domingo, 29 de outubro de 2023

O Missionário Agentardente


Ano A – XXX domingo comum

 

Hoje a homilia foi pregada pelo Grupo Missionário da Paróquia juntamente com o pároco no final do mês dedicado às Missões.

Sobre o Evangelho deste domingo os elementos do Grupo Missionário perguntaram e o Padre respondeu.

 

1ª Pergunta

- Quantos são os mandamentos da Lei de Deus?

- Os mandamentos da Lei de Deus são 10.

 

2ª Pergunta

- Em que se resumem esses dez mandamentos?

- Os 10 mandamentos resumem-se em 2 que são – Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a nós mesmos.

 

3ª Pergunta

- Qual é o maior ou o principal desses dois mandamentos?

- É fácil responder a essa pergunta. Basta ver a resposta que um pássaro dá:

Qual é asa mais importante, a da esquerda ou a da direita?

O pássaro diz – ambas são importantes. As 2 asas levam-nos longe. Não conseguimos ir longe só com uma asa. Assim só conseguimos avançar com os 2 mandamentos.

 

Sobre a mensagem para o dia mundial das missões o Padre perguntou e os elementos do Grupo Missionário responderam.

 

1ª Pergunta

- Qual é o tema da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões 2023?

- O tema da mensagem deste ano para as Missões é – Corações ardentes, pés ao caminho.

 

2ª Pergunta

- Qual a passagem do evangelho que serviu de inspiração para essa mensagem?

- Foi o episódio dos discípulos de Emaús.

 

3ª Pergunta

-O que é que esses discípulos podem ensinar aos missionários de hoje e a cada um de nós?

- Ensinam a aquecer o nosso coração com a presença de Jesus e a pôr os pés no caminho para levar Cristo aos outros, como fizeram os discípulos de Emaús.

 

4ª Pergunta

- Em quantas partes se divide esta mensagem do Papa?

- Divide-se em 3 partes. Primeira: corações ardentes. Segunda parte: Olhos abertos. Terceira parte: Pés ao caminho.

 

5ª pergunta

- Qual é o resumo da primeira parte?

- A primeira parte convida cada cristão a ter um coração ardente, cheio de ardor pela Palavra de Deus que seja capaz de transbordar e de aquecer também os outros.

 

6ª Pergunta

- E a segunda parte, como se pode resumir?

- Assim como os discípulos de Emaús abriram os olhos quando Jesus abençoou-lhes o pão, assim também nós podemos abrir os olhos do nosso coração para o vermos na Eucaristia, na partilha do pão e reconhecê-lo nos nossos irmãos.

 

7ª Pergunta

- Como se resume a terceira e última parte.

-Esta parte fala dos pés ao caminho. Os discípulos não guardaram só para si a feliz experiência com Jesus, mas puseram-se logo a caminho para levar essa notícia aos seus irmãos. É esta alegria de levar Deus aos outros e de levar os outros a Deus que nos faz missionários hoje, onde quer que nos encontremos.

 

8ª Pergunta

- Porque que é que esta mascote, tem coração, tem olhos, tem pés, mas não tem braços nem mãos?

- Porque as suas mãos e os seus braços são os nossos braços e as nossas mãos. Ele pode contar connosco para dar as mãos aos nossos irmãos e com os nossos braços para continuar a abraçar o mundo.

 

9ª Pergunta

- Alguém quer sugerir um nome para atribuir a esta mascote dos missionários?

- Sim. Podemos chamar-lhe – Agentardente. De facto, missionário é todo aquele que arde de amor por Deus e pelos irmãos e vai ao encontro de todos.

 

Oração Missionária

 

Deus Pai, Filho e Espírito Santo,

consagrados e enviados pelo batismo,

fazei-nos viver a nossa vocação

de discípulos missionários,

como graça e missão.

 

Inspirados e guiados pelo Espírito Santo,

com os corações ardentes

c com os pés a caminho

para anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo,

queremos ir da Igreja local

aos confins do mundo.

 

Maria, Mãe missionário,

rogai por nós!

 

Ámen!

 

Ver também:

O amor acima de tudo

Duas asas

 

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Rezando pela paz no mundo


Em sintonia com todos os homens de boa vontade, fazemos do dia de hoje um dia de oração pela paz na terra, de modo particular para o lugar onde os anjos um dia cantaram:

- Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!

