quarta-feira, 30 de abril de 2025

Ninguém te ama como eu


4ª feira – II semana da Páscoa

Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito…

 

Não fomos salvos pela dor de Cristo, mas pelo seu amor!

Mais precisamente, do amor que se expressa no sacrifício de si mesmo. Pelo amor crucificado!  Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).

 

Jesus podia dizer assim, a grandeza do seu amor por nós:

 

Tenho esperado este momento

Tenho esperado que viesses a mim

Tenho esperado que me fales

Tenho esperado que estivesses assim

 

Eu sei bem que tens vivido

Sei também que tens chorado

Eu sei bem que tens sofrido

Pois permaneço ao teu lado

 

Ninguém te ama como eu

Ninguém te ama como eu

Olhe pra cruz

Esta é a minha grande prova

Ninguém te ama como eu

 

Ninguém te ama como eu

Ninguém te ama como eu

Olhe pra cruz

Foi por ti porque te amo

Ninguém te ama como eu

 

Eu sei bem o que me dizes

Ainda que nunca me fales

Eu sei bem o que tens sentido

Ainda que nunca me reveles

 

Tenho andado ao teu lado

Junto a ti permanecido

Eu te levo em meus braços

Pois sou teu melhor amigo.

 

Ninguém te ama como eu

Ninguém te ama como eu

Olhe pra cruz

Esta é a minha grande prova

Ninguém te ama como eu

 

Ninguém te ama como eu

Ninguém te ama como eu

Olhe pra cruz

Foi por ti porque te amo

Ninguém te ama como eu

 

Compositor: Martin Besalio Valverde Rojas (Martin Valverde) (SACM)

Editor: Musica En Fe Sostenida

 

Para ouvir a canção: clicar aqui

 

Ver também:

Quem salva não condena

Só Deus pode amar assim

Deus ama tanto

Em poucas palavras

Resumo de toda a Bíblia

Por amor

Amou de tal modo

Só o amor salva

Comunhão e missão

 



terça-feira, 29 de abril de 2025

A Santa que corrigia o Papa


Festa de Santa Catarina de Sena

Doutora da Igreja e Padroeira da Europa

Apesar da iconografia a apresentar vestida de monja, há que recordar que Santa Catarina de Sena era leiga secular consagrada como Terceira da Ordem de São Domingos, vivendo sempre em sua casa. “O Senhor ensinou-me a construir um quartinho no meu interior, para o qual eu pudesse me retirar como num mosteiro, e lá permanecer em união com Ele”.


Santa Catarina nasceu em Sena, no ano 1347. Movida pelo desejo de perfeição, ingressou na Ordem Terceira Dominicana. Era, portanto, uma leiga. Foi aí que aprendeu o seu jeito de amar e servir tal como São Domingos. Quando perguntaram a São Domingos por que livro tinha estudado, respondeu: Pelo livro da caridade.

Pelo mesmo livro aprendeu Santa Catarina, pois sabia e ensinava que a fecundidade da pregação não vem, da beleza das palavras, mas de uma vida de união com Deus.

Inflamada no amor de Deus e do próximo, trabalhou incansavelmente pela paz e concórdia entre as cidades, pelo regresso do Pontífice Romano à sua cidade de Roma e pelo restabelecimento da unidade da Igreja. Apesar de não saber ler nem escrever, ditou excelentes obras de doutrina espiritual.

Em 1380, quando Santa Catarina de Sena tinha apenas 33 anos, faleceu em Roma, esgotada de tanto esforço físico, mental e espiritual em favor da Igreja.

Santa Catarina de Sena foi declarada Doutora da Igreja e Padroeira da Europa.

O Papa Pio II disse dela: Ninguém se aproxima de Catarina, sem tornar-se melhor.

E ela deixou escrito: Nada atrai o coração do ser humano como o amor! Por amor, Deus o criou; por amor, seu pai e sua mãe deram-lhe a sua substância; O ser humano foi feito para amar.

 

Ver também:

Uma Doutora analfabeta

Lição de Catarina de Sena

A cópia e o original

A coroa de espinhos

Tentações dos santos

Exemplos de humildade

Catarina de Sena

Virtudes sacerdotais

Santa Catarina

A Santa de Sena

 

segunda-feira, 28 de abril de 2025

O caminho de Nicodemos


2ª feira – II semana da Páscoa

Nicodemos era fariseu, mas ele reconhecia que Jesus veio de Deus.

