quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Servir o Rei dos Reis


Festa de Santo André, Apóstolo

"Se um rei da terra nos chamasse para o seu serviço, não hesitaríamos, não procuraríamos desculpas, mas, deixando tudo, iríamos imediatamente ter com ele. Por isso, quando o Rei dos eis, o Senhor dos senhores, o Deus dos deuses, nos chamar para o seu serviço celeste, tenhamos atenção em não recusar.

Uma vez que é um Deus e um Rei que nos chama para o seu serviço, avancemos com ardor, pois temos pouco tempo de vida e corremos o risco de ser encontrados sem fruto no fim da nossa vida na terra." (cf. São João Clímaco, 575-650, monge do Monte Sinai)

 

O rei terreno chama servos para fazerem o trabalho em seu lugar ou em vez dele.

O Rei dos Reis chama os seus amigos para Ele fazer o trabalho através deles.

 

À margem 1

Os chamados por Jesus deixaram tudo:

1 - O barco – o local de trabalho

2 - As redes – os instrumentos de trabalho

3 - O patrão – o dono do barco e os assalariados

4 - O trabalho – a atividade pescar peixes para pescarem homens

5 - A família – o pai

6 - A sua vontade – eles deixaram logo

7 - A sua terra – puseram-se a seguir Jesus


À margem 2

Entre amigos os seus desejos são ordens.

Entre Cristo e nós as suas ordens são convites.

 

Ver também:

Toda a cruz é uma ponte

Ser apóstolo é ser ponte

 

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Ameaçar ou animar


4ª feira – XXXIV semana comum

Estas leituras de destruição, perseguição e fim do mundo servem para quê?

- Para ameaçar?

- Para animar?

 

Elas querem ameaçar os mais descuidados.

E animar os mais dedicados.

 

Ameaçam anunciando a destruição do templo de Jerusalém como sinal de outra destruição maior que é o castigo no final dos tempos.

Mas animam ao anunciar que todos serão recebidos num santuário de pedras vivas que nunca será destruído.

 

Ameaçam lembrando que todos passarão pelo julgamento.

Mas animam lembrando que Deus dará o prémio prometido aos justos.

 

Ameaçam avisando que de tudo o que se vê não ficará pedra sobre pedra, pois tudo será destruído.

Mas animam avisando que tudo o que é velho passará para dar lugar ao novo e eterno.

 

Ameaçam advertindo que todos hão de ser perseguidos e condenados por causa do nome de Jesus.

Mas animam garantindo a vitória final do bem sobre o mal.

 

Ameaçam dizendo que alguns serão entregues aos seus adversários e mortos.

Mas animam dizendo que Deus defenderá os seus amigos a que ninguém poderá resistir ou contradizer.

 

Conclusão

Uns precisam de cultivar mais o medo do pecado (ameaças).

Outros precisam de cultivar mais o amor da virtude (ânimo)

Uns precisam de pensar mais na ameaça do maligno (ameaças).

Outros precisam de pensar mais no amor de Deus (ânimo)

Uns precisam mais de evitar o mal (ameaças).

Outros precisam mais de fazer o bem (ânimo).

 

Ver também:

Perseverança

Manual e perseguidos

 

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Santuário de Pedras Vivas


3ª feira – XXXIV semana comum

A prodigiosa construção da Tenda da Aliança (cf Ex 25s), tal como, mais tarde, a do Templo de Salomão (cf 1Rs 5-6), é imagem de toda a Criação agrupando-se em torno do seu Senhor para O adorar e servir.  Da mesma forma que, segundo a narração da criação, o céu foi desdobrado como um toldo (cf Sl 104 [103],2), assim também a Tenda era constituída por painéis de tecido; do mesmo modo que as águas que estavam sob o firmamento foram separadas das que estavam por cima (cf Gn 1,7), assim também o véu do Templo separava o santo dos santos dos espaços envolventes. O candelabro de sete braços era igualmente símbolo dos luzeiros do céu, tal como cordeiros e pássaros representavam a abundância de seres vivos que habitam as águas, o solo e os ares. E, do mesmo modo que a terra foi confiada ao homem (cf Gn 1,28), cabia ao sumo sacerdote permanecer no santuário (cf Lv 21,10s).

