terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Kum, isto é, levanta-te


3ª feira – IV semana comum

Dizem que uma grande marcha começa sempre por um pequeno passo.

Mas não é verdade.

Antes desse primeiro passo, é necessário um gesto crucial, sem o qual não haverá nem o primeiro passo nem uma longa marcha.

Tudo começa com o gesto heroico de se levantar.

E não deve ser fácil, porque só com a ajuda de Deus é que muitas pessoas conseguiram levantar-se.

De facto, Jesus fez vários milagres ordenando que as pessoas se levantassem.

Por exemplo, Jesus pegou na mão da menina e disse-lhe – Talitha kum, que significa, menina, eu te ordeno levanta-te. Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar.

Tudo começa com o levantar-se ou erguer-se. Para caminhar é preciso levantar-se primeiro.

É por isso que no meio da celebração da eucaristia o sacerdote diz: sursum corda, isto é, corações ao alto, levantai ou erguei os corações. Infelizmente muito presentes, apenas levantam o assento, põem-se de pé, mas não levantam os seus corações para Deus.

Quem não se levanta não pode dar o primeiro passo. É preciso erguer o seu coração, subir de nível, aproximá-lo de Deus.

Uma grande marcha começa sempre. Não com os pés, mas com o coração ao alto.

O levantar-se não nos leva aonde queremos ir, mas tira-nos de onde estamos. E isso pode ser o princípio de uma longa viagem que nos pode levar longe ao encontro de Deus.

 

Ver ainda:

Assim tocamos corações

 

Memória de São João Bosco (1815-1888)

Aproximar-se dos jovens para que os jovens se aproximassem da Igreja e de Deus, através de jogos, artes, ofícios, divertimentos, atividades, educação e proximidade.

Interessar-se pelos gostos dos jovens para que os jovens ganhassem gosto pelas coisas da Igreja e de Deus.

O objetivo das Jornadas Mundiais da Juventude é precisamente a Igreja aproximar-se dos jovens para que os jovens se aproximem da Igreja.

É o mesmo sonho de São João Bisco – reunir os jovens entre si e uni-los à Igreja.


Oração

Senhor nosso Deus,

que em São João Bosco destes à vossa Igreja

um pai e mestre da juventude,

fazei que, animados pelo mesmo amor,

façamos da JMJ Lisboa 2023 um encontro para todos os jovens

e nos entreguemos ao vosso serviço

trabalhando pela salvação dos homens.

Por Cristo, nosso Senhor.

Ámen.


Ver também:

O missionário dos jovens



 

domingo, 29 de janeiro de 2023

Jesus sentou-se e ensinou


Ano A – IV domingo comum

1º Jesus sentou-se e começou a ensiná-los dizendo – Bem-aventurados…

Sentou-se porque é o Mestre dos mestres.

Os pregadores falam de pé para ninguém adormecer, os políticos oram de pé para que todos os possam ver, os professores ensinam de pé para que todos fiquem sentados, os treinadores orientam a equipa de pé para dar o exemplo.

Só o pai ou a mãe ensinam os filhos estando sentados, na intimidade ou familiaridade, lado a lado. Assim fez Jesus no sermão da montanha das bem-aventuranças.

 

2º - Saber as bem-aventuranças de cor e salteado

Não sou capaz de enumerar as bem-aventurança, mas quero saber o seu significado.

Todas as bem-aventuranças estão no Pai Nosso.

O Pai Nosso contém todas as bem-aventurança.

 

3º Bem-aventurado é ser feliz

Acredito nas Bem-aventuranças.

Acredito que é possível ser feliz no meio das dificuldades e não é preciso ser masoquista. A felicidade não se identifica com a abundância de bens ou a ausência de sofrimento.

 

4º As bem-aventuranças dos consagrados

1. Bem-aventurado o consagrado que todos os dias responde SIM a sua vocação.

2. Bem-aventurado o consagrado que escolhe Jesus como seu único amor.

3. Bem-aventurado o consagrado que encontra a sua alegria em servir os últimos e os mais frágeis.

4. Bem-aventurado o consagrado que com a vida e a palavra luta contra todas as injustiças.

5. Bem-aventurado o consagrado que assume Jesus como único modelo da sua vida.

6. Bem-aventurados os consagrados que levam com alegria a cruz de Cristo e dos irmãos e irmãs que são perseguidos por causa do Reino de Deus.

