terça-feira, 30 de maio de 2023

Valores acrescentados


3ª feira – VIII semana comum

Do livro do Ben-Sirá ou Eclesiástico:

 

1º Em todas as tuas oferendas mostra um rosto alegre.

Comentário:

Quem canta (rezando), reza duas vezes.

Quem reza (cantando), canta duas vezes.

Homem prevenido vale por dois.

Quem dá com alegria, dá duas vezes.

Tudo o que fazemos com alegria é duplicado.

Fazer o bem com alegria é duplicar a sua dimensão.

 

2ª Sê generoso nas tuas ofertas porque o Senhor te dará sete vezes mais.

Comentário:

Se quem dá com generosidade receberá sete vezes mais, quem renuncia com radicalidade receberá cem vezes mais, diz Jesus no trecho de Evangelho de hoje.

Sejamos generosos na oferta e na renúncia que Deus será muito mais generoso do que nós.


À margem 1

Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros, diz o Senhor.

Não quero ser nem dos primeiros nem dos últimos.

Não quero ser para não mudar num instante de categoria.

Não quero ser dos primeiros para não me encher de orgulho.

Não quero ser dos últimos para não cair na frustração.

Quero antes ficar no meio.

Porque no meio está a virtude.

 

Ver também:

Porque cem vezes

 

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Apontando para Maria


Memória de Santa Maria, Mãe da Igreja

- Na primeira leitura Deus Pai revela ou indica Maria como sua Filha, sua Serva e a Mãe do seu Filho.

- No trecho do Evangelho é Jesus quem revela ou apresenta Maria como sua e nossa Mãe.

- Nesta segunda-feira do Pentecostes o Espírito Santo revela a dimensão eclesial de Maria e a mostra a dimensão eclesial de Maria. 

Maria é de verdade Mãe da Igreja.


À margem 1

Jesus veio a este mundo partilhar a sua divindade, a sua humanidade.

Partilhou connosco a sua vida, o seu sofrimento, a sua palavra, as suas lágrimas e alegrias.

Partilhou a sua dor, o seu corpo, o seu sangue, a sua morte e a sua ressurreição e vida.

Partilhou até a sua mãe:

- Mulher, eis o teu filho.

Que mais podia partilhar?!

Obrigado Jesus por partilhares connosco a tua mãe.

Obrigado, Mãe, por partilhares connosco o teu Filho Jesus.


À margem 2

Ontem, dia de Pentecostes o Espírito Santo visitou-nos, fixando a sua morada no nosso coração.

Hoje, segunda-feira do Pentecostes, é o dia de retribuirmos esse gesto, visitando o Espírito Santo no seu templo santo.

É por isso que neste dia não podemos deixar de vir à Igreja.


À margem 3

Ontem no final da celebração deixei um trabalho de casa para cada participante - Descobrir qual o dia do seu Pentecostes. Ou seja, descobrir a data do seu Crisma. Esse é o dia do nosso Pentecostes pessoal.

Já concluí o meu trabalho de casa - O meu Pentecostes foi no dia 21 de agosto de 1966, ainda com 8 anos de idade. O ministro desse sacramento foi o Bispo do Funchal, D. João da Silva Saraiva e o meu padrinho de Crisma foi o meu tio Joaquim Vieira. Agradecendo ao Espírito Santo esse graça, quero agradecer e rezar pelo Bispo e pelo meu padrinho, pela minha catequista 'Prima' Lurdes e pelos meus pais que me prepararam para este meu Pentecostes.   

Que Deus os recompense na eternidade.

 

Ver também:

A Igreja é mariana


domingo, 28 de maio de 2023

O Quarto do Espírito Santo


Solenidade do Pentecostes

A reflexão vem daquilo que nas domingas dos diversos impérios do divino Espírito Santo tenho aprendido.

Visitei e rezei junto de mais de 30 quartos do Espírito Santo, devidamente enfeitados e animados.

