sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Três Arcanjos a voar


Festa dos Santos Miguel, Gabriel e Rafael, Arcanjos

Lá vai um,

Lá vão dois,

três Arcanjos a voar.

Um é Miguel

Outro é Gabriel

E o outro é Rafael

Para sempre nos ajudar.

 

O trecho do Apocalipse refere que Miguel e os seus anjos lutaram contra o Dragão e os seus anjos. Estes foram derrotados e perderam o seu lugar no Céu para sempre.

Aquele que chamam Diabo e Satanás, foi precipitado sobre a terra e os seus anjos foram precipitados com ele.

 

Isto quer dizer que o maligno e os seus mensageiros não estão no céu, mas na terra.

De facto, estes agentes do mal continuam a atormentar-nos.

Mas a principal mensagem deste trecho não é a presença de Satanás aqui na terra, mas que o seu poder é temporal e limitado. Satanás e os seus mensageiros estão circunscritos aqui na terra. Por isso não têm poder sobre aquilo que pertence aos céus e à eternidade.

 

Neste dia quero gostaria de imitar:

- A do Arcanjo Miguel.

- A esperança do Arcanjo Gabriel.

- A caridade do Arcanjo Rafael.

 

Que o Arcanjo Miguel me traga a Paz.

O Arcanjo Gabriel me traga a Alegria.

E o Arcanjo Rafael me traga o Carinho (afeto e pão).

Ámen!

 

Ver também:

Os anjos não têm asas

 

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Tanto Herodes como Zaqueu


Quinta-feira – XXV semana comum

O Tetrarca Herodes procurava ver Jesus.

O publicano Zaqueu queria ver Jesus.

 

Mais do que as semelhanças entre estas duas personagens vamos ver as diferenças:

Herodes achava-se grande, poderoso, importante.

Zaqueu achava-se pequeno, pecador e malvisto.

Herodes não queria descer do seu pedestal.

Zaqueu desceu do sicómoro.

Herodes ficou à espera que Jesus aparecesse.

Zaqueu fez tudo para O encontrar.

Herodes foi obrigado a receber Jesus na Paixão.

Zaqueu retribuiu o convite de Jesus dando-lhe um banquete.

Herodes continuou igual como sempre.

Zaqueu converteu-se em discípulo humilde e caridoso.

 

Não basta procurar ver Jesus, é preciso deixar tocar com o olhar de Jesus.

Não basta pôr os olhos em Jesus, é preciso converter-se e mudar de vida.

Sem humildade e conversão ninguém consegue ver Jesus.

 

Ver também:

Vaidade das vaidades

 

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Amar como Jesus amou


Memória de São Vicente de Paulo, Presbítero

Amemos o que São Vicente de Paulo amou 
e pratiquemos o que ele ensinou.
























O serviço aos pobres e a formação do clero, foram as duas maneiras de São Vicente de Paulo manifestar o seu amor a Cristo. Foi este o carisma deste santo fundador da Congregação da Missão (ou dos vicentinos como hoje se apresentam) e o inspirador das Conferências Vicentinas.

Dizendo melhor, não foram duas vocações, mas apenas uma. É que os pobres eram pastores necessitados, e o clero era pobre de formação.

 

No Ofício de Leitura deste dia no Breviário ou Liturgia das Horas há uma Carta (nº 2546) de São Vicente de Paulo (1581-1660).

“Cristo quis nascer pobre, chamar para sua companhia discípulos pobres, servir os pobres e identificar-se com os pobres, a ponto de dizer que o bem ou o mal feito a eles o tomaria como feito a Si mesmo.

Deus ama os pobres, e, por conseguinte, ama também aqueles que os amam.

Na verdade, quando alguém tem especial afeto a uma pessoa, estende também este afeto aos seus amigos e servos.

Por isso temos razão para esperar, por causa do nosso amor dos pobres, também nós seremos amados por Deus.”

 

Deus ama os pobres e por isso ama a todos nós porque todos somos pobres e ama a todo aquele que vive o mesmo amor que ele.

Por isso é que dizemos que Deus ama os pobres e ama quem os ama como ele.

Quem ama os pobres, ama a Deus e ama como Deus e é amado por Deus.

Quem ama a Deus, ama os pobres.

Quem ama os pobres, ama a Deus.

 

Ver também:

Amar os pobres

 

domingo, 17 de setembro de 2023

A mensagem dos números


Ano A – XXIV domingo comum

Em geral a mensagem divina chega até nós através de palavras, de atitudes ou ações.