O que é paz? 

1º - Perguntei numa aula – o que é a paz? Uma floresta de mãos se ergueu. Os meus alunos estavam confiantes de que estavam bem informados sobre o assunto. Infelizmente, todas as suas respostas, embora acompanhadas de um entusiasmo confiante, foram formuladas de forma negativa: “A paz é a ausência de guerra”; “A paz é evitar a hostilidade;” “A paz é a libertação da turbulência”, “A paz é o fim da ansiedade” e assim por diante.

2º - Eu esperava que alguém desse à paz um conteúdo próprio e positivo. Alguns filósofos descreveram a paz como “uma confiança na eficácia da beleza”. Outros disseram que “A paz não é ausência de guerra: é uma virtude que nasce da força do coração”. Por mais respeito que se tenha por esses pensadores, podemos considerar as suas contribuições um tanto vagas e floreadas.

3º - Por fim, para tornar a minha pergunta mais prática, perguntei aos meus alunos, agora silenciosos, o que poderiam fazer para experimentar as bênçãos da paz, mesmo que por cinco minutos apenas. Um silêncio profundo encheu a sala de aula. Por fim, uma estudante corajosa confessou, bastante desconsolada, que, dadas as tarefas com as quais estava sobrecarregada e todos os prazos que tinha de cumprir, encontrar a paz estava fora de questão durante pelo menos várias semanas. Parece que a paz era apenas um desejo.

4º - Quem melhor definiu a paz, a meu ver, foi o Bispo de Hipona, Santo Agostinho, ao dizer que a paz é a tranquilidade da ordem. Referia-se à experiência pessoal de paz, mas pode ser alargada a todos os níveis. Os seres humanos têm vivido vidas desordenadas desde que foram feridos pelo Pecado. As suas almas ficaram “inquietas”. A frase mais célebre de Santo Agostinho aparece no início do seu livro, chamado Confissões que diz: “Criastes-nos para vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em vós. Então o que é a paz? É a tranquilidade que experimentamos quando direcionamos o nosso amor, através da virtude, até Deus. E porque é que hoje não há paz nas nossas consciências, na nossa família, na nossa comunidade ou sociedade? Porque é que não há paz nalgumas partes do mundo? Não há paz porque não orientamos a nossa vida em direção a Deus, ou não deixamos que Deus oriente o nosso coração. A paz é, de facto, a tranquilidade da ordem. Há paz quando tudo e todos estão em ordem e plenitude.

 

Ver também:

Pela paz na terra santa





 

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O fogo sagrado do Templo


5ª feira – XXIX semana comum

 

Jesus veio trazer o fogo à terra e quer que ele se mantenha sempre aceso.

1ª referência – Sarça ardente no novo Horeb

No Monte Horeb Deus acendeu o fogo, sinal da sua presença. Moisés aproximou-se do espinheiro a arder e viu que Deus estava lá.

Deus está no fogo, nas chamas, está nos espinhos, nas dificuldades, nos obstáculos, está na opressão, no povo que sofre, no aconchego de uma lareira, no lume de um fogão de família, na luz de uma vela que ilumina.

Jesus é esse novo fogo, sinal da presença de Deus, quer nas suas chamas para transformar a opressão, quer na luz que ilumina, quer na lareira que aconchega.

2ª referência – Fogo sagrado no novo Santuário

O fogo sagrado que se conservava nos antigos templos, que ardia sem interrupção e que os sacerdotes tinham a tarefa de manter vivo.

Jesus mantem esse fogo sagrado sempre aceso dentro de nós e tudo faz para que se arda continuamente e que nada o possa extinguir.

A luz permanente no templo é sinal da habitação de Deus (alguém mora aí).

É sinal de que onde mora Deus não pode haver trevas.

Jesus veio acender esse fogo sagrado no nosso coração como habitação divina, afastando as trevas do nosso coração.

 

Ver também:

O fogo que Jesus nos traz

Sem atrito não há fogo

 

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Grande responsabilidade


4ª feira – XXIX semana comum


O trecho do evangelho de hoje está cheio de apelos à responsabilidade de cada um:

- Estai vós preparados, pois sois os responsáveis pelos bens da vossa casa.

- Sois administradores fiéis e prudentes, isto é, responsáveis pela gestão da família.

- Pôr à frente de todos os seus bens.

