terça-feira, 25 de junho de 2013

As aparências enganam

3ª feira - XII Semana Comum

Procurai entrar pela porta estreita da salvação, pois é larga a porta da perdição...

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Mysterium lunae

 
 
Hoje celebramos a festa de São João Batista.
Faço eco da homilia do Papa Francisco proferida esta manhã no Vaticano:
 
Mistério de São João Batista = Mistério da lua
 
"Como São João, a Igreja é chamada a proclamar a Palavra de Deus até ao martírio.
A Igreja não deve jamais conservar algo para si mesma, mas estar sempre a serviço do Evangelho.
A figura de João Batista nem sempre é fácil de entender.
Quando pensamos em sua vida, vemos que ele foi um profeta, um homem que foi grande e depois acabou como um homem pobre.
Quem é então João? Ele mesmo respondeu:
“Eu sou uma voz, uma voz no deserto”, mas é uma voz sem Palavra, porque a Palavra não é ele, é Outro.
Então qual é o mistério de João:
Nunca se apodera da Palavra, João é aquele que indica, que assinala.
O sentido da vida de João é indicar outro.
A Igreja escolheu para a festa de São João um período em que os dias são os mais longos do ano, têm mais luz.
E realmente João era o homem da luz, carregava a luz, mas não tinha luz própria, refletia a luz. João era como uma lua, e quando Jesus começou a pregar, a luz de João começou a diminuir cada vez mais.
Voz, não Palavra, luz, mas não luz própria.
João parecia ser nada. Essa foi a vocação de João, anular-se.
E quando contemplamos a vida deste homem, tão grande, tão poderoso - todos acreditavam que ele era o Messias -, quando contemplamos essa vida, como se anulou até à escuridão de uma prisão, contemplamos um grande mistério. Nós não sabemos como foram os seus últimos dias. Sabemos apenas que ele foi morto, a sua cabeça colocada numa bandeja, como grande presente para uma dançarina e uma adúltera. Eu acho que mais do que isso ele não podia rebaixar-se, anular-se. Esse foi o fim de João.
Na prisão João experimentou a dúvida, tinha angústia e chamou os seus discípulos para irem até Jesus e pedir-lhe:
“És Tu o Messias, ou devemos esperar outro?”.
Existiu escuridão e dor na sua vida. Nem mesmo isso foi poupado a João.
A figura de João faz-me pensar muito na Igreja.
A Igreja existe para proclamar, para ser voz de uma Palavra, do seu esposo, que é a Palavra.
A Igreja existe para proclamar esta Palavra até ao martírio. Martírio precisamente nas mãos dos orgulhosos, dos mais soberbos da Terra. João poderia tornar-se importante, poderia dizer algo sobre si mesmo. Mas eu creio que nunca faria isso, pois indicava, sentia-se voz, não Palavra.  
Porque João é santo e sem pecado? Porque, ele jamais apresentou uma verdade como sua. Ele não queria ser um ideólogo. Era o homem que se negou a si mesmo, para que a Palavra se sobressaísse.
E nós, como Igreja, podemos pedir hoje a graça de não nos tornarmos uma Igreja de ideologias...
A Igreja deve ouvir a Palavra de Jesus e fazer-se voz, proclamá-la com coragem.
Esta é a Igreja, sem ideologias, sem vida própria: a Igreja que é o “mysterium lunae”, que recebe a luz do seu Esposo e deve diminuir para que Ele cresça.
Este é o modelo que oferece hoje São João Batista para nós e para a Igreja. Uma Igreja que esteja sempre ao serviço da Palavra. Uma Igreja, que nunca tome nada para si mesma.
Hoje pedimos a graça da alegria, pedimos ao Senhor para animar esta Igreja no seu serviço à Palavra, de ser a voz desta Palavra, pregar essa Palavra.
Vamos pedir a graça: a dignidade de João, sem ideias próprias, sem um Evangelho tomado como propriedade, apenas uma Igreja voz que indica a Palavra até o martírio. Assim seja!"

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A excelência do Pai Nosso

5ª Feira - XI Semana Comum

A Oração Dominical, entre todas, é a oração por excelência, pois possui as cinco qualidades requeridas para qualquer oração. A oração deve ser: confiante, reta, ordenada, devota e humilde.

 - Em 1º lugar a oração deve ser confiante
A oração deve ser feita com fé e sem hesitação. Por diversas razões, o Pai Nosso é a mais segura e confiante das orações. A Oração Dominical é obra de nosso advogado, do mais sábio dos pedintes, do possuidor de todos os tesouros de sabedoria. Deve ser também a oração mais ouvida porque aquele que, com o Pai, a escuta é o mesmo que no-la ensinou.

