segunda-feira, 31 de julho de 2023

O jovem Leão Dehon (6)

O jovem Dehon em Aventuras no Egito

No primeiro de março houve atrasos na viagem no rio Nilo devido ao vento e às areias. Encalhamos. Os nossos homens não chegaram para tirar-nos do apuro: após cinco horas de forças inúteis, foram ajudados pela equipagem doutro barco que passava.

Um sírio dirigiu-se a nós a pedir o bagchich. Mal recebido e chicoteado pelo meu companheiro por causa da sua importunidade, ele puxou do sabre para se vingar, mas um dos nossos cameleiros acalmou-o.

Na volta, atravessando o deserto, encontrámos um acampamento de beduínos, um chacal errante e caçadores de gazelas.

De tarde, produziam-se espantosos efeitos de miragem. Dir-se-ia que ao Norte havia um lago imenso no qual se refletiam árvores, aldeias e a pirâmide de Meidum.

Do Egito à Palestina, seguimos a estrada do deserto.

Durante a noite acampámos mesmo na estrada. Um chacal veio cheirar as nossas provisões.

A 21 de março, os passaportes, fim do deserto. Formalidades maçadoras. O médico do forte devia certificar-se da nossa saúde. O Mudir ou governador devia assinar os nossos passaportes, mas, disseram-nos que ele só se levanta ao meio-dia. E ainda tivemos de lutar, à partida, com um Beduíno que reclamava 5 francos por passageiro para a portagem do deserto. O meu companheiro e cozinheiro empurraram-no e chicotearam-no, e ele deixou-nos em paz.

Após 7 horas de marcha, chegámos ao fim do deserto. 

Passámos da África para a Ásia, e do território egípcio para o território turco. 

Um incidente de fronteira por pouco não interrompia bruscamente a nossa viagem.

O sultão estabelecera um cordão sanitário rigoroso. Um indivíduo pediu-nos o nosso atestado de boa saúde passado pelos médicos egípcios. Nós o tínhamos. Eles chamavam isso ‘Patenta’. É uma palavra italiana. O meu companheiro não percebeu e chicoteou esse importuno, que, aliás, não vestia nenhuma farda oficial. Descobrimos que era um soldado do Grão-Turco.  O caso era grave: chicotear um soldado do Nizan. O oficial do posto decidiu que iriam prender-nos, para despachar-nos depois para Constantinopla.

O caso virava-se trágico. Eu parlamentei, tanto por meio do intérprete como pelas poucas palavras de árabe que eu sabia. Ofereci uma compensação monetária ao soldado. Mas este resistiu e achou que a honra dum soldado turco valia mais do que o dinheiro. Bravo, tais sentimentos só mereciam louvores. Finalmente consegui fazer valer o facto de que o soldado não vestia a farda, o que mudava completamente a questão, e que o meu companheiro não tinha percebido que lhe pediam a ‘Palenta’, mas que ele julgara ser um vulgar pedinte. Deixaram-nos livres depois de horas. Mas durante uns instantes pensei que em vez de passar as festas da Páscoa nos lugares santos, iríamos passá-las em Istambul.

Chegámos a Gaza só à noite e tivemos de acampar fora da cidade.

(Cf. NHV, 1864)


domingo, 30 de julho de 2023

Um coração muito especial


Ano A – XVII domingo comum

 

Só quero ter um bom coração

O que é devemos pedir em primeiro lugar a Deus aqui na terra.

- Um bom amigo?

- Não

- Um bom vizinho, muito mais perto do que o amigo.

- Não.

- Uma boa família?

- Não.

- Um bom emprego, um bom futuro, uma boa educação, paz, bem-estar, felicidade?

- Não. Basta pedir um coração bom, porque assim terá um bom vizinho, um bom amigo e tudo o mais.

Um corasssão com 3 esses

Neste domingo vamos copiar o coração de Salomão.

- Prontos para escrever?

- Sim.

- Então escrevam – CORASÃO.

- Está errado – gritaram todos.

- Então deve ser com dois esses assim – CORASSÃO.

- Não está correto – voltaram a protestar.

- Ah! Já sei. Só pode ser assim CORASSSÃO.

- Não é assim que se escreve essa palavra.

