domingo, 26 de outubro de 2014

Dois remos


 Ano A - XXX Domingo Comum

Nas margens de um grande rio, entre as montanhas, um velho barqueiro esperava com a sua barca, as pessoas para as levar para a outra margem. Um dia chegou um jovem, perdido por aquele vale, e pediu ao barqueiro que o levasse para a outra margem.
Enquanto avançava, o jovem deu-se conta de que num dos remos se podia ler a palavra DEUS. Incomodado, começou a dizer:
- Hoje o ser humano com a sua razão descobriu os segredos do mundo e da vida... Não precisa de Deus!
O barqueiro calou-se. Pegou no remo em que estava escrita a palavra DEUS, deitou-o na barca e continuou a remar com o outro, no qual estava escrita a palavra HOMEM.
A barca começou a dar voltas sobre si mesma e não saía do mesmo lugar. O jovem ficou pensativo... Então o velho interrompeu o silêncio e disse:
- Sozinhos não vamos a lugar nenhum. Precisamos de Deus para poder avançar em frente e ir mais além.
E pegando novamente no remo DEUS, continuou a viagem, levando o jovem ao seu destino.
Jesus podia concluir:
- Toma os dois remos, rema com DEUS e com o PRÓXIMO e chegarás ao Reino dos Céus. É este o maior mandamento.

        





sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Crónica da guerra (3)

Outubro 1914
Dias 1,2,3. Ainda os canhões. As belas festas passam: São Remígio, 1ª sexta-feira do mês, e a libertação ainda se faz esperar. Eu tento escrever às nossas casas da Holanda e da Itália através dos correios alemães. 
No dia 4 é a bela festa do Rosário. A Santíssima Virgem, que salvou o cristianismo em Lepanto e em Viena, nos ajudará. A Prússia, que é o mal da Europa, como afirmaram os grandes católicos de Maistre e Veuillot, será humilhada. Há alemães excelentes, mas não são os luteranos prussianos luteranos, governados por uma família de cavaleiros apóstatas.

O Imperador!
Na noite de 4, o Imperador veio visitar os seus oficiais e banquetear-se com eles. Possa ele recordar-lhes o cumprimento das leis da guerra!
Dia 6, jornada de silêncio: qual é o resultado desta grande batalha de 12 dias?

A verdadeira França
- Senhor, vós quereis perdoar à França, mas faltam-vos uma quantidade suficiente de reparação e expiação.
- O governo não vos pode dar satisfação. Mas essas pessoas não representam a verdadeira França. Eles chegaram lá por uma série de fraudes, violências e intrigas: anulações, pressão eleitoral, favores, corrupção e mentiras. A verdadeira França é oprimida e enganada. A França tem mais de dez justos, tem muitas almas que rezam e sofrem.
- Ofereço-te, Senhor, as reparações da verdadeira França: as orações e penitências dos grandes institutos religiosos, beneditinos e Trapistas, Filhos de São Bruno, São Francisco, São Domingos, Santo Inácio, Santo Afonso.
- Ofereço-vos as reparações e adorações dos institutos dedicados ao Coração de Jesus e ao Santíssimo Sacramento: os Padres do Santíssimo Sacramento e do Picpus, as Irmãs da Adoração Reparadora e de Maria Reparadora, as Vítimas de Namur, de Marselha, de São Quintino; as obras de devoção das Irmãs de Caridade, das Missionárias de Maria e tantas outras; as obras de leigos: Apostolado da Oração, Comunhão Reparadora, Guarda de Honra, a Adoração de Montmartre, as adorações paroquiais e as primeiras sextas-feiras do mês. Eu ofereço-vos o sofrimento das nossas comunidades exiladas, e para completar a medida, todos os mortos e os todos os feridos desta guerra, todo o sofrimento do nosso povo, tantas famílias angustiadas e em luto. Tende piedade de nós, tende piedade da França!
- No dia 7 recebo finalmente uma pequena notícia dos nossos confrades. O padre Max Heberle está na sua casa de Erlenbach (Alsácia). Ele escreve-nos pelo correio militar por intermédio de um soldado do mesmo país, Bernard Schwab, padeiro militar. Nós respondemos-lhe, e poderá dar notícias às Irmãs da Alsácia-Lorena do convento de São-Quintino.
- Dias 8 e 9. A pobreza faz-se sentir. Estamos cercados há seis semanas e pode demorar ainda mais tempo. O Padre Matias não tem mais recursos... Temo que a recuperação seja difícil depois da guerra.