Em lugar do Templo de Salomão, Cristo edificou um templo de pedras vivas (cf 1Pe 2,5), a comunhão dos santos, no centro do qual Ele permanece como sumo sacerdote eterno e sobre cujo altar é Ele próprio o sacrifício oferecido eternamente. E toda a criação participa desta liturgia.  Nem sequer os querubins, cujas figuras esculpidas montavam guarda ao santo dos santos, estão ausentes: agora, são os monges que, semelhantes aos anjos, não cessam de louvar a Deus dia e noite, na terra como no céu. Os seus cânticos de louvor convidam desde a aurora toda a criação a enaltecer em uníssono o Senhor.

Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído porque o verdadeiro santuário não é feito de pedras, mas de pessoas, pedras vivas. Tudo o que existe, vimos ou construímos é passageiro. Tudo passará para dar lugar ao eterno santuário de pedras vivas.

(Cf. Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942) in A oração da Igreja)

 

Ver também:

Sem alarmes

 

domingo, 26 de novembro de 2023

Ovelhas à sua direita


Ano A – XXXIV domingo comum

Solenidade de nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do universo

No trecho do evangelho de hoje Jesus no seu trono celeste coroa de glória os que praticaram as obras de misericórdia, ou seja, os que praticaram o bem e a caridade para com os irmãos.

Ele separa os justos dos preguiçosos.

Aos justos chama para a sua direita como ovelhas e aos preguiçosos para a sua esquerda como cabritos.

Porquê?

Porque a mão direita é a mão do bem, da criação e do afeto.

Mas há outra explicação para isso. Quem nos dá é Santa Teresinha do Menino Jesus.

Acompanhemos a explicação de matemática de Santa Teresinha.

O número zero, por si só, não tem valor, escreveu ela, mas colocado ao lado de um outro número ele se torna potente, desde que colocado do lado certo, depois e não antes.

Podemos usar o número 1 para simbolizar a divindade e 0 para representar o ser humano. Não importa quantos zeros colocamos à esquerda de 1, não o aumentamos. No entanto, mesmo um zero à direita de 1 aumenta o seu valor.

De facto, na nossa linguagem dizemos que somos um zero à esquerda, quando não nos atribuímos nenhum valor em determinada matéria. Por outro lado, confirmamos que até um zero tem valor, desde que no lugar certo.

Sozinhos não valemos nada, somos autênticos zeros, mas colocados à direita de Deus, encontramos o nosso devido lugar e podemos viver uma vida com dignidade, valor e importância.

A insignificância do que somos, temos ou fazemos, se colocada à direita de Deus, valerá muito. Por isso ele entrega-nos uma coroa de glória pelas nossas obras de misericórdia.

 

Ver também

Um rei com cetro de cana

O rei num trono da cruz

A coroa de espinhos

 

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Qual o lugar mais limpo


6ª feira – XXXIII semana comum

Tanto a primeira leitura como o Evangelho referem a purificação ou limpeza do Templo.

Isso leva-nos a acolher 2 lições:

 

1ª lição – O lugar mais limpo

Como é que se consegue manter um lugar mais limpo?

Limpando muito?

Sujando pouco?

Um lugar torna-se mais limpo quando sujamos pouco e não quando limpamos muito.

E é mais fácil não sujar do que limpar.

Por outro lado, quando se suja e se limpa há sempre algum prejuízo.

Podemos ilustrar isto desta maneira: Pego numa folha de papel lisa. Seguro numa ponta e agito-a. Ela faz um ruído próprio. Depois, amasso essa mesma folha e depois tento alisá-la. Se eu quiser segurar na mesma ponta e agitá-la, já não faz o ruído anterior. Conclusão: sujando ou amachucando alguma coisa, perde qualidade.