Hoje a mensagem chega através de números.

 

O número 7

Nós dizemos injustamente que Pedro ao perguntar quantas vezes devia perdoar a seu irmão, achava que 7 vezes já seria demasiado.

O 7 é um número perfeito, infinito. Portanto perdoar 7 vezes é perdoar muito, é perdoar sempre, é dizer que o perdão é infinito.

De facto, o número 7 é composto por 4 + 3. O número 4 representa este mundo e o 3 representa o céu ou o mundo de Deus. São 4 os elementos deste mundo – terra, ar, fogo e água. O número 3 é o número de Deus, 3 vezes santo, como também o número da santíssima Trindade.

Perdoar 7 vezes significa perdoar sempre, na terra e no céu, perdoar no tempo e na eternidade, perdoar como homem e como Deus perdoa.

Conclusão – perdoar 7 vezes é perdoar sempre, de maneira infinita.

 

O número 490

Jesus completa o conceito do perdão, não apenas de maneira infinita, mas indicando qual o ritmo do perdão. Se o número 7 indica o quanto se deve perdoar, o 490 (70X7) indica o quando se deve perdoar.

Façamos as contas:

Perdoar 70x7 ao dia é perdoar 490 vezes.

Mais precisamente durante as 24 horas de um dia, nós dormimos 8 horas, ficando então 16 horas para perdoar.

Dividindo 490 por estas 16 horas dá a média de 30 vezes

Então devo perdoar 30 vezes durante uma hora ou 60 minutos. Logo, devo perdoar de 2 em 2 minutos.

Conclusão – perdoar 490 vezes é perdoar de 2 em 2 minutos ao dia.

 

À margem

Perdoar sempre.

Perdoar constantemente.

Perdoar tantas vezes quantas eu preciso ser perdoado.

Perdoar de 2 em 2 minutos porque preciso de ser perdoado de 2 em 2 minutos.

Isto é muito bom e é forçosamente recomendável.

Porquê?

Porque o rancor ou o ressentimento é algo altamente corrosivo. Guardar rancor no coração, corrói, faz peso e destrói o coração. É por isso que não podemos guardar o rancor por mais de 2 minutos. Só o perdão alivia o nosso coração do corrosivo rancor.

 

Ver também:

As contas do perdão

Quanto devo perdoar

 

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

No centro da sinagoga


2ª feira – XXIII semana comum

Os paralíticos, cegos, surdos, coxos e demais aleijados eram considerados no tempo de Jesus como pessoas marginais, afetadas pelo pecado ou por um espírito impuro.

Jesus ao ver um homem com a mão direita paralítica na sinagoga diz-lhe:

- Levanta-te e põe-te de pé aí no meio.

Isto quer dizer que para Jesus não há pessoas marginais, mas que precisamente os alajados e necessitados são o centro da atenção de Jesus, da comunidade e de todos.

O outro, especialmente aquele que a sociedade ou as limitações da vida põem à margem, deve ficar no meio ou no centro para que todos possam servir e ajudar.

O homem está no meio da sinagoga, no centro do sábado, no alvo da atenção de todos.

Assim pensa Jesus, assim o faz e assim nos ensina.

 

Ver também:

A mão endireitada

 

domingo, 10 de setembro de 2023

Paisagens do céu (35)

Há já algum tempo que eu andava de olhos fixos no céu para tentar ver o comboio de satélites Starlink.

Hoje, por coincidência ou por Providência, foi o meu dia, ou melhor, foi a minha noite de sorte.

Estava à procura do cometa especial (que não consegui ver) quando o céu me presenteou um comboio de satélites.

Fiquei feliz pela oportunidade. Foi às 21H15.

Gostei. É um espetáculo. Com certeza os astrónomos não serão da mesma opinião, mas gostei de ver.

E rezei para que o engenho humano progrida cada vez mais e nunca ponha em causa a estabilidade do universo nem a dignidade do homem.

Achei que este momento foi uma prenda da Providência.

Sim, porque hoje faz anos que fui batizado, em que os céus se abriram para mim e uma voz se fez ouvir…

Olhei para o céu e um espetáculo surgiu aos meus olhos.

Quem olha para o céu, mais cedo ou mais tarde fica sempre surpreendido pelas maravilhas que pode contemplar.

Além disso, para mim foi um dia feliz porque pela primeira vez no dia de aniversário do meu batismo tive oportunidade de administrar o batismo a 3 crianças.

Obrigado ó Deus, pelo meu batismo. E a melhor maneira de agradecer é batizar. É fazer aos outros aquilo que fizeram a mim.