Bélgica
- Diz-se que a Antuérpia foi tomada. Por que é que a Bélgica Católica foi atingida a este ponto? Provavelmente não vai desaparecer, mas qual é o povo que não precisa de purificações e de expiações. O episcopado belga não mudou nos últimos anos o desenvolvimento do luxo, o rebaixamento da moral, a falta de firmeza na educação, o declínio das virtudes domésticas. A justiça de Deus acontece, é para curar e perdoar.
Os dias 10 e 14 passam muito monótonos. Ouvem-se os canhões, mas não sabemos mais nada…
- Recebi notícias de La Capelle pelo jovem Girardin que com bravura foi lá de bicicleta. Boas notícias dos meus familiares. O meu irmão está lá muito ocupado. Eles estão sob o inimigo desde 27 de agosto. Boas notícias dos meus sobrinhos de 30 de agosto a 19 de agosto [sic]. La Capelle não sofreu, mas sim Nouvion [-en-Thiérache] !! e Guise!
- Os franceses estão em Hirson (apenas por algumas horas).
- Dia 15. Ainda há dias maus. Anvers é tomada. O exército sitiante liberta-se e desce até à França. Lille é tomada.

Mosteiros
Por que é que a França foi privada de todos estes para-raios? Era rica em obras de reparação que apaziguava a justiça divina. Ela expulsou todas essas vítimas redentoras. Estas almas santas ainda oferecem as suas orações e sacrifícios para a França para além da fronteira. Deus terá isso em conta, mas vai demorar muito tempo.
Li num autor protestante uma bela página sobre o papel dos mosteiros: "A instituição dos mosteiros e a vida ascética, coisas egoístas na aparência e que parecem ter para eles apenas a beleza poética do inútil, encontram a sua justificação social e humana no serviço ao outro sendo santos para aqueles que são pecadores, para sacrificar a Deus, em expiação dos crimes e vícios do mundo, a oração incansável de um coração que arde de caridade, os tormentos voluntários, as privações e sofrimentos de um corpo exausto ". (Stapfers, decano da Faculdade de Artes, em Bordeaux, em seu livro Bossuet e Adolphe Monod, p. 401).

Montmartre
Dia 17. Festa da bem-aventurada Margarida Maria. Consagração da Igreja do Voto Nacional de Montmartre. Missa e instrução no convento. No céu, a Bem-Aventurada Virgem Maria, São Miguel e Margarida Maria apresentam ao Coração de Jesus a Basílica que ele pediu. Em Montmartre, os bispos e o povo representam a França devotada e penitente (pænitens Gallia e devota) oferecem também a Nosso Senhor esta igreja que ele queria. A consagração nacional é renovada. Nós unimo-nos a eles. Nosso Senhor terá em conta este grande ato e apressará o dia do perdão e da misericórdia.

Albert de Mun
- Eu soube da morte de um grande cristão, Albert de Mun. Eu tinha-o como um amigo, mantinha com ele um bom relacionamento. As emoções causadas pelas nossas provações mataram-no. Em breve estará no céu e rezará por nós.
- Dia 18, visita a Fayet. A casa não sofreu muito, mas lá como aqui perduram incessantes angústias morais.
- Pela estrada há trincheiras e tanques ingleses derrubados pelas balas.

O tifo
- Um novo flagelo para além da guerra e da fome aflige o povo. É o tifo que começa a invadir as nossas ambulâncias. Contam-se já 150 casos em São-Quintino. Da peste, da fome e da guerra, livre-nos Deus!
- Uma enfermeira alemã traz-nos o tifo para casa. Qual será o resultado?

Prefeitos e curas
- Alguns curas, prefeitos e deputados abandonaram os seus postos. Os deputados foram apreciar o bom clima do sul. Tudo isso é pouco encorajador. Os nossos padres assustaram-se ao ler no início da guerra que os alemães tinham fuzilado alguns sacerdotes em Alsácia-Lorena e na Bélgica.
- Dias 18-25. Jornadas monótonas e sem notícias. No entanto, parece que a Providência nos conduz com cuidado rumo à libertação. Paciência e oração.

