domingo, 30 de janeiro de 2011

Auto-retrato

Ano A - IV Domingo Comum

1ª Mensagem
O Sermão da Montanha ou As Bem-aventuranças é uma espécie de auto-retrato feito pelo próprio Jesus.
Ele é um bom PINTOR que com apenas 8 traços ou pinceladas faz o seu próprio retrato.
É Ele o feliz, o pobre, o misericordioso, o construtor da paz, o perseguido e maltratado...
Jesus faz assim o seu retrato para que nós procuremos ser parecidos com Ele.

2ª Mensagem
Alguém me dizia que as Bem-aventuranças ou o Sermão da Montanha é a apresentação das condições para a felicidade.
Eu prefiro antes pensar que elas são a proposta de felicidade sem condições. É que nós podemos ser felizes mesmo sem condições aparentes. Se eu estiver à espera de melhores condições para ser feliz, nunca o serei.
É preciso ser feliz mesmo no meio da pobreza, dos sofrimentos e da perseguição ou da incompreensão.
Não são condições para ser feliz, é ser feliz mesmo sem condições.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Ser Feliz


Ano A - IV Domingo Comum

Ainda retenho na mente aquela velhinha que um dia fui visitar. Pediram-me para levar-lhe a comunhão. Ela estava paralisada na cama havia já muitos anos.
Fiquei preocupado: Que palavras de ânimo deveria dizer a quem sofria tanto assim, a maior parte do dia sozinha?
Ao fim da tarde quando toquei a campainha, apareceu à porta a sua filha. Vinha com ar cansado, triste. A minha inquietação aumentou. Se a filha está assim, como não estará a mãe? Quando cheguei ao quarto da doente, qual não foi o meu espanto quando deparei com um rosto sereno, sorriso nos lábios, olhar meigo. Eu estava à espera de deixar um incentivo, mas afinal, recebi uma lição de serenidade. Aquela a quem eu queria animar, deu-me uma lição de paz e de felicidade.
- Que bom, vê-la assim tão feliz. Qual é o seu segredo?
- Em mim tudo me dói, menos Deus. É ele quem me faz feliz.
Compreendi então que para aquela mulher, a felicidade estava na presença de Deus dentro de si. Quanto mais lugar dava a Deus mais feliz se sentia, apesar dos seus sofrimentos. Ser feliz não depende das condições, do bem-estar, do ambiente, não depende das dores que se tem ou se deixa de ter ou de outras circunstâncias. A felicidade vem do nosso interior, do espaço reservado para Deus.

Felizes os pobres, não por serem pobres, mas porque apesar de carenciados conseguem ser felizes. Felizes os que choram, não por terem lágrimas nos olhos, mas porque apesar do choro, conseguem ser felizes...


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Candeia no candelabro


5ª Feira - III Semana Comum

“Pôr a candeia no candelabro e não debaixo do alqueire.”

Pode ter dois significados:


Não esconder o que se é, nem disfarçar a nossa fé.
Não se envergonhar de Cristo pois quem se envergonhar das Suas Palavras, também Deus se envergonhará dele; quem O renegar será também renegado; quem não aceitar a Cristo, não poderá esperar ser aceite por Ele.


Só possuimos realmente aquilo que partilhamos.
Quem esconder algo só para si está a destruir tudo e todos.
Quem abafa uma candeia pensa guardá-la só para si, mas engana-se pois ela apaga-se e todos ficam prejudicados: fica a candeia sem luz, fica o dono às escuras e todos os outros sem claridade.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Timóteo e Tito

26 de Janeiro

Memória de São Timóteo e Tito

1ª Reflexão
Antigamente esta memória dos colaboradores de São Paulo tinha liturgia do Comum dos Mártires.
Hoje é-nos proposta como memória do Comum dos Pastores.
Isto que quer dizer?
Todos os mártires são pastores
e todos os pastores são mártires...