 - Em 2º lugar a nossa oração deve ser reta.
Quer dizer, devemos pedir a Deus os bens que nos sejam convenientes. É o pedido a Deus dos dons que convém pedir. Os bens que ele nos ensina a pedir, na oração, são os mais convenientes. Se rezamos de maneira conveniente e justa, quaisquer que sejam os termos que empregamos, não diremos nada mais do que o que está contido na Oração Dominical.

 - Em 3º lugar a oração deve ser ordenada.
Na Oração Dominical, o Senhor nos ensina a observar esta ordem: primeiro pedimos as realidades celestes e em seguida os bens terrestres.

 - Em 4º lugar a oração deve ser devota
A excelência da devoção torna o sacrifício da oração agradável a Deus. A prolixidade da oração, no mais das vezes, enfraquece a devoção. Tiremos da oração a abundância de palavras, mas não deixemos de suplicar.

 - Em 5º lugar a nossa oração deve ser humilde
Uma oração humilde é uma oração que certamente será ouvida. Esta humildade está presente na Oração Dominical, pois a verdadeira humildade está naquele que não confia nas suas próprias forças, mas tudo espera da bondade divina.

(Cf. São Tomás de Aquino, Sermão da Quaresma de 1273)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Orar em segredo

4ª Feira - XI Semana Comum

Quando orares, fecha a porta e reza a teu Pai em segredo

Quando orares, fecha a tua boca e reza a teu Pai no íntimo do teu coração, sem palavras,
mas com todo o sentimento
E os homens não te verão, nem te ouvirão a rezar, mas só Deus
te escutará e te abençoará.
É esta a diferença entre a oração vocal e mental;

vocal nas orações que reza: mental nos mistérios que medita.
Enquanto rezamos falamos com Deus: enquanto meditamos fala Deus connosco.
O nosso rezar são vozes, o nosso meditar é silêncio; mas neste silêncio ouvimos
melhor do que somos ouvidos nas vozes, porque nas vozes ouve-nos Deus a nós, no silêncio
ouvimos nós a Deus.
A vocal é o exterior da oração, a mental o interior;

a vocal é a parte sensível, a mental a que não se sente;
a vocal é um corpo formado no ar, a mental o espírito que a informa e lhe dá vida.
A vocal recita preces, a mental contempla mistérios;
a vocal fala, a mental medita;
a vocal lê, a mental imprime;
a vocal pede, a mental convence.
A vocal pode ser forçada, a mental sempre é voluntária;
a vocal pode não sair do coração, a mental entra nele e o penetra, e, se é duro, o abranda.
A vocal exercita a memória, a mental discorre com o entendimento e move a vontade,
a vocal caminha pela estrada aberta, a mental cava no campo, e não só cultiva a terra, mas descobre tesouros.
Quando orares, não sejas como os hipócritas, pois rezam e não meditam, e o rezar sem
meditar, não é orar, é falar: em vez de ser oração é verbosidade.

O que se reza sem meditação, sai da boca; o que primeiro se medita, sai do coração.
Por isso, quando orares, fecha a boca e abre o coração….

(Cf. Pe. António Vieira, Sermão da Rosa Mística, 1688)

terça-feira, 18 de junho de 2013

Amar os inimigos


3ª Feira - XI Semana Comum

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita- Manuscrito autobiográfico C 13v°-15v°