O nosso coração é como o quarto do Espírito Santo ou o quarto do Espírito Santo é como o nosso coração.

Saliento algumas lições:

- Quando termina a dominga a casa torna-se vazia.

De facto, o Espírito Santo é presença.

Quem não tem o Espírito Santo fica vazio.

Ele congrega novos e menos novos, familiares numa mesma comunidade.

- Depois da dominga a casa parece ficar na escuridão.

De facto, o Espírito Santo é luz.

Não há quarto sem luz.

Quem não tem o Espírito Santo vive nas trevas.

Ele ilumina-nos, orienta-nos e revela a verdade e o sentido da nossa vida.

- É preciso armar o quarto.

Armar quer dizer estruturar, mas também lembra que o Espírito Santo é a nossa arma porque nos defende e protege.

Com ele nós somos vencedores, porque ele vence, reina, impera. De facto, chamamos império ao serviço do Espírito Santo. E quem mais serve é o mordomo, o servo mor ou maior. Se não estamos fragilizados é porque não estamos armados pelo Espírito.

- Levantar o terço ou a oração.

As pessoas reúnem-se não para diversão ou comezainas, mas para oração. Dizem levantar o terço porque, de facto, é a oração que nos levanta, que ergue o nosso coração até Deus. Ninguém é esquecido nesses momentos de corações ao alto.

Se não rezamos é porque não temos o Espírito em nós.

- O quarto é forrado de branco, desde o chão até ao teto e em todas as paredes.

De facto, o Espírito Santo purifica o nosso interior. Até parece que a coroa do Divino Espírito Santo está suspensa entre as nuvens. De facto, ele é celeste, é divino, paira sobre tudo e sobre todos. Além disso tudo à sua volta floresce numa efusão de flores viçosas. Na presença do Espírito até as nuvens florescem como canteiros de flores.

Se na nossa vida falta esta pureza e esta beleza sobrenatural, é porque não temos o Espírito Santo.

Conclusão:

O nosso coração é o espelho do quarto do Espírito Santo.

Nós somos habitação do Espírito Santo.

Ele faz-nos companhia,

Ilumina-nos e orienta-nos,

Defende-nos e fortalece-nos,

Eleva-nos e inspira a nossa oração,

Purifica-nos e faz-nos florescer e dar frutos.

 

À margem 1

No quarto tudo converge para a Coroa do Espírito Santo.

A coroa não é nossa é dele.

Nós não somos coroados, ele é quem é coroado.

Nós pomos a coroa do Espírito Santo sobre a nossa cabeça para mostrar que estamos a coroar o Espírito Santo que temos dentro de nós.

Não nos coroamos a nós mesmos, coroamos sim o Espírito Santo que habita em nós.

À margem 2

À frente do altar foram instalados 7 pratos com cada um dos 7 dons do Espírito Santo.

De facto, nesta solenidade de Pentecostes são servidos 7 pratos, 7 dons. Nós precisamos um pouco de tudo isso. Às vezes precisamos mais de um do que de outro, outras vezes, parece que nos falta apetite. O Espírito Santo bem sabe do que precisamos. É o Espírito Santo quem nos serve estes pratos com os seus dons preparados para nós.

 

Ver também:

As línguas do Espírito

 

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Amor não é palavra, é obra

 

6ª feira - VII semana da Páscoa 

 

Pedro, tu amas-Me?

Apascenta as minhas ovelhas.

O amor não é um desejo, é uma obra.

O amor não é um discurso, é um gesto.

O amor não é uma intenção, é uma atitude.

O amor não é uma promessa, é uma ação.

O amor não é um direito, é um dever.

O amor não é um voto, é um compromisso.

O amor não é um sonho, é um serviço.

O amor não é um acaso, é uma dedicação.

O amor não é um querer, é um fazer.

O amor não é apenas uma palavra, é vida.

 

O amor não tem prazo, é eterno.

O amor não tem condições, é livre.

O amor não tem monotonia, é criativo.