2ª Reflexão
Para Promover a nossa meditação na memória de Timóteo e Tito, a Página do Evangelho devia dar Preferência à letra T, mas não. A Página do Evangelho Própria desta memória resume-se à letra P.
Jesus Propõe aos seus discípulos que Peçam trabalhadores para a sua messe.
Os trabalhadores, isto é, os Pregadores são Poucos, mas devem mostrar Prontidão para Partir.
Peregrinos e Pobres irão Promover a Paz e Pregar a Palavra de Deus...

Façamos nossa esta lista da letra P e seremos mais Parecidos com os Pastores que hoje a Igreja nos Propõe como modelo e exemplo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Conversão de São Paulo

25 de Janeiro
Festa da Conversão de São Paulo

1ª Reflexão
A festa de hoje celebra o quê?
Celebra a queda de São Paulo e a visão que teve de Jesus a quem perseguia ou celebra o que aconteceu 3 dias depois, isto é, o seu baptismo e decisão de pertencer ao novo grupo?
É sem dúvida o segundo acontecimento.
A verdadeira conversão não ocorre quando temos visões, quando ocorrem milagres, quando alguém cai em si.
A verdadeira conversão é quando uma pessoa se dicide, quando se levanta homem novo, quando arregaça as mangas e faz algo diferente.
Celebramos hoje a conversão de São Paulo, ou seja, a sua decisão e o seu baptismo.
Convertamo-nos, tomemos a mesma decisão!

2ª Reflexão
Paulo em latim significa 'pequeno'. De facto ele era um homem pequeno, de baixa estatura.
Para além disso considerava-se pequeno como o último dos apóstolos (o mais pequeno de todos).
Também se apresentava como fruto de um abortivo, tão pequeno se considerava.
Ainda por cima, caiu da montada a caminho de Damasco e ficou de rastos, uma nulidade por terra.
E como se não bastasse morreu ainda mais pequeno porque lhe cortaram a cabeça.
A seus olhos, aos olhos dos homens e aos olhos do mundo Paulo era mesmo pequeno, mas tornou-se GRANDE aos olhos de Deus pela missão que Deus lhe confiou e pelo zelo, dedicação e solicitude por todas as igrejas que abraçou.
O mais pequeno tornou-se o maior e o apóstolo de todos os gentios, isto é, da maioria dos homens.
Que ele nos ajude a ser também pequenos aos olhos do mundo, mas grandes aos olhos de Deus.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Expulsar os demónios

2ª Feira - III Semana Comum

Deus expulsa os nossos demónios... se nós O ajudarmos a apanhá-los.

Isso que quer dizer?
Nós também temos alguns demónios dentro de nós.
Nós também precisamos que Jesus os expulse.
Mas para isso há que colaborar com Ele.
Como?

Um jovem perguntou a um idoso por que estava assim tão cansado, visto estar já aposentado.
- É que tenho muito trabalho todos os dias: dois falcões para domestificar, dois coelhos para vigiar, duas águias para dirigir, uma serpente para controlar, um leão para acorrentar e um doente para tratar e aguardar a sua cura.
O jovem contestou:
- Mas nenhum homem é capaz de fazer tudo isso ao mesmo tempo. Nem num circo isso acontece...
- Mas comigo acontece justamente como te disse. Os dois falcões são os meus olhos; os dois coelhos, os meus pés; as duas águias, as minhas mãos; a serpente é a minha língua; o leão, o meu coração e o doente é todo o meu corpo...

É preciso acalmar toda esta bicharada, expulsar todos estes demónios...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Todos irmãos


Ano A - III Domingo Comum

A cena foi apresentada num filme.
Uns miúdos estavam a troçar do empregado. Ele era velho, tinha a pele escura e muita paciência. A determinada altura, agarrou um garoto e pediu-lhe que deitasse a língua de fora:
- De que cor é a tua língua?
- Encarnada - respondeu o rapaz, sem saber a razão de tal pergunta.
- Agora repara na minha língua. Qual é a sua cor? - insistiu o empregado, mostrando a sua própria língua.
- É encarnada.
- Então ficas a saber que por fora somos de cor diferente mas por dentro somos todos iguais, da mesma cor, do mesmo feitio...

