segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Humilhar-se


Ano C – XXII Domingo Comum

O Santo Cura d’ Ars gostava muito de repetir esta história:
Um dia apareceu o diabo a São Macário.
- Tudo o que fazes faço eu também - disse Satanás ao cenobita da Tebaida -Tu jejuas, e eu não como nunca. Tu passas em vigília, e eu jamais durmo. Uma coisa, porém, há que tu fazes e eu não posso fazer.
- Qual é ?
- Humilhar-me.
A humildade é entre as virtudes, dizia o Santo Cura, o que a corrente é para as contas do rosário; rebenta-se a corrente e todas as contas caem. Tire-se a humildade e todas as virtudes desaparecem.
A humildade é a porta do céu, aquilo que nos leva ao Paraíso: quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado.
É por isso que para o banquete messiânico só serão convidados os pobres, os simples, os humildes.
Aprendamos de Jesus que é manso e humilde de coração.

Pai Nosso dos Contrastes

O Pai Nosso de cada dia (68)

Reunidos para ouvir a tua palavra
e festejar a tua presença entre nós,
carregamos, Senhor, nos nosso corações um remorso.

Vamos dar-te o nome de Pai
de ti andamos tão distantes…

Vamos desejar a vinda do teu reino
e levamos ao poder
aqueles que esmagam os povos.

Vamos prometer cumprir a tua vontade.
Enquanto impomos aos outros
a nossa maneira de ver.

Vamos solicitar da tua bondade
o pão de uma vida sem preocupações,
enquanto deixamos aos nossos vizinhos
a fome da terra.

Vamos suplicar o teu perdão
- com os lábios apenas –
porque, em verdade, o remorso
não chega sequer a nos inquietar.

Vamos esperar que nos livres do mal,
quando não temos a menor intenção
dele libertar os outros.

Aceita-nos, Senhor,
assim mesmo,
tão distantes de ti…

E ensina-nos a suportar a distância,
como um louvor à tua santidade.

E que a tua paciência, sem limites,
multiplique o tempo necessário
para mudar os nossos corações,
até o nascimento do homem novo.

(Cf. J.T.MAERTENS, Rezando o Pai Nosso)

domingo, 22 de agosto de 2010

Pai Nosso dos Consagrados

O Pai Nosso de cada dia (67)

Pai Nosso que estais nos Céus,
santificado seja o vosso nome:
Pelas almas consagradas,
Pelos que dedicaram a sua vida ao serviço dos outros;
Pelos sacerdotes, religiosos e religiosas,
Pelos missionários e missionárias.

Venha a nós o vosso reino:
Através de uma virgindade alegre,
De uma pobreza libertadora
E de uma obediência responsável.

Seja feita a vossa vontade,
assim na Terra como no Céu:

Na nossa vida de comunidade, de apostolado e de oração;
Na nossa vida orientada para o amor sem limites.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje:
Ao ensinar os pobres e ao servir os doentes,
Ao acolher a todos,
Dai-nos hoje o pão do vosso amor e a generosidade
Para podermos servir em toda a nossa vida.

Perdoai-nos as nossas ofensas
assim como nós perdoamos a quem nos ofende:

Como perdoaram tantos religiosos perseguidos,
Como perdoaram os cristãos da Igreja do silêncio,
Como perdoaram tantos missionários martirizados,
Perdoai-nos e ensinai-nos a perdoar de coração.

Não nos deixeis cair em tentação:
A tentação da comodidade e da busca do superficial,
Da desilusão e da resistência à vossa chamada.

Mas livrai-nos do mal:
Que a vossa mão de Pai
Nos livre sempre do mal.

sábado, 21 de agosto de 2010

Pai Nosso do Perdão


O Pai Nosso de cada dia (66)

Pai nosso que estais nos céus.
Meu Deus, Vós sois Pai. Quantas vezes vos considerei distante, indiferente à minha vida; um Deus juiz que criou em mim o temor e por isso afastei-me de Vós.
Perdão, Senhor, queremos aclamar-Vos, hoje, como nosso Pai e viver como Vossos filhos.

Santificado seja o vosso nome.

Chamar alguém pelo seu nome é conhecê-lo, a ele, com tudo o que faz a sua identidade e a sua personalidade. Desejar que o nome de Deus seja santificado é desejar fazer tudo para que Deus Santo seja conhecido e amado.
Perdão, Senhor, a minha vida não foi sempre luz, para que eu apontasse aos irmãos o caminho para Vós.

Venha a nós o vosso Reino.
O Reino de Deus é Cristo no meio de nós que quer que O imitemos no Seu amor ao Pai e aos irmãos. Trabalhar para que neste mundo o Reino cresça é comprometer-se a viver para Cristo e para os irmãos.
Senhor, perdoai-nos: vivemos demasiadamente à volta dos nossos problemas; o nosso egoísmo abafa em nós a capacidade que nos destes de fazer avançar o Vosso Reino.
Queremos, Senhor, comprometer-nos pelo avanço deste Reino, vivendo o Vosso Evangelho com generosidade.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Pedindo ao Pai o pão para hoje, excluímos toda a inquietação pelo futuro; manifestamos uma confiança total no Seu Amor de Pai. Pão, que é subsistência, força, coragem para prosseguir o caminho.
Perdão, Senhor, pela nossa falta de confiança em Vós; no nosso orgulho julgamo-nos capazes de transformar sozinhos o mundo; de construir a nossa vida.
Dai-nos a graça de nos abandonarmos nos vossos braços como uma criança confiante nos braços da Mãe.

Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Pai, temos a certeza do Vosso perdão, o que nos tranquiliza; mas esquecemos que Vós perdoais na medida em que nós perdoamos aos irmãos e custa-nos tanto a perdoar…
Perdoai, Senhor, o não sabermos perdoar aos que nos ofendem.
Hoje, com a Vossa ajuda, abraçamos todos aqueles que nos fizeram mal e queremo-los como se nunca tivesse havido nada entre nós.

E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Porque somos da terra, tudo é tentação para nós; tudo nos convida a desviarmo-nos de Deus, a buscarmo-nos, a fecharmo-nos sobre nós mesmos.
Pai, perdoa a fraqueza lamentável com que escolhemos o mal, o pecado.
Tornai-nos humildes e fortes para, com Jesus, nos afastarmos de tudo o que nos leva ao mal.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

São Bernardo

20 de Agosto
Memória de São Bernardo, Abade e Doutor da Igreja

Recordamos as palavras de São Bernardo acerca da devoção aos santos, que não precisam de nós; pois nós é que precisamos deles.

"Que aproveitam aos santos o nosso louvor, a nossa glorificação e até esta mesma solenidade?
De que lhes servem os nossos panegíricos?
Os santos não precisam das nossas honras e nada podemos oferecer-lhes com a nossa devoção.
REALMENTE, VENERAR A SUA MEMÓRIA INTERESSA-NOS A NÓS E NÃO A ELES.
Com a evocação dos santos, sintamonos inflamados por um desejo veemente:
O de gozar da sua companhia, de ser concidadãos e comensais com eles, de sermos também integrados nessa assembleia, nesse senado, nesse exército de santos... Ser como eles."

Pai Nosso do Pentecostes

O Pai Nosso de cada dia (65)


Vinde, ó Santo Espírito
Vinde, amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.

Pai Nosso que estais nos céus.
Vinde, Pai dos pobres.
Na dor e aflições
Vinde encher de gozo
Nosso corações.

Santificado seja o vosso nome.
Luz de santidade
Que no céu ardeis,
Abrasai as almas
Dos vossos fiéis.

Venha a nós o vosso reino.
Descanso na luta
E na paz encanto,
No calor sois brisa,
Conforto no pranto.

Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no céu.
Sem a vossa força
E favor clemente,
Nada há no homem
Que seja inocente.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Benfeitor supremo,
Em todo o momento,
Habitando em nós,
Sois o nosso alento.

Perdoai as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido.

Lavai nossas manchas,
A aridez regai,
Sarai os enfermos
E a todos salvai.

Não nos deixeis cair em tentação.
Abrandai durezas
Para os caminhantes,
Animai os tristes,
Guiai os errantes.

Mas livrai-nos do mal.
Vossos sete dons
Concedei à alma
Do que em vós confia.
Virtude na vida,
Amparo na morte,
No céu alegria. Ámen.

Porta Estreita


Ano C - XXI Domingo Comum

Contam as lendas que um dia um espião foi preso e condenado à morte. A sua sentença era o fuzilamento, mas o general tinha um hábito diferente e sempre oferecia ao condenado outra opção. E essa outra opção era escolher entre enfrentar o fuzilamento ou entrar por uma porta estreita. Com a aproximação da hora da execução o general perguntou-lhe:
- Escolhes a porta estreita ou o fuzilamento?
Não era fácil, por isso o prisioneiro ficou pensativo e depois deu a resposta:
- Prefiro o fuzilamento.
Quando a sentença foi executada o general queixou-se
- Assim é a maioria dos homens. Preferem o caminho conhecido ao desconhecido.
- E o que existe atrás da porta estreita? – Perguntou o ajudante.
- A liberdade – disse o general – poucos foram os homens corajosos que a escolheram.
Esta é uma característica do ser humano: optar sempre pelo caminho conhecido, por medo de enfrentar o desconhecido. Geralmente as pessoas não abrem mão da acomodação que uma situação previsível lhes oferece. É mais fácil ficar com o que já se sabe do que aventurar-se por caminhos novos. Mas nem sempre o caminho já batido conduz à liberdade. É preciso nadar contra a corrente, optar por uma porta estreita, para que se possa vislumbrar a felicidade.


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pai Nosso do novo Céu e da nova Terra


O Pai Nosso de cada dia (64)

Na concepção semita a localização de Deus nos céus era o meio de o aproximar de nós. Era preciso que Deus ocupasse uma situação elevada para exercer uma supervisão. Se Deus estivesse na Terra, não poderia ver os que o rodeavam. Era preciso que nos fosse superior para nos seguir com os olhos. Era preciso que estivesse nos céus ara poder estar na terra.
Para a mentalidade moderna esta localização, pode ser a expressão do afastamento do Pai. Hoje, admitimos que uma presença espiritual é independente do espaço e do tempo. Estamos mais presentes naqueles em quem pensamos e amamos do que naqueles que nos rodeiam sem mais. Para nós, Deus pode estar com cada homem sem ser preciso contemplá-lo dos céus.