“No Evangelho, o Senhor explica em que consiste o seu mandamento novo. Diz em S. Mateus: «Ouvistes que foi dito: amareis o vosso amigo e odiareis o vosso inimigo. Mas eu digo-vos: amai os vossos inimigos, rezai por aqueles que vos perseguem.» Sem dúvida, no Carmelo não se encontram inimigos, mas enfim, há simpatias, sente-se atração por uma Irmã, ao passo que outra nos faria dar uma grande volta para evitar encontrá-la; assim, mesmo sem o saber, ela torna-se objeto de perseguição. Pois bem! Jesus diz-me que esta Irmã, é preciso amá-la, que é preciso rezar por ela, mesmo que o seu comportamento me levasse a pensar que ela não me ama: «Se amais aqueles que voa amam, que reconhecimento haveis de ter? Pois também os pecadores amam aqueles que os amam». E não basta amar, é preciso prová-lo…
Há na Comunidade uma Irmã que tem o condão de me desagradar em todas as coisas; as suas maneiras, as suas palavras, o seu carácter, pareciam-me muito desagradáveis. Apesar de tudo, é uma santa religiosa que deve ser muito agradável a Deus; por isso, não querendo ceder à antipatia natural que sentia, disse comigo que a caridade não devia consistir nos sentimentos, mas nas obras. Então apliquei-me a fazer por essa Irmã o que faria pela pessoa que mais amo. Cada vez que a encontrava rezava por ela a Deus, oferecendo-Lhe todas as suas virtudes e os seus méritos. Estava certa de que isso agradava a Jesus, pois não há artista que não goste de receber louvores pelas suas obras, e Jesus, o Artista das almas, fica contente quando não nos detemos no exterior, mas, penetrando até ao santuário íntimo que escolheu para sua morada, lhe admiramos a beleza. Não me contentava com rezar muito pela Irmã que me proporcionava tantos combates; procurava prestar-lhe todos os serviços possíveis e, quando tinha a tentação de lhe responder de uma maneira desagradável, contentava-me com dar-lhe o meu sorriso, e procurava desviar a conversa, pois a Imitação de Cristo diz: Vale mais deixar cada um com a sua opinião do que deter-se a discutir.
Muitas vezes também, tendo alguns contactos de ofício com esta Irmã, quando os meus combates eram muito violentos, fugia como um desertor. Como ela ignorava absolutamente o que eu sentia por ela, nunca suspeitou dos motivos da minha conduta, e continua persuadida de que o seu carácter me é agradável. Um dia, no recreio, disse-me mais ou menos estas palavras com um ar muito contente: «Poderíeis dizer-me, minha Irmã Teresa do Menino Jesus, o que tanto vos atrai em mim, cada vez que olhais para mim vejo-vos sorrir?» Ah, o que me atraía era Jesus escondido no fundo da sua alma… Jesus, que torna doce o que há de mais amargo…”

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A Língua de Santo António

Festa de Santo António

Num antigo manuscrito do séc. XIII, encontra-se uma oração, atribuída a Santo António, que ele costumava rezar antes de começar a pregar:

 “Senhor, faz que a minha língua se solte como flecha

para anunciar as tuas maravilhas.”

Num sermão, Santo António parece explicar esta oração deste assim: cada pregador tem nas mãos um arco, isto é, a Sagrada Escritura, por meio da qual solta uma flecha, quer dizer, o sentido da Palavra de Deus, de forma que penetre no coração do ouvinte, para que se converta ao Senhor e a uma vida sóbria e honesta (cfr: II Domingo depois da Páscoa, 9). Isto acontece – afirma o santo – porque a flecha tem na extremidade posterior uma pluma, que serve para dar a direção certa. Esta pluma é o amor do Senhor que, unido ao amor do pregador que atira a flecha, permite à Palavra do Senhor alcançar o coração do crente.
Com esta oração, Santo António pede a Deus que possa utilizar a própria língua para lançar “palavras de amor” que proclamem “as maravilhas do Senhor”. Na verdade, sabemos que basta uma palavra de amor para despertar o amor; e uma só palavra boa pode tornar boa toda a existência do crente.

Por isso, São Boaventura, na altura da transladação do corpo de Santo António, ao encontrar a sua língua incorrupta, exclamou: «Ó língua bendita, que sempre louvaste o Senhor e o fizeste louvar aos outros, agora aparece claramente quão grande foi o teu mérito junto do Senhor!»

terça-feira, 11 de junho de 2013

Barnabé

 
Hoje celebramos a memória do Apóstolo Barnabé.
 
Mais do que falar das suas qualidade (homem cheio de bondade, do Espírito Santo e de Fé) vamos contemplar as suas 6 ações, ou 6 obras, ou 6 atos conforme nos relatam o livro dos Actos dos Apóstolos.
 
1. Animou
Bar Nabé = Barnadé  quer dizer Filho da Consolação
É que ele tinha o dom de consolar os aflitos.
 
2. Denunciou
Defendia e acalmava os mais fracos.
 
3. Pronunciou
Em Act 4 chama-se a Barnabé Filho da Exortação.
Ele exortava, ensinava, proclamava a Palavra de Deus.
 
4. Anunciou
Ele foi companheiro de Paulo e de Marcos nas suas viagens apostólicas.
Foi missionário, anunciado do evangelho.
 