Nestes dias está a decorrer o oitavário de oração pela unidade dos cristãos. Exteriormente podemos marcar diferenças, rezar em templos separados, ter ministros distintos, tradições próprias etc. mas no fundo somos todos irmãos. O que nos une é Aquele que escolheu o nosso coração como sua morada preferida. Valorizemos então tudo o que nos une e o resto será ultrapassado.

O texto do Apocalipse, proposto para a oração desta semana, lembra que esta Terra é a morada de Deus junto dos homens. Esta é o habitat de vida, a nossa casa comum, onde não deve haver lugar para divisões. Além disso o próprio Deus convive com todos.
O Apóstolo Paulo recomendava às comunidades cristãs que falassem todos a mesma linguagem, permanecendo bem unidos, no mesmo pensar e no mesmo agir. O seu pedido ainda hoje é oportuno.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mão atrofiada


4ª Feira - II Semana Comum

Diante de Jesus estava um homem com uma das mãos atrofiada. Então entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada.

Não sei se o homem tinha a mão atrofiada porque não a estendia
ou se não estendia porque tinha a mão atrofiada.
As duas situações, dizem-me.
Eu prefiro a primeira opção.

Quem não estende a mão, fica com ela atrofiada.
Quem não pratica, fica insensível.
Quem não ama, fica com o coração endurecido.

Estende então a tua mão para que ela não fique atrofiada...
É preciso fazer ginástica, exercitar para desenvolver os nossos músculos em todos os sentidos.
Seja o Senhor Jesus quem comanda esses exercícios.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Semana Ecuménica

Começa hoje, e irá até 25, o oitavário de orações pela unidade dos cristãos.

Neste ano 2011 o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos sugere alguns subsídios que foram preparados pelos cristãos das igrejas de Jerusalém, subordinados ao tema:

Unidos no ensinamento dos apóstolos,
na comunhão fraterna,
na fração do pão
e nas orações.

“Eles eram assíduos ao ensinamento dos apóstolos e à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. O temor de Deus se apoderava de todo mundo: muitos prodígios e sinais se realizavam pelos apóstolos. Todos os que abraçavam a fé estavam unidos e tudo partilhavam. Vendiam suas propriedades e os seus bens para repartir o dinheiro apurado entre todos, segundo as necessidades de cada um. De comum acordo, iam diariamente ao Templo com assiduidade: partiam o pão em casa, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram favoravelmente aceitos por todo o povo. E o Senhor ajuntava cada dia à comunidade os que encontravam a salvação.”
( Atos 2,42-47 - Tradução Ecumênica da Biblia - TEB)


Este ano, o chamado à unidade, para as Igrejas do mundo inteiro, vem de Jerusalém, a Igreja mãe. Conscientes de suas próprias divisões e de sua própria necessidade de fazer mais pela unidade do corpo de Cristo, as Igrejas em Jerusalém fazem um apelo a todos cristãos para a redescoberta conjunta dos valores que mantinham unida a comunidade primitiva em Jerusalém, quando os cristãos se uniam no ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Os cristãos de Jerusalém convocam seus irmãos e irmãs para fazer desta Semana de Oração uma ocasião de renovar o compromisso de trabalho por um genuíno ecumenismo, enraizado na experiência da Igreja dos primórdios.

É um chamado à volta às origens da primeira Igreja em Jerusalém... São apresentados quatro elementos que eram marcos da primeira comunidade cristã e que são essenciais à vida da comunidade cristã, onde quer que ela exista:

- temos a palavra que era comunicada pelos apóstolos.
- Em lugar, a comunhão fraterna (koinonia) era um sinal importante entre os primeiros fiéis sempre que se reuniam.
- Um marco da Igreja primitiva era a celebração da Eucaristia (a fração do pão), lembrando a Nova Aliança que Jesus realizou através de seu sofrimento, morte e ressurreição.
- O aspecto é a atitude constante de oração.

