sexta-feira, 31 de março de 2023

O pecado de atirar rocha


6ª feira – V semana da quaresma

 

Os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus.

Então Jesus disse-lhes:

- Apresentei-vos muitas boas obras. Por qual delas me quereis apedrejar?

De facto, os judeus queriam apedrejar porque pensavam que ele não prestava, mas afinal estavam a dizer precisamente o contrário.

Por isso Jesus perguntou-lhes:

- Qual é a árvore que leva mais pedradas? A que dá bons frutos ou a que dá maus frutos?

E toda gente se lembrou que de facto só se atira pedras a uma árvore para apanhar os bons frutos.

Então Jesus concluiu:

- Vós reconheceis que as minhas obras são bons frutos e por isso querem apedrejar-me…

Conclusão:

Os judeus ao quererem apedrejar Jesus, estavam a declarar que eram boas as suas obras ou os seus frutos.

À margem 1

Lá na minha terra, ninguém atira pedras a ninguém. E não é por serem melhor comportados do que os dos outros lugares.

Em vez de dizerem atirar pedras, dizem atirar rocha.

Um dia um garoto foi confessar-se.

- Padre, abençoai-me porque pequei…

- Diz lá os teus pecados…

E o garoto começou a dizer, como é costume:

- Briguei, atirei rocha ao meu irmão…

E o confessor interveio logo:

- Ó filho, erraste…  

- Não errei não, Senhor Padre, acertei-lhe em cheio na cabeça.

Conclusão:

Quando alguém atira rocha a alguém, por mais pontaria que tenha, erra sempre.

 

Ver também:

Prontos para apedrejar


À margem 2:

Alguém parou para te apedrejar?

Corre mais rápido.

Alcançarás mais depressa a vitória.


 

No Calvário em contramão


6ª feira – V semana da quaresma

No caminho do Calvário

Jesus avança em contramão

porque quer alcançar

para todos a salvação.

 

Avança entre pedras

injúrias e acusações.

Só ele caminha certo,

tudo o resto são ilusões.

 

Não desiste nem recua,

nem larga a sua cruz.

Sigamos o mesmo caminho

do nosso amigo Jesus!

 

domingo, 26 de março de 2023

Reanimação do amigo Lázaro


Ano A – V domingo da quaresma

A – A ressurreição de Lázaro é o anúncio ou a prefiguração da Ressurreição de Jesus e a esperança da nossa própria reanimação.

Mais do que ressurreição foi uma reanimação. Lázaro recuperou a vida que tinha antes, mas conservou a condição mortal, pois teria de passar pela morte. Jesus ressuscitou de maneira definitiva, não voltou ao que era antes, mas entrando na plenitude da vida. O evangelista refere que Lázaro saiu com as ligaduras e o sudário postos enquanto os de Jesus ficaram abandonados dentro do sepulcro.

A reanimação de Lázaro anuncia a ressurreição de Jesus e a reanimação de cada um de nós como fruto da quaresma a caminho da Páscoa. A quaresma e o batismo é a reanimação de cada cristão.

 

B – Jesus chorou.

É o versículo mais pequeno de toda a sagrada escritura, mas que condensa toda a humanidade e missão de Jesus. O prefácio diz que Jesus chorou para mostrar que era verdadeiro homem. Os presentes diziam que Jesus ao chorar mostrava que era verdadeiro amigo dos seus amigos. Nós podemos concluir que Jesus veio até nós para chorar com quem chora e para alegrar-se com quem está alegre. Já não choramos sozinhos, porque ele chora connosco. Aprendamos então a chorar com Jesus e a alegrarmo-nos com Ele.

 

C – Tirai a pedra e desligai-o, foi o que pediu Jesus.

Ele podia fazer as coisas sozinho, mas pediu colaboração. De facto, quando nós fazemos o possível, quando tiramos a pedra dos túmulos dos que vivem mortos pelo mal, estamos a fazer o possível. O impossível fará Jesus de seguida, reanimando o defunto. Façamos o que está ao nosso alcance, tirando as pedras que escondam a nossa vida, desatando as amarras e soltando as ligaduras para que Jesus faça renascer a vida.