Pai Nosso que estais nos Céus daqueles que vos amam.
Santificado seja o vosso nome por aqueles que constroem o Céu aqui na Terra.
Venha a nós o reino dos Céus.
Seja feita a vossa vontade nesta Terra que é um Céu em potência.
O pão dos Céus nos dai hoje.
Perdoai-nos as nossas ofensas como se, tendo perdoado aos nossos irmãos, já estivéssemos no Céu.
Não nos deixeis cair na tentação de não nos esforçarmos na construção de uma nova Terra e de um novo Céu.
Mas livrai-nos do mal de vos mandar para longe da Terra, de vos mandar para um Céu distante.

Coração de pedra

5ª Feira - XX Semana Comum
Da Primeira Leitura:
"Arrancarei o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne".

Coração de Pedra é um coração frio, que não tem sensibilidade:
Deus quer-nos sensíveis, calorosos e entusiasmados.

Coração de Pedra é um coração pesado:
Deus quer-nos leves e livres.

Coração de Pedra é um coração duro:
Deus quer-nos maleáveis.

Coração de Pedra é um coração sem movimento, que não vibra nem palpita:
Deus quer-nos a sintonizar com ele e que o nosso coração bata com o ritmo do coração de Deus.

Coração de Pedra é um coração vazio que nem dá nem recebe nada:
Deus quer-nos generosos, abertos e disponíveis.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Pai Nosso do Descrente

O Pai Nosso de cada dia (63)

Pai Nosso, se existes, ouso dirigir-me a ti.
Se existes, o teu nome é santo: que ele seja santificado.
Se existes, o teu reino é a ordem e também o esplendor desta:
Venha a nós o teu reino.
Se existes, a tua vontade é a lei do mundo e a lei das almas:
Que seja feita a tua vontade, em nós e em todas as coisas, tanto na terra como no Céu.

Dá-nos, se existes, o nosso pão de cada dia,
O pão de verdade, de sabedoria, o pão de alegria,
O pão supersubstancial que está prometido a quem o pode reconhecer.
Se tu existes, grandes são as minhas dívidas para contigo:
Digna-te perdoar-me, na medida em que eu voluntariamente perdoo a quem me deve.
De futuro, não me deixes cair em tentação,
Mas livra-me de todo o mal.

(Cf. A.D. SERTILLANGES, Cetéchisme des incroyants, Paris, Volume I, página 6).


Vem ao nosso encontro

4ª Feira - XX Semana Comum


Na Parábola do Proprietário que saiu a contratar trabalhadores para a sua vinha, contei 6 (Seis) vezes que esse homem vai ao encontro de quem precisa.

Se o dia tem 24 horas, se 12 horas são nocturnas, durante as restantes 12 há alguém que vem ao nosso encontro de 2 em 2 horas.

Estejamos preparados pois Deus precisa de nós e quer marcar encontro de 2 em 2 horas.

E se Deus vem ao nosso encontro tantas vezes ao dia, nós que precisamos ainda mais dele, de quanto em quanto tempo vamos ter com Ele?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pai Nosso do Crente

O Pai Nosso de cada dia (62)

Pai nosso,
que o Teu nome ressoe forte na nossa terra
e reconheçamos a Tua presença entre nós.

Que o Teu reino de amor e de alegria
Venha aquecer a Tua Igreja
Para desalojar a angústia,
O sofrimento, o pecado do mundo.

Que a Tua vontade,
Que se manifestou em Cristo,
Se faça também através dos nossos esforços
De justiça, de partilha, de paz.

Dá-nos hoje o nosso pão,
A nossa parte de afecto,
A nossa parte de força para viver
E para espalhar a Boa Nova.

Perdoa-nos as nossas faltas
Como também nós procuramos
Perdoar as ofensas
Daqueles que nos ferem,
Nos ignoram ou não sabem amar-nos.

Não nos deixes cair na tentação da recusa,
Da passividade, da facilidade, da evasão.

Mas livra-nos do mal,
Que está em acção no mundo
E em nós próprios.

(Cf. PEDROSA FERREIRA, Rezar é viver, Ed. Salesianas, Porto 1986, pagina 40).

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Partilhar

2ª Feira - XX Semana Tempo Comum

Um Jovem foi ter com Jesus e queria que Deus partilhasse com ele a Vida Eterna.
Jesus convidou-o a partilhar os seus bens com os pobres... e ele retirou-se amuado, pois não estava disposto a partilhar... Mas esperava que Deus partilhasse consigo!

É partilhando que nós merecemos que alguém partilhe connosco,
é ajudando que merecemos ser ajudados,
é compreendendo que merecemos ser compreendidos,
é acolhendo que nós merecemos ser acolhidos...

Estou convencido que esse jovem do Evangelho alcançou o que queria: entrar no reino no Deus porque Deus é misericordioso. Ele dá mesmo quando nós não damos, ele partilha mesmo quando nós não partilhamos.

Eu não quero partilhar para que Deus partilhe comigo para minha recompensa.
Eu quero ajudar para dizer a mim mesmo que recebo aquilo que Deus me dá e faço pro merecer isso, apesar de Elecontinuar a partilhar comigo mesmo quando não faço por não merecer...

