a olhar para o seu passado,

A olhar para o presente

A olhar para o seu futuro.

Olha para o passado com lágrimas de arrependimento para lavá-lo, de joelhos pedindo perdão.

Olha para o presente enxugando os pés de Jesus, abraçando e beijando, isto é, com amor.

Olha para o futuro ungindo, isto é, dando um novo perfume, uma nova presença e um novo sentido, investindo tudo o que tinha.

Aprendamos a olhar o passado com humildade e penitência, a olhar o presente com amor e ardor, e o futuro com esperança e confiança.

 

À margem

Quem é este homem que até perdoa os pecados?

Falavam assim porque pensavam que só Deus podia perdoar os pecados de alguém.

De facto, errar é humano.

Perdoar é divino.

Já que fazemos a experiência humana de pecar ou errar, façamos a experiência divina de perdoar para sentirmos a dupla alegria, de perdoar e de ser perdoado.

 

Ver também:

O perfume de Maria Madalena

Chorar os pecados

 

domingo, 14 de setembro de 2025

O Sermão de Nossa Senhora


Festa da Padroeira, Nossa Senhora do Livramento

 

Tenho apenas 3 palavras para vos dirigir neste dia da padroeira, Nossa Senhora do Livramento:

1ª - Recordar – nascimento, vida, missão e santidade de Maria, Mãe de Jesus e nossa mãe.

Recordar a sua proximidade e proteção na nossa vida.

Este é o momento apropriado para recordar o que Maria, Senhora do Livramento fez por cada um de nós.

2ª - Festejar – alegrar-se, louvar, agradecer. Recordamos para mostrar a nossa gratidão.

3ª - Imitar (viver) – recordamos para festejar e agradecer para imitarmos os seus gestos de amor. Somos convidados a viver ao estilo de Maria, a viver os seus ensinamentos, a imitar os seus valores.

Damos agora a palavra à Senhora do Livramento. Ela é que vai fazer o sermão ou a pregação.  O que nos vai ensinar hoje?

 

1º - A sua boca

Está fechada, mas ensina-se muito não por palavras, mas por gestos e ações – Embora fechada continua a dizer – Faça-se em mim segundo a vossa palavra… Fazei tudo o que Ele vos disser. Só quem cumpre a palavra é capaz de levar os outros a cumprir a mesma palavra.

Os seus lábios ligeiramente a sorrir convidam-nos à alegria, a Virgem cheia de graça. Que a nossa boca se feche para que as nossas obras possam falar mais eloquentemente.

 

2º - Os seus olhos

Estão abertos. Olham para onde? Para o seu filho? Não. Para a humanidade? Não. Para baixo? Não. Olham para trás? Não. Olham para o alto em frente. Aspirai às coisas do alto. Olham para onde nos quer levar, para o céu, para a frente.

E Jesus olha para onde? Não olha para a sua mãe, não. Olha na mesma direção da sua mãe, ou a sua mãe olha na mesma direção do seu filho.

Amar alguém não é olhar os 2 um para o outro, mas os 2 na mesma direção.

Aprendamos a acertar o nosso olhar com a Senhora do Livramento. Que os noivos, os casais, as famílias, mais do que olhar para quem nos olha, aprendamos a olhar juntos na mesma direção, construir um futuro unido, um ideal comum.

 

3º - Os seus braços

Estão abertos. Não estão cruzados nem pendentes, sem ação, ou atrás das costas. São braços abertos de acolhimento, num amplexo universal. Que saibamos abraçar todo o mundo e deixar-nos abraçar por toda a humanidade a exemplo da Senhora do Livramento e do seu Filho Jesus (também de braços abertos). Aliás não sei se é Jesus que está a imitar a sua mãe, ou se é a mãe que está de braços abertos a imitar o seu filho.

 

4º - As suas mãos

Não estão vazias as suas mãos. Não estão apenas limpas (pois é imaculada) elas carreguem o seu filho, tal como carregam todos os seus filhos. Por um lado, o seu filho também de mãos abertas para nos abençoar, para tudo nos conceder e tudo de nós receber.

Na outra mão está o cetro que é nem mais nem menos do que a miniatura do bordão ou cajado do bom pastor. Ter na mão o cetro de Cristo é acreditar que ele é o nosso Pastor. Esse cetro tem no alto a figura do Espírito Santo. A Senhora do Livramento tem na sua mão o poder do seu Filho Jesus e o poder do Espírito Santo. Que ela nos ajude a cumprir sempre a vontade de Deus.

