3ª feira – Oitava da Páscoa
Depois de São Pedro, São Paulo VI foi o primeiro Papa
a entrar no sepulcro de Cristo.
A 4 de janeiro de 1964, Paulo VI entrou no Sepulcro,
deixou um ramo de oliveira sobre o mármore que cobre a pedra em que esteve o
corpo de Cristo. O Papa ajoelhou-se. No final, emocionado, recitou a sua
surpreendente oração pessoal:
Eis nos aqui, oh Senhor Jesus.
Viemos como os culpados voltam ao lugar de seu crime;
Viemos como aquele que Te seguiu, mas que também Te
traiu; fiéis, infiéis, temos sido muitas vezes;
Viemos para confessar a misteriosa relação entre
nossos pecados e a Tua Paixão: nossa obra, Tua obra;
Viemos para bater no peito, para pedir perdão, para
implorar a tua misericórdia; porque sabemos que podes e queres nos perdoar.
Porque expiaste connosco. Tu és a nossa redenção, Tu
és nossa esperança”.
No evangelho de hoje, Maria Madalena foi chorar junto
ao Sepulcro de Jesus.
Com ela nós também podemos chorar de arrependimento
para podemos concluir como ela – Vi o Senhor…
Com Paulo VI também podemos rezar ao revermos o
sepulcro do Senhor para chegarmos à mesma conclusão – Tu és, Senhor, a nossa
esperança.
À margem:
Maria Madalena queria fazer companhia a Jesus junto do
seu sepulcro.
Afinal foi Jesus que se aproximou dela e lhe fez
companhia, dialogando e enviando-a como anunciadora da sua ressurreição. E ela foi
anunciar – vi o Senhor.
Maria Madalena ensina-nos que não há onde Cristo não
esteja connosco.
Estejamos atentos, pois ele continua a se aproximar de
nós, a chamar por nos e a nos enviar.
Ontem, fomos surpreendidos com a partida do Papa Francisco
para a eternidade.
Ele publicou em janeiro último a sua autobiografia intitulada:
Francisco Esperança.
Dá a ideia que o nome Francisco tem um sobrenome. Qual
é o sobrenome? É Esperança. Sim, o Papa é esperança, é Francisco Esperança.
Ele caminhou para a eternidade como Peregrino de Esperança neste Ano Jubilar 2025.
Na introdução que o Papa escreveu nessa autobiografia
podemos ler:
O livro da minha vida é o relato de um caminho de
esperança… Uma autobiografia não é a nossa literatura privada, é mais o nosso
saco de viagem. Não fala unicamente do que foi, mas do que será. A memória é um
presente que nunca acaba de passar.
Nós, cristãos, devemos saber que a esperança não ilude
nem desilude: tudo nasce para florir numa eterna primavera.
No final, diremos apenas: Não recordo nada em que Tu
não estejas.
Esta última frase parece o eco da experiência de Maria Madalena vivido pelo Papa Francisco. Também ele conclui – Como Maria Madalena também que viu o Senhor, também o vejo em todos os momentos da minha vida. De facto, não recordo nenhum momento em que Ele não esteja.
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