 

Ver também:

Lázaro sou eu

 

sábado, 25 de março de 2023

Hoje é o dia da Ave Maria


A – AS PALAVRAS DA AVE MARIA

 

A oração da Ave Maria compõe-se de 3 partes:

1ª - A palavra do Anjo da Anunciação que saúda Maria em termos de alegria e de cumprimento messiânico – Ave Maria, cheia de graça, o Senhor está contigo.

2ª - A palavra de Isabel que descobre a ação de Deus presente na história – Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.

3ª - A palavra da Igreja que se une a Maria e que é santa, é mãe de Deus e é intercessora – Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte.

 

B – AS IMAGENS DA AVE MARIA

 

Selecionamos 3 quadros com pormenores e mensagens diferentes e complementares:

1ª imagem – quadro de Barocci

Maria maior que o Anjo.

O Anjo posiciona-se abaixo de Maria. De facto, assim está conforme as suas próprias palavras de elevação de Maria. A genuflexão do Anjo é para Maria, mas também para aquele que a partir daquele momento habita no seu seio, o Filho do Deus Altíssimo. Está presente a santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo.

Nota-se o carinho estampado no rosto do Anjo. A alegria é contagiante.

Maria segura um livro na sua mão para situar o acontecimento segundo as escrituras.

Pela janela situamo-nos nesta terra. É o céu que desce à terra, onde a eternidade se encontra com a história. A cena da Anunciação não ocorreu noutro planeta, nem no mundo da imaginação, mas no nosso mundo concreto.

Num canto, à margem, um gato dorme indiferente ao grande mistério. Os animais domésticos, apesar de serem da casa ou fiéis amigos, costumam indicar a ignorância e a insensibilidade de quem está próximo.

2ª imagem – quadro de Glyn Warren Philpot

O Anjo sem Maria.

Maria nem sequer está à vista a não ser aos olhos do Anjo. Só o enviado de Deus aparece.

Está conforme as palavras de Maria, não só na Anunciação – Eis a serva do Senhor – mas também do Magnificat – Pôs os olhos na humildade da sua serva.

Por outro lado, é o próprio Deus, na figura do seu enviado, que se humilha, fazendo homem despojando-se a si mesmo, ficando a nível dos homens par os elevar até ao nível de Deus.

A capa do Anjo expressa o movimento descendente…

O Anjo está prostrado em adoração.

Embora a figura de Maria não apareça à nossa vista, podemos identifica-la através da contemplação do lírio que Deus plantou em Nazaré e que floriu para a eternidade.

Neste quadro Maria só é vista aos olhos do Anjo. De facto, só quem vê Maria, torna-se um Anjo, um mensageiro divino.

3ª imagem – quadro de George Hitchcock

Maria sem o Anjo.

Aqui o Anjo só é visto por Maria. Parece que foi mesmo isso que aconteceu.

Ele vê-nos, mas não pode ser visto. Maria está numa atitude de acolhimento sereno – faça-me em mim segundo a sua palavra.

Também pode ser a imagem de quando o Anjo deixou Nazaré – ficou um rasto de luz porque a Luz veio a este mundo…

O Anjo retirou-se, mas a Luz ficou.

 


sexta-feira, 24 de março de 2023

Deus é sempre pontual


6ª feira – IV semana da quaresma

 

Procuravam prender Jesus

Mas ninguém lhe deitou a mão

Porque ainda não chegara a sua hora

O relógio de Deus é sempre pontual.

Nunca se atrasa nem se adianta.

Nunca avaria.

Nunca para.

O relógio de Deus não precisa de renovar a bateria.

Nem precisa de dar corda.

 

Deus está sempre na hora certa.

E a hora certa é estar com Deus.

 

Queixar-se do tempo é queixar-se de Deus.

 

Deus nunca se atrasa… 

nós é que somos impacientes.

Deus nunca se adianta… 

nós é que nos esquecemos das horas.


Ver também:

Jesus em segredo

 

quarta-feira, 22 de março de 2023

Deus nunca se esquece


4ª feira – IV semana da quaresma

 

Deus nunca se esquece de ninguém.