Fui batizado para batizar.

Fui abençoado para abençoar.

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Ámen.

 

Revelação de três segredos


Ano A – XXIII domingo comum

Hoje a liturgia revela-nos o segredo de 3 realidades ou o código especial ou a chave para alcançar essas três coisas.

- O segredo da audição

O segredo da audição é escutar com o coração, pois o essencial é inaudível aos ouvidos, só se escuta bem com o coração – Hoje se escutardes a voz do Senhor, não fecheis o vosso coração. Isto foi escrito 1000 anos antes de Cristo e faz parte do Salmo 94.

Mias tarde, Saint Exupéry, em 1943 no seu livro O Principezinho adaptou a outro sentido e pareceu uma novidade – Foi o segredo que a Raposa revelou ao Principezinho: O essencial é invisível aos olhos. Só se bem com o coração.

Só se fala bem com o coração, só vê bem com o coração, só se escuta bem com o coração. O coração é o segredo.

- O segredo do perdão

Jesus apresenta a estratégia para perdoar – se teu irmão te ofender segue estes degraus. 1º vai falar a sós com ele. Se não resultar passa para o 2º degrau: pede ajuda a dois ou três amigos. 3º degrau – pede ajuda à comunidade, à igreja ou à família. E se nem assim resultar, então passa ao 4º grau – Afasta-te dele e considera-o um pecador. Nós fazemos precisamente o contrário pois começamos por nos afastarmos, divulgamos a toda a comunidade… Mas falta um degrau que é essencial e que é o segredo. Vem no seguimento da exposição de Jesus – Se dois ou três pedirem juntos qualquer coisa, ser-lhe-á concedida. O segredo do perdão é a oração. Rezando pelos que nos ofendem queima muitas etapas. Rezar por quem nos ofende é o segredo do perdão.

- O segredo da oração

A Quando dois ou três se reunirem em meu nome, estarei no meio deles, diz o Senhor. A melhor maneira de rezar, é rezar juntos, unidos, em comunidade. O segredo da oração é rezar juntos.

Assim como o verbo chover é um verbo impessoal, pois só se conjuga na 3ª pessoa – Chove. Chovia. Choveu. Choverá etc. Assim também o verbo rezar devia conjugar-se apenas na 1ª pessoa do plural – rezamos, rezemos, rezaremos…

O segredo da oração é plural.

 

Ver também:

Corrigir-se

A melhor oração

 

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Crescer com humildade


Hoje participei na celebração de umas Bodas de Prata Matrimoniais.

Veio à memória a lição que uma vez  aprendi numa celebração de casamento.

É comum colocarem um arco na entrada da igreja por onde os noivos entram solenemente, por entre flores e outros enfeites.

Aconteceu que daquela vez quem passava por ele tinha de abaixar-se.

Até mesmo eu, que sou do “baixo clero” pois só tenho 1 metro e 70.

Todos comentavam ou gracejavam.

Lá tive de intervir em defesa dos noivos e das suas opções artísticas.

É que tudo aquilo tinha sido feito de propósito. Nem mais.

1º - O arco não era baixo, não. As pessoas é que eram altas. 

De facto, a bênção de Deus, nomeadamente a bênção matrimonial torna as pessoas grandes. Quem recebe uma bênção fica maior. O casamento torna os noivos maiores, condizendo com a dimensão da bênção recebida. Receber uma bênção é ter oportunidade de crescer.

2º - Para passar por baixo desse arco de triunfo era preciso abaixar-se. 

De facto, o segredo do matrimónio é a humildade, a simplicidade. Se não formos capazes de baixar a cabeça, de nos tornarmos pequenos, nunca nos tornaremos grandes.

3º - Ninguém se esqueceu de cumprimentar o Senhor da casa.

De facto, mesmo quem entrou distraído na casa de Deus, fez uma vénia, uma inclinação, uma saudação ao Santíssimo como manda a devoção.

Todos os que ali estavam tinham as mesmas atitudes e a mesma adoração, independentemente da sua religião. 


Mesmo quando os arcos de triunfo são enormes, é preciso lembrar que só a bênção de Deus nos torna grandes e que só crescemos com humildade e em comunhão dos mesmos sentimentos.

Obrigado aos noivos por esta tríplice lição de Bênção que nos torna grandes, de Humildade que nos torna unidos e de Comunhão nos mesmos sentimentos.


segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Olhos de Deus fixos em nós


2ª feira – XXII semana comum

 

Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga…

Porquê estavam todos de olhar fixo em Jesus, já que era seu costume ler na sinagoga as Escrituras?

