sexta-feira, 31 de março de 2017

A hora de Jesus


6ª feira – IV semana da quaresma

1ª leitura
Os ímpios provocam e põem à prova os justos:
- Vejamos se as suas palavras e obras são verdadeiras…Ponhamos à prova a sua paciência… Vejamos se confia realmente em Deus…

Santo Agostinho dizia:
Prefiro os que me criticam porque me corrigem, aos que me elogiam porque me corrompem.

Perguntou Plutarco a um jovem:
- Porque foges assim tão aflito?
- Porque um colega persegue-me pois quer levar-me para o caminho do mal…
- Envergonha-te, ó rapaz, por não ter sido ele quem fugiu de ti por quereres ensinar-lhe o caminho do bem.


Do Evangelho
Procuravam prender Jesus, mas ninguém lhe deitou a mão, porque ainda não chegara a sua hora.

A hora de Jesus:
- Para Deus nunca é tarde.
- Deus dá sempre oportunidade.
- Há uma hora certa para tudo na vida.


sexta-feira, 24 de março de 2017

Escutar é amar e amar é escutar


6ª feira - III semana da quaresma

Escuta, Israel, 
ama a Deus acima de tudo 
e ao teu próximo como a ti mesmo.


Escutar é amar.
Amar é escutar.

Quem escuta ama.
Quem ama escuta.



segunda-feira, 20 de março de 2017

São José sonhador























Solenidade de São José.

Assim pregou hoje o Papa Francisco:
"São José é um homem capaz de sonhar. É um sonhador! É também o “guardião do sonho de Deus”: o sonho de Deus de nos salvar, de nos redimir, foi confiado a ele. É grande este carpinteiro! Silencioso, trabalhador obediente, e guardião que carrega as fraquezas e é capaz de sonhar. Uma figura que tem uma mensagem para todos.
Eu hoje quero lhe pedir que dê a todos nós a capacidade de sonhar, porque quando sonhamos coisas grandes, coisas bonitas, nos aproximamos do sonho de Deus, das coisas que Deus sonha para nós. Que aos jovens dê, porque ele era jovem, a capacidade de sonhar, de arriscar e assumir as tarefas difíceis que viram nos sonhos. E dê a todos nós a fidelidade que geralmente cresce num comportamento justo, e ele era justo, cresce no silêncio, escondido, poucas palavras, e cresce na ternura que é capaz de proteger as próprias fraquezas e as dos outros.”


Assim escrevo hoje JOSÉ:
J de Jovem
O de Obediente
S de Sonhador
E de Escondido



quinta-feira, 16 de março de 2017

A riqueza da humildade


5ª feira - II semana da quaresma

1ª reflexão
A importância do nome.
De todas as parábolas contadas por Jesus a única cujo personagem recebe um nome próprio é a da página do Evangelho de Hoje – Lc 16, 19-31. Nela o mendigo recebe o nome de Lázaro e o rico permanece sem nome…
a) Porque o nome é uma bênção de Deus, tanto mais que etimologicamente Lázaro quer dizer Deus ajuda (Eleazar em hebraico).
b) Porque Jesus é sempre coerente na sua pregação e nas suas atitudes: Ele como pastor conhece as suas ovelhas e chama-as pelo seu próprio nome.
c) Porque quer realçar a importância do ser e não do ter. Lázaro não tinha, mas era. O rico podia ter, mas não era…

2ª reflexão
A importância da mensagem.
a) O destino eterno de cada pessoa é decidido nesta vida, pois o que se leva desta vida é a vida que se leva.
b) A verdadeira riqueza é a humildade (exemplo de Lázaro) e a verdadeira pobreza ou miséria é o orgulho.
c) A última palavra é um convite a escutar e levar a sério a Palavra de Deus que os profetas nos transmitem.




terça-feira, 14 de março de 2017

Deportado há 100 anos
























Há 100 anos o Pe. Dehon celebrou este dia do seu aniversário em plena deportação durante a I Grande Guerra. De facto ele foi deportado de São Quintino a 12 de março e chegou exausto a Enghien (diocese de Tournai, próximo de Bruxelas, Bélgica. Na estação de comboios sofreu uma queda com uma certa gravidade, por ser noite escura, por ver mal e por estar muito debilitado. Parece que nesse ocasião teve um ataque cardíaco. Foi acolhido, juntamente com os seus confrades, pelos padres Jesuítas dessa cidade.
O Pe. Dehon viveu no centro do palco da I Guerra Mundial. A sua saúde foi afetada (doenças, fome, falta de assistência médica). As suas casas foram ocupadas ou bombardeadas. A sua ação pastoral, social e missionária foram drasticamente reduzidas. A administração da congregação e das obras altamente condicionada. Os seus confrades mais novos foram mobilizados, os seus bens, nomeadamente os livros, foram abandonados…
Podemos resumir esta experiência do Pe. Dehon em 5 aspetos:
- Domínio de si mesmo.
A sua calma, a sua confiança e fé continuaram iguais. Nunca perdeu a calma durante os bombardeamentos noturnos, ocupação, saques e deportação.
- O serviço ao próximo.
Procurava acolher a todos, independentemente da sua origem, pois dizia que “no céu não haverá nações.”
- Sentido do dever.
Recusou abandonar a sua comunidade, quando a Província Alemã queria retirá-lo de São Quintino. Continuou no seu posto até à deportação completa da cidade.
- Atividade espiritual.
Entre bombas e batalhas em São Quintino continuou a ler, a estudar e a escrever. Tomou apontamentos e escreveu o Manual dos Agregados da Congregação e fez a revisão do Diretório Espiritual.
- Abandono a Deus.
"A justiça de Deus acontece para curar e perdoar. Que o Coração de Jesus e Maria Mãe de Misericórdia venham em nosso auxílio."














