quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Criancices (36)

Uma professora bastante gorda estava a provar os bolos numa festa do Colégio:
- Senhor Padre, é verdade que quando um bolo é bom o seu gosto permanece três minutos na boca?
- Sim, sim. Deve permanecer três minutos na boca e três anos nas ancas…

Vida de Capelão (36)

Uma mulher desinibida que não acreditava que eu fosse padre:
- Você não tem cara de padre. Só acredito vendo. Prove-me.
- Ai provo-te, provo-te… Por onde é que quer que eu comece a provar?... E verás que eu tenho cara, mãos e mais alguma coisa.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Tomar Posição

Ano B - IV Domingo Comum

Esta história ocorreu numa universidade.
Havia um professor que se dizia profundamente ateu. Os seus alunos sempre tiveram medo de discutir o assunto porque no princípio de cada semestre 'provava que Deus não podia existir'. Pedia que quem acreditasse em Deus se levantasse. Em 20 anos nunca ninguém se atreveu pois acrescentava:
- Quem acredita em Deus é um louco. Se ele existisse faria com que este giz, ao cair no chão não se parta. Seria uma prova que ele é Deus.
E atirava o giz que se fragmentava. Os estudantes olhavam apenas e ninguém se pronunciava.
Há um ano atrás alguém aguardava este momento.
- Se há alguém que ainda acredita em Deus, que se ponha de pé!
O rapaz, decidido, levantou-se no meio do salão.
- Ah tonto! Se Deus existisse, provaria evitando que este giz se parta ao cair no chão...
Inadvertidamente o giz escapuliu-se entre os dedos deslizando pela roupa até parar intacto no chão. O professor, estupefacto, saiu a correr e não mais voltou. E toda a plateia deu uma salva de palmas para o colega.
Às vezes a única coisa que precisamos de fazer é pormo-nos de pé.
Diante de Jesus ninguém pode ficar indiferente. Até os demónios tomavam uma posição e os fariseus se declaravam.
Não basta acreditar pois, até os demónios acreditavam.
É preciso pôr-se de pé.

domingo, 25 de janeiro de 2009

São Paulo

25 de Janeiro - Festa da Conversão de São Paulo

“Consideremos o glorioso S. Paulo que tinha sempre em sua boca o nome de Jesus, porque o tinha bem no coração” (Teresa de Ávila, virgem e doutora da Igreja, Libro de la Vida, cap. 22,6-7.12.12, Século XVI).
Quando o coração está cheio, a boca é trombone…
A boca fala da abundância do coração…

São Paulo caiu do cavalo?
Não. Apenas caiu em si mesmo…

sábado, 24 de janeiro de 2009

Vida de Capelão (35)

- Ó Capelão, vamos às p..., quer dizer, vamos às meninas?
- Pensas que sou como tu? Elas é que vêm a mim.

Criancices (35)

Alguém, lá no Colégio, ao reparar que eu usava constantemente uma caneta-ponteiro, quer nas aulas quer nos recreios:
- Porque é que andas sempre com o ponteiro na mão?
- É para não andar com a mão no ponteiro.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Mão Estendida

4ª Feira - II Semana Comum

Do Evangelho de hoje:
"Jesus disse ao homem:
- Estende a mão...
Ele estendeu-a e a mão ficou curada."

Estender a mão é um verdadeiro milagre.
Uma mão estendida é sempre uma mão curada,
é sempre uma mão milagrosa.

Queres um milagre?
Estende a mão.
E assim verás não um, mas dois milagres:
a tua mão milagreira e a mão do outro sarada ou vice-versa.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Salva-vidas

Ano B - III Domingo - Tempo Comum

Uma catequista, para fazer rir as colegas, contou o episódio, que transcrevo:
" Estava a dar uma lição de catequese sobre aquele que foi o maior 'Pescador de Homens' de sempre. Percebendo que as crianças não compreendiam o porquê deste título, dediquei a aula a esse esclarecimento. Depois de ter esgotado todos os meus argumentos, perguntei se alguém me sabia dizer, afinal, quem era esse 'Pescador de Homens'. Uma menina levantou o braço e respondeu bem alto:
- É um salva-vidas! "
Aquelas senhoras riram-se, não sei se pelas limitações da catequista ou se pela própria incapacidade de apreender a profundidade da declaração.
De facto, todos nós somos náufragos: às vezes sentimo-nos perdidos no alto mar desta vida, açoitados por tempestades, navegando na escuridão. Precisamos de ajuda, de um autêntico salva-vidas. Se Deus chama alguém é para enviá-lo a salvar, para acender uma luz, dar a mão, trazer a um bom porto.
À minha volta cada irmão é para mim um salva-vidas, enviado por Deus. E o mesmo Deus também me chama a ser um salva-vidas para o meu irmão.
Se quem caminha a meu lado cair uma vez, a culpa será sua. Mas se cair uma segunda vez, a culpa será minha porque não lhe dei a mão.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Ser Cambado