 

5º - O seu coração

Porque é que o Menino está ao colo no lado esquerdo porque é o lado do coração. Assim o coração da mãe batia ao ritmo do coração do Filho e vice-versa. Além disso ensina que o Coração da mãe é o coração do Filho.

A Senhora do Livramento ensina-nos a pôr Jesus no nosso coração e a por no nosso peito o coração de Jesus.

 

6º - Os seus pés.

Estão de sandálias, um pé mais elevado e mais avançado do que o outro. Ela não está parada ou estacionada, mas em andamento. A Senhora do Livramento é uma peregrina de esperança. Ensina-nos a levar Cristo na nossa peregrinação, e a ir em frente com os outros, rumo à Pátria definitiva.

 

7º - Os seus anjos.

São 3 os anjos que estão aos seus pés deixando rasto na sua caminhada.

São o anjo da fé, da esperança e da caridade. O anjo da fé, asas vermelhas à frente do peito. O anjo da esperança no centro com asas verdes nas costas em plena ação para nos levar em frente, como peregrinos de esperança. E o anjo da caridade (de asas cor celeste) que está com os olhos fechados, pois devemos fazer o bem sem olhar a quem.

Com tudo isto a Senhora do Livramento ensina-nos que por onde passamos podemos deixar um rasto de fé, de esperança de caridade.

 

Obrigado à nossa Padroeira por nos ensinar, mesmo com a boca fechada, a imitar os seus lábios, seus olhos, seus braços, suas mãos, seu coração, seus pés e seus anjos de fé, de esperança e de caridade.

Continuemos a recordar, a celebrar ou festejar e a imitar os exemplos de Nossa Senhora.

Nossa Senhora do Livramento, rogai por nós.

 

Ver também

Ternura de mãe ou ternura de filho

Livramento

 

domingo, 7 de setembro de 2025

Seguia Jesus uma multidão


Ano C – XXIII domingo comum

Naquele tempo Jesus seguia uma grande multidão.

Quem é o sujeito, isto é, quem seguia quem?

Não era apenas a multidão a seguir a Jesus, mas Jesus seguia essa multidão.

Como?

Voltando-se para essa multidão e com toda a transparência apresentando as condições para ser seu discípulo:

- Novas relações com a família

- Novas relações com as dificuldades

- Novas relações com os bens deste mundo.

 

Nesta altura muita gente regressa de férias e recomeça a atividade e o ritmo habitual.

É importante o período de descanso, tal como é importante o trabalho e a vida de família.

Mas Jesus lembra-nos, precisamente hoje, que mais importante é a nossa relação com Ele.

Se Cristo fizer parte da nossa vida, todas as nossas relações serão valorizadas.

É preciso rever as nossas relações com a família (com as pessoas), com o trabalho e os obstáculos (com a cruz) e com as coisas deste mundo (os nossos bens).

 

À margem

Muitos dos que, para seguirem a Cristo, desprezaram fortunas consideráveis, enormes quantias de ouro e de prata e propriedades magníficas, mais tarde deixaram-se apegar a um raspador, a um estilete, a uma agulha, a um junco de escrita. Depois de terem distribuído todas as suas riquezas por amor a Cristo, recuperaram a anterior paixão e aplicaram-na a futilidades, sendo capazes de se deixar levar pela cólera para as manter. Não tendo a caridade de que fala São Paulo, a sua vida foi tocada pela esterilidade. O bem-aventurado apóstolo previu essa infelicidade: «Ainda que eu distribua todos os meus bens pelos pobres e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita», dizia (1Cor 13,3). Prova evidente de que não atingimos de imediato a perfeição pela simples renúncia a todas as riquezas e pelo desprezo de todas as honras, se a isso não juntarmos a caridade cujas características o apóstolo descreve. (CF. São João Cassiano (c. 360-435)

De facto, às vezes somos capazes de grandes renúncias, mas regateamos com ninharias. Às vezes oferecemos toda a nossa vida, mas regateamos cinco minutos, um espinho, um pequeno sacrifício ou um pequeno espinho.