Para manter o nosso templo limpo que é o nosso coração, mais vale não o sujar do que esperar que Cristo o limpe. Mantendo-o limpo não perderá qualidades e continuará a cantar.

 

2ª lição – Limpar antes ou depois

Alguém partilhou um episódio ocorrido num mosteiro – Um confrade, quase nonagenário, de regresso do campo foi instado a lavar as mãos para a oração antes da refeição. Com humor e sabedoria respondeu assim aos que o esperavam:

- Para rezar não é preciso lavar as mãos!

Lavou-as, depois, após a oração e antes de se sentar à mesa.

De facto, não é o lavar das mãos que nos leva à oração, mas sim a oração que nos faz lavar as mãos e purificar o nosso coração.

Quanto mais rezar, mais vontade terei de me purificar.

Outra maneira de purificar o nosso coração é rezar primeiro.

Aliás, Jesus lembra que o templo é casa de oração e para mante-lo limpa é preciso rezar.

 

Conclusão:

Jesus continua disponível para limpar o templo do nosso coração.

Nós podemos colaborar com ele de duas maneiras:

- Não sujando.

- Ou então rezando.

 

Ver também:

Não-violência de Jesus

Só se limpa com gestos

 

Dominus flevit


5ª feira – XXXIII semana comum

Dominus flevit, isto é, o Senhor chorou ao aproximar-se de Jerusalém.

 

O evangelho lembra esse facto para confirmar que Jesus cumpriu a bem-aventurança – Bem-aventurados os que choram porque serão consolados - já que as Bem-aventuranças são o retrato perfeito de Jesus.

 

Jesus chorou ao ver Jerusalém por 3 motivos:

Por emoção

Por antever a destruição

Por ter compaixão

 

- A primeira razão das lágrimas do nosso Mestre, com certeza, foi a emoção de estar chegando à cidade santa, por tudo que ela representava afetivamente para um judeu piedoso como ele. (Que alegria, que emoção quando me disseram vamos para a casa do Senhor sl 121).

- Depois as lágrimas foram motivadas pela destruição que antevia, pela dor da guerra ou pela ausência da paz.

- Finalmente chorou por compaixão. As lágrimas vêm do mais profundo. Porque sofre com a humanidade, sofre pela humanidade e sofre na humanidade. Chora ao ver os pecados da humanidade, chora juntamente com a humanidade e chora em vez da (em nome ou pela) humanidade.

 

À margem:

Não ficará pedra sobre pedra por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada.

Santo Agostinho dizia:

- Tenho medo de Deus, de Jesus, quando passa!

- Mas por que tem medo?

- Tenho medo de não reconhecê-Lo!

Se não estiveres atento ao teu coração, jamais saberás se Jesus o está visitando ou não.

 

Ver também:

As lágrimas de Cristo

A função das lágrimas

Rezando e chorando

 

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Talentos num saco com lã


4ª feira – XXXIII do tempo comum

Um homem nobre foi para uma região distante.

Antes, porém, chamou três dos seus servos e entregou-lhes um saco de lã para que tomassem conta até que voltasse.

De regresso mandou chamar os servos a quem entregara os sacos de lã para saber como tinham lucrado.

Apresentou-se o primeiro e disse:

- Senhor, com o teu saco de lã fiz no tear este manto real para ti…

- Muito bem, servo bom e amigo. Foste fiel ao pouco, receberás o governo de dez cidades.

Veio o segundo e disse-lhe:

- Senhor, com o saco de lã preparei um colchão novo e uma almofada, para descansares da longa viagem…

A este o senhor respondeu igualmente:

- Muito bem, servo amigo e atencioso. Também ficarás à frente de cinco cidades.