7. Bem-aventurados os consagrados que cantam com Maria, Mãe de Jesus o Magnificat e Te Deum.

8. Bem-aventurados os consagrados que oferecem a sua vida por uma humanidade de paz e de alegria em seguir Jesus pobre, casto e obediente.

9. Bem-aventurados os consagrados que celebram no altar da vida a eucaristia humana e divina.

10. Bem-aventurados os consagrados que oferecem toda a humanidade como oração que não exclui ninguém do Reino de Deus aqui na Terra.

 

SENHOR, faz com que a vida consagrada seja luz, sal, fermento na humanidade e que faça nascer uma Igreja de esperança que abre as suas portas a todos aqueles que procuram a Verdade.

(De autor desconhecido, semana dos consagrados)

 

Ver também:

À procura da felicidade

 

Ver ainda:

Semana dos consagrados

 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Ir embora não é solução


6ª feira – III semana comum

 

Da Primeira Leitura de hoje:

Vós tendes necessidade de perseverança, para cumprir a vontade de Deus.

Nós não somos daqueles que retrocedem para a sua perdição, mas daqueles que perseveram na fé para salvar a sua alma. (Hebr 10, 32-39)

Hoje ficar na igreja, praticar ou perseverar, parece mais incomum do que abandonar ou deixar-se ficar fora. Parece que há mais gente que se vai do que vem para a Igreja. Mas ir embora não é solução.

Que podemos aprender desta onda de pessoas deixando a igreja?

 

Nós permanecemos na igreja por vários motivos:

1 - A igreja é casa de santos e de pecadores. Não esperamos encontrar só santos na igreja nem só pecadores. Há que apurar melhor a nossa vista.

2 - A igreja dá-nos apoio e confiança que mais nenhuma outra estrutura nos pode dar. Se sairmos por nos faltar isso, fora nunca vamos encontrar.

3 - Se por causa do mal de alguns eu abandono a igreja, estou apenas a aumentar o mal da mesma comunidade e a aumentar o meu mal pessoal.

4 - Não podemos desanimar, porque Deus nunca nos abandona. Nós podemos afastar-nos ou arrefecer, mas ele continua o mesmo. Não é Deus nem a igreja que muda. Nós é que mudamos e mudar para fora é sempre mudar para pior.

5 - Podemos ver a igreja como a nossa própria família. Às vezes nem tudo corre bem, temos pena ou vergonha de alguns elementos e outras vezes, orgulhamo-nos deles. Mas é sempre a nossa própria família. A igreja é a família que temos e se algo não está muito bem, ninguém abandona a sua própria família porque isso nunca contribuirá para que esta fique melhor.

6 - A igreja é como a semente lançada à terra ou como o tesouro no campo. A igreja como instituição é o campo, o tesouro ou a semente é o Evangelho. Devemos guardar este tesouro, mas não o confundir com o campo.

7 - Acredito que o Espírito Santo guiará o campo da igreja para que o tesouro seja redescoberto ou a semente do Evangelho possa germinar, crescer e dar muito fruto. Hoje parece que o bem da igreja está reduzido a uma pequenina semente de mostarda. Não podemos esquecer que essa semente é de Deus e não nossa. Deixemo-la germinar e crescer.

 

Ver também:

Sementes do Reino

 

À margem:

As parábolas da vida quotidiana

Ou a vida quotidiana nas parábolas.

O homem que semeia,

A mulher que amassa,

O homem na sua horta com mostarda,

A mulher na cozinha com o fermento.

Jesus é este homem e esta mulher

Que semeia, amassa, faz crescer.

Jesus é também o próprio grão de mostarda

E o próprio fermento.

Com ele somos todos promessa de vida.

 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Pintando os santos do dia


Memória dos Santos Timóteo e Tito, bispos,

colaboradores de São Paulo,

a quem Paulo lhes escreveu 3 das suas 13 epístolas,

chamadas de Pastorais – 1 Tm; 2 Tm; Tt

Se eu fosse artista, pintaria um quadro com os santos celebrados hoje – os santos Timóteo e Tito.