Do Diário do Pe. Dehon:
Março 1917
A 12 de março foi o exílio depois de muitos dias de penosa preparação. Foi preciso abandonar as nossas casas e sacrificar um mobiliário considerável, mais de 25.000 francos em livros. Fiat!
Dia de viagem em carruagens. Chegámos à noite exaustos e doloridos. Pensei que iria morrer com o bater do coração ao sair da estação. Os Jesuítas receberam-nos fraternalmente...
Foi bom o convite para visitar a casa dos Padres Capuchinhos. O Pe. Guardian, parente do nosso Pe. Jean Guillaume, disse-nos que este nosso querido padre teria aparecido depois de sua morte à sua irmã em Namur...
A 14 de março, entrei no meu 75º ano de vida. Estou exilado em Enghien. Faço uma breve revisão das memórias da minha vida…
(NQ 40, 114-117, 1917)
















Das cartas do Pe. Dehon
Ao Pe. Falleur a 17 de Março de 1917 (Inventário: 299,09 AD: B20/7.3):
Enghien. Caro amigo, estamos aqui deportados no dia 13 da casa do SC.
Vou tentar enviar-vos alguns confrades e espero ir a Bruxelas. Rezemos para que Deus se deixe tocar. O Coração de Jesus há-de intervir. Vós sabeis que recebi de Sittard por engano uma lista de missas que não encomendei. Fazei a troca. Em Novembro de 1915 enviei-vos 9.353 intenções de missa, mais 62 trintários. Devolvei tudo. Eu estou envelhecido, rezai por mim. 
A Chère Mère está idosa e doente em Soignies com a sua comunidade*. A Sra Santerre em Coteau, a Sra Batteux arruinada não sei onde. A Sra Malezieux perto de Bruxelas. Paciência e oração. Saudações aos Padres e a todos. L. Dehon
* A sua morte ocorreu a 17 de março.


segunda-feira, 6 de março de 2017

Versão do outro lado

2ª feira - I semana da quaresma

A parábola do Juízo Final, vista do outro lado

O inferno já estava cheio e fora ainda uma longa fila de pessoas para entrar. O diabo foi obrigado a fechar a porta. Proclamou:
- Há só um lugar livre, e como é lógico deve ser para o maior dos pecadores. Está no meio de vós alguém que tenha cometido vários homicídios?
Para encontrar o pior de todos, o diabo começou a examinar os pecadores que estavam na fila.
A um certo momento, viu um em quem não tinha reparado antes. Perguntou-lhe:
- Tu o que é que fizeste?
- Nada. Eu sou um homem bom e estou aqui apenas por engano.
Murmurou o diabo:
- Certamente que fizeste alguma coisa. Todos fazem alguma coisa.
O homem convencido disse:
- É verdade. Mas eu nunca me meti em nada. Vi como os homens perseguiam ouros homens, mas não participei nessas loucuras. Deixam que as crianças morram de fome ou vendem-nas como escravas. Marginalizam os idosos como se fosse lixo. Não fazem outra coisa senão excogitar maneiras para se atraiçoarem uns aos outros. Mas eu resisti sempre à tentação de me meter nessas coisas sujas, e nada fiz. Nada.
O diabo, incrédulo, perguntou-lhe:
- Tens a certeza de que vistes isso tudo? E não fizeste absolutamente nada?
- Vi tudo com os meus olhos.
O diabo insistiu:
- E não fizeste nada?
- Não!
O diabo sorriu e disse:
- Entra, meu amigo. O lugar livre é para ti.


Ovelhas e cabritos


Conta-se por aqui que um certo bispo foi celebrar a missa a uma igreja desta diocese cheia de crianças da catequese. Durante a homilia o prelado esforçou-se para que a reflexão fosse dialogada.
- Digam-me lá, meus meninos. Se vocês são as ovelhas, como diz Jesus no Evangelho, então quem é que eu sou?
Ninguém se atrevia a responder. E o Bispo insistia.
- Então meninos, vocês são as ovelhas… eu sou o...?
- O cabrito – respondeu prontamente um miúdo.
O Bispo queria que dissessem que ele era o Pastor pois as crianças eram as ovelhinhas do seu rebanho, conforme Jo 10, 11= Eu sou o pastor e vós as minhas ovelhas.
Por seu lado as crianças preferiram Mt 25, 33 em que Jesus diz que separará as ovelhas dos cabritos para os julgar no fim dos tempos.
E a senhora catequista deu a nota de Mau Comportamento ao seu menino por ter chamado Cabrito ao Senhor Bispo.




domingo, 5 de março de 2017

Pedra e pão














Ano A - I Domingo da quaresma

Satanás queria que Jesus convertesse as pedras em pão.
O mesmo Satanás quer que nós convertamos o pão em pedras…
Caímos nessa tentação quando não partilhamos o pão com o nosso irmão e esse pão fica mais duro que uma pedra.
Ou então quando olhamos para a nossa vida e nos queixamos das pedras que o Senhor nos dá… as duras dificuldades ou os pesados obstáculos.
Mas afinal tudo isso não é pedra, mas pão que nos fortalece e nos alimenta na nossa caminhada.
De facto, as pedras são parecidas com o pão... e o pão às vezes pode confundir-se com as pedras.