quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Biblioteca de Cristo


Memória de São Jerónimo

Faz hoje 1600 anos que faleceu São Jerónimo, precisamente no lugar onde Jesus tinha nascido, na gruta de Belém. Assim se entregou Àquele Senhor que nunca cessara de procurar e conhecer na Sagrada Escritura.

Um acontecimento tinha marcado a sua vida:

Na quaresma de 375 numa visão encontrara-se na presença do Juiz Supremo.

- Quem és tu? – Perguntou-lhe Deus.

- Eu sou cristão, discípulo de Cristo!

- Mentes! – retorquiu Deus – Tu és discípulo de Cícero, um retórico.

Na realidade desde jovem, Jerónimo apreciava a beleza dos textos clássicos, em comparação dos quais os escritos da Bíblia, num primeiro tempo, se lhe apresentavam rudes e sem sintaxe, grosseiros demais para os seus refinados gostos literários.

Este episódio da sua vida concorre para a decisão de se dedicar inteiramente a Cristo e à sua Palavra, consagrando a sua existência a tornar as palavras divinas cada vez mais acessíveis aos outros, com o seu trabalho de tradutor incansável e comentador.

A partir daquele momento a sua vida tomou uma orientação nova e mais convicta: tornar-se servidor da Palavra de Deus. Como enamorado da ‘Carne da Escritura’.

Estabeleceu-se definitivamente em Belém em 386 e aí onde a Palavra se tinha feito carne, se entregou ao serviço da mesma Palavra, traduzindo, explicando, vivendo. Assim surgiu a primeira tradução da Bíblia em latim (Vulgata).

 

É preciso hoje voltar à leitura orante da Bíblia e à familiaridade com a Palavra de Deus.

Infelizmente, em muitas famílias cristãs, não há ninguém que se sinta capaz de dar a conhecer aos filhos a Palavra do Senhor com toda a sua beleza e força espiritual.

É preciso amar o que São Jerónimo amou, isto é, amar a Palavra de Deus.

Com a leitura assídua e a meditação constante, Jerónimo fez do seu coração uma biblioteca de Cristo.

Verdadeiramente São Jerónimo é a Biblioteca de Cristo, uma biblioteca perene que, passados dezasseis séculos continua a ensinar-nos.

Não queremos deixar de ouvir, em nossos dias, aquilo que ele instigava sem cessar aos seus contemporâneos:

- Lede com muita frequência as divinas Escrituras, aliás, que o Livro Sagrado da Bíblia nunca seja deposto das vossas mãos, de modo que o vosso coração seja uma Biblioteca de Cristo…

(Cf. Carta Apostólica do Papa Francisco, O Afeto à Sagrada Escritura, no XVI centenário da morte de São jerónimo, 30 de setembro de 2020)

 

Ver também:

São Jerónimo

Enamorado da Sagrada Escritura

Que me dás?

 

terça-feira, 29 de setembro de 2020

A função dos Arcanjos


Festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

Ser guerreiro, correio e médico... tal como os arcanjos

Antes da reforma litúrgica do Vaticano II este era o dia da festa de São Miguel, pois os outros dois arcanjos eram celebrados noutras datas.

Desde o dia 15 de agosto até esta data era vivida uma quaresma em que o Arcanjo São Miguel estaria ao nosso lado numa batalha espiritual contra as forças do maligno. De facto, depois da subida da Virgem Maria ao Céu, São Miguel estaria mais livre para nos acompanhar no nosso combate para podermos chegar ao mesmo destino da Assunta aos Céus.

Na liturgia atual esta festa é partilhada pelos três Arcanjos:

Miguel (Quem como Deus) – o guerreiro

Gabriel (Deus é a minha força) – o correio

Rafael (Medicina de Deus) – o médico

Assim temos a oportunidade de nos lembrarmos que temos ao nosso lado um guerreiro, um correio e um médico, não só para nos dar confiança, mas sobretudo para nos incentivar a exercitar com eles.

Vamos lutar com Miguel.

Vamos comunicar com Gabriel.

Vamos curar ou cuidar com Rafael.

Não basta esperar que eles estejam ao nosso lado.

É preciso estar a seu lado para aprender a combater, a comunicar e a cuidar.

 

Ver também:

Festa dos arcanjos

Mensageiros de Deus

Anjos missionários

Aprendendo com os anjos

Arcanjos

Anjos

Paisagens do céu

 

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Vaidade das vaidades


5ª feira – XXV semana comum

Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, exceto o amar e servir somente a Deus. 

