quinta-feira, 30 de abril de 2009

De viva VOZ

16 de Abril - Dia mundial da Voz

Ao terminar o mês de Abril, partilho o que no passado dia 16 respondi, em gravação da RTPMadeira, na sessão comemorativa do dia Mundial da Voz, num depoimento alusivo à efeméride, organizada pela Secretaria Regional dos Assuntos Sociais:
Como é que descrevo a minha voz?
Tenho certa dificuldade em apreciar a minha voz, pois é como se me visse ao espelho e tentasse descrever-me. Tenho consciência de que a minha voz é um instrumento ao serviço da PALAVRA. É um veículo de valores, um canal de mensagens, não minhas, mas de ALGUÉM, que me escolheu apesar das minhas militações.
Aprendi que como padre eu devia ter uma voz severa no púlpito e cordial nos caminhos e como professor a minha voz devia ser severa na cátedra e cordial nos corredores. Como sou Sacerdote do Coração de Jesus, procuro que a minha voz seja sempre cordial em qualquer lugar, brotando sempre a partir do coração...
Como é que as outras pessoas indentificam a minha voz?
Não sei nem nunca lhes perguntei. É mais importante a mensagem do que o veículo de transmissão. Em todo o caso procuro aliar sempre uma feliz mensagem a uma voz agradável para que a minha voz seja sempre conotada com boas notícias.
Que cuidados tenho para com a minha voz?
Em primeiro lugar sou um fumador não-praticante. Depois, só bebo água e à temperatura natural, nada de bebidas gasosas nem alcoólicas. Como sou padre, só bebo em serviço, precisamente o contrário da maioria dos outros homens.
Não faço exercícios específicos para apurar a minha voz: apenas canto, rezo e leio em comunidade e isso faz a diferença. É um bom exercício cantar e rezar em conjunto... faz bem à voz e ao ouvido, ao corpo e à alma.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Catarina de Sena

29 de Abril
Festa da Co-padroeira da Europa - Catarina de Sena

1. Jovem que morreu aos 33 anos
Deus serve-se de gente simples e dos mais novos para dar lições até ao Papa.
Deus servir-se-á de nós se formos simples e humildes.

2. Grande reformadora
Para transformar a Igreja não vale pôr-se de lado ou de fora. Catarina foi a grande reformadora, mas a partir de dentro. Por isso foi declarada Doutora da Igreja.

3. Contemplação e Acção
Ela soube unir a contemplação ao serviço à Igreja. Foi contemplativa na acção e activa na contemplação. Por isso foi declarada padroeira da Europa.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Conhecer o Pastor

Ano B - 4º Domingo da Páscoa

O Senhor é meu Pastor

Conta-se que um dia, no Theatre Royal de Londres, encontrava-se Shakespeare a declamar poemas. A multidão que assistia, não se furtava a calorosos aplausos. No fim do espectáculo, Shakespeare lançou um desafio: o público que escolhesse o que quisesse para ele declamar. No princípio ninguém respondeu mas, perante a sua insistência, um padre levantou-se e perguntou se ele conhecia o Salmo 23. Shakespeare afirmou que sim mas só o declamaria se depois o padre também o fizesse. Desafio aceite.
Começou então o dramaturgo: O Senhor é o meu Pastor, nada de falta... A plateia rendeu os seus numerosos aplausos àquela declamação tecnicamente perfeita. Depois foi a vez do padre. Na sua simplicidade começou a recitar: O Senhor é o meu Pastor, nada me falta, leva-me a descansar em prados verdejantes...
A assembleia ouviu, comovida, o sacerdote. Os aplausos que se seguiram foram tão calorosos que Shakespeare concluiu:
- Eu conheço bem o Salmo mas o sacerdote conhece melhor o Pastor.