Religiosos alemães
- A nossa casa do Coração de Jesus serve de alojamento para os religiosos alemães que vêm fazer as funções de capelães ou enfermeiros. Tivemos Franciscanos, um Oblato de Maria, um Padre de Picpus. Eles são de Westphalia ou da Renânia. Conhecem a nossa casa de Sittard e alguns dos nossos Padres. Eles edificam-nos pela sua piedade. A sua mentalidade é diferente da nossa. Eles não têm para os orientar a confiança sobrenatural como nós temos na missão da França.
- Quantos movimentos de tropas! São desfiles intermináveis. Elas foram até Paris, e estão de regresso agora. Os nossos radicais não gostam destas procissões, eles impediram as de Deus, agora têm de ver estas.

Sobre o Inferno
- Sobre o Inferno. A guerra recolhe muitos para o inferno. É uma explosão diária de raiva, ódio e raiva. Deseja-se ver os inimigos mortos e feridos, as suas cidades e aldeias reduzidas a fogo e a sangue. Não temos adjetivos suficientemente violentos para caracterizar os inimigos. Eles são bárbaros, animais selvagens, monstros. Comete-se todas as violências. Exprime-se os sentimentos mais odiosos: "Nós seremos vencidos, diz um alemão, mas vamos cobrá-lo caro." "Vamos ser batidos, diz um outro, nós partiremos, mas destruiremos tudo, só vos deixaremos os vossos olhos para chorar...".
Os hospitais estão cheios de feridos e doentes que sofrem, que gemem, que choram como condenados.
A guerra é um castigo divino, ela parece-se com o inferno.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Grande Teresa


Memória de Santa Teresa de Jesus (de Ávila),
Virgem e Doutora da Igreja

Mulher excecional
Vemos aparecer diante de nós como uma mulher excecional, como uma religiosa que coberta inteiramente pelo véu da humildade, da penitência e da simplicidade, irradia à sua volta, a chama da sua vitalidade humana e do seu dinamismo espiritual, e depois como reformadora e fundadora de uma Ordem Religiosa insigne e histórica, escritora genialíssima e fecunda, mestra de vida espiritual, incomparável na contemplação e infatigável na ação. Como é grande, como é única, como é humana e como é atraente esta figura. (Cf. Paulo VI na proclamação de Santa Teresa, Doutora da Igreja)

Mulher simples:
Vossa Mercê verá que não tem havido em mim senão cair e levantar. (Cf. Livro da Vida)
Não penseis amigas e irmãs minhas que serão muitas as coisas que vos recomendarei… Declararei somente três, que são da mesma Constituição: Uma é o amor de umas para com outras; outra, o despego das coisas criadas; e a terceira, a verdadeira humildade que embora a diga no fim, é a principal e as abrange todas. (Cf. Caminho da Perfeição)

Mulher forte:
Melhor amizade será esta do que todas as ternuras que se podem dizer pois estas não se usam nem se hão de usar nesta casa, tal como: minha vida, minha alma, meu bem outras semelhantes. Estas palavras afetuosas deixemos para Seu Esposo. È muito de mulheres e eu não quereria que o fôsseis em nada, nem o parecêsseis, senão varões fortes; e se fizerem quanto estiver em vossas mãos, o Senhor vos fará tão varonis que espante os mesmos homens. (Cf. Caminho da Perfeição)

Conclusão:
Nada te perturbe,
Nada te espante,
Tudo passa,
Deus não muda,
A paciência tudo alcança;
Quem a Deus tem
Nada lhe falta:
Só Deus basta.

Eleva o pensamento,
Ao céu sobe,
Por nada te angusties,
Nada te perturbe.
A Jesus Cristo segue
Com peito grande,
E, venha o que vier,
Nada te espante.
Vês a glória do mundo?
É glória vã;
Nada tem de estável,
Tudo passa.
Aspira às coisas celestes,
Que sempre duram;
Fiel e rico em promessas,
Deus não muda.