- Será irresponsável quem se desleixar.

- A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá.

Quem é este administrador responsável?

- Pedro pensava que a parábola era para os apóstolos e por isso estes seriam tais administradores. Os padres, missionários, ministros de Deus são administradores responsáveis pelo bem da comunidade.

- Jesus refere que a parábola é para todos, pois todos são chamados a essa responsabilidade. De facto, Deus confiou-nos a administração da sua casa que é a nossa alma ou o nosso coração. Não podemos desleixar-nos de zelar por ela, de estar prontos para servir e proteger. É que Deus vem visitar essa casa através da Palavra e da Eucaristia. Sejamos responsáveis.

- A Igreja costuma identificar este administrador fiel e prudente com São José) ou não fosse hoje quarta-feira!). De facto, Deus pôs São José à frente da Sagrada Família para lhe dar a seu tempo o seu pão… Ele é o modelo de responsabilidade.

 

História de responsabilidade

O Papa João Paulo I, no Ângelus de 17/09/1978, contou este episódio ocorrido com um professor de muito prestígio da Universidade de Bolonha:

Certa vez, o professor foi chamado pelo ministro da Educação a uma reunião à tarde em Roma. Depois do encontro de trabalho o Ministro convidou o professor a ficar em Roma por mais um dia.

- Não posso - respondeu o professor - amanhã, logo pela manhã, tenho que dar uma aula. Os alunos estão à minha espera.

O Ministro respondeu:

- Eu dispenso-o dessa aula.

-  O Senhor Ministro pode dispensar-me, mas eu não me dispenso – concluiu o responsável professor.

E o Papa João Paulo I comentava – Era sem dúvida um grande homem, de quem se podia dizer que para ensinar latim a João, não basta conhecer e gostar de latim; é necessário conhecer e amar o João. De facto, a lição vale o que valer a preparação. Certamente era um homem que amava muito o seu trabalho.

Quantas vezes teremos de dizer – eu não me dispenso… ainda que as circunstâncias nos dispensem!

 

Ver também:

Deixa Deus entrar

Ele virá como um ladrão

 

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Tolle, lege! Toma e lê


Leitura Breve (1)

Laudes - Terça-feira - I semana do Tempo Comum

 

Leitura breve - Rom 13, 11b.12-13a

Chegou a hora de nos levantarmos do sono. A noite vai adiantada, aproxima-se o dia. Abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como convém em pleno dia.

Reflexão

Quando oramos, falamos com Deus

Quando lemos ou meditamos, é Ele que fala connosco.

O que poderá dizer-nos com esta leitura breve?

Santo Agostinho no seu livro Confissões (398-400) lembra que Santo Antão converteu-se ou decidiu-se quando por acaso ouviu Mt 19,21 – Vai, vende os teus bens, dá aos pobres… depois vem e segue-me. Com Agostinho passou-se algo semelhante com a leitura breve de hoje – Rom 13, 11b,12-3a.

Ele tinha alcançado uma quase completa adesão à fé, as suas dúvidas tinham sido ultrapassadas. Mas havia uma coisa que o detinha: o medo de não ser capaz de viver coerente e casta. Ele vivia com uma mulher sem ser casado.

Estava no jardim da sua casa numa luta interior quando ouviu uma voz de criança que lhe dizia – Toma e lê (tolle, lege!).

Ele interpretou estas palavras como um convite de Deus. Tomou as cartas de São Paulo, abriu ao acaso e leu esta leitura breve que considerou como a vontade de Deus. Uma luz brilhou dentro de si e fez desaparecer as trevas da incerteza. Tinha de deixar as obras das trevas (desejos ou obras da carne) para agarrar as armas da luz (obras do Espírito Santo.

Esta leitura completou a sua conversão e entrega total a Deus.

Cada novo dia é uma oportunidade que Deus nos dá para abrir mão das obras das trevas e agarrar as armas da luz para descobrirmos o que Deus espera de nós em cada manhã.

 

 

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

O pecado da acumulação


2ª feira – XXIX semana comum

 

Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus, diz Jesus no Evangelho de hoje.

Aquele insensato da parábola acumulou trigo, acumulou bens, acumulou contas, acumulou riquezas porque acumulou a sua primeira pessoa – eu, mais eu, só eu, apenas eu, acima de tudo eu, por fim eu…

Esta acumulação é causa de todas as outras.

