terça-feira, 30 de outubro de 2018

Jesus é grão e fermento


3ª feira – XXX semana comum

A parábola do grão de mostarda e a do fermento são as mais breves contadas por Jesus. Pequenas parábolas que falam de pequenas coisas com capacidade de fazer grandes projetos.
O principal objetivo destas parábolas é descrever o humilde começo do Reino de Deus na terra e mostrar que o seu impacto grandioso estava garantido. 
Tudo começa pequenino, pois ninguém nasce grande. Precisamos de tempo e de maturação. Às vezes sentimos que não conseguimos acompanhar a evolução dos tempos, porque precisamos crescer mais devagar… Quanto mais depressa é a subida, mais depressa será a queda.

Jesus é este grão de mostarda e este fermento.
Grão é a contração de grande, grande não no tamanho mas no potencial.
Pequenas iniciativas podem gerar grandes resultados.
Ele sendo Deus, sendo grande, humilhou-se a si mesmo, tomando a condição de pequeno… Tornou-se pobre para nos enriquecer a todos.
De facto Ele foi lançado no seio da terra nascendo na gruta de Belém. Foi preso, morto e sepultado no seio da terra. Ressuscitou no mesmo jardim, isto é, brotou e floriu para nos dar vida.

O verdadeiro grão de mostarda é Jesus que floriu na nossa terra.
O verdadeiro fermento é Jesus que nos faz crescer para Deus.


segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Ver a Deus


2ª feira – XXX semana comum

No episódio do Evangelho de hoje temos uma mulher curvada que foi ouvir Jesus.
Havia 18 anos que não podia endireitar-se.
Jesus viu-a, chamou-a e absolveu-lhe, isto é, libertou-a do seu mal.
Ela não via Jesus, mas foi vista por Jesus.
Jesus ao agir assim pensou no bem da mulher e pensou também no bem de cada um de nós hoje.
O episódio é uma lição para nós:
O pecado é uma amarra que nos curva, que não nos deixa contemplar a Deus, pois só os puros de coração verão a Deus. O pecado afeta a nossa visão. O mal distorce a imagem de Deus em nós.
É preciso ser absolvidos, desamarrados ou soltos das prisões que nos mantêm encurvados.
Sozinhos não chegamos lá.
Mais do que ir vê-lo é preciso ir para ouvi-lo e para ser visto por Ele.
Ele absolver-nos-á.
Sempre que somos absolvidos estamos a endireitar a nossa vida… e a nossa visão.


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Fogo do coração


5ª feira – XXIX semana comum

O trecho do Evangelho de hoje faz parte dos ensinamentos de Jesus dirigidos aos discípulos durante a sua subida a Jerusalém, onde lhe espera a morte na cruz. Para indicar o objetivo de sua missão, Ele usa três imagens: o fogo, o batismo e a divisão.
Hoje contemplamos primeira imagem: o fogo.

O fogo, não da cabeça mas, do coração:
Eu vim trazer o fogo sobre a terra e que quero Eu senão que ele se acenda? (Lc 12, 49). 
O fogo do qual Jesus fala é o fogo do Espírito Santo, presença viva e atuante em nós desde o dia do Batismo.
Esse fogo é uma força criadora que purifica e renova, queima toda a miséria humana, todo o egoísmo, todo o pecado, nos transforma a partir de dentro, nos regenera e nos torna capazes de amar.
Jesus deseja que o Espírito Santo irrompa como fogo no nosso coração, porque somente partindo do coração que o incêndio do amor divino poderá propagar-se e fazer progredir o Reino de Deus. Não parte da cabeça, parte do coração. E por isto Jesus quer que o fogo entre no nosso coração. Se nos abrirmos completamente à ação deste fogo que é o Espírito Santo, Ele nos dará a audácia e o fervor para anunciar a todos Jesus e a sua consoladora mensagem de misericórdia e de salvação, navegando em mar aberto, sem medo. Esse fogo começa no coração. (Cf. Papa Francisco no Angelus do dia 14 de agosto de 2016 na Praça São Pedro em Roma).
É por isso que as imagens do Coração de Jesus apresentam línguas de fogo, porque é o fogo do amor divino que brota do seu Coração e quer incendiar o nosso coração.
























Sagrado Coração de Jesus, Pompeo Batoni, Igreja de Jesus - Roma

É por isso que também rezamos:
Vinde Espírito Santo 
enchei os corações dos vossos fiéis
acendei neles o fogo do vosso amor.