Depois veio o outro e disse-lhe:

- Senhor, aqui está o saco de lã que me deste. Está inteirinho porque não quis aproveitar-me dos teus bens…

Disse-lhe o senhor:

- Servo mau. Sabias que eu sou exigente e nem sequer cuidaste da lã para não se estragar com a traça. És pior do que ela, pois a traça fez alguma coisa enquanto tu nada fizeste. És um servo indigno.

Assim acontece com tudo o que somos, temos ou recebemos de Deus.

Quem não se esforça e não trabalha não é digno daquilo que recebeu.

É por isso que até aquilo que tem ficará estragado.

 

Ver também:

Fazer a minha parte

Talentos dum saco de trigo


 

 

domingo, 19 de novembro de 2023

Talentos dum saco de trigo


Ano A – XXXII domingo comum

 

Peço licença a Jesus para adaptar a parábola dos talentos a uma nova nomenclatura.

Em vez de falar de talentos ou de dinheiro, vou falar de trigo.

 

Um certo senhor antes de fazer uma viagem de longa duração chamou três amigos e a cada um entregou um saco de trigo para que zelassem por esse património e partiu.

- O primeiro amigo pegou no saco de trigo e foi semeá-lo. Depois de 120 dias, colheu 34 vez mais do que tinha semeado. De facto, cada grão de trigo produz uma espiga que contém, em média, 34 novos grãos. Assim, se semeasse apenas 100 sementes, colheria, por exemplo 3.400 novos grãos de trigo e por aí fora. No regresso do seu senhor pôde apresentar-lhe 34 vezes mais do que tinha recebido. E o senhor ficou muito contente pelo milagre da multiplicação do trigo que o seu amigo fizera.

- O segundo amigo levou o saco de trigo para um moinho e transformou-o em farinha. Assim que voltou o seu senhor, amassou essa farinha e fez uma fornada de pão que entregou ao seu dono. E o senhor ficou muito feliz e satisfeito pelo que fizera com o seu saco de trigo. O pão era mesmo saboroso e o seu amigo tinha sido verdadeiramente seu amigo.

 

- O terceiro amigo levou a custo o saco de trigo sem saber vontade de fazer seja o que for. Depositou-o na cave húmida e fechou a porta. Quando o seu senhor regressou e o mandou chamar, voltou a carregar a muito custo o mesmo saco de trigo e entregou-o inteiro ao seu dono. Este, ficou incomodado pelo cheiro a mofo que saia do saco. O seu amigo não tinha feito nada para acrescentar ao que recebera, antes pelo contrário, tinha estragado tudo de modo que já não servia para mais nada. E o senhor ficou muito triste pela preguiça, má vontade e falta de cuidado e a pouca amizade deste seu servo.

 

Conclusão:

O trigo amontoado apodrece, mas espalhado frutifica.

O trigo guardado não cresce nem alimenta, mas moído e amassado cresce e alimenta.

Assim acontece com tudo o que temos ou recebemos na vida:

- Ou multiplicamos com o nosso esforço e trabalho.

- Ou transformamos com as nossas capacidades para nos servir mais e melhor.

É preciso aproveitar as oportunidades que a vida nos dá e fazer alguma coisa.

Se ficarmos parados e preguiçosos cometemos um duplo erro: não progredimos e estregamos aquilo que temos.

 

À margem:

Não sabia que o trigo, o milho e o arroz eram considerados frutos. De facto, a botânica chama-lhes cariopse, fruto típico das gramíneas. Quando alguém me perguntar quais os frutos que eu mais consumo, terei de responder: arroz, trigo ou milho.

 

Ver também:

Câmbio de talentos

Ter ou ser talento

 

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

A grande beleza do outono


5ª feira – XXXII semana comum

O outono não tem comparação.

Tem mais cor, tanta luz, melhor beleza.

 

Perguntaram a Jesus quando viria o reino de Deus.

Ou seja, quando acabaria este mundo.

Jesus respondeu não só dizendo como será como também quando acontecerá.