- É sim. O CORASSSÃO de Salomão tem sempre 3 esses. Um S de Sábio, um S de Santo, um S de Simples ou de Sensato.

Só com estes 3 Esses é que nós podemos ter um CORAÇÃO igual ao de Salomão.

 

À margem

Alguém arrepiado pelo erro ortográfico aconselhou:

- Se não sabia bem como se escrevia, porque é que não fez um desenho? Era mais fácil desenhar um coração – coração simples, perfeito, brilhante.

De facto, não há melhor maneira de mostrar um bom coração do que através da imagem, gesto ou ação.

 

Ver também:

O tesouro é que me tem

 

sábado, 29 de julho de 2023

O jovem Leão Dehon (5)

O jovem Dehon em aventuras na Grécia

Iríamos percorrer toda a Grécia, durante seis semanas.

Precisámos de organizar toda uma caravana, pois a Grécia não tem nem comboios, nem carruagens, nem mesmo estradas.

Tomámos seis cavalos e três homens de serviço: intérprete, cozinheiro e carregador. Não levámos tendas; disseram-nos que poderíamos sempre alojar-nos em casa dos habitantes. Era verdade e às vezes era original e interessante, mas isso expôs-nos a suportar todos os insetos mais irritantes e repugnantes.

Cada dia as nossas bagagens iam à frente, os nossos homens escolhiam a melhor casa da terra, que nos era cedida complacentemente; e nós deixávamos uma gorjeta para indemnizar os nossos hospedeiros…

Na noite que passámos em Patrasso,  um terramoto sacudiu o chão e a casa. O nosso terror era grande, mas os nossos hóspedeiros vieram acalmar-nos:

– Durmam em paz. Isto em Patrasso acontece de tempos a tempos. Não há nada a temer; as nossas casas estão construídas já a contar com isso.

De facto, todas as casas têm só rés-do-chão e os muros têm uma grossura de 80 centímetros…

Depois de Lepanto, tivemos dois dias e duas noites de chuva, tempestade e vento. As veredas já não eram transitáveis. As torrentes tinham engrossado e estavam cheias de lama. Subimos bem alto para encontrar um vau. Que jornada!

As malas flutuavam sobre as águas, os cavalos recusavam-se a avançar e ameaçavam deixar-nos lá.

Finalmente, chegámos a Galaxidi, pequeno porto comercial, que dizem ter 600 navios no mar; mas os habitantes são muito selvagens e  e nada hospitaleiros.

Os magistrados tiveram de nos proteger contra as suas más maneiras.

Embarcámos para Scala di Salona.

Foi preciso rodear toda a cordilheira do Parnaso para ir de Delfos às Termópilas. As veredas nos flancos das montanhas, na Grécia, são verdadeiros quebra-costas.

Uma vez, o meu cavalo resvalou por uma ravina abaixo; tive só tempo de saltar para a orla da vereda.

Muitas vezes, nesta viagem, escapei a perigos graves por uma proteção providencial.

De Aulide a Vrana estende-se a planície de Maratona.

Em Vrana, os insetos deram-nos tanta guerra que batemos em retirada às 4 horas da manhã para fazer a subida do Pentélico. A nossa roupa tinha reunido tantos insetos nas casas sujas dos gregos, que para nos libertar deles, foi preciso deitar tudo ao fogo ao chegarmos a Atenas, e renovar o nosso vestuário.

(Cf. NHV, 1864)

 


sexta-feira, 28 de julho de 2023

O jovem Leão Dehon (4)

Pequenos acidentes do jovem Dehon

Foi preciso chegar ao Pó de carroça e atravessá-lo de barca, depois de novo em carroça para chegar a Pádua por uma linda estrada austríaca.

Nesse percurso vi duas vezes a morte por perto, e atribuí a minha salvação à Santíssima Virgem que invoquei com confiança.

A primeira vez foi ao chegar ao rio; o cocheiro lançara imprudentemente os cavalos a galope, a carroça parou mesmo na orla da margem; eu não sei como é que ela não caiu ao rio.

Umas horas mais tarde outro cocheiro deixava os cavalos arrastarem a carroça a toda a velocidade, e chocaram-na contra uma esquina.