Podemos saber muitas coisas de Deus, muitas orações, belos discursos mas isso não basta. É preciso conhecer pessoalmente.
Jesus é esse Bom Pastor que conhece as suas ovelhas e estas conhecem-n’O.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira

26 de Abril de 2009
Dia histórico - Canonização do Santo Condestável, Frei Nuno de Santa Maria Álvares Pereira.
Foi esta a maior vitória por ele alcançada, vitória não apenas sobre exércitos, ou sobre uma nação, mas uma vitória para toda a Igreja, para toda a Humanidade. Vitória que se lança pela eternidade.
Quem foi São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira?

- Alguém de 3 ESSES

S de Servidor da Pátria
S de Simplicidade
S de Santidade

Todos eles são complementares, implicam-se mutuamente e exigem-se:
Serve a Pátria quem é Simples e Santo.
É Santo quem Serve a Pátria e é Simples.
Só um homem Simples é capaz de Bem servir a Pátria e ser Santo.

Mostrar Pés e Mãos

Ano B - 3º Domingo de Páscoa

Confiança e Compromisso

Jesus ao revelar-se presente no meio da comunidade mostra as mãos e os pés.
É para confirmar que é o mesmo, pois ainda estão visíveis as marcas dos cravos da crucifixão e não há nenhum engano ou burla.

Podemos ver aqui outra mensagem:
Vede os meus pés e as minhas mãos: eu continuo a caminhar convosco e continuo a agir, a abençoar, a estender as mãos, a apontar caminhos…

Isto deve provocar em nós duas realidades: C + C

C de Confiança – Jesus não nos abandonou, mas continua a caminhar connosco e a agir entre nós – lembremo-nos disso ao contemplar as suas mãos e os seus pés.

C de Compromisso – Já que assim é, acertemos os nossos passos com o dele e que as nossas mãos sejam o prolongamento das suas.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Falar de Deus

Ano B - 3º Domingo da Páscoa

Falar de Deus
Certo dia, ao regressar da escola, eu e os meus colegas de escola, avistámos ao longe um homem a quem costumávamos provocar com o nome de Zé Feio, por não ser muito dotado a nível da aparência. Uma chuva de nomes, tão bonitos quanto ele, encheu o ar. Mas nesse dia ele não reagiu, não correu atrás de nós, nem nos ameaçou. Vinha diferente. De vez em quando parava, falava com as plantas, tocava nas pedras dos muros, bailava no meio da estrada e dizia:- Eu gosto da Maria e a Maria gosta de mim.
Nós ríamos com aquela atitude e concluíamos que para além de Zé limitado na beleza também era no juízo. E lá continuava ele com a mesma ladainha, dizendo a torto e a direito que gostava da Maria e esta gostava dele. Não se importava com a nossa presença nem com o nosso gozo. Só pensava na pessoa amada e repetia vezes sem conta.
Quando o coração está cheio, tem de transbordar. Só falamos daquilo que enche o nosso coração. Recordo isto, ao ouvir os Apóstolos a falar de Cristo. Eles não paravam de falar, sendo por toda a parte Suas testemunhas.
É preciso transformar-se para O ver transformado. És tu, sou eu que pomos em causa Jesus, dizendo ao mundo se ressuscitou ou não.
A nossa pregação só é longa se a devoção for curta.

Cinco Pães

6ª Feira – II Semana da Páscoa

Os cinco PÃES:

1. O Pão da Terra
2. O Pão do Céu
3. O Pão da Fé
4. O Pão da Esperança
5. O Pão da Caridade.

São estes Pães que hoje nos alimentam.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Obedecer antes a Deus

5ª Feira - II Semana da Páscoa


1ª Leitura: “importa mais obedecer a Deus do que aos homens.”

Mary Jane Wilson:
Quem ama alguma coisa mais do que a Deus, rouba.”