 

1º - Não será de maneira visível. Sim, porque o essencial é invisível aos olhos, pois só se vê bem com o coração. A chegada do reino de Deus acontecerá no coração.

 

2º - Será um dia luminoso, brilhante, cheio de luz. Em geral pensamos o fim do mundo como um acontecimento cheio de pavor, de ira, de calamidades, de angústias e de castigos. Será sim um dia brilhante como a luz de um relâmpago que ilumina tudo e todos desde o alto. Será um acontecimento de alegria, de festa, de verdade, de revelação. Será uma experiência linda.

 

3º - Quando acontecerá isso? Jesus deu a resposta. Primeiro o Filho do homem tem de sofrer muito e ser rejeitado. Então, o fim do mundo será depois do Filho do homem ter sofrido. Quando deixarmos de fazer sofrer o Filho do homem ou de o rejeitarmos, será o fim deste mundo e a chegada brilhante do reino de Deus.

 

Ver também:

No meio de nós

Cruz e distância

Nas mãos de Deus

Onde está o reino


Fotografia partilhada pelo escultor, professor e amigo Luís Paixão, do seu jardim para este quintal.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Como agradecer em japonês


4ª feira – XXXII semana comum

Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para lhe agradecer.

 

Quem agradece glorifica a Deus

porque glorificar é agradecer

e agradecer é glorificar.

A gratidão é fácil de elogiar, difícil de praticar.

Certas culturas nem têm palavras para agradecer.

O Japão não o fez até que os exploradores e missionários portugueses desembarcaram lá.

De alguma forma, a gratidão formal começou a ser colocada em palavras e o português “obrigado” se transformou na agora familiar expressão japonesa “arigatou”.

Os japoneses sem dúvida expressaram gratidão anteriormente, pois como seres humanos certamente o sentiram, pelo menos em relação a outros seres humanos. Mas como e por que não há uma maneira direta de dizer isso?

Eles diziam através de gestos ou de ações, tal como o 10º leproso curado.

Conclusão:

A melhor maneira de mostrar a nossa gratidão é através de gestos com as cores da alegria.

 

Ver também:

O dever da gratidão

Ser cambado

 

terça-feira, 14 de novembro de 2023

A alegria do serviço


3ª feira – XXXII semana comum

Quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei:

Somos inúteis servos, fizemos o que devíamos fazer.

A alegria do serviço

Ou o serviço da alegria

Porque o amor é o melhor serviço.

 

Porque é que aos olhos do Senhor, todos somos servos indignos?

1 - Porque Deus escolheu-nos para sermos seus amigos e não seus servos.

(Não vos chamo servos, mas amigos…)

2 - Porque é Deus quem nos quer servir, pois não quer o sirvamos.

(Não vim para ser servido, mas para servir…)

3 - Porque no reino de Deus ninguém é promovido acima de servo nem abaixo de amigo.

Deus quer que o amemos e não que o sirvamos.

(O servo inútil, faz só o que deve fazer… quem ama, faz muito mais).

 

Conclusão:

Amamos porque servimos

Ou servimos porque amamos?

 

Ver também:

Como amar e servir bem

Servos indignos

Ingrato= indigno

Indignos sim, inúteis não

 

domingo, 12 de novembro de 2023

Pescar pessoas com a rede


Ano A – XXXII domingo comum

 

1º - Lâmpadas da fé acesas

Vamos ao encontro de Jesus com a lâmpada da fé acesa, ou seja, com uma fé brilhante.

O azeite dessa lâmpada é a oração, a eucaristia, a escuta da palavra, a caridade e o testemunho. Quando falta algo disto ficamos nas trevas.

A vinda do reino de Deus separará os prudentes dos insensatos.

2º - Não temas, serás pescador de homens, Lc 5, 10b

Onde se aprende a fazer isso?

Se eu quiser aprender a faina da pesca de peixes tenho de ir para uma escola profissional de pesca.