Mais tarde dois membros da minha família perderiam a vida num acidente igual.

A boa Providência teve dó de mim.

(Cf. NHV,1864)


quinta-feira, 27 de julho de 2023

O jovem Leão Dehon (3)

O jovem Dehon em Direito por linhas tortas

A minha Tese de Doutoramento em Direito ficou pronta nos princípios de março (de 1864). Eu defendi-a, revestido de toga e do arminho de doutor. 

Eu tinha maltratado as opiniões do Sr. Duraton na minha tese; o filho dele era examinador; ficou ressentido. E eu fui reprovado. Precisava da maioria das bolas brancas (três bolas brancas significava ‘muito bom’). Deram-me duas brancas e três vermelhas, após uma hora de deliberação.

Este xeque não me emocionou. Fui o único que a boa Providência me infligiu nos dez anos em que eu fui fazendo exames. A minha família nem soube disso.

Fui ver o vice-reitor; ele permitiu que me apresentasse de novo um mês mais tarde e no dia 2 de abril tudo se concluiu. Eu era doutor em Direito.

Era uma etapa importante da minha vida. Eu tinha prometido a meu pai chegar até aí. Eu esperava então que ele me deixasse seguir a minha vocação.

(Cf. NHV, 1864)


quarta-feira, 26 de julho de 2023

O jovem Leão Dehon (2)

O jovem Dehon em aventuras na Suécia

Durante oito dias, de 26 de setembro a 4 de outubro (de 1863) fomos atravessando uma imensa floresta virgem na Suécia.

Tivemos aí uma aventura. 

Um explorador quis fazer-nos pagar caro demais a nossa velha carriola. Descobrimos cem vezes que a honestidade dos suecos é bem inferior à dos noruegueses. Nós demos só o que nos pareceu justo. Foi procurado o landman, ou polícia da região; foram precisas horas. Ele registou as queixas do condutor e os nossos protestos, expressos tanto por gestos como por palavras, no Dag-bog, livro oficial dos postos do Correio.

Descontentes com os nossos hóspedes que tinham alinhado com o condutor, não quisemos dar-lhes a honra de nos alojar em sua casa. E eis-nos a caminho, de saco às costas, com o enorme espanto de todos, às 10 horas da noite, ao luar.

Era uma cabeçada de gente nova. Esperávamos encontrar alguma quinta. A Providência castigou-nos. Tivemos de caminhar toda a noite. O tempo gelava, as nossas forças esgotavam-se. Descansamos um pouco na floresta, mas o sono não vinha e o frio forçou-nos a retomar a marcha. O caminho tinha bifurcações. Devíamos tomar à direita ou à esquerda? Nós escolhíamos pelo melhor, depois de consultar o nosso bom Anjo da Guarda. O único guia era a nossa pequena bússola, esses caminhos não estavam marcados nos nossos mapas. Encontramos uma quinta só às 8 horas da manhã. Tínhamos feito 8 léguas a pé! (Cerca de 40 Km).

A nossa saúde graças a Deus não ficou abalada. Retomámos depois as nossas corridas em carriola. Por longo tempo ladeámos o lago Starsjo, semeado de ilhas que lhe dão grande variedade. Depois caminhamos ao longo dos Alpes escandinavos para alcançar o vale do Dal. Aí só se encontram pinheiros e abetos plantados na areia, e rochedos de granito empurpurados de líquenes e, todavia, não nos cansávamos desta natureza quase selvagem em que se pode admirar a obra direta do Criador.

(Cf. NHV, 1863)






 

terça-feira, 25 de julho de 2023

O jovem Leão Dehon (1)


Aventuras do jovem Dehon, narrados por ele próprio nas suas Notas sobre a História da Minha Vida (NHV).

O jovem Leão Dehon, estudante universitário ou até mesmo antes, aproveitava as férias para praticar a língua inglesa e para viajar pela Europa e não só. As aventuras da sua juventude ocorreram, sobretudo durante estas viagens. Tal como os jovens de hoje, gostava de desafios, de conhecer novos mundos e novas pessoas. Não era grande desportista, mas sempre apreciou experiências radicais.

 

Ver também:

As férias do Pe. Dehon

Os hobbies do Pe. Dehon

 

O jovem Dehon em aventuras na Escócia

Estávamos no fim da nossa excursão à Escócia.