Alguém veio até à escola pedir-me um favor. Ouvi-o, fiz o que me pediu e disse-lhe:
- Espero que não sejas cambado…
- Isso que quer dizer?
- Como tiveste pés para vir pedir, espero que tenhas também pernas para vir agradecer…
E contei-lhe uma história inventada nesse preciso momento:

“Havia um homem que sonhou que tinha entrado no paraíso. Ficou surpreendido pois viu-se cambado.
- Como era possível ressuscitar no céu só com uma perna quando na terra sempre tive as duas pernas perfeitas? – Foi pedir explicações a São Pedro.
Este, depois de ter lido o Livro das Obras, concluiu:
- Aqui está escrito que durante a tua vida terrena só tinhas pernas para pedir e nunca as tinhas para agradecer. Já eras assim cambado lá na terra… e aqui no céu sempre te reconhecemos só com uma perna.”

É assim que nós rezamos no IX Prefácio do Tempo Comum (Domingo) para que Deus conduza a Igreja para que: nunca deixe de invocá-l’O nas suas tribulações nem de Lhe dar graças nas suas alegrias.
Quem só pede e não sabe agradecer, é como um coxo ou um cambado… não irá longe.

domingo, 18 de janeiro de 2009

À Frente ou Atrás?

Dei a bênção com o Santíssimo Sacramento, no final da adoração na Igreja Paroquial.
Durante a aclamação final, um irmão da confraria veio para a frente do altar com uma cruz processional.
Transladei a Eucaristia da custódia para a teca e pensei - Devo depositar a Eucaristia no Sacrário e devo ir em procissão, pois aqui está uma cruz… - cheguei-me à frente e começámos a andar.
Atrás de nós vieram os acólitos e os outros irmãos da confraria do santíssimo com as suas opas vermelhas. Notei, porém, que havia um certo incómodo dessa gente atrás de mim. Percorremos assim a igreja pelo centro até ao fundo e depois pelo corredor lateral até ao Sacrário: a cruz à frente, eu com o Santíssimo logo a seguir e por fim todos os outros…
Repus a Eucaristia no Sacrário, enquanto se entoava o cântico final, e todos se posicionaram de maneira diferente para se dirigirem para a sacristia: a cruz à frente, os irmãos da Confraria, os acólitos e por fim o sacerdote.
Quando chegámos à sacristia, ouvi em coro a crítica:
- O senhor padre não sabe que deve ir, não à frente, mas no fim do cortejo com o Santíssimo?
- Calminha! – disse eu – Só sei que Nosso senhor nos pediu que O seguíssemos, que fôssemos atrás d’Ele. Portanto, devemos ser nós a ir atrás d’Ele e não Ele a ir atrás de nós…
- Cada cabeça, cada sentença – pensaram todos no seu íntimo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Dia Mais Importante

Ano B - II Domingo Comum

Era por volta das 4 hora da tarde.

É surpreendente esta recordação que os discípulos têm do primeiro encontro com Jesus. Foi uma experiência fascinante que nunca mais esqueceram, lembrando-se de pormenores como a hora precisa, o que estavam a fazer, onde, com quem etc.
Perguntei a uma criança:
- E para ti qual é dia mais importante ou mais feliz?
- Foi o dia da primeira comunhão, ou o primeiro dia de escola.
Recordei que até o Imperador Napoleão respondeu assim. Para ele o dia mais feliz não foi quando venceu a maior batalha ou quando foi coroado imperador, mas o da primeira comunhão. E a criança ficou satisfeita com a coincidência.
- És capaz de adivinhar agora qual é o dia mais importante para mim?
A resposta surgiu em avalanche:
- Foi o dia em que entrou no seminário, o dia da ordenação sacerdotal, o dia da primeira missa ...
- Nada disso. O dia mais importante para mim é hoje. Por isso não tenho saudades do passado. Hoje é mais importante que ontem e amanhã ainda melhor que hoje.
Que todos possamos viver com toda a intensidade o dia de hoje, como encontro pessoal com Deus, sentindo os seus efeitos e progredindo no seu caminho, tal como os primeiros discípulos experimentaram.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Vida de Capelão (34)

- Ó Capelão, as gajas da Base andam todas atrás de si.
- Atrás não me interessam. Vai dizer-lhes que se ponham todas à frente.

