quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Ele virá como um ladrão


5ª feira – XXI semana comum

Na 1ª leitura:

Lição de fé – A vossa é para nós motivo de conforto… Rezamos para que Deus complete essa obra de fé. Não basta falar de Deus aos homens, mas também falar dos homens a Deus.

Lição de caridade – O Senhor faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos.

Lição de esperança – O Senhor vos confirme na santidade irrepreensível enquanto esperais o dia da vinda de Jesus.

No Evangelho:

Como um ladrão – Se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante… Estai vós vigilantes porque assim virá o Filho do homem.

Eu nunca gostei desta comparação de Jesus com um ladrão. Afinal não é ele que se compara com um ladrão, mas nós é que fazemos dele um ladrão.

Como?

Quando vivemos e nos esquecemos que toda a nossa vida lhe pertence.

Quando pensamos como se ele viesse buscar aquilo que não lhe pertence.

Quando não estamos preparados e agimos assim, fazemos de Cristo um ladrão que vem buscar o que não lhe pertence ou o que não lhe queremos dar.

 

Ver também:

Sempre alerta

 

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

A igreja dos hipócritas


4ª feira – XXI semana comum

 

Ai de vós, hipócritas…

Ser hipócrita é dar mais importância ao exterior do que ao interior.

É parecer uma coisa e ser outra. É ter duas caras.

Esta é uma tentação de sempre.

- Eu não vou à igreja porque ela está cheia de hipócritas.

- Sim, ela pode estar cheia de hipócritas, mas se quiseres ainda arranjamos um lugar para ti.

De facto, todos nós somos hipócritas.

Precisamos todos de alguma conversão, de apurar muitas coisas, de corrigir isto e aquilo.

Há hipócritas dentro e fora da igreja.

Existe apenas uma diferença:

Na igreja há hipócritas que querem emendar-se, enquanto fora existem apenas hipócritas.

 

Ver também:

A beleza de Jesus

Entre trabalhos e canseiras

 

À margem:

Na 1ª leitura, são Paulo lembra aos Tessalonicenses que como apóstolo, pastor, sacerdote, presbítero, ancião ou animador da comunidade foi sempre como um pai.

Mais tarde, passados uns séculos, foi adotada esta designação de Pater ou Padre para identificar o animador da comunidade. Quando nem todos tinham a experiência rural de pastor houve necessidade de substituir essa noção com o de Pai, já que a todos tocava.

 

Padre Quer Dizer Pai

canção do Padre António Maria, letra e música

 

Padre quer dizer Pai, mas que tem muitos filhos,

tanto quanto as estrelas do céu

Muitos como as areias do mar.

Padre é compartilhar dos segredos de Deus,

canto, pois, Deus me deu este bem,

Eu sou padre também.

 

Meu caminho é o caminho de Deus,

os seus filhos são os meus,

seu amor é meu amor

Serei Pai com meu Senhor

Minha alegria é a alegria de Deus,

seus segredos são os meus, somos um

Ele assim quis vou cantando sou feliz

 

Padre quer dizer Pai, mas que tem muitos filhos,

tanto quanto as estrelas do céu

Muitos como as areias do mar

Padre é compartilhar dos segredos de Deus

canto, pois, Deus me deu este bem

Eu sou padre também

 

Meus anseios, anseios de Deus,

os seus pobres são os meus,

sua mão minha também

Minha estrela, doce bem

Minha lei é lei de meu Deus,

seu perdão será sempre meu, s

eu amor é meu cantar

E seu coração meu lar.

 

Padre quer dizer Pai, mas que tem muitos filhos,

tanto quanto as estrelas do céu

Muitos como as areias do mar

Padre é compartilhar dos segredos de Deus,

canto, pois, Deus me deu este bem

Eu sou padre também.

 

 

terça-feira, 29 de agosto de 2023

O lugar de João Baptista


Memória do martírio de São João Baptista

A mensagem deste dia em 3 palavras:

Precursor, seguidor, imitador

 

O lugar de João Baptista é à frente de Jesus como PRECURSOR

Precursos de Jesus no nascimento.

Precursor de Jesus na missão (anunciando a conversão)

Precursor de Jesus na morte (Testemunho)

 

O nosso lugar é atrás como seguidores como SEGUIDORES

João Batista foi precursor para nos ensinar a ser seguidores.

Nós seguimos a Jesus cujo caminho foi preparado por João.

 

Lugar comum entre precursor e seguidor é IMITADOR

Jesus não imitou João, mas sim João imitou Jesus.