Mas não apresentaria apenas duas figuras, mas três, mesmo contrariando a página do Evangelho na qual Jesus enviou dois a dois.

Juntaria a estes a figura de São Paulo, pois são considerados seus colaboradores e amigos no ministério e dedicação. (A figura de Jesus não precisaria de ser pintada, pois cada um já a tem bem gravada no seu coração).


Ficaria assim a minha pintura

- 3 pastores com idades diferentes – um jovem à esquerda (Timóteo), um maduro ao centro (Paulo) e um ancião à direita (Tito).

- Estão juntos para nos recordar a capacidade de unir harmoniosamente a criatividade do Jovem, a força do maduro e a experiência do ancião.

- Assim dispostos apresentam a vontade do jovem, a sabedoria de Paulo e a memória ou a história de Tito.

- Cada um deles dirige o seu olhar consoante a sua idade e a sua vivência – O jovem olha para a frente (futuro), o maduro olha para o alto (presente que é dom de Deus) e o ancião tem os olhos quase encerrados (olhar interior).

- Um está vestido de verde (esperança da juventude), outro de vermelho da caridade que dá frutos abundantes (coração que está no centro) e o ancião veste-se de branco (não apenas para condizer com as suas barbas brancas, mas para indicar a luz da fé).

- Um segura uma âncora da esperança, outro um coração da caridade e o terceiro uma cruz da fé.

- O jovem sem barba (Timóteo), o do meio com barba, mas cabeça rapada (conforme voto de Paulo) e o terceiro com largas entradas na cabeça e longas barbas (Tito).

- O jovem está com uma túnica mais comprida à frente do que atrás (peito inchado, desafiando o futuro), o do meio tem a túnica de igual altura quer à frente quer atrás (sinal de ponderação, equilíbrio e sinceridade) e o terceiro tem a túnica mais comprida atrás do que à frente (porque já meio curvado pelo peso da idade e da humildade).


E podíamos continuar a pormenorizar cada personagem, consoante o exemplo da sua vida de apostolado e de santidade, salientando cada detalhe e especificidade.

Mas fiquemos por aqui porque a pintura tem de ser obra de toda a vida.

Afinal, nós não estamos a pintar as figuras da história. Estamos a pintar a nossa própria figura e a nossa história.

Que estes santos pastores nos ajudem a pautar e pintar a nossa vida segundo a cópia que eles nos deixaram de Cristo.

 

Ver também:

Não é colónia de férias

 

Hoje é o dia dos amigos


A partir de hoje até ao carnaval cada quinta-feira assinala um dia especial:

- Dia dos Amigos

- Dia das Amigas

- Dia dos Compadres

- Dia das Comadres

Amigo é quem nos ajuda nos momentos difíceis


Quem reza por mim, é meu amigo.

Quem é meu amigo tem de rezar por mim. 


Ver também:

Os amigos são assim

 

A Amizade segundo o Pe. Dehon

 

1.     É nas provas que se reconhece os seus amigos. Mostre-se então bem generoso. (Carta ao Pe. Rasset, 18/09/1880, Inv. 465.01, AD: B22/11)

2.     HPC = a Humildade, a Paciência, a Caridade, eis as nossas três amigas, três esposas especiais que devem atrair todos os nossos cuidados. (CF, 28 de maio de 1880)

3.     Nada une tanto como o chorar juntos, isto fortifica a amizade e as almas fundem-se numa só. (CF, 2 de junho de 1880)

4.     Nosso Senhor também gosta mais de ver amigos do que servos. (VA, Pág. 149)

5.     O homem manso será bem-aventurado porque Deus o abençoará, mas também porque conquistará facilmente os corações e não terá inimigos. (ACJ 2, Pág. 37)

6.     Quão belo é o coração que só abraça na terra a virtude e a ciência, a Igreja e a pátria, a família e as santas amizades! (Acerca da Educação Cristã e das Virtudes da Infância, in “A Educação e o Ensino Segundo o Ideal Cristão”, IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, Pág. 326)

