Memória
de São Jerónimo
Faz hoje 1600 anos que faleceu São Jerónimo, precisamente no lugar onde Jesus tinha nascido, na gruta de Belém. Assim se entregou Àquele Senhor que nunca cessara de procurar e conhecer na Sagrada Escritura.
Um
acontecimento tinha marcado a sua vida:
Na
quaresma de 375 numa visão encontrara-se na presença do Juiz Supremo.
-
Quem és tu? – Perguntou-lhe Deus.
-
Eu sou cristão, discípulo de Cristo!
-
Mentes! – retorquiu Deus – Tu és discípulo de Cícero, um retórico.
Na
realidade desde jovem, Jerónimo apreciava a beleza dos textos clássicos, em
comparação dos quais os escritos da Bíblia, num primeiro tempo, se lhe
apresentavam rudes e sem sintaxe, grosseiros demais para os seus refinados
gostos literários.
Este
episódio da sua vida concorre para a decisão de se dedicar inteiramente a Cristo
e à sua Palavra, consagrando a sua existência a tornar as palavras divinas cada
vez mais acessíveis aos outros, com o seu trabalho de tradutor incansável e comentador.
A
partir daquele momento a sua vida tomou uma orientação nova e mais convicta:
tornar-se servidor da Palavra de Deus. Como enamorado da ‘Carne da Escritura’.
Estabeleceu-se
definitivamente em Belém em 386 e aí onde a Palavra se tinha feito carne, se entregou
ao serviço da mesma Palavra, traduzindo, explicando, vivendo. Assim surgiu a
primeira tradução da Bíblia em latim (Vulgata).
É
preciso hoje voltar à leitura orante da Bíblia e à familiaridade com a Palavra
de Deus.
Infelizmente,
em muitas famílias cristãs, não há ninguém que se sinta capaz de dar a conhecer
aos filhos a Palavra do Senhor com toda a sua beleza e força espiritual.
É
preciso amar o que São Jerónimo amou, isto é, amar a Palavra de Deus.
Com
a leitura assídua e a meditação constante, Jerónimo fez do seu coração uma
biblioteca de Cristo.
Verdadeiramente
São Jerónimo é a Biblioteca de Cristo, uma biblioteca perene que, passados dezasseis
séculos continua a ensinar-nos.
Não
queremos deixar de ouvir, em nossos dias, aquilo que ele instigava sem cessar
aos seus contemporâneos:
-
Lede com muita frequência as divinas Escrituras, aliás, que o Livro Sagrado da
Bíblia nunca seja deposto das vossas mãos, de modo que o vosso coração seja uma
Biblioteca de Cristo…
(Cf.
Carta Apostólica do Papa Francisco, O Afeto à Sagrada Escritura, no XVI
centenário da morte de São jerónimo, 30 de setembro de 2020)
Ver
também:
Enamorado da Sagrada Escritura
Sem comentários:
Enviar um comentário