Se eu quiser ser pescador de homens, onde é que posso aprender isso?

No seminário aprende-se a ser pescador de homens à maneira dos apóstolos.

De facto, o seminário é uma escola de pescadores de homens.

Os seminaristas são os aprendizes dessa pesca.

Em que consiste isso?

Ser pescador de homens é levar as pessoas a Cristo ou trazer Deus às pessoas. Todo o cristão é um pescador de pessoas para Deus, mas os padres são os profissionais ou continuadores dessa faina dos apóstolos escolhidos e enviados.

Como se faz isso?

Jesus não quer que a pesca seja à linha, com anzol e cana, mas á rede.

Porque se deve deve pescar à rede?

Como afirma Santo Ambrósio, ‘os instrumentos da pesca apostólica são como as redes: de facto, as redes não fazem morrer quem fica preso nelas, mas conserva-o em vida, arrasta-o dos abismos para a luz.’

Pesca-se pessoas elevando-as das profundezas, aproximando-as da luz da vida.

No final da missa de hoje todas as pessoas levaram um barquinho de papel com a citação de Lc 5,20b – não temas, serás pescador de homens.

Deus chama ou designa, dá o barco e as redes, mas o trabalho deve ser de cada um. Saibamos pescar, ou seja, atrair ou aproximar os irmãos a Cristo.

 

Ver também:

Gotas de azeite

A lâmpada da fé acesa

 

Ver ainda:

O coração da diocese

Semana dos seminaristas

Semana dos seminários

Seminário virou maternidade

Onde estão os seminaristas

Dez sacerdotes

Do seminário ao sacerdócio

Leão Dehon no seminário

 

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Não evocar a Igreja em vão


Festa da Dedicação da Basílica de Latrão

Os templos continuam a ser profanados,
mas as sementes e as raízes mantêm-se vivas.

A – Não evocar o santo nome da Igreja em vão

Em geral temos a tentação de nos queixarmos da igreja porque faz isto e devia fazer aquilo, porque é assim e desvia ser ‘assado’... como se nós estivéssemos fora da igreja. Isto é um perigo.

Talvez, então, devêssemos ter um mandamento relacionado com este: Não evocar o nome da Igreja em vão.

As pessoas estão sempre a dizer coisas em nome da Igreja que são simplesmente falsas, absurdas ou nefastas. Metade das vezes que as pessoas afirmam que “a Igreja está errada”, isso não é verdade.

 

B - Templos que não devem nunca ser profanados

1. A Criação

É o grande templo no qual Deus se manifesta e que deve ser amado e respeitado, o esforço da Igreja é nos fazer entender que devemos amar a Criação.

2. As Igrejas

São os lugares santos onde as assembleias se reúnem que nos recordam Deus, os seus mistérios e não podem ser transformadas em lugares de comercio, de política, de confusão ou de desleixe. De facto, onde dois ou três estiverem reunidos em Seu nome, Deus está no meio deles.

3. O corpo

Nós somos o verdadeiro Templo do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é em nós a habitação preferida de Deus. Nós somos o lugar mais sagrado do mundo.

 

Profano vem do latim PRO+FANO = diante+templo, isto é, algo que não é sagrado (está fora do templo). Profanar é transformar algo sagrado em não sagrado, é ofender o sagrado.

 

C – As igrejas estão mais vazias?

Se é grande o mistério da presença de Deus nas igrejas, porque é que estas estão cada vez mais vazias? Será porque precisam de purificação como o Templo de Jerusalém? Não.

Qual é a loja que está mais cheia de compradores – uma joelharia ou bijutaria?

Claro que a bijuteria porque mais acessível. São poucos os que conseguem pagar uma joia. Nós na igreja vendemos joias e não imitações.

Podem ser poucos, mas bons todos os que estão dentro da igreja.

 

D – Ver também:

O templo de Deus é santo

Nós somos um templo