Pai Nosso Dehoniano


Pai Nosso de cada dia (61)

A Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) foi fundada no ano de 1878 em São Quintino, França, pelo Pe. João Leão Dehon, como Instituto religioso apostólico que vive da sua inspiração evangélica.
Os dehonianos são chamados a fazer frutificar esse carisma segundo as exigências da Igreja e do Mundo (1).
O Pe. Dehon quis que os seus religiosos unissem, de forma explícita, a sua vida religiosa e apostólica à oblação reparadora de Cristo ao Pai pelos homens (6).

Pai nosso que estais nos Céus.
Discípulos do Pe. Dehon,
Queremos fazer da nossa união com Cristo,
No seu amor pelo Pai e pelos homens,
O princípio e o centro da nossa vida (17).

Pai nosso que estais nos céus,
Santificado seja o vosso nome
.
Radicada no Baptismo e na Confirmação,
A nossa vocação religiosa é um dom particular
Em ordem à glória de Deus
E para testemunhar o primado do seu reino (13).

Santificado seja o vosso nome,
Venha a nós o vosso reino.
Na nossa maneira de ser e de agir,
Pela participação na construção da cidade terrena
E na edificação do Corpo de Cristo,
Devemos testemunhar eficazmente
Que é o reino de Deus e a sua justiça
Que se deve procurar
Antes de tudo e acima de tudo (38)

Venha a nós o vosso reino.
Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no céu.
Queremos, a exemplo de Cristo,
Pela profissão da obediência,
Fazer o sacrifício de nós mesmos a Deus
E unir-nos, de uma maneira mais firme,
À sua vontade de salvação (53).

Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

A partilha dos nossos bens no amor fraterno
Permite-nos verificar
Que, na Igreja e com a Igreja,
Somos sinal no meio dos irmãos (46).

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido.
Queremos como religiosos
Ser profetas do amor
E servidores da reconciliação
Dos homens e do mundo em Cristo (7).

Perdoai as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação
mas livrai-nos do mal.
Cristo faz-nos acreditar que,
Malgrado o pecado, os fracassos e a injustiça,
A redenção é possível,
É-nos oferecida e já está presente.
O seu caminho é também o nosso caminho (12).
Implicados também no pecado,
Mas participantes da graça redentora,
Queremos unir-nos a Jesus Cristo presente na vida do mundo
E, em solidariedade com ele
E com toda a humanidade e a criação inteira,
Oferecer-nos ao Pai
Como oblação viva, santa e agradável (22).

Não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.


(Cf. Constituições da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus , Dehonianos, Lisboa, 1982).

domingo, 15 de agosto de 2010

Pai Nosso Declinado

O Pai Nosso de cada dia (60)

Deus não é ele ou terceira pessoa, mas Tu.
Deus é o vocativo absoluto.
Propriamente falando, Deus é indeclinável,
Mas com Ele pode fazer-se a declinação completa,
Embora só o vocativo O designe rigorosamente.
Pai Nosso que estais no Céus

Acusativo:
Nada os impedirá de amar a Deus:
Santificado seja o vosso nome.

Genitivo:
Este mundo é propriedade de Deus:
Venha a nós o vosso reino.

Ablativo:
É possível viver com Deus, em Deus e por Deus:
Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no céu.

Dativo:
O mundo é projecto da oferenda de Deus ao homem e do homem a Deus:
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Nominativo:
Deus é amor, misericórdia:
Perdoai as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido.

Apêndice indeclinável,
O qual não se pode conjugar com Deus:
Não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.

sábado, 14 de agosto de 2010

Pai Nosso de São Lucas


O Pai Nosso de cada dia (59)

Enquanto Mateus apresenta o Pai Nosso num contexto literário que não é o seu, e adianta cronologicamente a situação mo mesmo, Lucas, sem precisar a topografia, dá a razão porque Cristo ensina esta oração. Ao terminar um dia em oração, um dos discípulos pediu-lhe que lhes ensinasse a orar, como João Baptista fizera aos seus.
A recensão desta oração em Lucas é muito breve.
Lucas omite depois de Pai, o termo Nosso, possivelmente para evitar nos seus leitores de gentilidade a impressão de uma oração limitada a um círculo judaico; o mesmo que ‘estás no céu’, de formação rabínica.
Omite o ‘faça-se a tua vontade…’
Na petição do perdão, Lucas diz que perdoe ‘os nossos pecados’ enquanto Mateus e Lucas na vez põem ‘devedores’. Lucas usou este termo talvez para evitar um sentido pecuniário.
Finalmente, omite também a parte negativa do último versículo de Mateus.
A versão de Mateus foi a que passou para a liturgia de hoje, embora a de Lucas pareça mais primitiva, pois mais breve, mais perto do original.
Rezemos hoje a versão que Lucas nos apresenta, juntando-nos à comunidade de convertidos oriundos do mundo pagão, que rezava como se transcreve no Evangelho segundo Lucas:


Pai,
Santificado seja o vosso nome.
Venha a nós o vosso reino.
Dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência.
Perdoai os nossos pecados,
Pois também nós perdoamos aos nossos devedores.
E não nos sujeiteis à tentação.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Lutar para vencer