Quem obedece mais a outrem do que a Deus, rouba.
Quem escuta mais a outro que a Deus, rouba.
Quem se preocupa mais com outrem que a Deus, rouba.
Quem dá mais tempo a outro que a Deus, rouba…

Comunhão e Missão

4ª Feira - II Semana da Páscoa

Deus amou tanto o mundo que enviou o Seu Filho para salvar o mundo...

Duas palavras ou preposições: COM e PARA

Com - Deus amou, Deus connosco, Comunhão.

Para - Deus enviou, Para salvar, Missão.

Não há COM sem o PARA e vice-versa. O PARA exige o COM e vice-versa.
Uma implica a outra.

Assim é Deus: Comunhão e Missão.
Assim podemos ser: Comunhão e Missão.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Abraçar a fé

3ª Feira - II Semana da Páscoa

A multidão dos que abraçavam a fé tinha um só coração e uma só alma.

1. Abraçar
Ter fé é abraçar, é confiar, é uma acção recíproca. Só as pessoas se abraçam. A fé não é algo teórico, nem um desejo nem uma boa intenção. A fé é Alguém.
Ter fé é abraçar e deixar-se abraçar. Eu posso abraçar uma árvore, mas ela não me abraça. Abraçar é viver uma acção recíproca.

2. Um só coração e uma só alma
Um só coração para abraçar os irmãos; uma só alma para abraçar a Deus. Não basta abraçar a Deus, é preciso abraçar os irmãos e vice-versa. Não basta ter um só coração, é preciso ter também uma só alma, e vice-versa.

3. Comunidade modelo
A Comunidade perfeita desta página dos Actos dos Apóstolos é como o Paraíso do Génesis: Mais do que algo que se perdeu, é algo a que se aspira. Não é uma comunidade perdida, mas uma comunidade desejada. É um sonho, uma realidade a alcançar.

PORTANTO:
Abracemo-nos e deixemo-nos abraçar por Deus (numa só alma) e pelos Irmão (num só coração) e continuemos a sonhar para que a comunidade modelo seja uma realidade.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Criancices (41)

- Ó rapaz, não sabia que eras tão desajeitado… Então tu varres só com uma mão?
- Um mamão? O Senhor Padre chamou-me mamão?!
E eu sem culpa nenhuma da língua portuguesa ser tão traiçoeira… só com uma mão.

Vida de Capelão (41)

Certo dia ao querer pagar a bica, piedosamente declarei ao barista:
- Que Deus lhe pague porque eu não tenho trocos.
Ele não se desmanchou:
- O Capelão não tem trocos mas tenho eu! Dê cá a nota.

Bênçãos Especiais

Ontem e hoje tive o privilégio de participar em duas experiências especiais para mim.
No Domingo foi a bênção dos motards. Na frente-mar da Ribeira Brava a concentração somou cerca 740 motocilistas de todas as idades. Foi-lhes lançada a bênção, invocado o padroeiro, Arcanjo São Rafael e desejado uma boa viagem na companhia de tão ilustres acompanhantes.
Esta iniciativa vem de 2003 por determinação do Papa João Paulo II. Obrigado à Associação de Motards da Ribeira Brava que me deu uma boa oportunidade de partilhar a sua mística no Dia Nacional dos Motociclistas.

Hoje, segunda-feira, fez-se história na Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny. Em celebração festiva foi dada a bênção dos Trajes Académicos. Foi uma iniciativa da Associção de Estudantes que a partir de agora podem apresentar-se com fato e capa de estudantes universitários.
Parabéns por isso. Obrigado por me terem dado também a oportunidade de partilhar a sua simbologia.


SIGNIFICADO DO TRAJE ACADÉMICO

- Sinal da Incarnação de Jesus Cristo
que Se revestiu da nossa natureza humana.

- Sinal da Ressurreição de Cristo
que nos revestiu com as vestes da salvação.

- Sinal de simplicidade de vida
que deve ser vivida na humildade.

- Sinal de serviço.
A vida académica é um serviço à humanidade.

- Sinal de igualdade ou de fraternidade.
Todos irmãos.