Foi conversar com Jesus, às escondidas, de noite, e tornou-se um discípulo mais fervoroso do Senhor.

- Uns dizem que ele tinha medo.

- Outros que não tinha coragem

- Ou que não assumia publicamente o que acreditava porque fingia uma coisa ou outra.

- Há quem diga que ele tinha vergonha

- Ou então que procurava separar a fé pessoal da sua vida pública.

Só sei que todos os caminhos vão dar a Jesus.

Cada um tem a sua maneira de se aproximar do Senhor:

- Uns seguem apenas de noite.

- Outros através da dor e do sofrimento.

- Há quem precisa de descer até mesmo pelo telhado.

- Outros que andar sobre as águas agitadas do mar.

- E também através da humildade e do silêncio.

- Uns às clara outros em segredo.

 

O que interesse é achegar até Jesus.

Nicodemos ensina-nos hoje que cada um faz o seu caminho para se encontrar com Jesus.

 

Ver também:

Foi ter com Jesus de noite

Diálogo com Nicodemos

Embora seja noite

À noite

Rezar toda a noite

 

domingo, 27 de abril de 2025

Domingo da divina paciência


Ano C – II domingo de Páscoa, de Pascoela ou da Divina Misericórdia

Assim pregava o Papa Francisco no início do seu pontificado:

“O rosto de Deus é o de um pai misericordioso, que sempre tem paciência. Já pensastes na paciência de Deus, na paciência que ele tem com cada um de nós. É a sua misericórdia.”

De facto, Deus é rico de misericórdia, a sua misericórdia é divina, é eterna e é sem limites.

A sua misericórdia é o amor feito paciência.

Porquê?

Pensemos na paciência de Jesus para com os seus discípulos:

- Tomé duvidou que Jesus tivesse ressuscitado. Mas isso foi insignificante comparado com as atitudes dos outros discípulos.

- Judas traiu-o, vendo-o e entregando-o acusadores.

- Pedro negou-o por três vezes.

- Os colegas da noite do Jardim das Oliveiras, adormeceram.

- João Marcos fugiu deixando para trás toda a sua roupa.

- Os Pilatos condenou-o inocentemente.

- O povo preferiu a libertação de um assassino.

- As autoridades judaicas acusaram-no de sacrílego.

- Os soldados romanos ridicularizaram-no

- As mulheres pensaram que o seu corpo tinha sido roubado e confundiram-no com o jardineiro.

- Os discípulos de Emaús fugiram desiludidos de Jerusalém.

- O grupo dos discípulos fechou-se com medo.

- Paulo perseguiu-o.

 

De facto, é preciso muita paciência para tudo isto.

Deus tem paciência, tanta paciência connosco: compreende-nos, está à nossa espera, não se cansa de nos perdoar, se soubermos voltar para ele com o coração contrito. Ele nunca se cansa de perdoar, mas nós, às vezes, cansamo-nos de pedir perdão.

Este Domingo da Divina Misericórdia oferece-nos o imenso amor de Deus que é misericórdia ou paciência.

Não tenhamos medo de pedir perdão e de recomeçar porque a paciência de deus nunca se esgota.

E sejamos misericordiosos como deus é misericordioso, ou seja, sejamos pacientes como Deus é paciente connosco.

Eu prefiro contemplar a figura de Jesus tal como Ele se mostrou aos seus apóstolos - com as marcas da sua paixão e morte.


Ver também:

São Tomé cantado por Camões

O primeiro dia da semana

Meu criador e meu salvador

Domingo de Pascoela

Misericórdia para todos

Querer ver para crer

Gémeo de quem

A lança e o esquadro

Categorias de discípulos

Apóstolo do Coração de Jesus

Gémeo de Tomé

Crer é ver sem olhar

Meu Senhor e meu Deus

Tomé Dídimo

Confissão de Tomé

Por que acreditar

É sempre o mesmo

São Tomé

Também sou Tomé

 

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Jesus é ICHTUS, é peixe


6ª feira – Oitava da Páscoa

1ª - Durante toda a noite os discípulos não pescaram nada, porquê?

Porque a pesca dos discípulos é luz, é verdade, é transparência. Só pescamos à luz de Cristo.

 

2ª - Porque é que Jesus só aparece ao romper da manhã?

Porque ele é a nova jornada, o dia que O Senhor fez. Tal como ressuscitou no primeiro dia da semana para lembrar que ele é o princípio da nova criação

 

3ª - Porque sozinhos em grupo os discípulos não pescaram nada?