Ano C - XX Domingo Comum

Mestre e Discípulo estavam a passear pelo campo quando avistaram uma casa. Aproximaram-se e viram a pobreza dos seus moradores.
- Como é que sobrevivem aqui?
- Nós temos uma vaquinha que nos dá leite suficiente para bebermos e vendermos…
Já iam longe quando o Mestre pediu ao Discípulo:
- Regressa àquela casa, traz a vaquinha e joga-a precipício abaixo.
O jovem questionou o seu Mestre sobre o único meio de sobrevivência daquela família, mas foi cumprir a ordem.
Anos mais tarde o Discípulo voltou sozinho ao mesmo lugar para chorar pelo mal que tinha feito, mas a surpresa foi grande. Avistou uma casa moderna, rica e de gente feliz.
- Que é feito da família que morava antes aqui?
- Nós sempre morámos aqui… Nós tínhamos uma vaquinha que caiu do precipício e morreu. Então começámos a fazer outras coisas e desenvolver habilidades tais que alcançámos o sucesso que está à vista.

Todos nós temos uma vaquinha que nos dá alguma coisa para sobrevivência e rotina. Descubra qual é a sua e empurre ribeira abaixo. Podemos mudar completamente o panorama de rotina e dependência que se instala na nossa vida.

Jesus diz que não veio trazer a paz, mas a luta, não a acomodação, mas o desafio.
Acendamos o fogo que ele veio trazer.

Pai Nosso de reparação

O Pai Nosso de cada dia (58)

Pai Nosso que estais nos Céus:
Onde tantos olham para a Terra,
que eu saiba olhar para o Céu.

Santificado seja o vosso nome:
Onde tantos adoram a máquina,
que eu saiba venerar o homem.

Venha a nós o vosso reino:
Onde tantos enviam bombas e destruição,
que eu leve uma palavra de união.

Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no Céu:

Onde a vida perdeu o sentido,
que eu leve o sentido de viver.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje:
Onde tantos procuram ser servidos,
que eu leve a alegria de servir.

Perdoai as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido:

Onde tanto fecham a mão para bater,
que eu leve o coração para acolher.

Não nos deixeis cair em tentação:
Onde tantos estão sempre distantes,
que eu seja alguém sempre presente.

Mas livrai-nos do mal:
Onde tantos morrem na matéria que passa,
que eu viva no espírito que fica.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pai nosso de Medugorje

O Pai Nosso de cada dia (57)

Pai Nosso significa que Ele Se vos entregou a vós como Pai, vos deus tudo. Sabeis que os vossos pais da terra fazem tudo por vós; ora, tanto mais o fará o vosso Pai Celeste. PAI NOSSO significa: dou-te tudo, Meu filho.

Pai que estais nos Céus significa: o teu pai da terra ama-te; mas o teu Pai Celeste ama-te ainda mais. O teu pai é capaz de zangar: Ele, não; Ele oferece-te só amor…

Santificado seja o vosso nome. Por sua vez, deves respeitá-Lo, porque Ele te deu tudo; e porque é teu Pai, deves amá-Lo. Deves glorificar e louvar o Seu nome. Deves dizer aos pecadores: Ele é Pai; sim, é meu Pai e desejo servi-Lo e glorificar apenas o Seu nome.

Venha a nós o vosso reino. Deste modo se agradece a Jesus e se pretende dizer-Lhe: Jesus, nós não sabemos nada; sem o Vosso Reino, somos fracos; se Vós não estais presente juntamente connosco o nosso reino passa, enquanto o Vosso Reino não passa. Restabelecei-o!

Seja feira a vossa vontade. Ó Senhor, fazer que o nosso reino seja derrubado; fazei que só o Vosso Reino seja verdadeiro; fazei que nós nos demos conta de que o nosso reino está destinado a cair e que, bem depressa, agora mesmo, nós admitimos que se faça apenas a Vossa vontade.

Assim na terra como no céu. Aqui, Senhor, afirma-se como Vos obedecem os anjos, como Vos respeitam; fazei com que também nós possamos ser como eles; fazei que também os nossos corações se abram e possam respeitar-Vos, como agora o fazem os anjos. E fazei também de modo a que sobre a terra, tudo possa ser Santo, como acontece no Céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Dai-nos, Senhor, o pão e o alimento do espírito; dai-no-lo agora, dai-no-lo sempre; que este pão se possa tornar alimento da alma, que nos alimente, que esse pão Vos santifique, que esse pão se torne eterno. Ó Senhor, nós Vos rezamos pelo nosso pão. Ó Senhor, fazei que o recebamos. Ó Senhor, ajudai-nos a compreender aquilo que devemos fazer. Fazei que nos demos conta de que o pão de cada dia não nos pode ser dado sem a oração.

Perdoai-nos as nossas ofensas. Perdoai-nos, Senhor, os nossos pecados. Perdoai-no-los porque nós não somos bons, não somos fiéis.

Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Perdoai-no-los a nós, porque também nós perdoaremos àqueles a quem, até agora, não éramos capazes de o fazer. Ó Jesus, perdoai-nos as nossas ofensas, nós Vo-lo suplicamos. Vós pedis que Vos sejam perdoados os pecados na mesma medida em que vós os perdoareis aos que vos ofenderem, sem tomardes consciência de que, se os vossos pecados fossem verdadeiramente perdoados tal como vós os perdoais aos outros, seria uma coisa bem miserável. É isto mesmo que nos diz o vosso Pai Celeste em atenção às próprias palavras que vós pronunciais no Pai Nosso.