Criancices (34)

- Olha, porque é que usas a camisola amarrada atrás das costas?
- Não sabe que isto é um avental?
- Ó, eu não sabia que usavas um avental atrás. E para que queres tu um avental nas costas?

domingo, 11 de janeiro de 2009

Baptizados

Ano B - Baptismo do Senhor

Um grupo de crianças estava a competir para escolher qual delas era a mais importante:
- Eu sou o filho do Professor…
- Eu sou o filho do doutor…
- Eu sou o filho do empresário mais rico…
- Eu sou o filho do presidente da Câmara…
- E tu?
- Eu?! Eu sou filho… de Deus!
Foi esta última criança a escolhida. Afinal todos eram filhos de gente importante, mas o mais importante é que todos eram FILHOS DE DEUS. Apenas um se lembrou dessa filiação, a mais elevada, a mais digna de todas.
Celebrar o Baptismo do Senhor é lembrar o nosso próprio baptismo. Afinal ocorreu o mesmo fenómeno: Nesse dia os céus também se abriram para nós e uma voz se fez ouvir: tu és meu filho muito amado… Nesse dia fomos declarados FILHOS DE DEUS.
Saboreemos esse facto! Que delícia é ser FILHO DE DEUS!

Alguém me chamou a atenção:
- Então, se todos os seres humanos são filhos de Deus, por que é que você diz que pelo baptismo nos tornamos FILHOS DE DEUS?
- É que todos são filhos de Deus, mas nem todos o sabem nem o aceitam. Ser baptizado é aceitar essa filiação.
- E os não baptizados não vão para o Céu?
- Estou convencido de que o céu é a casa de felicidade para todos os homens. Todos serão recebidos aí, mas quem é baptizado tem já a porta do céu aberta. No dia do baptismo o céus abriram-se… quando este der entrada no céu nem precisará de bater à porta. Ela estará escancarada para o receber desde o dia do baptismo. Quem não é baptizado, entrará também no céu, sem dúvida, mas a porta só será aberta nessa altura…

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Vida de Capelão (33)

Alguém reparou no cinzeiro bem recheado no meu gabinete junto à Capela:
- Ó Capelão, porque é que você fuma tanto e ainda por cima junto da Capela?
- Sabes, é a única maneira de ter por cá beatas novas.

Criancices (33)

Estávamos a falar à frente da porta do Colégio: duas alunas, a sua mãe e eu.
Passa um carro e eu digo para a Encarregada de educação:
- Olha, parece o carro do teu marido.
As miúdas ao ouvirem tal começam a correr atrás da viatura gritando:
- Pai, pai... - pensando que de verdade fosse o seu pai
A mãe muito depressa atalha:
- Ó pequenas, não me envergonhem...

Ouvir e ser Curado

6ª Feira - depois da Epifania

Do Evangelho de hoje:

“Cada vez se divulgava mais a fama de Jesus e reuniam-se grandes multidões para O ouvirem e serem curados dos seus males.”

A importância de ouvir:

Ouvir para ser curado - ouvir ► ser curado

Ouvir é ser curado - ouvir ═ ser curado

Ouvir e ser curado - ouvir + ser curado

Educador Intergeracional

Pe. Mário Casagrande

Numa aula de Educação Moral o Pe. Mário perguntou à turma:
- Quando é que acham que se deve começar a educar os filhos?
A essa questão a maior parte de nós respondeu:
- Logo à nascença, a começar no próprio dia do nascimento…
- Tarde demais! - concluiu o Pe. Mário – Estou convencido de que este processo deve começar vinte anos antes do filho nascer…
De facto o Pe. Mário via a educação como um processo dinâmico, um investimento a longo prazo, uma sementeira perene, um acto intergeracional.
Conheci este educador nato no Colégio Infante como meu Director e Professor de Matemática, Ciências Naturais, Geografia, Ciências Físico-Químicas e Educação Moral e Religiosa.
Conheci-o mais tarde como confrade da mesma Congregação, como colega no sacerdócio e como colega na leccionação de Educação Moral.
Por ironia do destino, conheci-o também como seu Superior no Colégio Missionário e como seu Director na nossa Escola da APEL.
De tudo o que o Pe. Mário me ensinou, guardo não tanto as lições da vida da escola, mas sobretudo as lições da escola da vida.
Se ele dizia que a educação de uma pessoa começa vinte anos antes de ela nascer, hoje quero dizer que estou convencido de que um educador só acaba de educar vinte anos depois de ter falecido. É por isso que o Pe. Mário ainda hoje continua a educar.
Obrigado Pe. Mário por esta lição intergeracional!