7.     Que doce e santa coisa é uma amizade. (NHV, volume III, outubro 1865 – outubro 1869, Pág. 153)

8.     Que grande dom de Deus é um bom amigo. (NHV, volume I, março 1843 – maio 1864, Pág. 30)

9.     Seja gentil com todos. A gentileza é a flor da caridade. (Carta ao Pe. Paris, 31/10/1912, Inv. 300.02, AD: B20/7.4)

10. Sejamos sempre amáveis para responder ao espírito da nossa vocação, para nos assemelharmos inteiramente ao Coração de Jesus e fazer bater o nosso coração em uníssono como seu. (CF, 16 de novembro de 1879)

 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

É conversão ou vocação?


Festa da conversão de São Paulo

Trata-se de uma conversão ou de uma vocação?

Não conheço nenhum outro apóstolo, discípulo, pastor ou santo que tenha uma festa assim, nem da sua conversão nem da sua vocação, e não faltariam candidatos.

A Liturgia chama conversão ao que aconteceu na estrada de Damasco, mas há continuidade na sua história, pois até o próprio Ananias que foi enviado por Deus para junto de Paulo diz-lhe: O Deus nos nossos pais destinou-te… Tu serás testemunha de todos os homens acerca do que viste e ouviste.

Parece que a experiência de Paulo é um chamamento para uma vocação específica.

Não podemos ficar apenas nestas duas alternativas ou na complementaridade dizendo que toda a conversão é uma vocação e toda a vocação é uma conversão.

A tónica não está nem na missão recebida nem na experiência de transformação ou conversão.

O mais importante do episódio é a Cristofania, isto é, a revelação de Cristo e a sua identificação com os discípulos (perseguidos ou não) – Eu sou Jesus Nazareno, a quem tu persegues.

Portanto, não falemos nem de conversão, nem de vocação, mas de identificação – de Cristo com os discípulos e, a partir de então, de Paulo com Cristo,

A Cristofania consiste em Cristo se identificar com os discípulos para que Paulo comece a identificar-se com Cristo.

 

À margem:

Não sabemos se houve cavalo ou não, mas apenas que Paulo surgiu caído por terra e com os olhos cegos.

E assim começou uma viagem, tão longa que o levou até à eternidade.

Nunca avançou tanto como quando estava caído por terra.

Nunca viu tão claramente como quando esteve sem vista durante os três dias seguintes.

Cada discípulo tem também uma viagem assim. Nunca avançamos tanto como quando estamos prostrados, simples, humildes, pequeninos. E nunca vemos tão bem como quando só com o olhar interior.

 

Ver também:

A conversão é obra de Deus

 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Ser obediente é ser irmão


3ª feira – III semana comum

 

Quem é minha irmã e quem são meus irmãos?

Quem é obediente é irmão de Jesus.

E quem é irmão de Jesus é obediente.

Quem cumpre a vontade de Deus é irmão de Jesus.

E quem é irmão de Jesus cumpre a vontade de Deus.

 

Ver também:

Quem é minha mãe

 

sábado, 21 de janeiro de 2023

Proclamando o Evangelho


Ano A – III domingo do tempo comum

Domingo da Palavra de Deus

Hoje cada elemento do Grupo dos Leitores, depois da homilia, foi chamado pelo nome e recebeu um crachá com o versículo – Jesus proclamava o evangelho do Reino.

O sacerdote ao colocá-lo no peito de cada um dizia – Proclama tu também o Evangelho de reino, ao que o próprio respondia – Assim seja.

No final da celebração cada participante ao sair da igreja recebeu uma mola ou presilha com a indicação Mt 4, 23.

O sacerdote explicou que o trabalho de casa era procurar no Evangelho essa citação e prender esta página com a mola para responder à pergunta e ao desafio:

Pergunta – O que é que Jesus fez em Mt 4, 23 ?

Desafio – Então faz tu o mesmo.

 

Ver também:

Luz e palavra

Jesus é o protagonista

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Jesus é o protagonista


6ª feria – II semana comum

Escolheu 12 para o seguirem, para serem atores secundários pois só ele é ator principal, só ele é protagonista.