Ama-O como merece,
Bondade imensa;
Mas não há amor fino
Sem a paciência.
Confiança e fé viva
Mantenha a alma,
Que quem crê e espera
Tudo alcança.
Do inferno acossado
Muito embora se veja,
Burlará os seus furores
Quem a Deus tem.
Advenham-lhe desamparos,
Cruzes, desgraças;
Sendo Deus o seu tesouro,
Nada lhe falta.

Ide, pois, bens do mundo,
Ide, ditas vãs;
Ainda que tudo perca,
Só Deus basta.

(Cf. Obras completas, Poesia)


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Rezar o Pai Nosso

4ª feira - XXVII Semana comum


Santa Teresa de Ávila, in Caminho de Perfeição:

“Para rezar bem o Pai Nosso convém-vos não vos apartar de junto do Mestre que vo-lo ensinou.
E para que não penseis que se tira pouco lucro em rezar vocalmente com perfeição, digo-vos que é muito possível, estando a rezar o Pai Nosso, ou rezando outra oração vocal, que o Senhor vos ponha em contemplação perfeita.

Aqui só a vontade é a cativa… Não quereriam mover o corpo porque lhes parece que hão de perder aquela paz, e assim não ousam mexer-se; dá-lhes pena o falar; em dizer o Pai Nosso uma vez, vai-se-lhes uma hora. Estão tão perto que veem que se entendem por sinais.”

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Profetas do amor


Faz hoje 37 anos que os meus colegas e eu fizemos a nossa profissão religiosa. Desse grupo de 7, só estamos 2 no ativo. Dois já faleceram (um como dehoniano e outro como leigo), outros três optaram por outra vida (dois optaram por casar e um outro por ser padre diocesano). Continuamos dois. Recordo também o nosso Mestre de Noviços, que Deus o conserve! E rezo por todos, pois com certeza eles também não se esquecem de rezar e de torcer por mim.

Na década de noventa, traduzi numa canção o ideal que, nós dehonianos, herdamos do nosso fundador e que queremos continuar a seguir, cada um segundo o seu caminho.

Profetas do amor
Servidores da reconciliação
Herdeiros do Padre Dehon
Sacerdotes do Sagrado Coração. (bis)

1. Quem somos nós
Perguntas tu
Responderemos
Quem queremos ser

2. Talvez um dia
Tu também queiras
Seguir a Cristo
Ser como nós

3. E todos juntos
Numa só família
Continuaremos
Este ideal


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Ver com o coração


2ª feira - XXVII semana comum

Quem é o meu próximo?

É aquele que me olha não apenas com os olhos da cara, mas sobretudo com os olhos do coração.

Na parábola, só o samaritano olhou com o coração para aquele homem assaltado que jazia junto à estrada.
Os outros viajantes também o viram, mas apenas com os olhos e sem o coração.

Quem foi o próximo do homem que foi assaltado?
Aquele que usou de misericórdia para com ele, ou seja, aquele que o viu com os olhos do coração.
Então faz tu também o mesmo, isto é, ama quem usa de misericórdia para contigo, ama quem te vê com os olhos do coração.

sábado, 4 de outubro de 2014

Santo pobre e humilde

Memória de São Francisco de Assis

O santo pobre
"No eremitério de Sarciano, uma vez um frade perguntou ao outro de
onde vinha, e este respondeu:
- Venho da cela de Frei Francisco.
O santo ouviu e disse:
- Já que deste à cela o nome de Francisco, tomando posse dela para mim, que ela arranje outro morador, porque eu não vou mais morar lá. O Senhor, quando esteve no deserto em que orou e jejuou por quarenta dias, não mandou fazer uma cela nem uma casa, mas ficou embaixo de uma rocha da montanha. Nós podemos segui-lo na forma determinada, deixando de ter qualquer propriedade, embora não possamos viver sem casas."

O humilde santo
"De tarde Teresinha do Menino Jesus sentiu necessidade de sair de si mesma e disse-me:
- Preciso de um alimento para a alma: leiam-me a vida de um santo.
- Quer a vida de São Francisco de Assis? Poderá distrai-la quando fala dos passarinhos.
- Não, não é para me distrair, mas para ver exemplos de humildade – respondeu a santa camelita.!