Na Primeira Leitura São Paulo dizia:
Dobro os meus joelhos diante de Deus.

De facto a única atitude do homem diante de Deus é dobrar os joelhos com devoção, reverência, humildade e entrega.
E diante dos homens? E diante do mundo? Qual a melhor atitude?
Diante de Deus, dobrar os joelhos.
Ficar de pé ao lado dos irmãos, como apoio firme e solidário.
E nesta terra ficar deitado, como morto porque devemos morrer para este mundo.



quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Deixa Deus entrar


4ª feira – XXIX semana comum

Se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão não o deixaria arrombar a sua casa…

Quando a minha alma fica fechada às coisas do alto, estou a fazer de Deus um ladrão ou um intruso que quer forçar a entrada…

Há um cântico, da Irmã Maria Amélia Costa, natural daqui dos Açores, cujo refrão resume esta realidade muito bem:

Deixa Deus entrar
na tua própria casa.
Deixa-te tocar
pela Sua graça.
Dentro, em segredo,
reza-lhe sem medo:
Senhor, Senhor!
Que queres que eu faça?



terça-feira, 23 de outubro de 2018

Mangas arregaçadas


3ª feira – XIX semana comum

Tende os rins cingidos...
Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar assim vigilantes...

Antigamente os homens e mulheres usavam roupas compridas e soltas.
Para realizar trabalhos físicos ou caminhar precisavam de segurar a roupa e prendê-la com um cinto.
Só assim poderiam movimentar-se livremente.
Para além disso o cinturão firmava o tronco no esforço físico nos trabalhos mais pesados, como ainda fazem hoje os halterofilistas no levantamento dos pesos.
Para além disso quando alguém ia para a guerra, tinha de prender a túnica, transformando em espécie de calção para facilitar os movimentos bruscos.

Conclusão:
Cingir os rins ou os lombos é preparar-se para o trabalho,
É como pôr o avental, a bata ou a farda de trabalho.
É apertar o cinto de combate.
É também simbolicamente viver na pureza com o cinto da castidade.
É vestir o fato de treino para a atividade física.
Numa só expressão:
Cingir os rins é arregaçar as mangas.

É assim que Jesus nos quer encontrar… sempre de mangas arregaças, preparados para o combate, prontos para caminhar, concentrados no esforço, rápidos para o serviço…





















Fonte da imagem: http://www.huffingtonpost.com/2014/10/06/gird-your-loins_n_5941448.html

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Pobres dos ricos


2ª feira - XXIX semana comum

Parábola do rico ignorante:
Um homem rico teve grandes colheitas…
Come e regala-te…

Era um homem tão pobre que só tinha riquezas.
Não esperava ter mais nada – que pobreza!

Pobres dos ricos, que tanto têm
P’ra que é que serve tanto dinheiro
Pois faltam sonhos, falta vontade
Falta o tempo e a liberdade
Vivem com medo de perder algo
Muita arrogância e muita ganância
Falta o tempo e a esperança
Falta a alegria e o sol da manhã
Pobres dos ricos, que sem verdade
Vivem a vida sem liberdade.

Não tenho nada 
Mas tenho, tenho tudo
Sou rico em sonhos 
E pobre, pobre em ouro
Pois não me importa 
Pois só por ter dinheiro
Não compro amigos, estrelas
Um amor verdadeiro

Eu tenho sorte, pois sendo pobre
Sobra-me tempo e tenho sonhos
Pois tenho o mundo na minha mão
Não há tristezas nem solidão
Vem ter comigo, vamos cantar
Pois nunca é tarde para sonhar
Pois tenho todo o tempo do mundo
Porque me sobra cada segundo
Tudo o que tenho é dividido
O melhor da vida são os amigos

(Cf. Canção da telenovela Floribella, Portugal)




quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Evangelista, pintor e médico


Festa de São Lucas Evangelista

“São Lucas três vezes admirável:
Foi Lucas evangelista, foi pintor, foi médico.
Admirável quando com três dedos tomava a pena como evangelista.
Admirável quando com três dedos tomava o pincel como pintor.
Admirável quando com três dedos tomava o pulso como médico.”
(Sermão sobre São Lucas Evangelista do Pe. António Vieira, Século XVII).