Mais tarde Jesus dirá: A ninguém chameis mestre, nem pai… porque um só é o vosso Pai, um só é o vosso mestre.

 

À margem:

O evangelista Marcos apresenta alista dos 12 apóstolos que foram escolhidos por Jesus acrescentando algumas indicações, para os identificar melhor, tais como:

- Simão, a quem pôs o nome de Pedro

- Tiago, filho de Zebedeu

- João, irmão de Tiago, a quem pôs o nome de Boanerges, isto é, Filhos do trovão.

- Tiago, filho de Alfeu

- Simão, o Cananeu

- Judas Iscariotes, que depois o traiu.

Isto quer dizer que Jesus apesar de saber tudo, de saber quem eram ou quem seriam mais tarde, escolheu-os na mesma: alguém que o negaria, um que seria traidor, outros que seriam violentos ou barulhentos etc.

Não sei se Jesus os acolheu por serem assim, ou se apesar de serem assim foram escolhidos.

Só sei que Jesus da sempre oportunidade a cada um de colaborarem com ele. Faz isso porque sabe que o papel principal é seu e os escolhidos são sempre artistas secundários.

 

Ver também:

Corresponsabilidade

 

Penitencial ecuménica

Irmãos e irmãs, somos chamados à união, mas precisamos da graça de Deus para ultrapassarmos as nossas debilidades e divisões.

 

1 - Senhor, pelas águas do batismo e pelo Espírito Santo tornamo-nos membros do corpo de Cristo, mas os nossos pecados têm causado dor e sofrimentos a nós e aos outros.

Senhor, tende piedade de nós.

 

2 - Cristo, temos falhado na prática do bem. O individualismo tem provocado desigualdade e desunião na nossa família, na nossa comunidade e na nossa sociedade. Às vezes fomos pedras de tropeço em vez de edificarmos a igreja de Deus.

Cristo, tende piedade de nós.

 

3 - Senhor, não temos procurado a justiça diante da opressão nem temos obedecido ao mandamento de Deus do amor ao próximo, porque sem justiça não pode haver misericórdia.

Senhor, tende piedade de nós.

 

Deus todo-poderoso abra o nosso coração para que possamos buscar sempre as riquezas da inclusão de todos e encontrar os tesouros da diversidade dos nossos irmãos.

Deus tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.

 

À margem:

Aprendei a fazer o bem e procurai a justiça.

Aprender é procurar

e procurar é aprender.

Quem faz o bem pratica a justiça

e quem pratica a justiça faz o bem.

 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Unidos pelo bem e justiça

 

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, 2023


Preparada pelo conselho dos Cristãos de Minnesota, Estado do Centro-Norte dos Estados Unidos. É uma zona com mais de 10.000 lagos e com muitas disparidades raciais – começando com o massacre do povo indígena Dakota em 1862 e por último o assassinato do jovem afroamericano George Floyd em 2020 por uma agente policial. A oração pela unidade dos cristãos assume um significado ainda mais importante quando se situa no coração das lutas contra o que nos separa como seres humanos criados com igual dignidade à imagem e semelhança de Deus.


Tema

Aprendei a fazer o bem, procurai a justiça. 

(Is 1, 17)

 

Isaías viveu e profetizou em Judá durante o oitavo século antes de Cristo e foi contemporâneo de Amós, Miqueias e Oseias. Isso decorreu no fim de um período de sucesso económico e estabilidade tanto para Israel como para Judá, devido à fraqueza das potências daquele tempo, Egito e Assíria. No entanto, foi também um período no qual a injustiça, a iniquidade, as desigualdades eram crescentes em ambos os reinos.

Isaías falou nesse contexto tentando despertar a consciência do povo de Judá para a realidade da sua situação. A injustiça e a desigualdade levam à fragmentação e desunião. Isaías ensinou que Deus exige de todos um comportamento correto e exige que se pratique a justiça, em todos os instantes e campos da vida. O mundo de hoje de muitas maneiras espelha os desafios de divisão que Isaías confrontou na sua pregação. O compromisso de Deus de criar uma humanidade de todas as nações, tribos e línguas nos chama para a paz e para a unidade que Deus sempre quis para a criação.