SIGNIFICADO DA CAPA DE ESTUDANTE:

- É um manto que aconchega.

- É uma armadura que protege.

- É um par de asas que nos leva mais além.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

São Tomé

Ano B - II Domingo de Páscoa

VIVER UNIDOS

O pároco de uma igreja reparou que um dos seus mais assíduos fiéis desertava, várias semanas seguidas, à missa dominical. Uma noite decidiu visitá-lo. Encontrou-o sozinho em casa, sentado junto à lareira. Depois dos cumprimentos habituais, sentaram-se os dois em silêncio. Então o padre, tirou uma brasa da lareira, colocou-a isolada no pavimento e ficou a olhar. Pouco a pouco aquele carvão, separado do braseiro, foi-se apagando. Então o paroquiano tomou a palavra:
- Obrigado, Reverendo, por esta lição. No próximo Domingo, lá estarei com a comunidade porque não quero que a minha vida espiritual se apague lentamente como esta brasa.
Às vezes, um gesto vale mais que mil palavras bem como um estímulo é mais eficaz que uma dura repreensão.
A mensagem deste segundo Domingo da Páscoa é um convite à vida comunitária sem a qual é-nos difícil viver.
A comunidade primitiva tinha um só coração e uma só alma.
Tomé, isolado do grupo dos Discípulos, definhava na sua fé. O amor não é um simples sentimento na comunhão dos mesmos ideais. É uma força que entusiasma.
A comunidade dos crentes era assim um sinal muito claro de Jesus Ressuscitado que prometeu estar presente no meio dos que acreditam nele.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

É sempre o mesmo

II Domingo - Tempo Pascal

Domingo de Pascoela - Jo 20,19-31

JESUS CRISTO É O MESMO

Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana. Nesse mesmo dia e oito dias mais tarde, ele apresentou-Se aos seus discípulos, reunidos, mostrando-lhes os sinais gloriosos da Paixão e transmitindo-lhes, com o seu Espírito, os dons pascais compendiados na paz e na misericórdia.

Há várias constantes destas experiências de Cristo Ressuscitado:
1. O Sentido comunitário
Ele aparece sempre a uma comunidade. Mesmo quando se abeirou de Maria Madalena, pediu-lhe que fosse logo ter com os seus discípulos. No caso de Tomé, como estava fora do grupo, não conheceu a mesma experiência.
Ninguém pode viver isoladamente a Páscoa do Senhor. Tem de sentir-se comunidade, porque Jesus ressuscitou precisamente para nos congregar, reunir em seu nome.
2. Desejo de paz
Todas as vezes que Jesus Se manifesta partilha a sua paz. É um dos frutos da Páscoa. Quem descobre a Cristo, quem vive essa experiência em comunidade é chamado a acolher essa paz e reconciliação. Também foi para isso que Cristo ressuscitou, para nos dar a paz.
3. O lado aberto
Jesus aponta sempre para o seu lado trespassado. Não é simplesmente para provar que é o mesmo que morreu na cruz. Simbolicamente manifesta toda a sua misericórdia, tudo o que amou e continua a amar. Assim se realiza continuamente a profecia: hão-de olhar para Aquele que trespassaram. Ao mostrar o seu coração, Jesus assegura que continua a amar do mesmo modo.
4. As mãos feridas
Ao apresentar as mãos, Jesus está a dizer que continua operacional. Essas mãos mantêm-se activas, abertas, estendidas, sempre a abençoar. Apesar de estar presente de uma maneira diferente, as suas obras são sempre as mesmas.
5. Envio
É a última constante de qualquer experiência do Ressuscitado. Jesus pede sempre que voltem a partir em missão. Ele quer que a alegria pascal transborde para todos os lados.
Quem se encontra com Cristo não pode ficar calado. A missão é espontânea.
Conclusão:
Cristo ressuscitado quer que a comunidade dos seus discípulos se mantenha unida, a anunciar o mesmo amor, a continuar as mesmas obras de misericórdia e a construir a paz na alegria e na felicidade.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Discípulos de Emaús