 

Ver também:

Jesus voltou-se e falou

Renunciar, ter e ser

Quem manda é o chefe

Discípulos de Cristo

Abraçar a cruz

Renunciar

 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Vinho novo no coração novo


6ª feira – XXII semana comum

Porque é que nós jejuamos e os Teus discípulos não jejuam? Porquê?

Porque para vós o jejum é uma questão de lei. Não é um dom espontâneo. Em si mesmo, o jejum não tem valor; o que conta é o desejo daquele que jejua.

Que proveito pensais tirar do vosso jejum, se jejuais constrangidos e forçados por uma lei? O jejum é um arado maravilhoso para lavrar o campo da santidade. Mas os discípulos de Cristo foram enviados a trabalhar no campo já maduro da santidade; eles comem o pão da colheita nova.

Como poderiam eles ser obrigados a praticar jejuns agora caducos? Poderão os convidados para a boda jejuar enquanto o Esposo está com eles?

Aquele que se casa entrega-se inteiramente à alegria e toma parte do banquete; mostra-se muito afável e alegre para com os convidados; faz tudo o que lhe inspira o seu afeto pela esposa. Cristo celebra as Suas bodas com a Igreja enquanto vive na terra. É por isso que aceita tomar parte nas refeições para as quais é convidado. Cheio de benevolência e amor, mostra-Se humano, acessível e amável. Não veio Ele para unir o homem a Deus e fazer dos Seus companheiros membros da família de Deus?

Do mesmo modo, diz Jesus: Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha. Esse pano novo é o tecido do Evangelho, que está em vias de ser entretecido com a lã do Cordeiro de Deus: uma veste real que o sangue da Paixão irá em breve tingir de vermelho. Como aceitaria Cristo unir esse pano novo com a vetustez do legalismo de Israel?

Assim como ninguém deita vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho romperá os odres e perde-se o vinho, tal como os odres. Mas vinho novo, em odres novos. Esses odres novos são os cristãos.

O jejum de Cristo é que purificará esses odres de toda a sujidade, para que fique intacto o sabor do vinho novo. O cristão torna-se assim o odre novo, pronto a receber o vinho novo, o vinho das bodas do Filho, pisado na prensa da cruz.

(S. Pedro Crisólogo)

 

À margem:

Jesus não põe um remendo de tecido novo num coração velho. Tudo tem de ser novo.

Também não derrama sangue novo num coração velho. Sangue novo num coração novo!

Ninguém recebe vinho novo se ainda está com o odre velho.

 

Ver também:

Odre novo é o nosso coração

Festa é festa, jejum é jejum

O vinho e os odres

Retalhos

Vinho novo

Odres novos

Remendos

 

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Quem obedece nunca falha


5ª feira – XXII semana comum

Jesus convidou Pedro a lançar as redes, mas ele só via problemas:

- Lançar de novo as redes? Não pescámos nada durante toda a noite. Agora não é o momento adequado para pescar, em plena luz do dia. É muito longe ou muito profundo... O que é que percebes desta faina? Mas já que o dizes, lançarei as redes.

E assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes…

Porquê?

Porque Pedro não se baseou nas estratégias dos pescadores, que conhecia bem, mas na novidade de Jesus. Confiou em Jesus e os resultados ficaram à vista de todos.

De facto, para Jesus nada é impossível.

Pedro, pessimista, via um problema em cada solução.

Jesus, otimista, via uma solução para cada problema.

Quem obedece nunca se engana.

 

À margem

Pesca milagrosa – Multiplicação dos pães e dos peixes

Sobeja sempre, todos comeram quanto quiseram e ainda sobrou 12 cestos.

Apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começaram a romper-se… e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam.

Quer dizer – A generosidade de Deus é maior do que a nossa necessidade. Deus é maior do que a nossa fome. A fonte divina é superior à nossa sede.

 

Ver também:

O barco é uma pregação

Um barco esquecido na praia

Pescar pessoas com rede

Jesus ensina como pregar

As lições de um barco

Perito em mudanças

O barco de Pedro

Deixar tudo

A barca de Jesus

Pesca evangélica

Jesus, a barca e a pesca

Três lições de uma barca

A arte de pescar

Barco = púlpito

Faz-te ao largo

Declaração de fé

Na mesma barca

Eu sou um barquinho

Arrumar os barcos

Mais além

Faz-te ao largo

Corpo e alma