5. Renunciou
Ele vendeu um seu campo e depositou o seu valor aos pés dos apóstolos.
 
6. Não negociou
Ele estava a regar na sinagoga da sua ilha natal (Chipre) quando os seus inimigos o tomaram por refém e como não conseguiram negociar com ele martirizaram-no. Não negociou, pois entregou voluntariamente a sua vida pelo amor do Reino dos Céus.
 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Festa do amor

Solenidade do Coração de Jesus
 
A) Mensagem do Papa Francisco na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus 2013
Aprender a difícil "ciência" de nos deixar amar por Deus.
Deixar-nos amar pelo Senhor com ternura é difícil, mas é o que devemos pedir a Deus.
A solenidade de hoje é “a festa do amor”, de um “coração que muito amou”. Um amor que, como repetia Santo Inácio, “se manifesta mais nas obras do que nas palavras” e que é sobretudo “mais dar do que receber”. Estes dois critérios são como os pilares do verdadeiro amor de Deus. Ele conhece suas ovelhas uma a uma, porque não se trata de um amor abstrato, mas que se manifesta por cada um de nós…
Ternura! O Senhor nos ama com ternura. O Senhor conhece aquela bela ciência dos carinhos, a ternura. Não nos ama com as palavras. Ele se aproxima e nos dá o amor com ternura. Proximidade e ternura! E este é um amor forte, porque nos faz ver a fortaleza do amor de Deus…
Isso pode parecer uma heresia, mas é a grande verdade! Mais difícil que amar a Deus é deixar-se amar por Ele! A maneira de retribuir tanto amor é abrir o coração e deixar-nos amar. Deixar que Ele se faça próximo a nós, deixar que ele nos acaricie. É tão difícil deixar-nos amar por Ele.
Talvez isso é o que devemos pedir hoje: Senhor, eu quero amá-Lo, mas me ensine a difícil ciência, o difícil hábito de deixar-nos amar, de senti-Lo próximo e terno!’. Que o Senhor no dê esta graça!
 
B) Mensagem do Papa Emérito Bento XVI
Se deixarmos que o amor de Cristo mude o nosso coração então nós poderemos mudar o mundo.

C) Mensagem do Superior Geral Dehoniano por ocasião da Solenidade do Coração de Jesus 2013
Servidores da reconciliação
 
Introdução:
O Padre Dehon espera que os seus religiosos sejam profetas do amor e servidores da reconciliação dos homens e do mundo em Cristo.
 
1. Deus ama um mundo ferido pelo pecado e pela morte
O olhar de Deus sobre o mundo declara-o “bom”. Não há uma criatura ou um mundo que sejam objeto de ódio de Deus ou estejam fora do seu poder, também quando alguém se pensa ou declara seu inimigo. A perspetiva bíblica sobre o mundo é fundamentalmente positiva: Deus ama e cuida das suas criaturas, particularmente dos seres humanos.
As imagens positivas e negativas da humanidade completam-se na visão de uma realidade cósmica que não está completa e perfeita, e dentro de um projeto a desenvolver rumo à plenitude. O paraíso terrestre não se encontra dentro de nós, num passado perdido, mas diante de nós, como imagem e utopia que orienta o caminho da humanidade.
 
2. Cristo reconcilia-nos pelo dom do Espírito
Este processo de reconciliação e de plenitude não pode ser unicamente obra do esforço humano, mas baseia-se na iniciativa de Deus.

3. Deixar-se reconciliar
Sentir-se amados por Deus revoluciona a forma de olhar a si mesmos, os outros e o mundo.

4. O Espírito gera comunidades reconciliadas e reconciliadoras
O testemunho profético das nossas comunidades, não consiste na perfeição do amor – que sempre conhecerá insuficiências – mas no constante empenho no perdão recíproco segundo a cordialidade manifestada nas nossas relações.
 
5. Reconciliados ao serviço da reconciliação
A exemplo de Cristo, somos chamados a ir ao encontro do mundo que precisa de solidariedade e de ternura, como nos recorda o papa Francisco, no caminho de renovação da Igreja.
 
Conclusão
O Espírito guia-nos pelo caminho do coração, aprendendo de Jesus, para nos pormos ao serviço da reconciliação e colaborar na construção de um mundo novo.
 
 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Bonifácio


Hoje celebramos a memória de São Bonifácio, bispo e mártir

Nasceu na Inglaterra em 675.
Fez-se monge beneditino.
Foi enviado como missionário para a Alemanha.
Feito bispo, percorreu quase toda a Alemanha e numa dessas viagens pastorais foi martirizado pelos gentios em 754.
É considerado o Apóstolo da Alemanha.