4ª Feira - Oitava Pascal

1ª Leitura:
O coxo curado começou a Caminhar, Saltar, Louvar: 3 acções progressivas.
Caminhar – ir em frente
Saltar – ir para o alto
Louvar – ir até ao infinito.
Experiências de Cristo ressuscitado contadas em comunidade:
é preciso caminhar,
saltar,
louvar
e partilhar…

Evangelho:
Emaús é uma Eucaristia.
A nossa Eucaristia é uma Emaús.
1. Convocação (reunir no amor de Cristo)
2. Contrição (lamentar o que aconteceu)
3. Meditação (Explicar as escrituras)
4. Fracção do Pão (Comungar a eucaristia)
5. Missão (partiram imediatamente e narraram…)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ver Jesus

3ª Feira – Oitava da Páscoa

Maria Madalena a chorar:

- Se choras por não veres o Sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas.
Por isso Madalena não viu Jesus nem o reconheceu…

- Só quando ouviu é que o reconheceu. Não basta ver, é preciso ouvir.

domingo, 12 de abril de 2009

Boas PAZcoas

PÁSCOA
Vigília Pascal:
É preciso fazer uma transfusão não de sangue, mas de 5 coisas diferentes.
- Liturgia da Luz - A luz de Cristo passa para a nós, para as nossas velas - transfusão da luz.
- Liturgia da Palavra - A Palavra permanece viva e eficaz - transfusão da palavra.
- Liturgia Baptismal - Renovação do nosso baptismo - transfusão da graça.
- Liturgia Eucarística - através da comunhão Cristo vive em nós - transfusão de vida.
- Liturgia Pascal - tudo isto acontece porque queremos ressuscitar com Cristo - transfusão da ressurreição.
Domingo de PÁSCOA
1. PAZCOA = não há Páscoa sem PAZ.
2. Se a vida é limitada porque nos foi dada?
Foi-nos doada, portanto não é limitada.
Se a vida é eterna, porque nos será tirada?
Não nos é retirada. A ressurreição dá-nos a garantia de que a vida é plenitude.
3. Páscoas no plural = juntar à Páscoa de Cristo a Páscoa de cada um de nós.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Testamento

5ª Feira Santa

Na última Ceia, Jesus à laia de despedida, deixa a sua herança ou o seu testamento:
São três ESSES

S de Sacerdócio
S de Serviço
S de Santíssimo Sacramento.

Hoje é o dia do Sacerdócio, do Serviço ou do Mandamento Novo e da Eucaristia ou do Santíssimo Sacramento.
Jesus não só deixa Alguém para continuar a sua acção (Sacerdotes) como deixao jeito de servir (Mandamento novo, lavar os pés...) e ainda a substância ou o que deve ser servido: a Eucaristia ou o santíssimo Sacramento.

A nossa herança, aquilo que recebemos de Jesus são estes TRÊS ESSES... Valorizemos então estes três dons: o Sacerdócio, o Mandamento Novo e a Eucaristia.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Trinta moedas de prata

4ª Feira - Semana Santa
Que estais dispostos a dar-me para vos entregar Jesus?
Trinta moedas foi o preço.
A venda de Jesus valeu-se trinta moedas de prata.
E Jesus quanto estava disposto a exigir para ter Judas Iscariotes de volta?
Para perdoá-lo bastava que ele pedisse perdão:
"Se Judas tivesse pedido perdão, teria alcançado..." (Pe. Dehon, carta a Héberlé, 27/06/1919, Inv. 330.16. AD: B20/13)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Boas Páscoas