1 - Porque era grande a expetativa.

2 - Porque a presença de Jesus desperta sempre grande sede.

3 - Porque ele é a Palavra Encarnada e, portanto, ele leu a Escritura e todos liam a ele.

4 - Porque queriam observar bem os seus atos e copiar as suas ações.

5 - Para verem bem se era tudo verdade aquilo que ouviram dizer dele.

6 - Porque tinham medo que Jesus olhasse fixamente para eles, então tinham os olhos fixos nele.

7 - Acho que todas estas explicações são válidas, mas eu prefiro a seguinte:

Enquanto Jesus falava todos olhavam para ele, para nos lembrar que quando nós rezamos os olhos de Deus se fixam em nós.

 

Ver também:

Jesus Cristo é Apóstolo


À margem – Santa Rosa de Viterbo

Hoje a Família Franciscana celebra a memória facultativa de Santa Rosa de Viterbo (1233-1251). De família muito simples e pobre, nasceu sem o osso esterno e apesar de todos os constrangimentos viveu sempre com um sorriso no rosto, glorificando a Deus. Quis entrar no mosteiro das Clarissas de Viterbo, mas não pôde.

Hoje rezo a Deus através de Santa Rosa da Viterbo – Ela que queria entrar no convento e não pôde, que ajude muitas jovens que podem, mas não querem entrar no convento para que nunca faltem vocações de especial consagração e de vida contemplativa.

 

domingo, 3 de setembro de 2023

Como tomar a nossa cruz


Ano A – XXII domingo comum

 

Jesus convida-nos a tomar a nossa cruz.

Isto pode significar várias coisas.

- Tomar a cruz é seguir o seu próprio caminho.

Tomar a cruz é aceitar o jeito que cada um tem de dar a sua vida. Tal como Jesus deu a sua vida na cruz, assim cada discípulo seu tem de fazer o mesmo. Aceitar a cruz é aceitar o seu modo próprio de dar a sua vida, de servir a Deus e aos irmãos.

- Tomar a sua cruz é aceitar o seu sofrimento e a sua morte.

Tomar a cruz é aceitar os sofrimentos, as dores, obstáculos ou a própria morte. Cada um tem a sua cruz quer dizer que cada um tem as suas dificuldades e que vai morrendo pouco a pouco com essas contrariedades.

- Tomar a sua cruz é benzer-se, é rezar.

Tonar a cruz quer dizer, finalmente, benzer-se ou fazer uma cruz sobre si mesmo. Várias vezes ao dia eu tomo essa cruz, aplico em mim a cruz de Cristo, benzo-me em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Para seguir a Cristo há que tomar a sua cruz assim, há que fazer sobre si mesmo o sinal da cruz em união com Deus e com os irmãos. Então assim será mais fácil suportar a cruz do sofrimento e descobrir o seu jeito próprio de dar a vida.

Ver também:

Livro de boas obras

Tomar a cruz

 

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Algumas gotas de azeite

 

6ª feira – XXI semana comum

Três gotas de azeite

 

1ª gota de azeite

Estas donzelas são o espelho da nossa vida. Infelizmente algumas vezes carregamos pouco azeite e quando a coisa aperta desatamos a correr. É o azeite da unção que representa o Espírito Santo. De facto, não ter azeite suficiente dá sempre prejuízo. Seja na interpretação que for, o sábio (o prudente ou sensato) é aquele que se enche de azeite e se prepara para o dia da necessidade.

 

2ª gota de azeite

O azeite vem das azeitonas prensadas, isto seja, é tirado sob pressão. Se queremos, de facto, verter a unção do Espírito, precisamos aceitar a pressão do esmagamento que faz o óleo escorrer. Pressão sempre engloba tribulação, prova, teste, dificuldade, dor, sofrimento. É preciso reconhecer que da pressão exercida sobre a nossa vida pode aparecer mais unção.

 

3ª gota de azeite

Todas as 10 donzelas eram da mesma idade. Eram jovens. Ser maturo não é ser velho nem ter mais experiência. Ser maturo é ser transformado. Há gente com idade para ser meu pai e que se comporta de modo infantil, tanto na fé como na vida prática. Há quem se tenha consagrado a Deus há mais de 30 anos, mas nunca amadureceu. Encher-se de azeite, da unção do Espírito, é amadurecer, independentemente da idade que se tem.


Ver também:

A lâmpada da fé acesa