E não nos deixeis cair em tentação. Ó Senhor, livrai-nos das grandes provações. Senhor, nós somos fracos. Fazei, Senhor, com que as provações não nos levem à perdição.

Mas livrai-nos do mal. Ó Senhor, livrai-nos do mal. Fazei que, nas provações, consigamos encontrar sempre algo de bom, um novo passo na vida.

(Cf. TOMISLAV VLASIC e SLAVKO BARBARIC, Abandonai-vos inteiramente a mim, Milão, 1985, páginas 266-268).

12 de Agosto


No dia 12 de Agosto uma grande página da história religiosa acabou de ser virada.
A caneta caiu pela fraqueza das mãos que escreveram durante sessenta anos, mas os anjos a apanharam e a colocaram no livro da vida.
A um dos seus mais ilustres filhos do século XIX a Diocese de Soissons, da qual eu também sou filho, oferece, através do meu ministério, as minhas lágrimas e dores, o meu grande sentido de perda, mesclado com gratidão e respeito, o tributo de orações que ele fez por merecer por tantos motivos.
No estilo dos verdadeiros sacerdotes, em vez de se instalar num castelo de marfim da sua superioridade intelectual, ele atirou-se no seu ministério, especialmente em favor da classe trabalhadora.
Precursor de Leão XIII, precedendo o seu tempo, ele proclamou aos quatro ventos:
- Ide ao povo!
Por 20 anos houve alguma iniciativa religiosa em São Quintino que não contasse com o apoio desta grande alma, o Pe. Dehon?
Os jovens acorriam até ele cheios de entusiasmo; os padres devotos e dignos uniram decisivamente os seus ideais ao dele.
O Colégio São João era uma colmeia esfuziante de energia na qual o mais puro mel foi produzido.
Com que veneração, emoção e piedoso afecto os ex-alunos referem-se ao Pe. Dehon.
Com que dor souberam da sua morte e com que angústia rodearam o seu esquife.
Ele deve ter sido grande, um homem de coração grande, tão amado!
Os grandes trabalhos de Deus nunca acontecem sem adversidades.
O Pe. Dehon não trilhou uma estrada de triunfos.
O seu Monte das Bem-aventuranças esteve ao lado do Monte Calvário.
Ele, porém, tinha feito o seu voto de vítima.
Palmilhando um caminho de pedras e espinhos ele encontrou o Coração de Jesus e entregou-se completamente a ele, juntamente com um bom grupo de amigos.
Muitos padres da Diocese de Soissons devem o nascimento, o desenvolvimento e a realização da sua vocação sacerdotal a este grande e santo sacerdote, cujo coração era tão generoso, nunca recuou diante das dificuldades, obstáculos e desilusões e para quem a palavra ‘impossível’ não existia.
A exemplo de São João Baptista, ele não nutria inveja daqueles que o superaram em crescimento espiritual desde que estivessem no caminho de Cristo e a seu serviço.
Por isso a Diocese de Soissons e o seu Bispo lhe devem eterna gratidão.
O Pe. Dehon sabia que estava a morrer e não se perturbou com isso.
Pouco antes de dar o último suspiro, contou-me um dos seus amigos:
- Jesus é tão bom, ele logo me receberá no paraíso.
Nós recitaremos as preces finais da sagrada liturgia de forma que a vontade desta grande alma sacerdotal, sempre cheia de confiança, seja atendida.
E a todos vós que credes em Cristo eu digo:
- Sede amigos do Coração de Jesus como era o Pe. Dehon e, com ele, superareis este momento em paz e no regaço do Senhor.
Amen.

D. Henrique Binet, Bispo de Soissons, Sermão do Funeral do Pe. Dehon,19 de Agosto de 1925

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pai Nosso de João de Deus

O Pai Nosso de cada dia (56)

Pai nosso, de todos nós,
Que todos somos irmãos,
A ti erguemos as mãos
E levantamos a voz.

A ti, que estás no céu,
E nos lanças, com clemência,
Do vasto estrelado véu,
Os olhos da Providência!

Bendito, santificado
Seja o teu nome, Senhor,
Inviolável, sagrado,
Na boca do pecador!

E venha a nós o teu reino!
Acabe o da vil cobiça!
Reine o amor à justiça
Que pregou o Nazareno;

De modo que seja feita
A tua santa vontade,
Sempre a expressão perfeita
Da justiça e da verdade!

Seja feita, assim na terra
Como no céu, onde habita
Esse, cuja mão encerra
A criação infinita!

O pão nosso, nesta lida
De cada dia, nos dá
Hoje, e basta,,, a luz da vida
Quem sabe o que durará!

E perdoa-nos, Senhor,
As nossas dívidas; sim!
Grandes são, mas é maior
Essa bondade sem fim!

Assim como nós (se é dado
Julgar-nos também credores)
Perdoamos, de bom grado,
Cá aos nossos devedores.

E não nos deixeis, bom pai,
Cair nunca em tentação;
Que o homem, por condição,
Sem o teu auxílio cai!

Mas tu, que não tens segundo,
E muito menos igual,
Dá-nos a mão neste mundo,
Senhor! Livra-nos do mal!