Isto é bom ou é mau?

Claro que é sempre bom.

Deus nunca se esquece dos seus filhos porque é seu criador e salvador.

Deus nunca se esquece dos filhos que ama infinitamente, apesar de nem sempre ser correspondido nesse amor.

Deus não se esquece das faltas dos seus filhos para lhes perdoar e abençoar de novo.

Da oração da Colecta:

Deus nunca se esquece de ninguém, pois tem sempre algo a dar aos seus filhos – ou o prémio ou o perdão.

Aos justos Deus dá o prémio.

Aos pecadores arrependidos concede o perdão.

A todos os que lhe suplicam dá a sua compaixão e misericórdia.

 

Da 1ª leitura:

Deus nunca se esquece de ninguém em nenhum momento.

Nos tempos de prosperidade os profetas denunciavam que o povo se esquecia do seu Deus.

Nos tempos de dificuldade os profetas anunciavam que Deus não se esquecia do seu povo.

Por isso nunca nos esqueçamos que Deus não se esquece de nós.

 

Do Evangelho:

Deus nunca arranja motivos para se esquecer de ninguém.

Jesus lembra que o Pai trabalha incessantemente e que Ele próprio também trabalha em todo o tempo. Nós podemos copiar este exemplo, dedicando-nos com todo o empenho a fazer a sua vontade.

Às vezes estamos tão envolvidos com a obra do Senhor, até nos esquecemos do Senhor da obra.

Às vezes com a preocupação de cumprir a palavra que de Deus nos dá, até nos esquecemos do Deus que nos deu essa palavra.

 

Não nos podemos esquecer 

de quem nunca se esquece de nós.


Ver também:

Não é homem feito Deus

 

segunda-feira, 20 de março de 2023

O Coração de São José


Solenidade de São José, 

Esposo da Virgem Santa Maria

Houve no passado uma tentativa de promover a devoção ao Coração de São José, intimamente unido aos Corações de Jesus e de Maria.

Ao contemplarmos o coração de Jesus (aberto pela lança e uma coroa de espinhos) e o Coração Imaculado de Maria (com uma espada e uma coroa de rosas) parece que salta à vista o coração de São José (ornado com uma coroa de lírios, da pureza e de homem justo.)

Há até algumas orações ao Coração de São José.

Quero apenas dizer que isso me parece uma expressão simples e um pouco ingénua da devoção a Jesus, Maria e José.

Hoje, quero partilhar uma reflexão sobre o coração de São José.

Já fizemos outras reflexões sobre a sua boca, os seus olhos, seus ouvidos, seus pés, suas mãos, manto, lírio etc. etc.

Porque não contemplar e aprender do seu coração?

Vejamos o seu coração em 3 D, ou seja, em 3 dimensões.

1ª dimensão – O Coração de São José é um coração de Pai, de Esposo e de Justo (crente, ou seja, um coração de Filho). É o que nos sugerem os evangelhos. O Papa Francisco escolheu esta dimensão para dar o nome à sua Carta Apostólica com a qual convidou a celebrar o Ano dedicado a São José – Patris Corde – com coração de pai.

Isto tem um duplo sentido – José teve um Coração de Pai e foi Pai de Coração; teve um Coração de Esposo e foi um Esposo de Coração; e teve um Coração de Crente (Justo) e foi um Crente ou Justo de Coração.

2ª dimensão – O Coração de São José foi simples, humilde e obediente.

Isto também por dois motivos. Porque ele foi dos primeiros a seguir o convite de Jesus, mesmo sem ter sido expresso) – aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. E porque José esteve aprendeu mais e melhor porque esteve mais perto do original. Parecia que era o Menino Jesus que, como qualquer filho, aprendia do seu pai, mas afinal foi José que mais aprendeu do seu filho Jesus.

3ª dimensão – O coração de São José é um coração escondido.

E também por dois motivos. Porque sempre viveu na sombra, no silêncio e no recolhimento, mas acima de tudo porque escondido atrás do Coração de Jesus. De facto, José apresenta-se com o Menino Jesus ao colo. Nós não vemos o seu coração que está atrás do Menino Jesus. Porque ele quis unir para sempre o seu coração ao coração de Jesus.