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Assim reza a história

Faz hoje 174 anos que nasceu a Venerável Irmã Mary Wilson.
Para assinalar a efeméride partilho o que escrevi há dias para o boletim das Irmãs Vitorianas nas comemorações dos 500 anos da Diocese do Funchal.

Assim reza a história

A Venerável Irmã Wilson faz parte da história da Diocese do Funchal e a Diocese do Funchal faz parte da história e da santidade da Irmã Wilson.
Aqui a Irmã Wilson fez história, pois nunca se contentou em ver apenas as coisas acontecerem, mas sempre fez as coisas acontecerem. Em linguagem de hoje podemos dizer que ela foi uma pessoa pró-ativa, criativa ou inovadora. Em linguagem eclesiástica dizemos que foi uma pessoa carismática. De facto, é próprio das grandes almas descobrir as principais necessidades do seu tempo e dedicar-se-lhes.
Sem ser exaustivos podemos ilustrar esta relação em várias dimensões.
- Fez história ao fundar uma congregação… suponho que a única até hoje fundada nestas bandas. Consagrou-se e fez consagrar-se.
- Fez história ao descentralizar os serviços de assistência social, tanto na área da saúde como na educação e catequese. Atrevo-me a dizer que ela foi a primeira regionalista ou autonomista, no sentido mais rigoroso das palavras. Semeou comunidades, escolas e centros de saúde por toda a diocese, sobretudo nos lugares de maior carência.
- Fez história ao protagonizar a epopeia da caridade na assistência aos afetados pelas sucessivas epidemias, nomeadamente da varíola em 1907.
- Fez história ao ser a primeira mulher a receber a condecoração do grau de Cavaleiro da Ordem de Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito.
- Fez história convertendo-se e convertendo a Madeira, não tanto por palavras, mas pelo exemplo e pelo coração.
- Fez história ao fundar o primeiro pré-seminário na diocese do Funchal. Ela devia ser declarada a patrona diocesana das vocações sacerdotais, religiosas e missionárias.
- Fez história porque foi a primeira causa de beatificação instaurada aqui na diocese.
E podíamos continuar o elenco da história que a Irmã Wilson fez acontecer…
Mais importante do que tudo isto que fez a Irmã Wilson e do que continuam a fazer as suas herdeiras, as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, o que realmente conta não é tanto o que ela fez, mas quem era. Ela fez o que fez, porque foi quem foi.
- Foi uma cidadã do mundo. Nasceu na Índia, cresceu na Inglaterra, estudou na França, visitou a Itália e a Terra Santa, trabalhou na Suíça… e veio para ficar para sempre neste pequeno torrão do Atlântico. Aqui se adaptou à realidade local, sonhou, chorou, lutou e venceu em perfeita encarnação ou inculturação. Foi madeirense de alma e de coração.
- Foi uma pessoa inquieta, sempre à procura da melhor maneira de ser útil, de deixar rasto do seu viver, sempre atenta aos apelos de Deus na Igreja e no mundo.
- Foi alguém que atendia todo o homem e o homem todo. Não se contentou em prestar auxílio só ao corpo, mas também à alma, não só ao espírito, mas à pessoa toda.
- Foi uma mulher de grandes causas, alguém que sempre se envolvia e fazia envolver-se. Nunca caiu na “tentação de Noé – isto noé comigo, ou, já fiz a minha parte e o resto é com os outros, já noé para mim.” Sempre fez com que todos fizessem acontecer, pois todos deviam ser responsáveis por tudo e por todos.
- Foi alguém que nunca ficou parada. Foi criança hiperativa, jovem inquieta e arrojada, adulta empreendedora, idosa ativa… Sempre teve algo para realizar, um desafio a assumir, uma nova missão a cumprir, um ideal a abraçar. Nem no céu está parada, porque lá continua a ser aquela que sempre foi na terra.
A Venerável Irmã Wilson ainda hoje continua a fazer história e a somar Vitórias.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Simplesmente santa e feliz

Memória de Santa Teresinha do Menino Jesus

“- Minha filha Teresa parece-me que não deveis ter grande coisa a dizer às vossas superioras.
- Porque dizeis isso, minha Madre?
- Porque a vossa alma é extremamente simples; mas quando fordes perfeita, sereis ainda mais simples. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais nos simplificamos.
De facto quanto mais humilde mais feliz…”