Nós como seguidores  também queremos imitar o mesmo Jesus.

Imitá-lo na alegria da vida recebida.

Imitá-lo no anúncio da palavra partilhada.

Imitá-lo no testemunho da entrega total.

 

Ver também :

Pequenas coisas

Lições de Herodes e de João Baptista

Martírio de João Baptista

 

domingo, 27 de agosto de 2023

Interrogações e respostas


Ano A – XXI domingo comum

Perguntas

Se Jesus, como Deus, sabe tudo, mesmo antes de nós lhe dizermos, por que é que ele faz perguntas?

Jesus faz perguntas por vários motivos:

- Faz perguntas porque quer ouvir a nossa voz. Quer a nossa participação.

- Faz perguntas porque quer que verbalizemos o que sabemos. Quer que mostremos o que temos interiormente.

- Faz perguntas para que nós não tenhamos medo de lhe fazer perguntas também. Porque quem não pergunta não quer saber. E quem não quer saber quer errar. Portanto quem não faz perguntas quer errar.

- Faz perguntas por que quer entrar em diálogo connosco.

- Faz perguntas para nos ensinar a dialogar com os nossos irmãos.

 

Respostas

Mais importante do que a resposta de Pedro como declaração de fé (Tu és o Filho de Deus) é a fé mostrada não por palavras, mas por ações, gestos ou atitudes.

Pedro declarou melhor a sua fé não neste momento ao dizer que Jesus era o Cristo, mas em vários momentos da sua vida:

- Deixando tudo para seguir a Cristo, é uma maneira de dizer por gestos que acreditava em jesus.

- Subindo ao Tabor e vendo Jesus Transfigurado é outra maneira de mostrar com a atitude que tem fé em Cristo.

- Defendendo o seu mestre quer no episódio do pagamento do imposto, quer cortando a  orelha de Malco quando Jesus foi preso no jardim das Oliveiras é sinal de que Pedro acreditava que Jesus era o Filho de Deus.

- Quando chorou amargamente depois de ter negado Jesus quer dizer que reconhecia a sua fé em Jesus.

- Quando correu ao sepulcro ao saber que a pedra tinha sido removida, é porque acreditava que Jesus era o Filho de Deus.

- Finalmente quando enfrentou com coragem o martírio, morrendo na cruz para mostrar a sua fé em Cristo Jesus.

De facto a fé não se diz apenas, a fé vive-se.

As palavras passam, mas as atitudes marcam para sempre.

 

Também nós não queremos dizer apenas por palavras que acreditamos em Jesus, o Filho de Deus.

Se estamos reunidos na igreja, se estamos aqui, isto mostra por ações que acreditamos em Jesus.

 

Não digam a ninguém

Jesus recomendou que não dissessem a ninguém que Ele era o Messias.

Porquê? Não seria uma coisa boa essa partilha? Não seria uma boa ajuda?

Jesus não que que digam a ninguém que ele era o Filho de Deus :

1º - Para que cada um pudesse fazer a sua própria descoberta e experimentasse por si próprio.

2º - Porque não precisavam de dizer, mas de mostrar através dos atos ou das ações. Por isso não devem dizer por palavras, mas mostrar através das obras.

3º - Mão digam a ninguém, pois tal como a Simão Pedro, não foram a carne e o sangue que o revelaram, mas sim o Pai que está nos Céus. Assim não digam a ninguém, para ser o Pai a dizê-lo.

 

Saber o Credo de cor e salteado

Numa celebração, ao recitar o Credo ou Creio em Deus Pai, enganei-me e não fui capaz de continuar sem procurar e ler no missal. E todos os presentes calaram-se indecisos.

Os mais novos, riram-se, pensaram ou até mesmo disseram:

- O Padre também não sabe o Creio.

Então aproveitei a oportunidade de explicar que não fizera de propósito, mas que era uma boa oportunidade para ensinar ou aprender algumas coisas.

1ª – Eu não sei o Credo de cor porque dou mais importância às ações do que às palavras. Posso não mostrar por palavras a minha fé, mas não posso nunca deixar de mostrar essa fé através das ações, atitudes, atos e comportamento. Mais do que professar a fé por palavras é preciso vivê-la. Mostrar a fé é mais que dizer, é viver.

2ª – Eu pensava que, enganando-me houvesse alguém que fosse capaz de me corrigir, mas todos ficaram calados. Perderam uma boa oportunidade de corrigir o padre. Afinal temos todos as mesmas dificuldades. Ou então não pensam por si, mas vão atrás dos outros.