(Cf. JOÂO DE DEUS, citado por Mons. Libânio Borges, Breves notas ao Pai Nosso, Porto 1957, páginas 95-97).

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Pai Nosso de Gil Vicente

O Pai Nosso de cada dia (55)

Pai Nosso que estás no Céu

Como almas limpas e puras,
Direis isto ao Senhor,
Firmando-o por criador
E ai das criaturas,
Que estás no céu imperador;
E direis, com grande amor:
Seja louvado
Teu nome e santificado,
Neste nosso orbe menor
Como és no céu adorado.

E direis a sua alteza:
O teu reino venha a nós;
Em que pedis fortaleza
E mais pedis fortaleza
E mais pedis para nós
Graça e desperta limpeza
E mais perfeita grandeza
De bondade;
E pedia à deidade
Que, por toda a redondeza
Seja feita a sua vontade.

Direis mais esta oração,
Sempre com espírito atento
E com pronta devoção:
Faze-nos mercê do pão
Do nosso sustentamento.
Porque o certo mantimento,
Mais fecundo,
Não se criará cá no fundo,
Nem a neve nem o vento,
Nem na terra nem no fundo.

E pedi-lhe, filhos, mais,
Com choros do coração,
Que nos dê uma quitação
Das dívidas em que lhe estais
De vossa condenação.
Isto com tal condição
Lho pedireis,
Que assim perdoareis
Os males que vos farão
E, se não, não no espereis.

E com gemente tentação
Lhe haveis, filhos, de pedir
Que vos não deixe cair
Nem nenhuma tentação
Que vos possa destruir.
Pois não podeis resistir
Às tentações
Sem Deus, que vence os dragões
Que vos querem destruir,
Por engano, os corações.

E mais pedi, por final,
Humildes e devotos,
Ao pai sobrenatural
Que, nos perigos ignotos,
Vos livre de todo o mal.

(Cf. GIL VICENTE, Auto da Cananeia, representado em 1534).


domingo, 8 de agosto de 2010

Pai Nosso de Comunhão


O Pai Nosso de cada dia (54)

O Pai Nosso é a oração tradicional na reparação da comunhão. Os primeiros testemunhos vêm-nos do século IV, mas nada prova que não seja mais antigo. S- Gregório Magno (+604) fez que ele fosse antecipado do seu lugar primitivo, antes da comunhão, para que fosse logo a seguir à oração consecratória ou anáfora, pois não achava justo que outras orações, compostas pela mão humana, se antecipassem, à oração do Senhor.

Pai Nosso que estais nos Céus,
Santificado seja o vosso nome.

A eucaristia é o banquete sacrificial, tomado em comunhão fraterna. Aí, mais do que noutro lugar, os homens se sentem irmãos. A fraternidade supõe a paternidade.

Venha a nós o vosso Reino.
Invoca-se a vinda do reino, como antes já se invocara, na anáfora, ‘vinde Senhor Jesus’ e ‘esperando a sua vinda gloriosa’ e, logo depois, se há-de dizer ‘aguardando em jubilosa esperança a última vinda de Cristo salvador’, porque ‘vosso é o reino e o poder para sempre’.

Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.
A nossa filiação divina é impensável fora da comunidade da mãe Igreja, onde todos somos, simultaneamente e pelo mesmo acto, filhos de Deus e irmãos uns dos outros, agindo segundo a mesma vontade. Este é o mistério da unidade.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
É o pão da nossa subsistência, o pão que chegue para cada dia, que pedimos. Mas, seria uma limitação não o alargar ao pão vivo que desceu do céu e que o Senhor dá aos que o procuram, mais que ao pão da boca e que ali espera sobre o altar.

Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Antes de repartir e de comungar o pão da unidade, é bom pedir perdão e oferecer perdão. Deste modo, o Pai Nosso introduz já o rito da paz. Ele é já um largo abraço de paz a todos os irmãos e até a todos os homens, que todos são chamados a sê-lo.

E não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal.
No nosso coração, ou deve haver lugar ou para o corpo de Cristo. Por isso, antes de comungar, comprometemo-nos a expulsar todo o mal para acolhermos o verdadeiro alimento.
A intuição da Igreja sobre o Pai Nosso ligado à Eucaristia, é tal que ele existe em todas as liturgias como rito preparatório para a comunhão.
Rezar o Pai Nosso, é assim preparar-se dignamente para comungar mais santamente.



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Coração é tudo


Ano C - XIX Domingo Comum

Três peregrinos bateram à porta de uma família. A dona da casa convidou-os a entrar. Eles responderam:
- Não podemos entrar todos juntos. Escolhe apenas um de nós.
- Porquê? Quis saber a senhora.
- Porque ele é a riqueza, aquele é o Êxito e eu sou o Amor. Agora vai aconselhar-te com a tua família para ver qual de nós deve entrar.
A mulher foi perguntar ao marido que lhe respondeu que o melhor seria o Êxito. Ela preferia a Riqueza mas a filha interveio:
- Porque não convidamos o Amor? Assim teremos uma casa cheia de amor...
Concordaram seguir o conselho da mais nova.
A mulher saiu e perguntou:
- Qual de vós é o Amor? Entre e seja o nosso hóspede.
Ele começou a entrar e os outros dois seguiram-no. Surpreendida a mulher perguntou:
- Eu convidei apenas o Amor. Porque é que entram todos?
- Se tivesses convidado o Êxito ou a Riqueza, os outros dois ficariam fora, mas como escolheste o Amor, onde quer que ele vá nós acompanhamo-lo.
Onde houver amor também haverá riqueza e êxito.