O egocentrismo, egoísmo e enfatuamento é um pecado que leva à perdição.

Diante de Deus todos somos pequenos. A humildade evita a acumulação dos bens terrenos e do nosso egocentrismo.

 

À margem

Amontoado o trigo apodrece.

Espalhado, frutifica,

assim pregava S. Domingos Gusmão.

 

Ver também:

Aos olhos de Deus

 

 

Deus responde-nos sempre


Ano A – XXIX domingo comum

No episódio do Evangelho de hoje Jesus ensina-nos várias coisas.

 

1ª mensagem – É óbvio que nos ensina primeiro a retribuir a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Mas há outro significado, mais pessoal, deste versículo. Tu pertences a Deus, não a César. Tu pertences à oração, não à política. Sim, deves estar informado e envolvido na política – até certo ponto. Mas a política não é a única atividade da tua vida nem a mais importante. Se investes mais tempo na política ou nos teus negócios do que na oração; se lês mais sobre as próximas eleições do que sobre a Palavra de Deus; se estás mais preocupado com o governo terreno do que com o celestial – então estás a dar a César o que pertence a Deus. Então estás a fazer de César o teu Deus. É preciso corrigir essa tentação enquanto é tempo.

 

2ª mensagem – Fizeram uma pergunta a Jesus e ele respondeu. Tinha 7 maneiras diferentes de fazê-lo – ou com um sim, ou não, ou talvez, ou não sei, ou depende, ou com o silêncio. Cada uma destas respostas não iria satisfazer a todos, nem a verdade, nem a quem perguntava nem ao próprio Jesus. É por isso que ele optou pela sétima resposta – perguntar a alguém. Ele perguntou à própria moeda que mostrou que devia pertencer a César.

Isto quer dizer 2 coisas:

- Jesus nunca deixa ninguém sem resposta. Façamos-lhe todas as perguntas que temos no nosso coração porque ele dá sempre uma resposta.

- A maneira preferida de Jesus responder é através da participação dos outros. Nós fazemos as perguntas a Jesus e a moeda ou os outros dão-nos a resposta que Jesus tem para cada um. Estejamos atentos à resposta de Deus estando atentos aos nossos irmãos.

 

Ver também:

Mostrai-me um denário

Bom servo, mau senhor

A césar e a Deus

 

sábado, 21 de outubro de 2023

Bom homem e homem bom


Memória litúrgica do Beato Carlos de Áustria

 

Carlos, Imperador da Áustria e Rei da Hungria, foi beatificado, pois foi um bom homem e um homem bom.

Foi um bom homem porque sempre foi:

- um bom filho

- um bom marido

- um bom pai

- um bom cristão

- um bom cidadão

- um bom militar

- um bom companheiro

- um bom rei

- um bom imperador

- um bom amigo

 

Foi um homem bom porque sempre foi:

- um homem caridoso

- um homem pacífico

- um homem humilde

- um homem paciente

- um homem justo

- um homem crente

- um homem íntegro

- um homem digno

- um homem tolerante

- um homem santo

“Era um homem de uma segura integridade moral e de uma fé sólida, que sempre procurou o melhor para os seus povos. Foi um cristão, um marido, um pai, um monarca exemplar.” (CF. João Paulo II, aquando da proclamação das virtudes heroicas de Carlos de Áustria).

“Nenhuma missão tem concorrido tão eficazmente para avivar a Fé em minha Diocese como o exemplo da paciência heroica e da morte santa do seu Imperador…” (CF. D. António Pereira Ribeiro, bispo do Funchal aquando da morte do Beato Carlos).

“Tendo subido ao trono em 1916, serviu o povo com justiça e caridade. Procurou a paz, ajudou os pobres, cultivou com empenho a sua vida espiritual… Foi sustentado pela Fé desde a sua juventude e principalmente no período da primeira Guerra Mundial e no exílio da Madeira onde morreu santamente.” (CF. Cardeal José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, aquando da beatificação de Carlos de Áustria).

“Uma das prioridades do meu pai era ensinar-nos tolerância. Tolerância entre as pessoas, entre as nacionalidades.” (CF. Otto de Habsburgo, filho mais velho do Beato Carlos, recordando o legado paterno).