3ª – Eu enganei-me porque não fui capaz de recitar o Credo sozinho. Mas a melhor maneira de recitá-lo é em comunidade, conjuntamente e não individualmente. Rezar conjuntamente é uma boa ajuda para rezar bem.

4ª -  Quando uma pessoa comete um engano, contagia os outros. Mais grave ainda se tiver responsabilidades sobre os outros.

5ª – Enganei-me porque não aproveitei o missal que estava à minha frente. Antigamente os cristãos vinham para a igreja com um missal nas mãos para rezarem em comunidade. Se todos fizessem o mesmo ainda hoje, ninguém se enganava, nem mesmo o padre.

 

Ver também:

Um Messias desconhecido

Perguntar e responder

 

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

A maior felicidade dum pai


6ª feira – XX semana comum

Eu tenho 3 amores numa mesma ação:

Amor a Deus,

Amor ao próximo,

Amor como a mim mesmo.

 

Qual é o maior mandamento da lei?

Ou seja, o que é que Deus nos manda fazer em primeiro lugar?

Ou então o que é mais importante para obedecermos?

Todas estas questões equacionam uma perspetiva de cima para baixo, de Deus para nós, como imposição, obediência ou lei.

 

Prefiro contemplar a resposta de Jesus como de baixo para cima, do homem para Deus ou de um filho para o pai.

A pergunta deveria formulada assim:

- O que é que dá mais felicidade a um pai ou a uma mãe?

E a resposta só pode ser uma:

- A maior felicidade para eles é verem os seus filhos unidos, amar e ajudar-se mutuamente. Não há maior felicidade para os pais do que isto.

Então vai e faz isso.

Não há maior desejo de Deus do que ver os seus filhos unidos a ajudar-se num só coração.

Não há amor maior do que este.

 

Ver também:

O amor acima de tudo

Inseparáveis.

 

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Vi-te debaixo da figueira


Festa de São Bartolomeu, Apóstolo

Cinco lições de um homem sincero que se tornou apóstolo de Jesus depois de professar a sua fé no Filho de Deus

 

1ª - Procurar e ser encontrado

Disse Filipe:

- Encontrámos o Messias.

- Quem é? – perguntou Natanael

- É Jesus de Nazaré (ou o nazareno)

- De Nazaré pode vir alguma coisa boa? – disse Natanael.

Natanael ou Bartolomeu era de Caná, terra vizinha a Nazaré. Ele nem era de Betsaida como André e Pedro e Filipe, nem de Nazaré.

Tudo o que é bom é de Caná, e tudo o que é de Caná é bom (como mais tarde se dirá do vinho das bodas de Caná. Por isso é um verdadeiro israelita sem fingimento. É o bairrismo israelita.

Isto quer dizer 2 coisas:

- Jesus é de todos. Ele veio não por uma questão de bairrismo, mas para unir tudo e todos. Nasceu numa cidade, criou-se noutra humilde cidade sem pretensões, mudou-se para outra cidade à beira mar, irá morrer e ressuscitar noutra cidade… porque é de todos, para todos, com todos.

- É preciso gostar do lugar onde Deus nos plantou. Onde vivemos é o melhor lugar do mundo, pois aí vivemos. Gostar do que somos e do lugar onde estamos. Só quem gosta do que faz, será capaz de fazer o que gosta. Só quem gosta donde vive é capaz de viver onde gosta. Não é o lugar que nos faz, nós é que fazemos o lugar.

 

2ª - O melhor lugar do mundo:

O melhor lugar do mundo é aos pés do Salvador.

É ali onde a esperança traz alívio ao sofredor.

É ali onde eu me encontro com a Fonte do amor.

O melhor lugar do mundo é aos pés do Salvador.

O melhor de todos os lugares

O mais bonito e inspirador

É onde fico em oração

Junto aos pés do Salvador.

Ao sentir poder e amor profundo

Eu posso estar onde for

Estou feliz por me encontrar

No melhor lugar do mundo.

 

3ª - Eu vi-te primeiro debaixo da figueira

Explicação de santo Agostinho:

Natanael perguntou a Jesus como o conheci já.

- Vi-te quando estavas debaixo da figueira.

Natanael estava sentado debaixo de uma figueira, como que à sombra da morte. E foi aí que o Senhor o viu, Ele acerca de Quem está escrito: “Para aqueles que habitavam uma terra de sombras, a luz brilhou” (Is 9, 1).

Mas, antes de o apóstolo o chamar, já Jesus tinha visto que ele fazia parte da Sua Igreja.