Esses quatro elementos são os pilares da vida da Igreja e de sua unidade.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Cordeiro de Deus


Ano A - II Domingo Comum

No Livro do Apocalipse aparece 28 vezes o termo Cordeiro para indicar Cristo que, sem mancha, purifica os pecados da humanidade.
Antigamente os missionários da Gronelândia e de outras missões de esquimós, encontraram dificuldade em fazer compreender esta imagem simbólica pois aquele povo nórdico não conhece nenhum cordeiro. Tentaram então explicar o sentido terno e afectuoso substituindo a imagem de Cordeiro de Deus por outra figura mais comum nas suas paisagens: a pequena foca. Dizem que a Santa Sé vetou a transposição demasiado realista. No seu catecismo explica-se primeiro a natureza do cordeiro mediterrânico, antes de invocá-lo como Cordeiro de Deus, branco, branco.
Também entre os muçulmanos, no sacrifício do Ramadão, come-se um cordeiro, denominado Kurbán. Na língua corrente do Médio-Oriente, diz-se Kurbán para familiarmente saudar um amigo verdadeiro, apelidando-o de cordeiro por sacrificar-se por alguém.

Jesus é este Cordeiro terno, afectuoso e disposto a sacrificar-se pelos irmãos. O cordeiro é símbolo da mansidão e da paz. Na iconografia representa-se conforme a descrição no Apocalipse: com uma cruz e o estandarte do triunfo pascal.

Apresentando Jesus como o Cordeiro de Deus, João Baptista aponta a bondade de Deus Pai que mandou o seu Filho redimir o mundo, isto é, operar a santificação transferindo o homem para a esfera de Deus.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Agnus Dei

Ano A - II Domingo Comum

Cordeiro de Deus

João Baptista é o apresentador oficial de Jesus. Diz que Jesus “é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. A missão de Jesus consiste em tirar ou eliminar o pecado do mundo. A declaração de João Baptista convida os homens de todas as épocas a voltarem-se para Deus e a acolherem a proposta libertadora de Jesus: só a partir do encontro com Ele será possível chegar à vida plena, à meta final do homem novo.
Como acolher hoje esta acção do Cordeiro de Deus?
Como é que Jesus pode eliminar o pecado do mundo?

Recordo um passeio, algum tempo atrás. Estávamos com um grupo de crianças a merendar no alto da serra. Junto de nós algumas ovelhas, umas bastante novas. Uma miúda veio ter comigo:
- Senhor Padre, eu quero lavar as mãos.
- Tu vais esperar um pouco, vais brincar com os teus colegas e quando voltarmos para a camioneta lavarás as mãos...
- Mas eu quero lavar as mãos agora – insistiu ela.
- Mas porque é que queres lavar as mãos?
- É para ir brincar!
Custou-me compreender, mas ela tanto insistiu que tive de despejar uma garrafa de água para que ela ficasse satisfeita. Pus-me a ver o que ela ia fazer. Fiquei surpreendido, quando de imediato correu para junto de um cordeirinho, recém-nascido, alvo como a neve. E lá ficou entretida a brincar com ele.
Fiquei com pena de ter dificultado de início e só me vinha à memória a frase do Evangelho “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. De facto, esta cena ajudou-me a compreender essa mensagem. Jesus tira o pecado do mundo. E como é que o tira? Todo aquele que se aproxima d’Ele tem necessidade de se purificar. “Senhor eu não sou digno” – respondemos nós liturgicamente.
Ainda hoje Ele é o Cordeiro sem mancha que nos contagia.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Orar em sítio ermo

4ª Feira - I Semana Comum

Do Evangelho de hoje:
"Jesus retirou-se para um sítio ermo e aí começou a orar..."

É o centro desta página do evangelho e o centro de toda a actividade, missão e jornada de Jesus.

Ele retirou-se para rezar num sítio ermo...
Não para se encontrar mais perto de Deus,
mas para ficar mais longe das coisas.
Não para ficar mais afastado dos outros,
mas para se encontrar mais próximo de si mesmo....

O que Jesus fez, nós também podemos seguir o exemplo...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Obedecer

3ª Feira - I Semana Comum

Do Evangelho de hoje:
Quem é este que manda nos espíritos impuros e estes obedecem-lhe?

Se os espíritos impuros ou demónios sabem escutar e obedecer às ordens de Jesus, então nós, espíritos superiores não sabemos escutar e obedecer à palavra de Deus?