 

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Lucas ou portador de luz


Festa de São Lucas, Evangelista

O pregador:

São Lucas, cujo nome significa “portador de luz”, foi introduzido na fé por volta do ano 40. Ele nunca conheceu Jesus, mas conheceu São Paulo, de quem foi discípulo. Foi educado na literatura e na medicina. É o único escritor do Novo Testamento que não é israelense e dirigiu sua mensagem aos cristãos gentios. É o autor do terceiro Evangelho e dos Atos dos Apóstolos. São Lucas através da sua escrita continua hoje a pregar.

 

A pregação

No trecho do Evangelho, Lucas narra aquilo que ouviu contar que Jesus enviara os seus discípulos dois a dois.

No Ofício de Leitura da festa de hoje, São Gregório Magno explica porque é que Jesus enviou os seus apóstolos dois a dois:

1º - Porque Nosso senhor ensina-nos de duas maneiras – umas vezes por palavras e outras por ações. Com efeito, as suas próprias obras são preceitos, pois com elas nos dá a conhecer o que devemos fazer.

2º - Porque são dois os mandamentos da caridade, a saber, o amor de Deus e do próximo. O Senhora manda os seus discípulos em pregação dois a dois, para nos indicar isto sem palavras: quem não tiver caridade para com os outros de modo algum deve assumir o ofício da pregação.

3º - Porque enquanto um prega o outro reza e vice-versa. De facto, a messe é grande… pedi ao Senhor da messe. Assim haverá sempre quem reze e quem pregue.

 

Ver também:

Quem é Lucas Evangelista

Lições dos 72 enviados

Jesus enviou os romeiros

 

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Inácio ou o homem de fogo


Memória litúrgica de Santo Inácio de Antioquia, Bispo e mártir, devorado pelas feras no Coliseu de Roma em 107.

Inácio de Antioquia viveu na Síria e chegou a conhecer os apóstolos Pedro e Paulo.

Foi levado prisioneiro para Roma e lançada às feras.

1 - Homem de fogo: O seu nome Inácio deriva de Ignis, isto é, fogo. Este nome faz jus às expressões de intenso amor a Cristo. Tinha de facto um coração ardente, um coração de fogo.

2 - As suas palavras inflamadas de amor a Cristo e à Igreja ficaram na lembrança de todas as gerações futuras: "Deixem-me ser a comida das feras pelas quais me será dado saborear Deus. Eu sou o trigo de Deus. Tenho de ser triturado pelos dentes das feras para tornar-me pão puro de Cristo. Mais me aproveita morrer em Cristo Jesus do que imperar até os confins da terra…

3 - Mais vale ser cristão sem o dizer, do que dizê-lo sem o ser. Fica muito bem ensinar, desde que se pratique o que se ensina.


O vermelho pode resumir a mensagem de hoje:

- Vermelho do sangue do martírio.

- Vermelho do fogo do coração ardente.

- Vermelho da proibição de mostrar sem o ser ou de ensinar sem praticar.

 

Ver também:

Inácio de Antioquia

Igreja Católica

 

Pela Paz na Terra Santa


Dia de Jejum, abstinência e de oração pela paz na Terra Santa em sintonia com a proposta da Assembleia dos Bispos Católicos da Terra Santa.

Senhor Jesus Cristo,

a Terra Santa é mais uma vez atingida

pela violência, o ódio e a morte.

Senhor, olha com misericórdia para a terra

que foi a Tua casa terrena.

Acolhe os mortos no Teu Reino.

Consola os que estão de luto,

os feridos ou os que fogem.

Que todos os que têm medo e desespero

sintam a Tua presença.

Tu és a nossa paz e a luz das nações,

pões fim à espiral de terror e sofrimento

na Terra Santa e em todo o Médio Oriente!

Faz com que a paz e a justiça

voltem a florescer nestes lugares sagrados.

Tu és o nosso refúgio.

Faz com que todos encontrem

proteção no Teu Amor.

Tem piedade de nós e do nosso tempo.

Ámen.

Miraculosa Rainha Dos Céus

(para rezar, cantar ou chorar)

 

Nossa Senhora, mãe de Jesus

Dá-nos a graça da tua luz

Virgem Maria, divina flor

Dá-nos a graça do teu amor

 

Miraculosa rainha dos céus

Sob o teu manto, tecido de luz

Faz com que a guerra se acabe na terra

E haja entre os homens a paz de Jesus

 

Se em teu regaço, bendita mãe

Toda amargura remédio tem

As nossas almas pedem que vás

Junto da guerra, fazer a paz!