Foi modelo de equilíbrio de todas as virtudes, mesmos as mais antagónicas:

A docilidade com a firmeza,
a serenidade com a inquietude,
a timidez com a coragem,
a discrição com a ousadia,
a oração com a ação.

Por sua intercessão aprendamos nós também a viver no mesmo equilíbrio:
sendo firmes sem deixarmos de ser dóceis,
inquietos sem deixarmos de ser serenos,
corajosos sem deixarmos de ser tímidos,
ousados sem deixarmos de ser discretos,
homens de ação sem deixarmos de ser homens de oração.

terça-feira, 4 de junho de 2013

A César e a Deus


3ª Feira - IX Semana  Comum

Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
 
Isto pode provocar em nós 5 atitudes diferentes:
 
1. Separar
Não podemos unir o que Deus separou. Os bens de César e os bens de Deus não podem estar unidos, confundidos ou misturados. Saibamos separar o que deve ser separado.
 
2. Unir
Dai a César o que é de César. Não é Deus que deve ser submetido a César, mas o contrário, é César que foi feito para Deus. Oferecer tudo ao homem e com ele, nele e por ele oferecemos a Deus.
 
3. Entregar
O seu a seu dono. A moeda tem a imagem e a assinatura de César, deve ser entregue a César. Quem tem a assinatura e a imagem de Deus deve ser entregue a Deus. Olhemos então para o nosso coração... feito à imagem e semelhança de Deus.
 
4. Admirar
Os fariseus ficaram admirados com a resposta de Jesus, porquê? Porque só César e os senhores deste mundo é que cobram impostos. Deus não cobra imposto nenhum. Tudo nele é dom, graça, generosidade, gratuitidade.
 
5. Escalonar
Dai tudo a César e ... então adeus a Deus. Se pomos em primeiro lugar os bens deste mundo, se só pensamos nisso então adeus a tudo o que é de Deus.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Rezar é ...


Memória de São Carlos Lwanga e companheiros (1886)
 
Rezar é ser cristão; ser cristão é rezar.
 
O rei Lwanga convocou os seus pajens para uma reunião na sala de audiências. Um triste pressentimento invadiu a todos, pois alguns soldados armados já estavam na sala.
Os pajens do rei são jovens escolhidos a dedo, entre os mais belos e robustos do país. Cercavam o trono olhando-se interrogativamente. O rei deu uma ordem estranha:
- Todos aqueles que não rezam devem encostar à esquerda. Os que rezam, vão encostar-se à direita.
O líder dos pajens, Carlos, foi o primeiro a dirigir-se para a direita. Outros quinze acompanharam-no.
- Mas vocês rezam de verdade? - Perguntou o rei.
- Sim, meu senhor, nós rezamos de verdade.
- E querem continuar a rezar?
- Sim, meu senhor, até à morte.
- Então, serão mortos precisamente hoje.. Os soldados tomem já conta de vós.
No reino do Uganda, rezar tinha-se tornado sinónimo de ser cristão.
Ser cristão era então proibido.
Rezar é sinónimo de ser cristão, pois ser cristão é rezar.

O Bom Papa João


Foi há 50 anos
 
João XXIII morreu no dia 3 de junho de 1963, de cancro no estômago (que também tinha feito padecer outros dois irmãos), depois de 4 anos e 7 meses de Pontificado.
Com ele, a Igreja tinha voltado a estar na vanguarda dos que trabalhavam pela paz e pela fraternidade, dos homens e mulheres que reconheciam 'o primado do coração'.
Com ele muitas coisas tinham começado a acontecer na Igreja pela primeira vez.
Presidiu à abertura do Concílio Vaticano II a 11 de outubro de 1962, 3 anos e 10 meses desde que o anunciou como o 21º concílio ecuménico da Igreja.
Desde 23 de setembro de 1962 sabia que tinha cancro:
"Com a minha idade, não posso olhar demasiado longe no tempo... Hoje somos chamados a pôr em marcha, não a concluir..."
Durante o seu curto Pontificado, João XXIII publicou 8 encíclicas, como a mais conhecida a Mater et Magistra (1961). A 11 de abril de 1963 (apenas a 53 dias antes da morrer) publicou a Pacem in Terris, que pode ser considerada como o seu testamento.
A partir daí uma grande parte dos padres conciliares quis que fosse declarado santo por aclamação antes do términus do Concílio. Paulo VI, que o sucedeu e que declarou desde o primeiro dia ser seu continuador e que o Concílio iria em frente, deu início à sua causa de beatificação e João Paulo II proclamou-o beato a 3 de setembro de 2000.
Beato João XXIII, rogai por nós!