Porque Jesus, o Mestre, é quem pesca ou faz pescar. Ele tinha dito que estaria com eles até aos confins do mundo. Sem Jesus ninguém pesca nada.

 

4ª - Porque que é que Jesus lhes serve peixe à mesa?

Porque ele é o verdadeiro peixe, em grego. De facto, ICHTUS, vem do grego ixtus, que significa peixe. Era o símbolo dos cristãos primitivos perseguidos pelo poder romano. As letras eram as iniciais das palavras Iesus Xristos Theos Huios Sopter (Jesus Cristo, Filho de Deus, o Salvador).

 

5ª - Porque que é que a rede ficou cheia?

Porque na rede de Jesus há lugar para todos, todos, todos, usando a expressão do Papa Francisco.

Ver também:

Ao romper da manhã

Pequeno almoço com Jesus

Pescados por Jesus

Espelho do amanhã

O testemunho dos peixes

Pesca evangélica

Não há 2 sem 3

Rede cheia de peixes

 

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Já não há distâncias


5ª feira – oitava da Páscoa

Com a Encarnação de Jesus Cristo deixou de haver distância entre o Céu e a terra.

Com a Ressurreição de Jesus Cristo deixou de haver distância entre Deus e os Homens.

De facto, o episódio do Evangelho de hoje mostra que já não havia distância entre Cristo Ressuscitado e os seus discípulos

Não há mais distância entre Deus e nós, pois podemos encontrá-lo em cada pessoa, na Eucaristia, na Evangelho, na comunidade reunida e em cada gesto de amor fraterno.

 

Na primeira leitura, o coxo de nascença curado às portas do Templo, não deixava Pedro e João. Era a sua maneira de mostrar a sua gratidão pela cura operada por estes dois apóstolos em nome de Jesus.

Também os homens, salvos por Jesus, não podem deixar de acompanhar o seu Salvador. Seria ingratidão se nos esquecêssemos da sua morte e ressurreição.

 

O Salmo 8 diz – Como sois grande em toda a terra, Senhor nosso Deus.

Em geral nós dizemos que Deus é grande no Céu, é grande na eternidade.

É preciso não esquecer que Deus também é grande na Terra, no tempo e na eternidade.

Não conseguimos identificar nenhum momento ou nenhum lugar onde Ele não esteja ou não seja grande.

 

Ver também:

Não largava Pedro e João

Onde está o ressuscitado

Cristo é a nossa paz

À mesa com o ressuscitado

Jesus está presente

A paz convosco

Pax vobis

É o mesmo e é diferente

Fé e ágape

Mostrou-lhes as mãos

Mãos e pés

Mostrar as mãos

É sempre o mesmo

Confiança e compromisso

 

Ovos e amêndoas de Páscoa


Ovos pascais

Durante séculos a abstinências quaresmal abrangia o consumo dos ovos. Por isso, chegando a Páscoa, havia necessidade de consumir os ovos quanto antes para não se estragarem. Por isso os ovos lembravam a chegada da Páscoa. Quando deixou de fazer parte da abstinência, a tradição continuou a usar os ovos conforme estava habituada, alargando a apresentação de ovos de chocolate, de açúcar e de folares.

Além disso, os ovos estão ligados à Páscoa por outra via. Santo Agostinho (354-430) dizia que a esperança é como um ovo. O ovo embora já seja uma realidade (algo que existe empiricamente), ele não é um fim em si mesmo: transporta dentro de si algo mais, que ainda não se vê, mas que se intui que exista (o pintainho), porque existe o ovo. Portanto, quando vemos um ovo, não vemos apenas o ovo em si, mas algo mais: a esperança que o ovo transporta dentro de si (o pintainho).

Esta metáfora elucida-nos sobre a importância da esperança: a capacidade de ver algo mais na realidade do que aquilo que a realidade nos permite ver “à primeira vista”. A esperança não é tanto o ver coisas novas, mas ver as coisas de um modo novo. Porque a nossa vida não se reduz a este mundo, somos «peregrinos da esperança» em direção à eternidade.

Por esta razão, na relação com Deus não nos basta apenas alimentarmo-nos da fé e da caridade, precisamos também de ovos, ou seja, da esperança conforme as palavas de C. Péguy. Sem esperança, a fé corre o risco de se reduzir a uma filosofia transitória e a caridade, a uma mera filantropia. Em rigor, é a esperança que distingue um cristão de todos os outros (1Ts 4,13).

É por tudo isso que a tradição dos ovos faz parte da Páscoa e da esperança.