A suma sabedoria é esta: pelo desapego do mundo caminhar para o reino dos céus.

Vaidade é buscar riquezas, que acabam, e pôr nelas esperança.

Vaidade é pretender honras e desvanecer-se com elas.

Vaidade é seguir os apetites da carne, e desejar aquilo que depois há de ser motivo de arrependimento e grave castigo.

Vaidade é esperar e desejar vida larga, e cuidar pouco de que seja boa.

Vaidade é atender somente a esta vida, e não prevenir para a futura.

Vaidade é amar o que o que com tanta ligeireza passa, e não buscar com fervor o gozo que sempre dura.

(Cf. Imitação de Cristo, I, I, 3-4)

 

Ver também:

Querer ver para crer

A curiosidade de Herodes

Ver Jesus

Pare, escute e olhe

Procurar ver Jesus

 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Familiares e amigos


3ª feira – XXV semana comum

À primeira vista parece que neste episódio Jesus afasta para longe os seus familiares, a começar pela sua mãe.

Será uma desconsideração de Jesus a respeito da sua família de Nazaré?

Vejamos:

Quem é que encabeça a lista das pessoas fisicamente mais perto de Jesus?

- Maria, sua mãe

- Seus amigos

- Seus discípulos

- Os pobres e humildes

 

Quem é que encabeça a lista das pessoas que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática?

- Maria, sua mãe

- Seus amigos

- Seus discípulos

- Os pobres e humildes

 

Conclusão:

Há plena identificação entre uma lista e outra.

Isto quer dizer que os seus familiares e amigos devem ser fiéis cumpridores da Palavra de Deus e que quem é cumpridor da Palavra de Deus faz parte da família e dos amigos de Jesus.

 

A resposta de Jesus indica que Maria tem valor não apenas pelo facto de ter sido escolhida por Deus, mas por ela própria escolher Deus e viver segundo a Sua Palavra.

 

Neste caso não é o filho que é parecido com a mãe, mas o contrário: é a mãe que é parecida com o seu Filho.

Maria é parecida com Jesus não pelo facto de ser sua mãe, mas pelo facto de ouvir a Palavra de Deus e de a pôr em prática.

 

Os familiares são amigos

Os amigos são familiares.

Os cumpridores da Palavra são amigos

Os amigos são cumpridores da Palavra.

 

Ver também:

Quem é minha mãe

Grande família

Exemplo da Mãe de Deus

Identificação

A família de Jesus

Dimensões comunitárias

Minha mãe e meus irmãos

Quem são meus irmãos

Aproximar-se

 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Chorar os pecados


5ª feira – XXIV semana comum

- Uma pecadora da cidade (reconhecer o mal)

- Ao saber que Jesus estava à mesa (decidir-se)

- Aproximou-se (procurar)

- Pôs-se atrás de Jesus (humilhar-se)

- Banhava-lhe os pés com as lágrimas e enxugava-lhos com os cabelos (confessar)

- Beijava-os (arrepender-se)

- Ungia-os com o perfume (reparar).

 

Este episódio evangélico ensina-nos qual é a verdadeira confissão, reconciliação ou conversão:

- Confessar os pecados (banhava com as lágrimas e enxugava com os cabelos) – olhar o passado – apagar.

- Mudar de vida (beijava-os) – olhar o presente – selar.

- Recriar o futuro (ungia-os com o perfume) – olhar o futuro – dar novo sentido à vida.

 

O Antigo Catecismo da Doutrina Cristã ensinava que para haver a confissão para ser autêntico precisa de Cinco Cês:

1º - Contrita (com pena e dor de ter ofendido)

2º - Clara (nem camuflado nem dúbia)

3º - Concisa (bem identificada e concreta)

4º - Completa (sem omitir nada de grave)

5º - Comprometedora (com vontade expressa de não voltar a pecar)

 

Só assim será uma re-Conciliação re-Criadora.

 

 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

A exaltação de Jesus


Festa da Exaltação da Santa Cruz

Jesus é a exaltação da cruz

A cruz é a exaltação de Jesus.

 

A)

Se não é verdade é verosímil: Perguntaram ao Papa Francisco:

- Neste tempo de Pandemia, onde está Deus?

O papa mostrou-lhes a Cruz e o Evangelho, dizendo: Deus está onde sempre esteve. Deus está na cruz a sofrer connosco e por nós. Está no Evangelho a falar e a confortar todos os que precisam. Está na Eucaristia para alimentar a fé e a esperança de todos. Está na união dos irmãos para fortalecer a sua caridade.