Todo o escritor é uma espécie de pintor e de médico, pois pinta boas novas que dão vida…
Todo o pintor é uma espécie de escritor e de médico, pois apresenta páginas de boa nova e protege a vida.
Todo o médico é uma espécie de escritor e e de pintor, pois dá vida nova e repara a imagem e semelhança de Deus.

Que São Lucas continue a ser para nós o evangelista, o pintor e o médico: Para nos transmitir a Boa Nova, para nos ilustrar a fé e para conservar a vida divina em nós.





segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A esmola da oração


Memória de Santa Teresa de Jesus ou de Ávila, Virgem e Doutora da Igreja
Foi a 1ª Doutora da Igreja.
(Foi o Papa São Paulo VI, canonizado ontem, quem declarou pela primeira vez uma mulher Doutora da Igreja. Foi em 1970 juntamente com Santa Catarina de Sena. Depois São João Paulo II declarou Doutora da Igreja Santa Terezinha do Menino Jesus e mais recentemente Santa Hildegarda declarada Doutora por Bento XVI)























Foi mestra de oração e de dedicação a Deus e à sua igreja.
Toda a sua vida se resume à oração.
Fez da sua vida oração e da oração a sua vida.
Apesar de monja contemplativa de clausura viajou por toda a Espanha edificando e refundando vários conventos.
Mas os seus joelhos levaram-na muito mais longe do que os seus pés.
As suas orações obraram mais do que as suas mãos de construtora…
As suas orações converteram mais do que todos as suas pregações.
Dizia: Rezar pelos pecadores é uma esmola preciosa que podemos dar.
Os outros precisam da esmola da nossa oração!

Que Santa Teresa de Ávila continue a ser a nossa mestra de oração e da caridade:
Fazendo da nossa vida oração e da nossa oração vida;
Fazendo da nossa oração caridade e da nossa caridade oração.



sábado, 13 de outubro de 2018

O Papa da minha infância






















É santo o Papa da minha infância, 
canonizado no dia 14 de outubro de 2018.

Cresci ao ouvir o nome do Papa Paulo VI nas celebrações. Tinha eu apenas 1 ano quando morreu Pio XII e surgiu João XXIII. Aos 6 anos comecei então a ouvir o nome do novo Papa, Paulo VI.
Na minha imaginação infantil a sua figura inspirava-me santidade. Achava, porém que ele era um santo diferente. Era Santo, pois todos se referiam a ele como o Santo Padre, mas era diferente porque falava, sorria, acenava, viajava. Todos os outros santos eram mais imagens ou estátuas do que presenças vivas. Ele não. Ele era normal como nós, de modo que nós queríamos ser especiais como ele.
Eu via as imagens dos santos com os ‘resplendores’ ou auréolas, mas ele era santo sem usar esses adornos. Tanto mais que devia ser incómodo.
Ao ver algumas bandas desenhadas da vida de santos, na minha ingenuidade, concluía: Quando eu for padre, não quero ser santo porque aquela auréola vai incomodar-me…
Por isso o modelo de santo que eu queria seguir era o Papa Paulo VI, que dispensava auréolas.
Quando ele faleceu, já eu tinha 21 anos e já era frade dehoniano, capaz de compreender que Paulo VI era um santo igual e diferente a todos os outros, tal como foi um Papa igual e diferente dos outros Papas que o antecederam ou lhe sucederam.
Nunca esmoreceu a minha admiração e devoção ao Papa da minha infância.
Já li com muita devoção várias biografias suas, já reli muitos escritos seus… pois ele nunca parou de me surpreender.
Hoje apenas quero assinalar algumas curiosidades da sua vida como Papa.