Símbolos

Água e pedras

Os muitos lagos e ilhas semeados no estado de Minnesota, apontam para a água do batismo e para a construção de uma única igreja como pedras vivas.

Recebemos um só batismo e entramos numa mesma construção que é a Igreja de Cristo. Somos pedras diferentes, de cores diferentes e de formas diferentes, mas todos concorremos para a mesma construção. Valorizemos o que nos une – O amor de Deus, a nossa dignidade como sua imagem e semelhança, o mesmo batismo, a fé no único Cristo e a nossa vocação comum para edificarmos o mesmo corpo de Cristo.


Ver também:

A estrela da unidade

 

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

O ensino de Santo Antão


Memória de Santo Antão, Abade

Padre do deserto, 250-356)

Três eremitas costumavam todos os anos visitar o Abade Antão.

Os dois primeiros perguntavam sobre o que deviam fazer para se tornarem mais conformes ao que Deus queria que fossem.

O terceiro eremita permanecia todo o tempo em silêncio sem formular nenhuma pergunta.

Depois de alguns dias, os seus colegas repreenderam-no dizendo:

- Parece que já sabes tudo. Não fazes nenhuma pergunta ao abade? Não queres que ele te ensine alguma coisa? Então porque é que vieste até aqui?

Então este eremita respondeu com humildade:

- Para mim, basta-me só uma coisa. Basta ver o abade.

De facto, quem quer seguir a vida do abade, a vida de um mestre ou de um santo basta apenas vê-lo e imitar o seu exemplo.

Ver a vida, o exemplo e a santidade de Santo Antão era o suficiente para alguém se sentir contagiado e seguir o mesmo caminho. O Santo nem precisava de dizer nada nem os visitantes precisavam de perguntar nada. Bastava vê-lo para aprender o caminho da vida de felicidade e de santidade. A exemplo de Jesus, ele ensinava o que vivia e vivia o que ensinava.

 

Então vai e faz o mesmo para que os outros ao olhar para ti se sintam elevados a uma vida de perfeição. Não é preciso escutar nenhuma palavra, mas apenas ver o que fazes e ou que vives.

 

À margem:

Estas são, segundo Santo Antão, as 3 armadilhas de Satanás para nos roubar a Alegria e a Paz:

- Mágoa e rancor pelo passado;

- Medo e ansiedade pelo futuro;

- Ingratidão pelo presente.

 

Ver também:

Os nomes de Santo Antão

 

domingo, 15 de janeiro de 2023

Ecce Agnus Dei...


Ano A – II domingo comum

Jesus é apresentado por João Baptista como o Cordeiro de Deus.

Ele é Pastor que é também Cordeiro.

É Cordeiro que também é Pastor.

 

Jesus é Pastor, quando vai à nossa frente para nos guiar. Deixemo-nos guiar, seguindo-o.

Jesus é Cordeiro, quando vai no meio do rebanho como nosso irmão para se imolar por nós. Deixemo-nos redimir. Que Ele nos limpe dos nossos pecados.

Na igreja onde sou pároco, colocaram à frente do altar uma pequena imagem de São João Baptista, a apontar para o alto.

Tive a tentação de corrigir o artista.

Na verdade, João Baptista apontou para Jesus que vinha ao seu encontro dizendo… Eis o Cordeiro de Deus.

Para onde apontou ele? Para a frente, claro.

Então porque é que o artista apresenta aqui a apontar para o alto?

Perguntei aos presentes a razão disso.

Foram várias as explicações:

- Porque Jesus está na Terra e está co Céu, no alto.

- Porque como voz que clama, está a levantar o dedo, pedindo licença para falar.

- Porque está a apontar o caminho do céu que como precursor ajudou a preparar.

- Porque o seu dedo está em riste como que advertir-nos a converter a nossa vida de pecado.

- Porque está a apontar para o Cordeiro de Deus que vai estar sobre o altar, imolado para nos salvar.

 

A exemplo de João Baptista sejamos ponteiro de Jesus, apontando para o alto, sobretudo apontando para o altar onde o Cordeiro de imola por nós.

 

Ver também:

Sempre presente

Ver, apontar, anunciar

O ponteiro de Deus