Diz Jesus: Não temas, porque aprouve a Deus dar-vos o Reino dos Céus. Fazei bolsas que não envelheçam, um tesouro inesgotável nos Céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração.




Pai Nosso de cada semana

O Pai Nosso de cada dia (53)

A toda a hora bendirei o meu Senhor, dizendo,
Pai Nosso que estais nos Céus.

No Domingo, dia do Senhor, eu digo:
Santificado seja o vosso nome.

Na Segunda-feira, quando recomeço a trabalhar, eu digo:
Venha a nós o vosso reino.

Na Terça-feira, levanto os olhos para o alto e digo:
Faça-se a vossa vontade na terra e no céu.

Na Quinta-feira, recolho o que semeei e digo:
O nosso pão que nos é necessário
Dai-nos sempre de novo, dia após dia.


Na Quinta-feira, o mesmo pão me faz reconciliar e dizer:
Perdoai os nossos pecados
como nós devemos perdoar sempre
a quem nos tem ofendido.

Na Sexta-feira, dia de penitência, quando as solicitações são maiores, eu rezo:
Não nos deixeis cair em tentação.

No Sábado, último dia da semana, eu concluo:
Livrai-nos do mal de não rezarmos assim,
De não fazermos de cada dia da semana uma oração permanente.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Pai Nosso das Virtudes

O Pai Nosso de cada dia (52)

Pai Nosso que estais nos Céus.

Contra a luxúria, castidade:
Santificado seja o vosso nome.

Contra a avareza. Liberalidade:
Venha a nós o vosso reino.

Contra a ira, paciência:
Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no céu.

Contra a gula, temperança:
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Contra a inveja, caridade:
Perdoai as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido.

Contra a soberba, humildade:
Não nos deixeis cair em tentação.

Contra a preguiça, diligência:
Livrai-nos de todo o mal.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Cura de Ars

Hoje a Igreja celebra : S. João Maria Vianney, presbítero, +1859, o SANTO CURA DE ARS


Ele pregava assim:
"Hoje recebi duas cartas, contava numa explicação de catecismo:
Numa me dizem que sou um santo, na outra que sou um charlatão;
a primeira nada me acrescenta, a segunda nada me tira."

(O CURA D’ARS, Francis Trochu, Editora Vozes, 1959, página 239).

Pai Nosso das Sete petições


O Pai Nosso de cada dia (51)

Jesus Cristo não só nos ensinou as palavras que devemos usar na oração, como também a ordem segundo a qual devemos rezar. O Pai Nosso indica-nos uma ordem justa de valores: primeiro Deus, depois a nossa salvação e finalmente as nossas necessidades e sofrimento do tempo presente.

Pai Nosso que estais nos Céus.
Depois desta invocação ao Pai, sete pedidos se sucedem. Os três primeiros de forma breve, os outros um pouco mais longos; constituem duas partes: uma respeitante a Deus e a outra respeitante aos homens.

Santificado seja o vosso nome.
Venha a nós o vosso reino.
Estes dois pedidos relacionam-se com Deus: aumento da sua glória, do seu nome e do seu reino.

Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

O terceiro e o quarto pedidos resumem tudo o que necessitamos para alcançar a glória de Deus: obediência à sua vontade, e o pão de cada dia para o corpo e para a alma.

Perdoai as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido.

E não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.

Os últimos três pedidos referem-se ao socorro contra o que nos poderia afastar de Deus: pecados, culpas e tentações.

Ámen.
Todas estas petições são:
Sete verdades reveladas por Deus,
Sete promessas feitas por Ele,
Sete esperanças abertas a nós,
Sete compromissos a assumir,
Sete acções a serem realizadas,
Sete dons com que o Espírito Santo atende as nossas súplicas.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pai Nosso das criancinhas

O Pai Nosso de cada dia (50)

Pai Nosso dos Céus,
onde estás, que não te vemos?
Aqui, entre nós estás
e dás vida aos nossos sonhos.

Nós te chamamos pelo nome:
És amigo e és pai.

Tu nos acompanhas e nos guias
na terra, nosso céu,
e até mais além,
onde está o teu reino.

Dá-nos fome e dá-nos pão,
mãos para jogar,
braços para abraçar,
e um coração que perdoe
como tu sabes perdoar.

Ajuda-nos a crescer
e livra-nos da preguiça.

domingo, 1 de agosto de 2010

Pai Nosso das Certezas

O Pai Nosso de cada dia (49)

Pai Nosso que estais nos Céus com aqueles que já chegaram
e que estais na terra com aqueles que peregrinam ainda.

O teu nome é sempre santo em si mesmo.

O teu reino há-de vir certamente, quer queiramos quer não.

Que se cumpra em nós a tua vontade,
assim como os anjos a cumpram no céu.

O nosso pão não nos faltará,
se o soubermos acolher e partilhar.

O teu perdão chegará até nós
e nos fará perdoar também.

A tentação já não será um mal
e a alegria não terá fim.