 

Amêndoas pascais

A amendoeira é uma das primeiras árvores a florescer, rompendo a longa noite invernal e anunciando a luminosa manhã da primavera. Por isso, tornou-se símbolo de renovação e esperança, mesmo em condições difíceis.

Há quem identifique na amendoeira a figura de Cristo. Em Jeremias (1,12), ao contemplar o ramo que floresce, percebe o nascimento do Messias; em Eclesiastes (12,5), na “amendoeira que abre em flor”, vê a ressurreição após a morte na cruz; e, em Números (17,23), na vara de Aarão — florindo e produzindo amêndoas —, reconhece a força redentora da Cruz como “vara florida”.

Tal como a amêndoa guarda um fruto saboroso atrás de duas cascas, uma amarga e outra rija, a Cruz revela, a princípio, sofrimento e aflições, mas depois amparo e fortaleza, até se revelar suave e saborosíssima em seu fruto redentor.

Na antiguidade, gregos e romanos envolviam a amêndoa em mel, e a tradição judaica mantinha o seu uso em celebrações e rituais.

A partir do século XVI, com a chegada do açúcar os conventos e mosteiros portugueses produziram amêndoas cobertas em camadas de açúcar, utilizando técnicas difundidas em França.

Seja na vida que brota após a aridez do inverno ou nas tradições dos doces conventuais, as amêndoas da páscoa continuam a dizer-nos que há um fruto escondido dentro das cascas amargas da vida, promessa de ressurreição.

 

À margem:

O coelhinho está amuado porque ninguém vê a sua ligação com a Páscoa.


quarta-feira, 23 de abril de 2025

Pôs-se a caminho com eles

 

4ª feira - Oitava da Páscoa 

1ª lição – Na Eucaristia

Os discípulos de Emaús pediram ao peregrino:

- Ficai connosco, Senhor.

E Jesus ficou com eles através da Eucaristia.

 

2ª lição – Na Igreja

Por mais morta que apareça diante de nossos olhos, o Ressuscitado vive nesta Igreja.

Não são poucos os que olham para a Igreja hoje com pessimismo e deceção. Não é o que eles querem. Uma Igreja viva e dinâmica, fiel a Jesus Cristo, verdadeiramente empenhada na construção de uma sociedade mais humana.

Veem-na imóvel e antiquada, excessivamente ocupada em defender uma moralidade obsoleta que já a poucos interessa, fazendo penosos esforços para recuperar uma credibilidade que parece ser mínimo baixo. Eles a percebem como uma instituição que quase sempre pronta para acusar e condenar, raramente para ajudar e infundir esperança no coração humano. Muitas vezes sentem-no triste e enfadonha, e de alguma forma sentem – com o escritor francês Georges Bernanos – que o contrário de um povo cristão é um povo triste.

A tentação fácil é o abandono e a fuga. Alguns o fizeram há muito tempo, até mesmo de forma ruidosa: hoje afirmam quase com orgulho que acreditam em Deus, mas não na Igreja. Outros se distanciam dela pouco a pouco, na ponta dos pés e sem fazer barulho: quase ninguém percebe, o carinho e a adesão de outros tempos se esvai em seus corações.

Certamente seria um erro alimentar um otimismo ingénuo neste momento, pensando que tempos melhores virão. Mais grave ainda seria fechar os olhos e ignorar a mediocridade e o pecado da Igreja. Mas o nosso maior pecado seria fugir para Emaús, deixar a comunidade e dispersar-se, cada um no seu caminho, afundado na desilusão e no desencanto.

Temos que aprender a lição de Emaús.

A solução não é sair da Igreja, mas reconectar-se com um grupo cristão, comunidade, movimento ou paróquia onde possamos compartilhar e reacender a nossa esperança em Jesus.

Por mais morta que apareça diante dos nossos olhos, o Ressuscitado vive nesta Igreja. versos de Antonio Machado: Pensei que o meu lar estava apagado, remexi as cinzas... queimei a mão. (Cf José A. Pagola)

 

Ver também:

Emaús é o destino de todos

Três lições de Emaús

Da desilusão ao ardor

Ficai connosco, Senhor

Páscoa é partida

Os fugitivos de Emaús

Não sabiam que era ele

A caminho de Emaús

Somos todos Emaús

A Palavra e a Eucaristia

Categorias de discípulos

Viagem de ida e volta

Os amigos de Emaús

Reconheceram-no pelas mãos

Teologia da estrada

Discípulos de Emaús