Era preciso voltar a Oban e a Glasgow; íamos descobrir que não estávamos longe das regiões boreais.

O vento atrasou a nossa viagem e a chuva começou a cair.

Foi preciso abrigar-nos algum tempo num palheiro cheio de fumo onde vivia, misturado com as galinhas e os porquinhos, uma pobre família em farrapos.

Apesar de tudo conseguimos alcançar Laggan.

A carroça já lá não estava; fomos a pé até Torosai. Aí, nenhum barco para Oban; continuámos a nossa caminhada e chegámos pela tarde, extenuados, a Auhnacraig. De lá uma barca nos conduziria a Oban. O vento era favorável; os barqueiros contavam fazer a travessia em duas horas.

Eram sete horas da noite. Tínhamos dois remadores. Mas o vento era caprichoso, num instante tornou-se-nos contrário. Era preciso recolher a vela e agarrar os remos. Eu agarrei o leme. A chuva incomodava-nos, e que chuva! É verdade que tínhamos o guarda-chuva do Sr. Poisson… para os quatro! O guarda-chuva virou-se e partiu-se. Os meus três companheiros enjoavam. O vento soprava tempestuoso, o perigo tornou-se sério.

Um barco a vapor passou à nossa vista, nós gritámos para ele, mas inutilmente. Alternávamo-nos entre os remos e o leme, os dois remadores e eu. Era uma noite espantosa.

Finalmente, às 4 horas da manhã, desembarcámos sobre os rochedos numa ilha de Oban.

Às 6 horas chegámos ao Hotel, devorámos uma perna de carneiro fria, tomando chá. Deitámo-nos para depois nos levantarmos sem uma mínima bronquite ou pneumonia.

A Providência quisera somente ensinar-nos a ser prudentes no futuro.

No Inverno seguinte, o bom Sr. Poisson quis cantar as nossas aventuras nas ilhas Hébridas, num breve poema um pouco pesado, que me dedicou.

(Cf. NHV, 1862). 




segunda-feira, 24 de julho de 2023

O Pe. Dehon e os Jovens (2)

O que pensa o Pe. Dehon da juventude

 

1.     A águia é o símbolo da juventude que se renova. (Aos Jovens, Conferência, inventário 38.09, AD: B6/5.9)

2.     A juventude deve ter o entusiasmo na ação, a sedução na forma, a audácia na execução. (CR, Pág. 210)

3.     A vida brindou a juventude com todos os elementos que servem para as grandes empresas: entusiasmo, força e generosidade.

4.     A vida dos jovens dependerá mais daquilo que serão pelo coração e pelo carácter do que pelo conhecimento acumulado na mente. (Discursos sobre a educação do carácter, IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, Pág. 433)

5.     As obras em que a juventude não participa, estão golpeadas de esterilidade.

6.     Coragem, jovens!... O apostolado é uma obra de labor e de tempo. Estudai, agi, organizai-vos. (Aos Jovens, 1898, in I Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1979, Pág. 382)

7.     Estimulai em vós mesmos um corajoso ardor pelas causas justas e oportunas. Numa palavra, sede jovens! (Discurso aos Antigos do Instituto S. João, Boletim Anual, 8 de Setembro 1907,  Inventário 1162.07, AD: B107/1)

8.     Jovens cavaleiros, este deve ser o vosso ideal, este deve ser o vosso plano de vida: o livro e a espada devem caracterizar a vossa vida, o estudo e a ação militante devem completá-la. (O sonho do jovem cavaleiro, 1903, in in I Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1979, Pág. 620)

9.     Jovens, é preciso agir! Na vossa idade deve-se ter espírito de combatividade. (Discurso aos antigos alunos de São João. 08/08/1887, AD: B36)

10.Jovens, sois a nossa esperança e sereis a nossa salvação. A vossa retidão e a vossa lealdade ganharão os corações. (Aos Jovens, 1898, in I Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1979, Pág. 383)

11.Nada há de mais belo do que os jovens cristãos, que entram na arena da vida para defender as suas convicções. (CR, Pág. 210)

12.Não há nada mais bonito do que a discrição e a pureza nos jovens. (Aos Jovens, Conferência, inventário 38.09, AD: B6/5.9)

13.No prazer a juventude passa mais depressa. (Conferência aos Jovens, inventário 38.09, AD: B6/5.9)

14.O futuro pertence a quem tiver nas suas mãos a formação das novas gerações. (A Educação e o Ensino segundo o Ideal Cristão, Prefácio, IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, Pág. 270)

15.O jovem é a mais bela criatura de Deus, é a esperança do porvir.