 

Aprendamos com São José a ter um coração de filhos e a ser filhos de coração, escondendo o nosso coração atrás do Coração de Jesus, ou seja configurando o nosso coração com o coração de Jesus.

 

 

sexta-feira, 17 de março de 2023

Não há um 1º sem um 2º


6ª feira – III semana da quaresma


Perguntaram a Jesus qual era o primeiro dos mandamentos e Jesus respondeu com dois, pois para haver um primeiro tem haver sempre um segundo.

Nenhum mandamento é opcional

Todos os mandamentos são para serem cumpridos. Não há nenhuma versão adaptada a nenhuma parte da Terra nem a nenhum povo nem a nenhuma comunidade ou grupo especial.

Bertrand Russel, filósofo ateu inglês, propôs que os Dez Mandamentos deviam ser ajustados à vida de uma pessoa como se fossem um exame de passagem ou de aprovação. Assim bastaria apenas cumprir 6 dos 10 mandamentos para sermos aprovados com nota positiva.

No Evangelho Jesus diz que todos os mandamentos se resumem em amar. Quando alguém desrespeita um mandamento, seja qual for, não está a amar.

Amar a Deus é não invocá-lo em vão, é santificar o dia do Senhor… De facto, é assim que se ama a Deus.

Amar o próximo é honrar os pais, é não matar, é guardar castidade, não furtar, não levantar falsos testemunhos e não cobiçar… De facto, é assim que se ama o próximo.

Não se pode amar a Deus e odiar o próximo.

Nem amar o próximo e esquecer a Deus.

Mas sim amar a Deus com um coração humano e amar o homem com um coração divino.

 

À margem:

Amar a Deus e amar o seu semelhante…

Semelhante de quem? De mim ou de Deus?

Amar a Deus e ao seu semelhante, pois o irmão é semelhante a Deus e Deus semelhante ao irmão.

 

Ver também:

Resumir os mandamentos

 

quarta-feira, 15 de março de 2023

S. José, homem sem medo


Quarta-feira com São José – novena.

 

São José, homem sem medo:

dando a mão ao trabalho

dando a mão a Jesus

 

A sua vida não foi fácil.

Foi necessário que o Senhor lhe dissesse várias vezes:

- José, não tenhas medo de tomar Maria como tua esposa.

- José, não tenhas medo de ir para o Egito com Maria e o Menino.

- José, não tenhas medo de retornar a Nazaré.

- José, não tenhas medo que Jesus está no Templo a cuidar das coisas do Pai.

- José, não tenhas medo que o Menino vai crescer submisso.

 

São José é o modelo para todos os que devem crescer sem medo, dos que devem cumprir sem medo uma tarefa ou missão confiada por Deus.

 

O medo pode ser o reconhecimento das nossas fragilidades e limitações. De facto, o medo pode ser assim um sinal de humildade.

Não ter medo, por um lado, pode ser um sinal de orgulho ou de inconsciência.

Aos olhos de Deus, não ter medo é sinal de confiança e de entrega total nas suas mãos. Não ter medo é mostrar que é Deus quem age em nós e por nós.

 

São José passou do medo ou da humildade à ousadia (não ter medo) ou à confiança em Deus e ao abandono total aos projetos de Deus.

 

Examinemo-nos:

É bom ter ou não ter medo?

- É bom ter medo quando é sinal de humildade e de reconhecimento das nossas fragilidades ou limitações.

- É mal ter medo quando é sinal de falta de confiança em nós e em Deus.

- É mau não ter medo quando é sinal de orgulho ou de inconsciência.

- É bom não ter medo quando é sinal de confiança total em Deus e de entrega radical aos seus projetos.

 

Sigamos o exemplo de São José, o homem sem medo. Quanto mais difícil a nossa vida, mais confiança em Deus

 

terça-feira, 14 de março de 2023

As contas do perdão


3ª feira – III semana da quaresma

Das memórias (possíveis) de Simão Pedro,

contadas na primeira pessoa

 

- Quantas vezes ao dia devo perdoar? – Perguntei um dia, cheio de boa vontade, a Jesus.