Ano B - DOMINGO DE PÁSCOA

Alguém queixava-se que na Madeira as pessoas não vivem a Páscoa tão profundamente como no resto de Portugal. Aqui não há o costume de nesta época pintar as casas, lavar tudo, enfeitar com cuidado, aprumar os jardins, cuidar das estradas. Não há fortes tradições na culinária, doces, bebidas como no Natal. Parece que na Madeira a Páscoa não é tão valorizada. Quem assim pensa, engana-se. É que os madeirenses estão mais empenhados na preparação interior do que na exterior.
Ao escutar o apelo de Cristo: É na tua casa que quero celebrar a Páscoa, há quem prepare a mesa, renove a loiça, enfeite a toalha. Parece que os madeirenses preferem arranjar antes a sua alma, confessar-se, recolher-se e deixar que Cristo aconteça. Tanto mais que aqui entre nós, diferenciando-se do resto do território nacional, o povo, ao fazer as saudações próprias da quadra pascal, usam o plural, desejando BOAS PÁSCOAS. De facto a Páscoa não se limita a um dia. Alarga-se também a Páscoa de Cristo à Páscoa de cada cristão.
Finalmente, ela nunca é um acto individual, mas comunitário e daí, o uso do plural. A sensibilidade religiosa madeirense expressa estas dimensões através de um simples voto de BOAS PÁSCOAS.

sábado, 4 de abril de 2009

Via-Sacra (6)

A Via-Sacra das Pessoas
E as pessoas na Via-Sacra



1ª Estação - Jesus é Condenado
PILATOS:
Eu, Pilatos, lavo as minhas mãos.
Não quero envolver-me nesse assunto de Jesus de Nazaré.
Os judeus que façam d'Ele o que quiserem.
Se o crucificarem, o problema é deles.
Ao olhar para as minhas mãos, sinto-as vazias.
Sou como tanta gente que nada faz para salvar os inocentes.
Sinto as minhas mãos vazias…

2ª Estação – Jesus carrega com a cruz
OS DISCÍPULOS:
Nós somos os discípulos de Jesus.
Um dia Jesus nos escolheu para ficarmos com Ele.
Hoje, ao vermos o nosso Mestre a carregar com a sua cruz, afastamo-nos para longe, como se o não conhecêssemos.
Ele convidou-nos um dia:
Quem quiser ser meu discípulo, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me todos os dias.
Custa-nos tanto abraçar a nossa cruz.
Custa-nos tanto seguir Jesus que às vezes até fugimos d'Ele.

3ª Estação – Jesus cai pela 1ª vez
AS CRIANÇAS:
Nós, crianças de Jerusalém, um dia fomos acolhidos e abraçados por Jesus.
Hoje, Ele abraça uma cruz.
Caído no chão, Ele mostra-se do nosso tamanho, pequeno como nós.
Ele sempre ensinou que o Reino dos Céus é dos pequeninos e humildes.
Jesus sempre nos respeitou tal como somos e sempre nos ajudou a crescer.
Levantar-se depois de uma queda é crescer como uma criança.
Quem nos dera ser do tamanho de Jesus.

4ª Estação – Jesus encontra a sua mãeMARIA:
Eu, Maria de Nazaré, mãe de Jesus e esposa de José.
Eu compreendo o sofrimento de tantas mães. Mães que sofrem e choram pelos seus filhos transviados.
Sofro em silêncio, como elas.
Que os seus filhos sejam cada vez mais parecidos com o meu Filho Jesus e que amem a sua mãe como Jesus me amava a mim.

5ª Estação – Jesus é ajudado pelo CireneuO CIRENEU:
Eu, Simão, natural da cidade de Cirene.
Vinha do campo quando os soldados me obrigaram a levar a cruz de Jesus.
Não fui propriamente um voluntário, nem me pediram o parecer.
Ao regressar a casa, tive a sensação de que ajudar alguém é fonte de alegria. Tive então pena de a iniciativa não ter partido de mim, de não me ter oferecido a ajudar.
Como seria bem se todos nos ajudarmos nas dificuldades, sem que ninguém nos obrigue a isso ou nos peça por favor.