O amor não tem recompensa, é desinteressado.

O amor não tem desculpas, é perdão.

O amor não tem medida, é gratuito.

O amor não tem depois, é sempre.

O amor não tem férias, é permanente.

O amor não tem rival, é de todos.

O amor não tem nada, é tudo.

 

O amor não tem o que quer, quer o que tem.

O amor não faz o que quer, quer o que faz.

O amor não acontece, faz acontecer.

O amor não faz planos, é espontâneo.

 

À margem:

Porque é que Paulo estava preso?

Qual o motivo da sua condenação?

- Por causa de um certo Jesus que morreu e que Paulo afirmava estar vivo.

Afinal nós também dizemos a mesma coisa.

Estaremos nós preparados para sermos julgados, condenados e presos?

haverá matéria suficiente para sermos condenados?

 

Ver também:

Com alma e com ânimo

 

O Apóstolo de Roma


Memória de São Filipe de Néri (1515-1595)

Se eu perguntasse quem é o Apóstolo de Roma, com certeza pensariam logo em São Pedro, São Paulo, ou algum Papa.

Mas não!

É são Filipe de Néri que é identificado como o Apóstolo de Roma.

É conhecido também como o Santo da Alegria.

1- O Santo da Alegria

Dizia Filipe de Néri:

Longe de mim o pecado e a tristeza.

De facto, quanto mais longe do pecado, mais longe da tristeza.

E quanto mais longe da tristeza, mais longe do pecado.

A alegria pode ser a nossa arma contra o mal.

 

2. O Apóstolo de Roma

Copiando o humor de Filipe de Néri:

- Qual é a cidade onde há mais fé?

- Roma.

- Porquê?

- Porque muitos que lá vão deixam lá a sua fé, ou perdem-na lá.

Filipe de Néri fez-se santo na cidade de Roma, apesar do ambiente de mal e de pecado.

Ele é a prova de que não é o lugar que faz o santo, mas é o santo que faz o lugar.

 

Ver também:

Um coração alegre e jovem

 


quinta-feira, 25 de maio de 2023

Perfeitos na unidade


4ª feira da VII semana da Páscoa

 

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao Céu e disse: Pai santo, não peço somente por eles, mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra, para que eles sejam todos um, para que sejam consumados na unidade...

 

A palavra UM (unidade) domina todo o texto do Evangelho de hoje.

Nós fomos criados para viver em unidade com Deus e com o Irmãos, num só coração e numa só alma.

Como alcançar este sonho de Deus?

Segundo os padres antigos eis a receita:

Promover a unidade nas coisas essenciais.

Respeitar a diversidade nas não essenciais.

Manter em tudo Caridade.

 

A unidade não consiste em toda a gente ser igual, ou ter as mesmas coisas ou as mesmas qualidades ou virtudes.

Unidade é assegurar que cada um seja o que é para que todos se complementem.

 

Na história bíblica os patriarcas por onde passavam erguiam um altar ao Deus único. O altar é feito de muitas pedras e nunca de uma pedra só. Assim ensinavam que mais importante que a solidez era a união.

De facto, a unidade alcança-se através de muitas pedras de construção.

O mesmo podemos observar no piano clássico. Quantas teclas tem esse piano? Tem 88 teclas. Assim as teclas são muitas, de cores diferentes (brancas e pretas), com oitavas de tonalidades diferentes, com cordas diferentes, mas tudo concorre para uma unidade musical…

 

Ver também:

Resumindo em 5 vogais

 

Adeus, entrego-vos a Deus


4ª feira – VII semana da Páscoa


Na liturgia de ontem

Paulo na sua despedida disse:

- Entrego-vos a Deus = Adeus. At 20,32

A lei do menor esforço faz-nos dizer apenas ADEUS, quando nas despedidas devíamos dizer – Entrego-vos a Deus.

A Eucaristia é o contrário.

A Eucaristia não é despedida, é encontro:

Na despedida dizemos – Entrego-vos a Deus – Adeus.