Tu, Igreja cristã, verdadeira filha de Israel, também tu conheces agora Jesus Cristo por meio dos apóstolos, como Natanael conheceu Jesus Cristo por meio de Filipe. Mas a sua misericórdia descobriu-te antes de tu O teres conhecido, quando estavas caída, esmagada sob o peso dos teus pecados.

Com efeito, fomos nós quem primeiro buscamos a Jesus Cristo? Não foi Ele, pelo contrário, Quem primeiro nos procurou?

Fomos nós, pobres doentes, que nos apresentamos ao médico? Não foi antes o médico Quem veio ao encontro dos doentes?

Não foi a ovelha que se perdeu antes de o pastor, deixando as outras noventa e nove, ter ido à sua procura, a ter encontrado e a ter posto aos ombros cheio de alegria (Lc 15, 4)?

Não estava a moeda perdida antes de a mulher ter acendido a lamparina e a ter procurado por toda a casa, até a encontrar (Lc 15, 8)

O nosso pastor encontrou a sua ovelha, mas primeiro foi à sua procura; tal como esta mulher, que só encontrou a moeda depois de a ter procurado. Com efeito, nós fomos procurados, e só podemos falar depois de termos sido encontrados; longe de nós, pois, qualquer sentimento de orgulho. Estávamos perdidos para sempre, se Deus não tivesse ido à nossa procura para nos encontrar. (Cf. Sermões sobre São João, nº 7)

 

4 ª - À sombra de uma figueira

Os escritos rabínicos afirmam que sentar-se à sombra de uma figueira ou de uma oliveira era sinónimo de estudar a Lei.

É preciso ter em conta que, nem todos os povoados da Galileia tinham sinagogas, o que acontecia sempre nas cidades e, até Nazaré, possuía uma; era, portanto, debaixo de uma figueira que os estudiosos se reuniam para aprofundar o conhecimento da Lei. Para São João, aprofundar a Lei era conhecer melhor a figura de Jesus Cristo. Escreve ele: “Examinai as Escrituras, visto que julgais ter nelas a vida eterna, pois elas dão testemunho de mim” (Jo. 5, 39).

O apóstolo Filipe, dirigindo-se a Natanael, apresenta Jesus como: “Aquele de quem escreveu Moisés na Lei”, além disso, Natanael chama a Jesus Rabbi, isto é, Doutor da Lei. A vocação de Natanael, ou seja, Bartolomeu (filho de Tolomeu), era mostrar aos judeus que o estudo da Lei leva a Cristo. A Lei está simbolizada na figueira e as palavras da Lei são os seus frutos.

 

5ª - Rabi, tu és o filho de Deus

Natanael foi o primeiro a fazer a a declaração de fé:

- Mestre, tu és o Filho de Deus.

Mesmo antes de Pedro ou de outros apóstolos o dizerem, foi Natanael o primeiro a fazê-lo.

Pedro, primeiro segue a Jesus e depois professa a sua fé.

Natanael, primeiro professa a sua fé e depois segue a Jesus.

Nós também por vezes precisamos de seguir a Jesus para aumentar a nossa fé e outras vezes precisamos de professar a nossa fé para continuarmos a segui-lo.

 

Ver também:

A pele do apóstolo

O olhar é tudo

Vem ver

 

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

A parábola das 4 árvores


4ª feira – XX semana comum

A parábola das quatro árvores convidadas para reinar sobre a floresta ensina-nos sobre as escolhas que fazemos e oportunidades que perdemos.

Às vezes somos tentados a deixar de ser o que somos.

Jesus ensinou que pelos nossos frutos nos conhecerão.

Os frutos das quatro árvores citadas na parábola exemplificam os tipos de comportamentos e os seus resultados.

1 – Oliveira – PAZ

O azeite simboliza a unção do Espírito Santo, proteção e beleza.

Frutificar como a oliveira significa partilhar com os outros uma vida cheia de sabedoria e paz.

 

2 – Figueira – SUAVIDADE

A figueira representa a doçura e a suavidade da vida.

Frutificar como a figueira significa partilhar uma vida de satisfação e de acolhimento.

 

3 – Videira – ALEGRIA

A videira simboliza a comunhão e a alegria.

Frutificar como a videira é criar laços de união e de alegria.

 

4 – Espinheiro – VAZIO

O espinheiro simboliza quem não dá nada, mas só quer receber.

De facto, o espinheiro não dá fruto nem oferece sombra.

Só serve para ferir, incendiar e queimar.