6ª Estação – Jesus encontra a VerónicaVERÓNICA:
Eu, Verónica, estava por entre a multidão de Jerusalém que via Jesus passar carregando a sua cruz. Vi o rosto desfigurado de Jesus e nesse rosto vi a imagem de tantos homens maltratados na sua dignidade.
Cada um de nós deve sentir-se responsável por devolver a esses rostos alegria e a paz.
Eu limpei o rosto de Jesus e foi grande a minha consolação. Eu queria consolar e afinal fui consolada e confortado por Jesus..

7ª Estação – Jesus cai pela 2ª vezANJOS:
Nós, Anjos do Senhor, um dia cantámos a alegria do Natal de Jesus. Nessa altura cantámos a glória dos Céus e a paz da terra, quando o Filho de Deus Se fez homem para o homem vivesse como Filho de Deus.
Hoje, acompanhamos o mesmo Jesus que sobe o Calvário. Ele está de rastos para dizer a todos os homens que desceu à condição humana para que todos se levantem com Ele.

8ª Estação – Jesus encontra as mulheres de JerusalémMULHERES:
Costuma dizer-se que as mulheres não sabem senão chorar.
Nós, mulheres de Jerusalém, não podíamos ficar em casa. Viemos partilhar a dor de uma Mulher, a mãe de Jesus.
Com as lágrimas nos olhos partilhamos dos sofrimentos de Jesus.
Ele pediu que enxugássemos os nossos olhos para vermos mais além. Que as nossas lágrimas não nos impeçam de ver soluções para os nossos problemas.

9ª Estação – Jesus cai pela 3ª vez
CENTURIÃO ROMANO:Eu, Centurião Romano, encarregado de comandar os soldados, estava ali a ver o último percurso de Jesus.
Ele disse um da que era o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ele caiu pela terceira vez para dizer que caminhar é levantar-se sempre e que mesmo de rastos podemos avançar sempre.
Ele é na verdade o Filho de Deus, o Caminho para o Pai.

10ª Estação – Jesus é despojado das suas vestes
MADALENA:
Eu, Maria Madalena, segui desde o princípio a caminhada de Jesus para o Calvário.
Lembrava-me então daquele dia em que lavei os pés de Jesus com as minhas lágrimas de arrependimento e de conversão.
Jesus nasceu pobre, viveu simples e humilde e agora no Calvário, experimenta verdadeiramente o que é não ter sequer roupa para cobrir a sua nudez.
Despojou-se das vestes para nos despojar dos nossos pecados e nos revestir da sua graça e perdão.
Eu, a pecadora arrependida, sei bem que pecar é despojar Jesus da nossa vida.

11ª Estação – Jesus é crucificado
BOM LADRÃO:
Dizem que eu sou o bom ladrão, mas eu não roubei nada a ninguém.
Apenas me revoltei contra a ocupação da minha pátria pelos romanos.
Até nem roubei o Paraíso, foi um dom ou promessa de Jesus.
Já que não vivi como Jesus, aproveitei a graça de morrer com Ele aceitando o seu perdão, querendo estar para sempre com Ele no seu Reino.

12ª Estação – Jesus morre na cruz
DEUS PAI:
De tal modo amei o mundo que enviei o meu Filho para salvar o mundo.
Eu recebi nas minhas mãos a sua oferta ou oblação para que todos os meus filhos recebam o nosso amor e redenção.
O meu Filho Jesus morreu rezando para que todos os seus irmãos façam da sua vida uma oração.