 

B)

Podemos olhar para a cruz de dois ângulos diferentes: ou por trás ou pela frente, ou seja, pelas suas causas ou pelos seus efeitos ou consequências.

Por trás ou pelas suas causas – não podemos ser tentamos em dizer como Pilatos: Não sou responsável pela morte deste homem. O que podemos considerar é o que levou Jesus à Cruz: Deus amou tanto o mundo entregou o seu Filho à morte e morte de Cruz. A causa da Cruz é o Amor que Deus nos tem.

Pela frente ou pelos seus efeitos – Ó Cruz bendita, só tu nos abriste os braços de Jesus, o Redentor (hino das Laudes, século VI). Saibamos então abrir-nos à vida nova que nos vem da Santa Crus. A exemplo de Cristo a cruz também nos deve abrir as nossas mãos, os nossos braços e sobretudo o nosso coração.

 

C)

Os monges Cartuxos têm como lema – Stat crux dum volvitur orbis, isto é, a cruz permanece enquanto o mundo dá voltas. De facto, Cristo ficou na cruz para que o mundo desse uma volta.

 

D)

As medidas da Cruz de Cristo

A haste media 15 pés (+- 4,57 m, e 8 nos braços, +- 2,43 m). Tinha mais 2 pés de altura do que a dos salteadores para que o povo visse melhor o réu.

Segundo o venerável Beda a cruz foi era de 4 madeiras diferentes: de cipreste, cedro, pinho e buxo. O cipreste desde os pés até aos braços; os braços de cedro, a parte superior de pinho, e a tabuinha onde se escreveu JNRJ de buxo. São Vicente Ferrer, Boaventura e Bernardino de Sena, são de opinião que a cruz era de cedro, cipreste, palmeira e oliveira. S. Gregório Niceno diz que foi de uma árvore vil e mais desprezível de todas (carrasca, enzinha ou azinheira) o que parece mais provável, atendendo ao rancor infame dos que o acusaram e sentenciaram e porque mais conforme a mensagem de Jesus.

Hoje não sabemos ao certo das medidas da cruz de Cristo, mas uma coisa temos a certeza: o seu amor foi sem medida….

 

Ver também:

Todos na cruz

O caminho da cruz

Trazer a cruz de Cristo

Ladainha da santa cruz

A cruz de Cristo e o Cristo da cruz

 

 

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Versão doméstica

 

6ª feira – XXIII semana comum

Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua?


A Versão doméstica da trave e o argueiro

 

Um casal, recém-casados, mudou-se para um bairro muito tranquilo.

No primeiro dia, enquanto tomavam o café da manhã, a mulher reparou numa vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou para o marido:

- Repara naqueles lençóis…estão sujos. Parece que não há sabão naquela casa. Se eu tivesse intimidade perguntar-lhe-ia se ela quer que lhe ensine a lavar a roupa.

O marido observou calado.

Uma semana depois, também durante o café manhã, a vizinha pendurava outros lençóis no varal e novamente a mulher comentou para o marido:

- A nossa vizinha continua a não saber lavar a roupa. Aqueles lençóis estão sujos. Se eu tivesse intimidade perguntar-lhe-ia se precisa que lhe empreste sabão.

Oito dias depois, a mulher surpreendeu-se ao ver os lençóis da vizinha a serem pendurados no varal, limpinhos e muito brancos e chamou o marido:

- Até que enfim que ela aprendeu a lavar os lençóis. De certeza que foi alguém que lhe ensinou. Ou então alguém lhe deu sabão, porque eu não fiz nada… não é que eu não tivesse vontade.

O marido calmamente respondeu:

- Nada disso. Eu hoje levantei-me mais cedo e lavei a vidraça da nossa janela.

 

Cólera e ódio = argueiro e trave

Por exemplo, um homem peca por cólera, e tu repreende-lo com ódio.

Ora, entre a cólera e o ódio vai a mesma distância que separa a trave do argueiro.

O ódio é uma cólera inveterada que, com o tempo, assumiu proporções tais que bem merece o nome de trave.

Pode acontecer que te encolerizes quando pretendias corrigir, mas não deves nunca deixar-te levar pelo ódio.