Uma dezena de curiosidades

1º - Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini, futuro Paulo VI, nasceu no mesmo mês que eu, alguns dias depois, mas 60 anos antes de mim. Para a sua festa litúrgica foi escolhido o dia do seu nascimento, 26 de setembro de 1897.
(Faz portanto companhia à Virgem Maria e a São João Baptista que são os únicos santos cujo dia de nascimento é celebrado. Até nisto foi especial, m ou não se chamasse João Baptista Maria).
2º - Apesar de ainda não ser cardeal recebeu vários votos no conclave que elegeu João XXIII como sucessor de Pio XII. No consistório de 1958 João XXIII elevou-o a cardeal. Foi depois eleito Papa a 21 de junho de 1963. Continuou os trabalhos do Concílio Vaticano II que o seu antecessor tinha começado.
(Portanto foi um precursor e um continuador do aggiornamento da igreja).
3º - Sofreu um atentado com um punhal a 27 de novembro de 1970, no aeroporto de Manila, quando visitava as Filipinas. Um pintor boliviano, que sofria de problemas mentais, disfarçado de padre, atingiu o Papa, procurando assassiná-lo, com 2 punhaladas. A sua morte foi num dia mais glorioso, aos 80 anos, na festa da Transfiguração do Senhor, a 6 de agosto de 1978.
(Portanto foi um mártir em vida e levou uma vida de mártir).
4º - Foi o primeiro Papa a usar o avião nas suas viagens.
(Portanto foi o primeiro Papa a viajar com mais nível, ou andar no Céu ou mais perto de Deus).
5º - Foi o primeiro Sumo Pontífice a visitar os 5 continentes. Valeu-lhe o epíteto de Papa Peregrino, muito antes de João Paulo II. Visitou pastoralmente os Estados Unidos, Colômbia, Uganda, Portugal, Austrália, Filipinas, Índia…
(Portanto fez jus ao seu nome de Paulo com as suas viagens apostólicas)
6º - Foi o primeiro Papa a visitar a Terra Santa desde o Apóstolo São Pedro. Em Jerusalém encontrou-se em 1964 com o Patriarca Ortodoxo Atenágoras I, com quem celebrou o levantamento das mútuas excomunhões do cisma de 1054.
(Portanto regressou às origens… cumpriu o pedido de Jesus para regressar à Galileia onde O veriam de novo…)
7º - Foi o último Pontífice a ter uma coroação e o primeiro a dispensar o uso da Tiara. Terá dado a sua Tiara (oferta da sua antiga Arquidiocese de Milão) ao santuário nacional da Imaculada Conceição em Washington.
(Portanto ficou mais parecido com o seu Mestre… Livrou-se dos sinais do poder para dar espaço ao poder dos sinais, como nos lembra hoje o Papa Francisco).
8º - Fez cardeais os 3 papas que se lhe seguiram: João Paulo I (cardeal em 1973 e Papa em 1978); João Paulo II (cardeal em 1967 e Papa em 1978) e Bento XVI (cardeal em 1977 e Papa em 2005).
(Portanto deixou rasto, deixou descendência, preparou 3 Papas para o suceder, inspirando 2 deles até no nome…)
9º - Foi o primeiro Papa a visitar Portugal e o Santuário de Fátima como peregrino em 1967 no cinquentenário das aparições.
(Portanto foi um Papa mariano, pois dizia – se queremos ser cristãos, devemos ser marianos).
10º - Era um apaixonado pela leitura. Durante as viagens, levava na sua bagagem mais de 75 livros para poder escolher e ler à vontade.
(Portanto, ele próprio continua a ser um livro aberto…)

























sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Martirizado no altar


No próximo domingo, dia 14 de outubro, o Papa Francisco vai canonizar o arcebispo Óscar Romero de El Salvador.






















O Santo que é Mártir
Ou o Mártir que é Santo

No dia 24 de Março de 1980 o arcebispo Óscar foi assassinado enquanto celebrava a Missa na capela de um hospital católico.
Óscar Romero, uns dias antes de morrer tinha dito:
- Fui muitas vezes ameaçado de morte. Devo dizer que enquanto cristão o que me move não é a morte, mas sim a ressurreição. O martírio é uma graça de Deus que não creio merecer, mas podem dizer-lhes, se eles conseguirem matar-me, que lhes perdoo – contudo gostaria que se dessem conta que estão a perder o seu tempo. Pode morrer um bispo, mas a Igreja nunca morrerá.
Não são só os sábios ou mesmo os mestres que espalham a fé, mas sim aqueles que são testemunhas. Mártir quer dizer testemunha.
O martírio a que somos chamados pelo batismo, pela consagração, pela ordenação, o testemunho especial que temos o privilégio de dar, concretiza-se no altar da nossa vida, no púlpito e no nosso ministério… O púlpito ou o altar é a arena principal do nosso martírio, do nosso testemunho. Pode ser frustrante, mas também pode produzir muito fruto.
Eis um exemplo do fruto do martírio deste novo santo:
No filme que foi feito sobre a vida do Bispo Óscar Romero, o papel principal foi dado ao ator porto-riquenho Raul Juliá que era um católico não praticante. Para se preparar para fazer o filme, estudou a vida e os sermões do Bispo Romero. Isso causou nele uma profunda conversão, que o trouxe de volta aos sacramentos e à prática da fé. Pouco depois de rodar o filme, Raúl morreu confortado pela sua fé e pelos sacramentos, como filho espiritual de Óscar Romero cuja vida e testemunho continua a atrair pessoas para Cristo e para a Igreja. (Cf. Cardeal Seán O’Malley, Anel e Sandália, Paulinas)












quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Empresta-me 3 pães


5ª feira – XXVII semana comum

Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: Amigo, empresta-me três pães…

1º - Este amigo a quem pedimos socorro é Cristo: Já não vos chamo servos, mas a vós chamei-vos amigos (Jo 15,15).
2º - Temos de nos aproximar deste Amigo de noite, isto é, no silêncio da noite, e isto porque, no silêncio da noite, temos de bater através da oração, como diz Isaías: A minha alma suspira por ti de noite (Is 26,9).
3º - O amigo que chega de viagem é o nosso espírito, que regressa a nós tantas vezes quantas se afastou em busca dos bens temporais. É o prazer que leva este amigo a afastar-se, mas a tribulação trá-lo de volta, como está dito mais adiante a propósito do filho pródigo que se afastou por causa da luxúria e que regressou por causa da miséria (Lc 15, 11-32).
4º - Não tenho pão. Aquele que regressa entra em si mesmo, mas encontra-se vazio da consolação do alimento espiritual. É preciso, pois, ir pedir ao Amigo verdadeiro três pães para este amigo faminto.
5º - Esses três pães são a fé, a esperança e a caridade, pelas quais é nomeada uma tripla virtude na alma, a fim de que assim se realize a graça e a trindade das virtudes pelas quais a imagem de Deus se forma na alma.

Cf. S. Boaventura, comentário ao Evangelho de S. Lucas.




quarta-feira, 10 de outubro de 2018

João ensinou a rezar


4ª feira – XXVII semana comum

João Baptista foi o precursor de Jesus
- no nascimento
- na pregação
- no batismo
- na morte
- na oração.
O Evangelho de hoje recorda-nos que também foi o precursor de Jesus na oração:
- Jesus, ensina-nos a rezar, como também João ensinou aos seus discípulos…

Tudo em São João Baptista está relacionado com a oração:
- O anúncio do seu nascimento foi feito no Templo, durante o serviço de oração de seu Pai Zacarias.
- Quando nasceu, ao ser-lhe dado o nome, seu pai entoou a linda oração do Bendito Seja Deus que visitou o seu povo…
- Durante o seu percurso ensinou os seus discípulos a rezar.

O que é que João Baptista nos ensina sobre a oração?
1º - A oração faz comunidade e a comunidade faz oração.
A oração do mestre é a oração dos discípulos.
Os discípulos rezam como o seu mestre.
2º – Aprende-se a rezar rezando.
É preciso aprender a rezar e é preciso que alguém nos ensine a rezar porque ninguém reza sozinho nem ninguém aprende sozinho. É rezando que se aprende a rezar.
3º - Pregar é rezar e rezar é pregar.
A melhor pregação é a oração e a melhor pregação é a oração.
A evangelização é feita através da oração.
4º - Reza-se como se vive e vive-se como se reza.
Reza-se com o corpo todo e com a vida toda.
João Baptista era humilde, simples, modesto, pobre, desprendido, austero…
Quanto mais pequeno mais próximo de Deus e quanto mais perto de Deus mais pequeno.
Retirou-se para rezar, como voz que clama no deserto.
5º - Rezar é mudar de vida.
Reza-se para mudar de vida e só se muda de vida rezando.
O batismo de João era um convite à conversão e à mudança de vida.
Quem reza muda o seu coração e batiza-se outra vez.
6º – Apontar para Deus é rezar e rezar é apontar para Deus
Eis o Cordeiros de Deus… disse João apontando para Jesus que se aproximava.
Rezar é orientar o seu olhar para Deus. É dirigir-se para Ele.
7º - Quem reza é santo e quem é santo reza.
Toda a pessoa que reza é santa e todo o santo é sempre uma pessoa que reza.
É santo porque reza e reza porque é santo.