Grande Educador

Pe. Mário Casagrande

Depois de uma entrada no Hospital do Funchal a 17 de Dezembro de 2008 veio a falecer na madrugada de 4 de Janeiro de 2009 o Padre Mário Casagrande.
Foi educador e professor de várias gerações de jovens quer no Colégio Infante D. Henrique quer na Escola da APEL da qual foi co-fundador.
Nascido em Vittorio Veneto, Itália em 1930, quis ser missionário. Entrou na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) para aí concretizar o seu sonho. Depois da sua ordenação sacerdotal, em 1957, foi enviado para Portugal e o seu sonho continuou... Foi no Monte, no Colégio Infante D. Henrique, que transformou o seu sonho em realidade – abraçou a missão que Deus lhe confiou junto dos mais jovens, na escola e na Igreja e na sociedade. Foi missionário aqui mesmo: um trabalhador incansável, um homem muito prático, um professor bem acessível, um irmão tão generoso.
Na Escola da APEL, ao longo dos seus 30 anos de actividade, todo ele foi educador: ensinava com o trabalho das suas mãos, educava com a sua presença, incentivava com as suas palavras. Toda a sua vida foi uma contínua lição.
As suas homilias eram breves, mas incisivas. A sua mensagem era divertida, mas acertada. Era um comunicador sensível.
O seu mérito tem sido reconhecido pelos seus alunos, colegas, amigos. Exemplo disso foi a distinção de Comendador da Ordem da Instrução Pública que lhe foi conferida a 28 de Setembro de 1998 pelo Presidente da República.
No dia da Epifania ou dos Reis Magos uma pessoa amiga recordava:
“O Pe. Mário Casagrande seguiu hoje a sua Estrela. E nós temos mais uma no céu para nos guiar…”
O Pe. Mário continuará a ser um grande educador através da sua estrela e através das sementes que tão sabiamente deixou nesta terra.
Começamos já a ter saudades do Pe. Mário Casagrande!

Um Grande Homem e um Homem Grande


Pe. Mário Casagrande

Faleceu às primeiras horas do dia 4, no Hospital do Funchal, o Padre Mário Casagrande, que há quinze a esta parte estava internado com graves problemas de saúde.
Estamos em comunhão orante com ele, pedindo ao Senhor que o acolha junto de Seu Coração.
Que o seu exemplo de vida, totalmente oferecida a Deus e às pessoas, em particular aos jovens no campo da educação, seja incentivo para renovarmos a nossa entrega ao serviço do Reino, neste tempo de Epifania em que procuramos redescobrir a manifestação do Amor de Deus pela Humanidade.

O Pe. Mário nasceu a 25 de Julho de 1930 em Vittorio Veneto, Itália. Aos 11 anos entrou no Seminário dehoniano de Bolonha, sendo ordenado sacerdote a 23 de Junho de 1957.
Como tal veio trabalhar para Portugal, primeiro no Colégio Camões em Coimbra e a partir de 1961 no Funchal. No Colégio Infante D. Henrique onde foi Professor, Educador, Director Escolar e Superior da Comunidade Religiosa. Deixou marcas em muitas gerações sua pedagogia humanista, simplicidade e bom humor. Foi ele o iniciador da co-educação ou do ensino conjunto de rapazes e raparigas.
Esteve nos inícios da Escola da APEL - Associação Promotora do Ensino Livre – então Escola Complementar do Til, onde foi Director Escolar de 1978 a 1984 e de 1987 a 2000, Professor, Educador, Inovador, Construtor, Fundador… de tal modo que falar do Pe. Mário é falar da APEL, pois o rosto da APEL é o rosto do Pe. Mário.
Foi também Capelão do Centro Prisional dos Viveiros durante 20 anos e do estabelecimento Prisional da Cancela e sempre se orgulhou desse serviço.
Foi professor de italiano em várias instituições de ensino entre as quais o Conservatório e a Escola de Línguas
Fundou a AMAPEL - Associação Madeirense de Apoio ao Ensino Livre - a 21 de Janeiro de 1992 para apoiar estudantes universitários que saíam da APEL para o Portugal Continental. Ainda hoje exercia o cargo de presidente da Direcção desta Instituição de solidariedade.
A 28 de Setembro de 1998 o Presidente da Republica, Dr. Jorge Sampaio, conferiu-lhe o grau de Comendador da Ordem da Instrução Pública.
Celebrou Bodas de Ouro Sacerdotais a 23 de Junho de 2007 no Funchal - no Colégio Infante, comunidade onde viveu os primeiros e os últimos anos da sua vida, dedicada à juventude, à educação e a Deus.
Foi homenageado pela ADECOM com o Prémio Educação a 22 de Novembro de 2008.
O Pe. Mário, como o seu sobrenome explicita, era de facto um homem grande ou uma casa grande. Acima de tudo ele foi um grande homem, com grandeza de coração, com uma generosa vocação e uma simplicidade de vida que soube cativar a todos, a começar pelos mais jovens. Foi um grande homem não pelo facto de ter feito o que fez, mas precisamente fez tudo isso porque era um grande homem.
Obrigado Pe. Mário Casagrande!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Bem Parecido