Afasta primeiro o ódio para longe de ti, e poderás depois corrigir aquele que amas. (Cf. Santo Agostinho, +430)

 

Ver também:

Não julgueis

Trave e argueiro

Argueiro e trave

Ter mais que fazer

Quem é mais cego

Fofoca é crime

Corrigir por amor

Não julgar

Argueiro e trave nos olhos

 

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Sem inimigos


5ª feira – XXIII semana comum

A)

Amar o próximo é amar o inimigo

Amar o inimigo é amar o próximo

"Deus manda-nos amar o nosso próximo e o nosso inimigo porque, na maior parte das vezes, são uma e a mesma pessoa." (Cf. Chesterton)

Os inimigos não são aqueles que te odiaram desde sempre. Quem deves amar mais são esses inimigos que estão bem perto de ti. Se amas realmente o teu próximo, não deixarás de amar o teu inimigo.

 

B)

Amar é fazer bem

Fazer bem é amar

Sem olhar a quem

"Nem sequer ao pobre favorecerás no seu processo… Quando vires caído sob a carga o jumento do teu inimigo, não passarás adiante sem o ajudares." (Cf. Êxodo 23,5)

 

C)

Amar é acolher a todos

Acolher é amar a todos

No Capítulo VII da 1ª Regra, São Francisco escreveu:

"Todo aquele que procure os irmãos, amigo ou inimigo, ladrão ou salteador, seja cortesmente recebido."

 

D)

Se amas os teus inimigos

Passas a ter apenas amigos

"Sede civilizados com todos,

sociáveis com muitos,

familiares com poucos,

amigo de um,

inimigo de nenhum." (Cf. Benjamim Franklin)

 

Ver também:

O amor tudo apaga

Ama o teu inimigo

Ama a todos

Os inimigos

Transbordar o amor

Duas faces

Outra face

Oferecer a outra face

A face ao outro

 

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Bem-aventurados sois vós


4ª feira – XXIII semana comum

As bem-aventuranças no Evangelho de São Lucas:

- Jesus dirige-se direta e pessoalmente aos seus discípulos para quem ergue os olhos… (BEM-AVENTURADOS VÓS…)

- O mais importante não é a primeira parte da bem-aventurança, mas a segunda parte, o que interessa mais não é quem somos, mas quem seremos (PORQUE SEREIS…)

- Estão reduzidas a quatro bem-aventuranças e a quatro maldições (como duas faces da mesma moeda (MAS AI DE VÓS…)

- Jesus não está na montanha (sermão da montanha como em São Mateus), mas tendo descido, está num SÍTIO PLANO (onde quem se deve destacar são os discípulos cumpridores destas palavras)

 

Bem-aventurados vós, os pobres, porque é vosso o reino de Deus.

Não somos felizes pelo facto de não termos nada, mas pelo facto de sermos herdeiros do reino de Deus.

Enquanto os ricos são possuídos pela terra, nós os pobres possuímos o céu.

Para nós o reino de Deus vale mais que todos os bens da terra.

 

Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados.

Não somos felizes pelo facto de não termos nada para comer, mas porque só Deus nos satisfaz.

Só Deus pode saciar a nossa fome, pois nem só de pão vive o homem.

 

Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.

Não somos felizes pelo facto de chorarmos, mas porque só Deus é a nossa alegria.

Não é triste chorar, é triste fazer chorar alguém.

A alegria de Deus vale mais que as lágrimas provocadas pela dor.

 

A cada bem-aventurança corresponde uma maldição

A cada bênção, uma condenação

A cada promoção, uma ameaça

 

Mas ai de vós, os ricos, porque já recebestes a vossa consolação.

Ai de vós, que agora estais saciados, porque haveis de ter fome.

Ai de vós, que rides agora, porque haveis de entristecer-vos e chorar.

Ai de vós, quando todos os homens vos elogiarem, porque era assim que eram tratados os falsos profetas.

 

Ver também:

Variações em reto tom

Oito palavras

Autorretrato

Bem-aventuranças modernas

Sermão da Montanha

Puzzle de Jesus

Selfie de Jesus

Auto-retrato de Jesus

Felizes vós porque…

Erguendo os olhos

Ser feliz aqui

Os VIPs da Igreja

Via-sacra das bem-aventuranças

Pai Nosso das Bem-aventuranças

 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

A Imitação de Maria


Festa da Natividade da Virgem Santa Maria

Recordar, celebrar, imitar a Virgem Santa Maria

 

A) Recordar

Maria teria nascido a 8 de setembro, no primeiro mês civil dos judeus, do ano 734 de Roma e 21 antes da era de Cristo. A hora do seu nascimento foi ao amanhecer, e o dia sábado.