16.Os santos nunca envelhecem. (Conferência aos Jovens, inventário 38.09, AD: B6/5.9)

17.O livro é bom, mas não é tudo. O livro na mão esquerda e a espada na mão direita. O livro, é a oração, é a leitura, o estudo pessoal feito na sua mesa e o estudo comunitário feito no Círculo. A espada, é a luta, o ataque e a defesa; é a ação social dos sindicatos, das caixas de crédito e dos secretariados do povo. O livro e a espada, tais são, caros jovens, as armas do vosso brasão. A igreja faz-vos seus cavaleiros. (O sonho do jovem cavaleiro, 1903, in I Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1979, Pág. 621)

18.Permanecei sempre jovens pelo coração, pela ação, pelo zelo! (Carta aos antigos alunos de São João, 08/09/1907, Inv. 1162/07, AD: B107/1)

19.Precisamos de acarinhar os jovens tanto pelo perigo que correm como pelo bem que nos trazem.

20.Quem apreciará mais o belo do que o jovem? A sua alma tem sede dele. Está na idade de se entusiasmar e de amar. (Discurso acerca do estudo da geografia, IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, Pág. 365)

21.Somente o ideal cristão abarca todos os elementos da perfeição humana. (Acerca da Educação Cristã, in “A Educação e o Ensino Segundo o Ideal Cristão”, IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, Pág. 277)

 

Ver também:

O Pe. Dehon e os Jovens (1)

Assim dizia Leão Dehon

 

domingo, 23 de julho de 2023

Ser idoso ou ser velho


III dia mundial dos avós e idosos

Ser idoso ou ser velho não é a mesma coisa

 

É idoso quem tem muita idade;

É velho quem perdeu a jovialidade.

 

É idoso quando se pergunta se vale a pena;

É velho quando, sem pensar, responde não.

 

É idoso quando ainda aprende;

É velho quando já nem ensina.

 

É idoso quando se exercita;

É velho quando apenas descansa.

 

É idoso quando ainda sente amor;

É velho quando só sente ciúmes.

 

É idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida;

É velho quando todos os dias parecem o último de uma longa jornada.

 

É idoso quando o seu calendário só tem amanhãs;

É velho quando só tem ontens.

 

É idoso quando se renova a cada dia que começa;

É velho quando se acaba a cada noite que termina,

 

É idoso quando tem seus olhos postos no horizonte,

De onde o sol desponta e ilumina a esperança,

É velho quando tem a miopia voltada para as sombras do passado.

 

É idoso quando curte o que lhe resta da vida;

É velho quando sofre porque se aproxima da morte.

 

É idoso quando leva uma vida ativa. 

Plena de projetos e plena de esperanças.

Quando o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega.

É velho quando as suas horas se arrastam destituídas de sentido.

 

É idoso quando as suas rugas são bonitas,

porque foram marcadas pelo sorriso;

É velho quando as suas rugas são feias,

porque foram fincadas pela amargura.

 

Conclusão:

O idoso e o velho podem ter a mesma idade no cartório,

mas têm idades diferentes no coração.

Como amar os idosos

 

Deixa-os falar… porque têm no passado um tesouro cheio de verdade, de beleza e de bem.

Deixa-os vencer… nas discussões, porque têm necessidade de sentir-se seguros de si mesmos.

Deixa-os ir visitar… os seus velhos amigos, porque entre eles sentem-se reviver.

Deixa-os contar… as suas histórias repetidas, porque se sentem felizes quando são escutados.

Deixa-os viver… entre as cosias que amaram, pois sofrem quando sentem que arrancamos pedaços da sua vida.

Deixa-os gritar… quando se enganam, porque como as crianças têm direito à compreensão.