 

Pelas crianças, flores em botão

Pelos velhinhos sem lar, nem pão

Pelos soldados que à guerra vão

Senhora, escuta a nossa oração!

 


quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Cinquenta moedas de ouro


Hoje tive oportunidade de fazer uma procissão das velas na paróquia onde sirvo.


As mensagens foram muitas:

 

1ª – Em geral pedimos que Nossa Senhora olhe pela nossa terra, pela terra onde nascemos, e nos traga a paz. Hoje é o contrário. Pedimos que Maria de Nazaré olhe pela sua própria terra, a terra onde ela própria nasceu e lhe traga a paz. Rezamos pela paz no mundo sobretudo na Ucrânia e Rússia e Israel e Palestina.

 

2ª – Um rapazinho, talvez influenciado pelos familiares adultos, veio ter comigo para dizer que não achava bem rezar o terço. Pois era repetir a mesma coisa 50 vezes. Não tinha sentido rezar tantas ave-marias seguidas.

Ouvi calmamente e disse-lhe depois:

- Eu tenho aqui 50 euros que alguém me pediu para ajudar alguém. Aceitas essa oferta?

- Sim. Obrigado por se lembrar de mim – disse o garoto.

- Mas olha que são 50 euros em moedas. Queres na mesma?

- Porque não? Não importa se é em moedas ou se em notas.

- Sim, mas olha bem que são 50 euros em 50 moedas de 1 euro, todas iguais, repetidas, com o mesmo valor…

- Já percebi. As moedas são iguais, mas não deixam de ter o seu valor…

É assim as ave-marias do terço. São 50 iguais, repetidas, com a mesma apresentação, mas nunca perdem o seu valor ou o seu sentido. 

De facto, cada ave-maria é uma moeda de ouro que nós oferecemos no cofre da eternidade. Apesar de repetidas, continuam a ter o mesmo valor o mesmo, continuam a fazer sentido.

 

3ª – Eu pensava que tinha sido duro para com esse garoto fazendo-o ver o sentido de receber tantas moedas de euro, quando não via o sentido de repetir o mesmo número de ave-marias. Afinal essa situação tinha sido vivenciada por uma freira alemã, beneditina, mais conhecida como Santa Gertrudes (1256-1302). Ela contou o seguinte episódio:

“Certo dia estava eu a rezar o terço na minha cela, quando esta se iluminou com uma luz intensa. Vi o próprio Jesus ali presente. Não interrompi o que estava a fazer e continuei a repetir ave-marias.  E reparei que por cada ave-maria recitada, Jesus colocava sobre a mesa uma brilhante moeda de ouro. Pensei que estaria a contar as ave-marias que eu contava com as contas do terço. Quando terminei perguntei-lhe:

- Senhor, que fazeis com essas moedas?

- Gertrudes, cada ave-maria que rezas depositas uma moeda de ouro no céu. É assim que se compra o céu.”

Esta metáfora das moedas e das ave-marias, afinal, é da experiência de Santa Gertrudes.

Se quisermos ser multibilionários no céu basta amar Maria Santíssima e não se cansar de repetir ave-marias.

Será mais fácil e mais benéfico ser assim bilionário no céu do que na terra.

Afinal repetir ave-marias tem sentido e tem valor.

Esta mesma visão referenciando a ave-maria como uma moeda com a qual se compra o Paraíso foi partilhada mais tarde por São Luís Maria Grignon de Montfort, no seu livro O Segredo do Rosário.

 

4ª – Cada peregrino na procissão ostentava uma vela acesa para dizer que tinha uma luz da fé no seu coração. De facto, não sei se a vela na mão era o reflexo da vela da fé no seu coração ou se a luz da fé no seu interior era o reflexo da vela que tem na sua mão. A procissão das velas lembra-nos isso e aponta para aquela que se revestiu de luz, mais brilhante do que o sol.

 

5ª – A bandeira da paz é uma bandeira branca. O andor de Nossa Senhora, bem como a imagem da virgem é uma autêntica bandeira branca da paz. Aos percorrer as ruas da paróquias, está a declarar a paz e a contagiá-la à sua volta.