Na Eucaristia dizemos – Entrego-vos Deus – Ámen.

 

Ver também:

Quem oferece agradece

 

terça-feira, 23 de maio de 2023

Entrar na vida INTERNA


3ª feira – VII semana da Páscoa

 

Do Evangelho de hoje:

Naquele tempo Jesus ergueu os olhos ao céu

E disse: Pai, glorifica o teu filho

Para que o teu filho te glorifique.

É esta a vida eterna:

Que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro

E aquele que enviaste, Jesus Cristo.

1ª lição

Quem reza ergue os olhos para o céu.

Quem ergue os olhos para o céu reza.

Rezar é glorificar a Deus.

Glorificar a Deus é rezar.

Erguer os olhos ao céu é glorificar a Deus

Glorificar a Deus é erguer os olhos ao céu.

 

2ª lição

É esta a vida eterna ou a vida interna.

Conhecer a Deus é amar a Deus.

A vida eterna é conhecer a Deus.

A vida eterna é amar.

Ter a vida eterna é conhecer a Deus.

Em geral as pessoas simples têm dificuldade em ler a expressão – Vida eterna.

Cedem à lei do menor esforço e dizem: Vida interna.

Mas afinal, foge-lhes a boca para uma verdade:

A vida eterna é de facto a vida interna, a vida da alma, a presença de Deus no nosso interior.

A vida eterna consiste na vida interna ou ter Deus dentro de si.

 

Ver também:

Estar no mundo

 

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Sem ir não há vir

 

Festa do Mártir João Baptista Machado,

jesuíta açoriano, missionário do Japão

padroeiro da Diocese de Angra

Virão se formos até eles

Virão adorar-vos, Senhor, todos os povos da terra é o refrão do salmo da festa de hoje que resume toda a liturgia da Palavra.

Para virem é preciso que antes alguém vá.

Sem ir não há vir.

Para que os povos venham reunir-se é preciso ir primeiro até eles.

Se fordes até eles virão até nós

 

João Baptista Machado foi dos Açores até Lisboa aos 16 anos como jovem sonhador (em 1598).

Depois foi de Lisboa até Goa na Índia aos 19 anos como seminarista da Companhia de Jesus (em 1601).

Foi da Índia até ao Japão aos 27 anos como sacerdote missionário (em 1609).

Por fim aos 35 anos foi para o Céu como mártir (em 1617)

 

O Xavier Açoriano

Dizemos que São Francisco Xavier, jesuíta espanhol, foi o missionário de excelência da Ásia.

Dizemos que São João de Brito foi o Francisco Xavier português na Ásia.

Com toda a propriedade podemos dizer que o Mártir João Baptista Machado foi o Francisco Xavier açoriano na Ásia.

 

Ilustres filhos dos Açores

- Beato João Baptista Machado, jesuíta missionário, natural da Terceira, mártir em Nagasaki (1582-1617) e beatificado em 1867,

- Santo Ambrósio Francisco Ferro, natural dos Açores, pároco na diocese de Natal, Brasil, martirizado em 1645 pelos holandeses no rio Uruaçu.

- Serva de Deus Madre Teresa da Anunciada, freira clarissa de São Miguel (1658-1736), iniciadora da devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres nos Açores.

- Serva de Deus Maria Vieira da Silva, menina de 13 anos, da Ilha Terceira, vítima ao defender a sua pureza (1926-1940).

 

Ver também:

Padroeiro Açoriano

Mártires da Eucaristia

 

domingo, 21 de maio de 2023

Sentou-se à direita do Pai


Ano A – Solenidade da Ascensão do Senhor

Tal como na Encarnação Jesus trouxe até nós algo de Deus, também na Ascensão o mesmo Jesus leva algo de humano até Deus Pai.

De facto, na Colecta a liturgia reza – Jesus tendo-nos precedido na glória como nossa Cabeça, para aí nos chama como membros do seu Corpo.