Onde nasceu Maria?

Em Belém, Seforis ou Jerusalém?

- A primeira hipótese é Belém. Deve-se essa tradição ao facto de Nossa Senhora ser de estirpe real, da casa de David. Sendo Belém a cidade de David, foi essa a razão pela qual São José e a Virgem Santíssima – ambos descendentes do Profeta-Rei – dirigiram-se àquela localidade, por ocasião do censo romano que ordenava que todos se registrassem no lugar originário das suas famílias. Por isso, o Menino Jesus nasceu em Belém, e é aclamado, no Evangelho, como Filho de David. O principal argumento dos que sustentam a tese de que Nossa Senhora nasceu em Belém encontra-se num documento intitulado 'De Nativitate S. Mariae', incluído na continuação das obras de São Jerónimo.

- Outra tradição assinala a pequena localidade de Seforis, poucos quilómetros ao norte de Belém, como o local do nascimento da Virgem. Tal opinião tem como base que já na época do Imperador Constantino, no início do século IV, foi construída uma igreja nessa localidade para celebrar o facto de ali terem residido São Joaquim e Santa Ana, pais de Nossa Senhora. Santo Epifânio menciona tal santuário. Os defensores de outras hipóteses assinalam que o facto de os genitores da Virgem Santíssima terem morado lá não indica necessariamente que Nossa Senhora tenha nascido naquela localidade.

- A hipótese que congrega maior número de adeptos é a de que Ela nasceu em Jerusalém. São Sofrónio, Patriarca de Jerusalém (634-638), escrevendo no ano 603, afirma claramente ser aquela a cidade natal de Maria Santíssima. São João Damasceno defende a mesma posição.

 

B) Celebrar

A festa da Natividade era celebrada no Oriente católico muito antes de ser instituída no Ocidente. Segundo uma bela tradição, tal festa teve início quando São Maurílio a introduziu na diocese de Angers, na França, em consequência de uma revelação, no ano 430

Em Roma, já no século VII, encontra-se o registro da comemoração de tal festa. O Papa Sérgio tornou-a solene, mediante uma grande procissão.

Posteriormente, Fulberto, Bispo de Chartres, muito contribuiu para a difusão dessa data em toda a França. Finalmente, o Papa Inocêncio IV, em 1245, durante o Concilio de Lyon, estendeu a festividade a toda a Igreja

 

C) Imitar

Qual é o lugar de Maria na Igreja e na nossa vida?

Não está lá longe ou distante, como rainha do céu, ou como tipo ou figura arquétipo da Igreja.

Ela faz parte da Igreja.

Desvalorizar Maria é desvalorizar a Igreja.

Não há Igreja sem Maria, nem Maria sem Igreja.

O seu lugar preferido é entre o povo, bendita entre as mulheres.

‘Eis a tua mãe’, isto é, olha por ela.

‘Eis o teu filho’, isto é, olha por ele, toma conta dele,

Nós olhamos para Maria para que ela olhe por nós.

Primeiro devemos olhar ou contemplar, Maria é para ser vista bem próxima. Depois é preciso imitar, seguir o seu exemplo.


Se queres ser feliz

Saúda Maria.


Se queres ser feliz

Pensa em Maria.


Se queres ser feliz

Repete o nome de Maria.


Se queres ser feliz

Honra Maria.


Se queres ser feliz

Glorifica sempre Maria.


Se queres ser feliz

Dirige o teu olhar a Maria.


Se queres ser feliz

Recolhe-te na tua casa com Maria.


Se queres ser feliz

Trabalha com Maria.


Se queres ser feliz

Vigia com Maria.


Se queres ser feliz

Ora com Maria.


Se queres ser feliz

Caminha com Maria.


Se queres ser feliz

Descansa com Maria.


Se queres ser feliz

Procura Jesus com Maria.


Se queres ser feliz

Leva Jesus nos teus braços com Maria.


Se queres ser feliz

Vive em Nazaré com Jesus e Maria.


Se queres ser feliz

Vê Jerusalém com Maria.


Se queres ser feliz

Permanece ao pé da cruz de Jesus com Maria.


Se queres ser feliz

Deseja viver e morrer com Jesus e Maria.

(CF. Imitação de Cristo de Tomás de Kempis)

 

Ver também:

Aurora da salvação

Parabéns a Maria de Nazaré

Nasce para quê

Hoje há festa na terra e no céu

Nossa Senhora dos Açores