Ano B - Baptismo do Senhor

Conta um missionário que, um dia, estava a rezar o breviário e um garoto espreitou a página e viu uma estampa com o Menino Jesus.
- Oh, que lindo! É seu filho?
- Não. Respondeu-lhe, a sorrir, o sacerdote - é meu irmão…
- Ah, está bem. Mas olhe que ele não se parece nada consigo.
- Pois é - Pensou aquele missionário - durante toda a minha vida não faço outra coisa do que procurar ficar parecido com Ele.
Ainda hoje faz-se ouvir a mesma voz de Deus: Tu és meu filho muito amado. Nós somos da mesma Família de Cristo. E como diz a sabedoria popular quem sai aos seus não degenera. Através do Baptismo cada um torna-se parecido com Cristo. Ele deixou-se baptizar para Se identificar connosco e para santificar aquelas águas pelas quais um dia havíamos de passar.
Agora é tempo de nos tornarmos parecidos com Ele, nas palavras, nas obras, na vida e no caminhar. É por isso que rezamos nesta Festa do Baptismo do Senhor: já que Cristo se manifestou aos homens na realidade da nossa natureza, que saibamos reconhecê-lo exteriormente semelhante a nós para sermos por Ele interiormente renovados.
Precisamos muito de alguém que seja em tudo parecido com Cristo.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Ser Estrela

Ano B - Domingo da Epifania
Os Magos chegaram a Belém guiados por uma estrela.
É que as pessoas são ou como estrelas ou como cometas:
Os cometas passam, as estrelas permanecem.
Há gente cometa que passa pela vida apenas por instantes, gente que não prende ninguém e a ninguém se prende, gente sem amigos que passa pela vida sem iluminar, sem guiar ou marcar presença.
O importante é ser estrela, estar junto, ser luz, ser calor, ser vida.
Um amigo é uma estrela. Podem passar anos, podem surgir distâncias mas a marca fica no coração.
Há necessidade de criar um mundo de estrelas. Todos os dias poder contar com elas e poder sentir a sua luz e calor.
Ser estrela neste mundo passageiro de pessoas cometas é um desafio e uma recompensa. Recompensa por ter sido luz para muitos amigos, ter sido calor para muitos corações, ter nascido e ter vivido e não apenas existido.
Na nossa constelação cada estrela tem o seu brilho próprio onde o importante não é brilhar mais mas brilhar sempre.
Há um autor desconhecido que escreveu:
"Para que a sua estrela brilhe, não é preciso apagar a minha."

Dia Mundial da Paz

Celebrou-se no 1º de Janeiro o 42º Dia Mundial da Paz

Este ano o Papa Bento XVI escolheu para tema da sua mensagem:
COMBATER A POBREZA, CONSTRUIR A PAZ

Ao ler e reflectir esta mensagem de 7 páginas densas chego a 3 conclusões:


Nas palavras do Papa há diversas pobrezas que devemos combater para sermos construtores da paz:
- A pobreza material
- A Marginalização
- A pobreza relacional
- A pobreza moral
- A pobreza espiritual
- A pobreza cultural
- As pandemias
- A pobreza infantil
- A Crise alimentar…


Os meios para combater a pobreza são:
- Apoiar toda a família humana
- Solidariedade criativa
- Partilhar o supérfluo
- Alterar estilos de vida
- Novos modelos de produção
- Novos modelos de consumo
- Mudar estruturas de poder…


Depois disto tudo só me apetece repetir o que se diz na minha terra:
Casa onde falta o pão, todos ralham e ninguém tem razão.
Ou por outras palavras: combater a pobreza, construir a paz.
Para quê tantas palavras, quando o povo resume numa expressão tão simples?