- Ó Pedro, mas que perguntas sem sentido! Já alguma vez fizeste a pergunta quantas vezes deves amar uma pessoa durante o dia? Ninguém faz essa pergunta porque devemos amar sempre, devemos perdoar sempre. Mas já que queres números aqui vão eles. Deves perdoar ao dia não 7 vezes, mas 70 vezes 7.

Então eu, Pedro, ajoelhei-me e comecei a fazer essas contas na poeira do caminho:

- 70 vezes 7 são 490. O dia tem 24 horas, mas como dormimos 8 horas, então só podemos perdoar durante as restantes 16 horas. Dividindo 490 por essas 16 horas dá 30,62 vezes por hora. Logo, de 2 em dois minutos devo perdoar, concluí satisfeito pela correta operação matemática, mas um pouco surpreendido pela exigência do resultado.

Jesus corrigiu-me:

- Pedro, Pedro. As contas estão perfeitas, mas a conclusão é diferente – Tu deves perdoar de 2 em 2 minutos, isto é, não podes esperar mais de 2 minutos para perdoar alguém.

E o assunto ficou por aí.

Vários meses mais tarde, mais precisamente depois da Ressurreição de Cristo, estando eu na praia com outros discípulos, apareceu Jesus no nosso meio e fez-me 3 perguntas, ou melhor, fez-me a mesma pergunta 3 vezes e eu em menos de 3 minutos tive de responde-las. Pensei que Jesus queria corrigir-me diante dos outros por o ter negado por 3 vezes naquela sexta-feira trágica, mas ele já tinha perdoado e esquecido. Lembrei-me então das anteriores contas de 70 vezes 7. Abaixei-me diante de Jesus e comecei a fazer contas na areia e cheguei à conclusão que em 2 minutos apenas tive de dizer por 3 vezes a Jesus que o amava.

Então declarei solenemente a Jesus:

- Senhor, eu sabia que não posso esperar mais de 2 minutos para perdoar ao meu irmão e por isso não posso guardar ressentimento mais que 2 minutos. Agora aprendi que também em 2 minutos devo dizer 3 vezes que vos amo como meu Mestre e Senhor.

De facto, não podemos esperar mais de 2 minutos para mostrar o nosso amor ao irmão, perdoando-lhe de todo o coração.

Também não podemos esperar mais de 2 minutos para mostrar o nosso amor a Deus, testemunhando a nossa fé e temor.

 

Estas são as contas do perdão ou o perdão das contas.

Estas são as contas do amor ou o amor nas contas.

As contas do perdão são como as contas do amor.

E as contas do amor são como as contas do perdão.

As contas do próximo são como as contas de Deus.

E as contas de Deus são como as contas do próximo.

 

Ver também:

Quanto devo perdoar

 

 


O Venerável Padre Dehon


Foi assim que há 100 anos o Pe. Dehon celebrou o seu 80º aniversário natalício:

No dia 14 de março de 1923, o Pe. Dehon assim escreveu no seu Diário:

“14 de março é meu aniversário de 80 anos. Encheram-me de testemunhos de simpatia e benevolência: cartas de todos os lugares, um breve do Papa, belas cartas dos Cardeais Gasparri e Laurenti e do Bispo de Soissons. É muito mais do que eu mereço.

Sinto o efeito das orações oferecidas em todos os lugares por mim.

A minha carreira está chegando ao fim, vou deixar muitos trabalhos no caminho certo.”

 

Breve do Papa, texto manuscrito e assinado pelo próprio Papa:

Querido Filho, saudações e bênção apostólica.