Afinal quem somos nós?
Não sejamos piores que os demónios, nem deixemos que eles sejam melhores que nós.

Então escutemos e obedeçamos.
Deixemos que Jesus mande em nós...
Às vezes pensamos que se Jesus não manda em nós porque queremos ser nós a mandar em nós mesmo. Mas pensando bem, quando Jesus não manda em nós, nós também não nos mandamos. Obedecemos então às circunstâncias. Elas é que mandam em nós e isso não tem sentido...

sábado, 8 de janeiro de 2011

O Sinal dos Cristãos


Ano A - Baptismo do Senhor

Um dia, na igreja paroquial, estavam muitas crianças. Fazia-se a preparação para a primeira comunhão. Veio o Senhor Vigário e perguntou:
- Rapazes, qual é o símbolo dos cristãos?
- É o Baptismo.
- Não, interveio outro colega. É o sinal da cruz.
- Ambas as respostas estão correctas, assegurou o Senhor Padre. E convidou a todos a fazerem o sinal da cruz para se lembrarem que eram baptizados.
Entre estas crianças encontrava-se um deficiente, afectado de poliomielite, que não podia mover o braço, sentado na sua cadeira de rodas. Então uma menina, olhando para ele, pergunta ao Senhor Vigário:
- E este como é que faz para mostrar que é cristão se não pode mexer os braços?
- Tens razão, o verdadeiro sinal do cristão não é nem o baptismo nem a cruz: é o amor.
Vede como eles se amam, concluíam os contemporâneos dos primeiros cristãos. O que nos faz cristãos não é apenas o baptismo, ou o nome, ou a cruz que trazemos ao peito ou quando nos persignamos. O que nos distingue como discípulos de Jesus Cristo é o amor: o amor que nos vem de Deus e o amor que partilhamos com os outros. Esta experiência não deixa ninguém de parte, mas unidos numa mesma comunhão.
Este é o meu filho muito amado... diz Deus de seu filho Jesus Cristo tal como repete a cada um de nós, pois Deus é amor. Através do baptismo nós aceitamos fazer parte desta dinâmica do amor, que tem o seu apogeu na Cruz de Cristo, verdadeiro hino de amor libertador. Baptizados com Cristo, com Ele partilhamos o amor de Deus e dos irmãos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Deus quer...


6ª Feira depois da Epifania

“Senhor, se quiseres, podes curar-me…”
Suplicou o leproso.
Também eu te suplico:
Senhor, Cura-me de tanta lepra…
Cura-me… dos gestos de violência e de intolerância…
Cura-me… das atitudes agressivas e bruscas…
Cura-me… dos comportamentos desagradáveis que criam frieza para com os irmãos…
Cura-me… das doenças contagiantes do orgulho…
Cura-me… de toda a frieza que me isola do calor humano…
Cura-me… de todo o egoísmo que empobrece a riqueza do irmão…
Cura-me… da soberba que humilha os simples…
Cura-me… de todo o tipo de ódio, inimizade e malquerença que fere o amor…
Senhor faz o milagre de me curares de tantos males
que se opõem aos inúmeros Dons do teu Amor;
torna-me um mensageiro que anuncie o perdão, a verdade e a esperança;
ensina-me a irradiar a luz, a alegria e a paz.


Curar tem o mesmo sentido de limpar ou purificar.
Curar um leproso era o mesmo que ressuscitar um morto.
Jesus quis o mesmo que o leproso queria, pois era o mesmo que Deus quer: vida plena para todos, para todas.
Querer já é, de fato, um primeiro passo para descobrir maneiras de poder fazer o que é preciso.

Deus quer, o homem sonha e a obra nasce… (Fernando Pessoa)



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sobre Mim

5ª Feira depois da Epifania

Do Evangelho de hoje:
O Espírito do Senhor está sobre mim.