Deixa-os viajar…no carro da família durante as férias porque no ano seguinte poderá ser tarde e o teu remorso ser grande.

Deixa-o envelhecer… com o mesmo amor paciente com que deixas crescer os teus filhos, porque um dia serão eles a tratarem de ti do mesmo modo.

Deixa-os rezar… tal como sabem, tal como querem, porque só a idade nos faz descobrir a presença de Deus no caminho que falta percorrer.

Deixa-os ser… idosos, e basta!


(Textos de autores não identificados)


Ver também:

O meu avô era Joaquim

 

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Senhor do sábado e não só


6ª feira – XV semana comum

O Filho do homem é Senhor do sábado.

 

Alguém tentava corrigir os judeus que não queriam trabalhar ao sábado.

- Afinal tu trabalhas ao sábado. Tu comes, pões os dentes a trabalhar, o estômago a trabalhar… Não sejas tão fundamentalista porque afinal tu trabalhas também ao sábado. Dizes uma coisa, mas fazes outra.

Outro dizia que Deus também trabalhava sempre… Até mesmo ao sábado. Então ele não cuida de nós também ao sábado? É por isso que dizemos que e ele está em toda a parte e cuida de nós. De facto, nós damos muito trabalho a Deus… mesmo ao sábado.

E Jesus que respondeu?

- O Filho do homem é Senhor do sábado.

E esta resposta é mais global ou mais transversal.

Ele é Senhor do sábado, Senhor do tempo e Senhor da eternidade.

É Senhor dos minutos, das horas, dias, semanas, anos e séculos.

É o Senhor da vida, de todas as criaturas, da terra e dos céus.

É o Senhor de tudo o que existe, do que passa e do que não passa.

Ele é o Senhor de todos e de tudo, de sempre e de toda a parte.

 

À margem:

Um sacerdote visitou, certa vez, uma família, onde havia um filho, criança ainda. Mas bastante inteligente e vivo. Durante o almoço, o sacerdote quis experimentar o conhecimento de catecismo do rapaz e disse-lhe:

- Meu Menino: eu dou-te uma maçã destas, se me disseres onde está Deus?

- E eu, Sr. Padre, dou-lhe um cesto inteiro de maças se me disser onde Deus não está!... respondeu o pequeno

 

Ver também

Do êxodo à misericórdia

Misericordiados

 

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Como vencemos as ondas


5ª feira – XV semana comum

Vinde a mim e encontrareis descanso… porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve.

Porquê?

Porque Jesus exige menos?

Não.

Porque ele exige o essencial.

Porque o seu amor é libertador.

 

Há 3 jugos que oprimem os homens:

- O jugo económico e social dos poderosos. Perante esse jugo social, representado por Roma e pelos poderes dos ricos galileus Jesus eleva-se oferecendo uma vida de concórdia para todos.

- O jugo da lei religiosa, representada pelos sacerdotes do templo e pelo farisaísmo que nasce dos homens escravos da lei, obrigado a cumprir mil e um preceitos. Jesus apresenta-se como alguém que cumpre plenamente a vontade de Deus. Só os puros de coração verão a Deus.

- O jugo da própria consciência carregado de pecados, de angústias interiores e de opressões psicológicas. Jesus mostra a receita para vencer esse jugo – ser manso e humilde de coração.

 

Quando vem uma onda, que fazemos?

Ou enfrentamos essa onda com o peito cheio de ar e de orgulho, fazendo uma barreira ou uma parede firme. E acontece que somos facilmente atingidos com violência e somos derrubados sem piedade.

Ou então abaixamo-nos com humildade e a onda não nos atinge.

Ou então mergulhamos e atravessamos a onda e não deixamos que a onda se embate contra nós.

A solução é sempre ser manso e humilde, isto é, fazer-se pequenino perante as dificuldades.

 

Nem todos os sábios são humildes, mas todos os humildes são sábios.

Nem todos os eruditos são humildes, mas todos os humildes são eruditos.

Nem todos os mestres são humildes, mas todos os humildes são mestres.

Quanto mais reconhecemos a Deus, mais nos humilhamos e quanto mais nos humilhamos mais reconhecemos a Deus.


Ver também:

As melhores férias são com Jesus

Contratador de cansados

Aliviar carga

Missão impossível