A feliz notícia que chegou aos nossos ouvidos, que em breve comemorará o 80º aniversário de nascimento. A sua piedade para connosco e a nossa benevolência para consigo exigem absolutamente que nós o felicitemos calorosamente por este feliz evento. Com efeito, olhando para todo o percurso do seu ministério, certamente nos agrada honrar o vosso zelo pelas almas, quer animando o povo a professar a fé, quer exercendo a caridade, quer finalmente cansando-se na pregação da palavra divina e no cuidado de escrever livros. Desfrute, pois, de tão feliz evento, na expectativa da recompensa celestial que Deus, o justo galardoador, lhe dará. E nós, antecipando demonstrações públicas de afeto dos seus entes queridos, pedimos sinceramente a Deus que o guarde por mais alguns anos para o bem desta venerável congregação da qual é o fundador e o pai muito amado. Como penhor dos dons celestiais e também da nossa benevolência, receba a bênção apostólica que de todo o coração concedemos a si, querido Filho, e a todos os membros e a todas as obras da Congregação.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 8 de março de 1923, segundo do Nosso Pontificado.

PIO XI, PAPA.

 

Anotações:

No nosso Arquivo Geral conservamos numerosos testemunhos:

- O escrito do Papa Pio XI datado de 08.03.1923 (AD B. 17/3, inv. 141.47 – texto manuscrito, assinado; B. 16/4, inv. 117.01 – texto em latim e em Francês – também reproduzido em NQT XLIV/1924, 133-134).

- A carta do Cardeal Gasparri, Secretário de Estado (AD B. 17/3, inv. 141.48);

- A carta do Cardeal van Rossum, prefeito de Propaganda Fide (AD B. 17/3, inv. 141.50);

- A carta do Cardeal Laurenti, então secretário da Congregação para os Religiosos (AD B. 17/3, inv. 141.49);

- A carta do Bispo de Soissons, Monseigneur Binet (AD B. 17/3, inv. 141.60);

- Etc.

 

Ver também:

Etapas de uma vida

Pe. Dehon e S. José

Assim dizia Leão Dehon

Ao quase Beato Pe. Dehon

Registo de Nascimento

Deportado há 100 anos

Efeméride dehoniana

Vocação dehoniana

Há 100 anos atrás

Pe. Dehon global

Aniversários dehonianos

 

sexta-feira, 10 de março de 2023

A nossa alma é uma vinha


6ª feira – II semana da quaresma

A parábola de hoje é conhecida como:

A parábola da vinha e dos vinhateiros

Parábola dos lavradores maus

Parábola dos vinhateiros homicidas

Parábola dos rendeiros infiéis

 

Ela é a autobiografia de Jesus que veio ao que era seu e os seus não o receberam.


Hoje vamos procurar compreender esta parábola como o reflexo da nossa alma.

 

A nossa alma é um jardim ou uma vinha

Deus plantou uma vinha dentro de nós.

Cercou-a com a sebe da sua proteção e graça.

Cavou nela um lagar de esforço e sacrifício.

Levantou nela uma torre que são os nossos anjos da guarda.

Entregou aos cuidados dos trabalhadores que são a nossa vontade e dedicação.

E deixou-nos para exercermos o nosso trabalho com liberdade e responsabilidade.

Deu-nos tudo para que a nossa vinha pudesse dar bons resultados

E sermos a alegria de Deus que é o nosso Senhor e Proprietário.

Enviou-nos mensageiros, pastores e missionários para nos lembrarem das nossas responsabilidades e para nos animarem no cuidado pela vinha.

Envia-nos, através da comunhão, o seu próprio Filho Jesus para nos alimentar, fortalecer e incentivar e estar connosco, fazendo-nos companhia nos nossos trabalhos e produções.

Mas os trabalhadores desta vinha, que são a nossa vontade e dedicação, desprezam uns, viram as costas a outros, expulsam estes, matam aqueles e destroem a imagem de Jesus dentro de nós.

Apesar disso, Deus continua a amar cada um de nós, continua a fazer tudo pela sua vinha, pela nossa alma.

E nós que podemos fazer para que a nossa vinha possa ser a alegria do seu proprietário que É nosso Deus e Senhor?

Que podemos fazer para que a nossa vinha dê bom fruto?

Bata fazer uma coisa.

Basta aproveitar as oportunidades que Deus nos dá. Estejamos atentos a essas oportunidades e não as desperdicemos.

 

Ver também:

José do Egito e Jesus