1. Está sobre mim porque é mais forte do que eu.

2. Está sobre mim porque vem do alto.

3. Está sobre mim para elevar-me.

4. Está sobre mim porque é o meu escudo e protecção.

5. Está sobre mim porque eu estou sob a sua acção.

6. Está sobre mim porque é mais velho do que eu, é eterno.

7. Está sobre mim para que eu possa carregá-lo para onde quer que vá.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Barca Bela

4ª Feira depois da Epifania

Do Evangelho de hoje: "Jesus obrigou logo os seus discípulos a subirem para o barco e a irem à frente, para o outro lado... Era já noite, o barco estava no meio do mar... Jesus foi ter com eles de madrugada, andando sobre o mar… A seguir, subiu para o barco, para junto deles, e o vento amainou..."












Quem quer ver a Barca Bela
Que se vai deitar ao mar?
Nossa Senhora vai nela
E os anjos a remar.

São Pedro é o Piloto,
Jesus Cristo o General.
Que linda Bandeira leva:
A bandeira de Portugal!

- Fazer-se ao mar, fazer-se ao largo. Barco feito para navegar, não pode ficar parado. É preciso movimento, acção. Um barco parado fora da água estraga-se.
- Tantas personagens, todas têm um serviço; nem todas podem fazer a mesma coisa: Umas remam, outras estão ao leme...
- Cristo comanda, dá ordens, fala, orienta. Que diz? – Faz-te ao largo, navega mais além.
Bandeira, sinal de propriedade, de pertença, sinal de festa e de alegria.
- No meio da água, a navegar, a ultrapassar as ondas, mas não há perigo desde que a água não entre dentro do barco, pode haver tanto mal à volta mas desde que não entre dentro não levará ao fundo.
- Avança à força dos braços. Não tem motor, é preciso remar, dedicação, constância, esforço.
- Não pode avançar só com um remo, só com um lado. É preciso remar dos dois lados senão o barco dá voltas e voltas sobre si mesmo e não avança. Quais são estes dois remos? O amor a Deus e o amor aos irmãos. Só quem pega nestes dois remos é que faz avançar.
- Nós somos este barco, mas não vamos sozinhos: levamos o amor de Maria, de Jesus, dos anjos, dos santos. A sua presença ou intercessão ajudar-nos-á a avançar.
- A Barca é Bela, é bonita, é santa. A vida é Bela quando avança, quando se trabalha, quando leva a presença de muitos, quando é serviço. Uma vida só, é uma vida triste.
- O barco faz-se ao mar, é preciso partir, desatar amarras, renunciar, deixar algo para trás. Às vezes custa enfrentar o novo, partir. Custa deixar o porto ou o cais mas é preciso decidir-se, optar.
- Como é que se enfrenta os perigos do mar: com a presença de Jesus, de Maria e dos anjos. Eles vão comigo, dentro de mim.
- A barca viaja para quê? Para levar gente. Levar a Jesus Cristo, é uma barca missionária...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pe. Casagrande




















Faz hoje precisamente 2 anos
que partiu para a Grande Casa do Pai,
o Pe. Mário CASAGRANDE.
Que descance em paz!






Dois peixes

3ª Feira depois da Epifania

Milagre da multiplicação dos 5 pães e dos 2 peixes.

Acerca dos 5 pães e do seu significado, relembro a mensagem publicada neste QUINTAL no dia 24 de Abril de 2009.

Sobre os 2 peixes:
Um é o peixe do DOM, da oferta, da graça...
o Outro é o peixe da CONQUISTA, do esforço, do trabalho, da luta...

Qualquer peixe tem este duplo aspecto:
o mar dá-o, mas é preciso pescá-lo.
É Dom e Conquista, ao mesmo tempo.
É Graça e Merecimento em simultâneo.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Jesus Falante

2ª Feira depois da Epifania

"Quando Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso, retirou-se... e começou a pregar."

Até agora festejámos o Deus Infante = Deus menino, não Falante, que não têm voz, que fala apenas através do silêncio...
A partir de hoje começamos a festejar o Jesus pregador, o falante, que continua a ser a voz que prega no deserto (pois a outra voz foi calada = João Baptista).

Jesus fala porque tem uma mensagem a transmitir.

De facto os SÁBIOS FALAM PORQUE TÊM ALGUMA COISA A DIZER,
enquanto os néscios falam porque têm de dizer alguma coisa.