No prefácio I – Jesus não abandonou a nossa condição humana, mas subindo aos céus como nossa cabeça e primogénito deu-nos a esperança de irmos um dia ao seu encontro como membros do seu Corpo para nos unir à sua glória imortal.

No prefácio II – Jesus à vista dos discípulos subiu aos céus para nos tornar participantes da sua divindade.

Na Oração Eucarística – Na Ascensão Jesus colocou à direita da Glória do pai a nossa frágil natureza humana unida à sua divindade.

E na oração depois da comunhão – Despertai em nós os desejos da pátria celeste, onde já se encontra convosco em Cristo, a nossa natureza humana.

 

A Ascensão faz parte do Credo, constituindo um dos dogmas, mistérios ou princípios da nossa fé. Nós assim rezamos no Credo:

- (Jesus) ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras;

E subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.

Um dia estava eu a falar numa celebração da catequese sobre este mistério da Ascensão. Queria explicar o significado de Jesus ficar sentado à direito da Pai.

- Quando alguém dá a sua direita para um amigo se sentar é sinal de reconhecimento da sua grandeza e importância. Assim Jesus ao sentar-se à direita do Pai é sinal da sua igualdade e majestade divina.

- O lado direito representa também o lado do bem. É a mão da ação, de dar a bênção, do carinho, dos afetos ou carinho.

Por fim perguntei, para ver se me tinha feito entender:

- Porque que é que Jesus ao subir ao Céu se sentou à direita de Deus.

Alguém levantou o braço para responder:

- Jesus sentou-se porque estava cansado do trabalho que fez aqui na terra…

Outro colega com toda a seriedade acrescentou:

- Eu acho é que Jesus sentou-se porque já tinha quem trabalhasse por ele, porque antes tinha mandado os seus discípulos a pregar por todo o mundo.

Parecia uma brincadeira, mas estes dois traquinas acertavam em cheio nas duas principais lições da Ascensão:

- Jesus regressou ao Céu quer dizer que tinha cumprido a sua missão aqui na terra, que tinha alcançado os seus objetivos. É por isso que se sentou, concluído o seu trabalho.

- Terminada a missão de Jesus, começava a missão dos seus discípulos – ir pregar pelo mundo.

 

Ver também:

Jesus subiu porque desceu

 

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Preparando a despedida


5ª feira – VI semana da Páscoa

Daqui a pouco já não me vereis

e pouco depois voltareis a ver-me.

 

Jesus repete esta mesma frase 3 vezes porque tem 3 significados:

1º - Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria – fé e confiança.

2º - O mal, o sofrimento ou a tristeza têm o seu tempo, mas não duram sempre – esperança.

3º - A última palavra é sempre de Deus. O bem vence sempre – caridade.

 

Ou então aplica-se aos 3 próximos momentos da vida de Jesus:

1º - A sua morte que estava próxima, sepultura e ressurreição daí a 3 dias - no imediato.

2º - A sua despedida e ascensão, mas enviará a companhia do Paráclito e estará sempre com os seus discípulos até ao fim doa tempos – a curto prazo.

3º - A sua subida ao céu, mas há de vir no fim dos tempos – a longo prazo.

 

Ver também:

Ramo de espigas

 

quarta-feira, 17 de maio de 2023

A Sagrada Inscritura


4ª feira – VI semana da Páscoa

 

Na 1ª Leitura São Paulo na sua pregação no Areópago de Atenas fala dos costumes, valores e poetas gregos. Faz isso não para captar a benevolência dos seus ouvintes atenienses, nem para ganhar a sua atenção, nem para lhes dar ‘graxa’. São Paulo interessa-se pelos assuntos dos gregos para que estes se interessam pelos assuntos de Paulo. Valoriza o que os gregos têm para que estes possam valorizar o que Paulo lhes apresenta.

Ainda hoje é preciso aproximar-se dos outros para que eles possam aproximar-se de nós.