 

Conclusão:

Na nossa vida cada um tem de partilhar o fruto do seu amor vivendo para servir e não para ser servido.

Cada um dá aquilo que tem – paz, alegria, felicidade, amor.

Só os orgulhosos querem ser como o espinheiro que não dá nada, mas tudo exige.

 

Ver também:

Deus está fora

 

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Brincando com a coroa

No dia da memória litúrgica da Virgem Santa Maria, Rainha, encontrei Nossa Senhora a brincar com o seu Filho, ou Jesus a brincar com a sua Mãe.

- A coroa maior não pode ser para mim, mas para ti meu Filho. Toma-a lá – dizia a mãe cheia de humildade, ternura e devoção.

- Não, não! Cada um tem uma coroa do tamanho da sua cabeça – respondia o Filho feliz e satisfeito, colocando de novo a coroa maior na cabeça da sua Mãe.

E os anjinhos disseram:

- Louvado seja Deus. No céu não há aceção de pessoas nem de coroas.

Observando bem, a coroa de Maria e de Jesus não devia ser assim, como se vê na foto, mas devia ser de uma volta de 12 estrelas, como se lê no Apocalipse:

Esperança

Caridade

Humildade

Serviço

Obediência

Disponibilidade

Pureza

Fortaleza

          Graça

          Alegria

          Paz

Ver também:

Serva na terra, rainha no céu

Salvé Rainha

Rainha e Mãe

Coroa de 12 estrelas

Viva a Rainha

 

 


 

 


domingo, 20 de agosto de 2023

Todos, todos, todos


Ano A – XX domingo comum

Jesus não só ensina como mestre, mas também ensina através das lições que nos chegam dos outros, muitas vezes onde ou de quem menos esperamos. Foi o caso da lição de fé da mulher cananeia e da lição dos cachorrinhos.

Essa criatura ensina-nos:

- O cachorrinho ensina a aceitar o último lugar. De facto o cachorrinho, nas palavras de Jesus, só come depois dos filhos terem comido. É uma atitude evangélica. Ser o último.

- O cachorrinho ensina a contentar-se com os restos, com as migalhas. Não exige grandes coisas, mas alegra-se com aquilo que recebe.

- O cachorrinho ensina a ser agradecido e alegre. Não protesta, mas participa som humildade e gratidão, respeitando os outros.

 

Há dias estava eu no adro da igreja quando as pessoas chegavam para a missa.

Chegou um menino de três anos com os seus pais. Cumprimentei-os e disse à criança.

- Que bom. Hoje trazes uma girafa à missa.

- Oh, senhor padre, diga-lhe para não trazer mais estes bonecos à missa… porque não consigo convencê-lo – interveio a mãe.

- Não, não. Eu acho que também esses animais devem vir à missa, cada um por sua vez. – E em voz mais forte para que todos ouvissem – Já que as pessoas não querem vir à missa pelo menos esses animais marcam a sua presença. Oh rapaz continua a trazer essas criaturas à igreja.

 

Quatro vezes todos

Na última Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, o Papa Francisco lembrou que a Igreja é para todos, todos, todos.

Isto criou impacto que até parecia uma revolução.

Mas afinal o Papa não falou nada de novo. Tudo isso está no Evangelho.

A liturgia da palavra deste domingo é a confirmação.

Com todos – Na 1ª leitura, Isaías antevia a casa do Senhor como casa de oração para todos os povos.

Por todos – O refrão do salmo lembrava que todos os povos da terra louvavam o Senhor.

Para todos – Na carta aos Romanos Paulo apresentava-se como o apóstolo de todos, não do judeus como acima de tudo dos gentios.

De todos – Finalmente no trecho do Evangelho Jesus fez uma excursão por terra pagãs porque ele veio para todos e deixou que uma mulher cananeia, portanto pagã, desse uma lição de fé.

Deus, a comunidade, as bênçãos são para todos.

Mas atenção, tudo isto é para todos, mas todos devem aproveitar todas as oportunidade.

O batismo é para todos sem discriminação, mas a participação na comunidade também também é para todos e não só para os outros.

A igreja é para todos, mas a missa também deve ser para todos e não apenas para os mais devotos.

A Eucaristia é para todos, mas a confissão também deve ser para todos e não  por os outros.

O crisma deve ser para todos e não só para alguns, mas a catequese deve ser também para todos e não só para os alguns mais entusiastas.

Conclusão – Somos uma igreja de todos, todos, todos. Não nos contentemos em faszer parte de todos em apenas algumas coisas e faltando em tantas outras coisas.


Ver também:

As lições de uma pagã