13ª Estação – Jesus é descido da cruz
JOÃO EVANGELISTA:Eu, João, discípulo predileto de Jesus, amparava a sua Mãe Maria e ela amparava-me a mim.
De novo Jesus voltava aos braços da sua mãe, para recomeçar a viver entre nós.
Eu vi e acreditei: aquele coração aberto não podia fechar-se nunca mais.
Eis o coração que tanto amou os homens…

14ª Estação – Jesus é sepultado
JOSÉ DE ARIMATEIA:
Sou José de Arimateia. Apesar de considerar Jesus um inocente não tive a coragem de me opor publicamente à sua condenação.
Outrora eu não quis aceitar a sua luz e agora deposito-o nas trevas do túmulo.
Não o aceitei em vida, agora recebo-o morto para o levar até ao sepulcro.
Mas depois da escuridão da noite, surge sempre a aurora, a luz de um novo dia.

15ª Estação – Jesus ressuscita
JESUS de NAZARÉ:
Eu sou Jesus que Judas entregou…
Eu sou Jesus que Pedro negou três vezes…
Eu sou Jesus que Pilatos julgou e condenou…
Eu sou Jesus que vós crucificastes…
Eu sou Jesus, eu sou a Ressurreição e a Vida.
Quem crê em Mim, nunca mais se afastará de Mim e viverá para sempre…
Agora nem a morte nos separará…


Apedrejar Jesus

6ª Feira - V Semana Quaresma

"Naquele tempo, os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus."
É como aquelas crianças que querem atirar pedaços de carvão umas às outras.
Pensam que irão machucar ou sujar alguém.
Basta um pouco de jeito para evitar os carvões atirados. O problema não é ser atingido por aquilo que nos atiram.
Todas as crianças ficam sujas, não pelo carvão que lhes atiraram, mas simplesmente pelo carvão que elas próprias pegaram para atirar às outras.
Assim é na nossa vida.
Todos temos pedras nas mãos e estamos prontos para atirá-las aos outros ou até ao próprio Deus. Com isso não fazemos mal a mais ninguém, mas sobretudo a nós mesmos. Essas pedras pesam na nossa vida, sujam as nossas mãos, incomodam o nosso relacionamento, dificultam os nossos movimentos... enfim estão a mais.
É preciso deixar que as pedras fiquem onde estão... no chão.

Senhor dos Passos

Domingo da Quaresma

É o Senhor da 1ª queda e do encontro com Maria sua mãe.
O Senhor dos Passos ou os Passos do Senhor?
É o Senhor dos nossos passos porque ele está de joelhos e os passos são os nossos para o seguirmos.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Tal pai...

4ª Feira - V Semana Quaresma

Ser filho de Abraão é fazer as suas mesmas obras.
Tal pai, tal filho.
Somos filhos de Deus,
então...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

História de amor

Ano B - Domingo de Ramos ou Domingo da Paixão

Era uma vez uma ilha, onde moravam os seguintes sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Vaidade, a Sabedoria, o Amor e outros. Um dia avisaram-nos que a Ilha seria inundada. O Amor cuidou para que todos fossem salvos. Pegaram todos no seu barquinho e desandaram. Só o Amor não se apressou pois tinha muito que ajudar. Por fim, quando a água já era muita, pediu socorro:
- Riqueza, leva-me contigo.
- Não posso. O meu barco já está cheio de ouro...
- Oh Vaidade, leva-me no teu barco.
- Não convém, pois estás muito molhado.
- E tu Tristeza, tens um lugar para mim?
- Não. Prefiro ir só.
Já desesperado o Amor pôs-se a chorar. Nisto apareceu um velhinho:
- Sobe, Amor. Eu levo-te no meu barco.
Chegando a terra seca o Amor perguntou à Sabedoria:
- Quem é aquele velhinho que me trouxe até aqui?
- É o Tempo, porque só ele é capaz de ajudar e de entender um grande Amor.
Começamos a Semana da Paixão com o Domingo de Ramos. A multidão que aclama, logo depois acusa, acolhe mas de seguida despreza. Assim acontece na nossa vida quando não deixamos que o tempo nos amadureça. Que esta semana nos ajude a reconhecer os gestos de Amor de Cristo.