No trecho do Evangelho Jesus diz que só o Espírito que enviará poderá fazer compreender toda a verdade da palavra que os seus discípulos acolheram. De facto, toda a Sagrada Escritura deve tornar-se Sagrada Inscritura, isto é, instalada interiormente, escrita e compreendida no nosso coração. Isso só é possível com a ação do Espírito Santo.

A Virgem Maria é exemplo disto. Ela guardava ou conservava no seu coração todas as palavras e os mistérios que observava.

Só a Sagrada Inscritura, a Palavra que fica in, que é conservada no nosso coração, pode ser compreendida, atualizada e frutificada pelo Espírito Santo que nos revela toda a verdade da Sagrada Escritura.

 

Ver também:

Às escondidas com Deus

 

domingo, 14 de maio de 2023

Deus nunca nos abandona


Ano A – VI domingo da Páscoa

As 3 lições da Liturgia da Palavra de hoje:

 

1ª – Da primeira leitura

Os samaritanos ouviram contar os milagres de Jesus, viram os milagres que aconteciam entre eles e faziam novos milagres.

De facto, os milagres devem ser ouvidos, visto e feitos por cada um de nós.

Nós ouvimos contar algum milagre ocorrido mais recentemente?

Já vimos ou presenciamos algum milagre?

Ou já fizemos algum milagre?

Parece que as respostas a estas perguntas são todas negativas.

Mas não é bem assim.

Fazer milagre é uma ação que não está reservada apenas a algumas personagens especiais. É uma vocação comum a todos nós.

O que é um milagre?

Milagre não é Deus fazer a minha vontade, ou fazer aquilo que eu quero ou preciso, mas é eu fazer a vontade de Deus.

Jesus foi aquele que mais milagres fez, porque é aquele que fez sempre a vontade do Pai – Eu venho Senhor para fazer a vossa vontade…

Sempre que eu faço a vontade de Deus estou a fazer um milagre.

Sempre que faço o bem, sempre que perdoo, sempre que recebo a comunhão, rezo ou escuto a Palavra Divina estou a fazer, não a minha vontade, mas a vontade de Deus. Isto é um verdadeiro milagre. E se continuar assim, até mesmo quando parecer impossível, pode acontece um milagre.

Quando rezamos o Pai Nosso pedimos essa capacidade de fazer milagres, pedindo que seja feita a vontade do Pai na terra e no céu.

Ser cristão é fazer a vontade de Deus, cumprir os seus mandamentos, ou seja, ser cristão é fazer milagres.

 

2ª – Da segunda leitura

São Pedra diz que mais vale padecer por fazer o bem, se isso for da vontade de Deus, do que por fazer o mal.

Isto quer dizer que nós, devido à nossa contingência humana, padecemos aqui na terra – quando nos fazem o mal, quando nos custa fazer o bem, quando fazemos o bem e somos incompreendidos ou quando praticamos o mal.

Mais vale então sofrer quando fazemos o bem porque o bem que fazemos é fonte de alegria e vem atenuar o nosso sofrimento.

Não nos cansemos de fazer o bem, façamos o bem mesmo quando nos custa, porque apesar do sofrimento é a maior alegria que podemos ter.

 

3ª – Do trecho do Evangelho

Jesus vai-se despedindo antes da sua ascensão.

Ele diz que não nos deixará órfãos nem nunca nos abandonará porque estará sempre connosco e nos enviará o Espírito Paráclito.

Isto que quer dizer?

Nós podemos abandonar a Deus, abandonar a igreja, a nossa comunidade ou família, podemos ser abandonados por todos, mas nunca abandonados por Deus.

Hoje há uma grande tentação em abandonar a igreja, esquecer a Deus, deixar a catequese, a missa ou a nossa fé por vários motivos – por mau exemplo de alguns, pelos pecados da igreja, por comodismo, por falta de empenho ou de coragem pessoal.

Nós podemos abandonar Deus e a sua igreja, mas Deus nunca nos abandonará.

 

Ver também:

Amor criativo