terça-feira, 30 de junho de 2009

Jesus Dorme

3ª Feira - XIII Semana Tempo Comum

Na 1ª leitura a mulher de LOT olhou para trás e ficou petrificada. Assim acontece sempre que alguém fica agarrado ao passado. É preciso olhar em frente para não marcar passo no mesmo sítio. É preciso olhar em frente pois Jesus nos pede para O seguirmos, portanto Ele vai à nossa frente.

No trecho do Evangelho Jesus dorme enquanto os discípulos se agitam no meio da tempestade.
Perguntei:
- Por que é que Jesus dorme numa circunstância desta?
- É porque a melhor almofada para dormir é uma consciência limpa. Jesus dorme porque está limpo de consciência…
- É para que os discípulos se lembrassem de lhe pedir ajuda… Se estivesse acordado, ninguém iria pedir-lhe nada… Se ninguém lhe pede ajuda, Ele adormece…
ACORDEMOS E JESUS NÃO DORMIRÁ NUNCA!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O padre que eu quero ser

Aos 8 anos eu queria ser padre
para rezar missa e usar batina.

Aos 12 anos eu queria ser padre
para ser um herói de Deus.

Aos 18 anos eu queria ser padre
para conquistar multidões.

Aos 21 anos eu queria ser padre
para ser eu mesmo.

Aos 30 anos eu queria ser padre
para ser como Cristo neste mundo.

Aos 35 anos eu queria ser padre
para levar Deus aos homens.

Aos 40 anos eu queria ser padre
para levar os homens a Deus.

Hoje eu quero ser aquele padre,
pai, filho e irmão que até aqui ninguém foi.

São Pedro e São Paulo

29 de Junho
Como proposta de reflexão, cito alguns textos do grande Pe. António Vieira.
A escrita tem quase 400 anos, mas a mensagem continua actual, bem como os santos apóstolos:

SÃO PAULO
Por que traz Paulo em uma mão o livro, noutra a espada? Por que Paulo entre todos os outros apóstolos foi o vaso de eleição escolhido particularmente por Cristo para preparador dos gentios – e quem tem por ofício a pregação e conversão dos gentios há de ter o livro em uma mão, e a espada na outra: o livro para os doutrinar, a espada para os defender. E se esta espada se tirar da mão de Paulo, e se meter na mão de Herodes, que sucederá? Nadará toda a Belém em sangue inocente, e isso é o que vemos…
Mas, por que não faça dúvida o nome de espada, troquemos a espada em cajado, que é instrumento próprio dos pastores – como ali somos – e respondei-me: Quem tem obrigação de apascentar as ovelhas? O pastor. E quem tem obrigação de defender as mesmas ovelhas dos lobos? O pastor também. Logo o mesmo pastor, que tem o cuidado de as apascentar, há de ter, também, o poder de as defender. Esse é o ofício do pastor, e esse o exercício do cajado. Lançar o cajado à ovelha para a encaminhar, e terçá-lo contra o lobo para a defender…
E porque algum político, mau gramático e pior cristão, não cuide que a obrigação do pastor é somente apascentar, como parece o que significa a derivação do nome, saiba que só quem apascenta e defende é pastor, e quem não defende, ainda que apascente, não…
Porque o que não defende as ovelhas não é pastor bom nem mau. Um lobo não se pode dizer que é bom homem, nem que é mau homem, porque não é homem. Da mesma maneira, o que não defende as ovelhas não se pode dizer que é bom pastor nem mau pastor, porque não é pastor…
(Sermão da Epifania 1662, de Pe. António Vieira).

SÃO PEDRO
Pedro com as chaves nas mãos: Tibi dabo claves regni caelorum; e Pedro com as mãos nas cadeias: Vinctus catenis duabus. Lá foi visto com a chave em uma mão e a cadeia na outra, porque assim devia ser; mas hoje o vemos com as chaves em ambas as mãos, e com ambas as mãos nas cadeias, porque havia de vir tempo em que assim fosse.
Pedro, com as chaves nas mãos, e Pedro com as mãos atadas. Eu bem sei que as chaves de Pedro também são cadeias, mas cadeias para atar e desatar, e não para ser atado.
Cristo, porém, na cruz, com a cabeça inclinada para baixo, e Pedro na cruz, às avessas, com a cabeça levantada para cima, porque a cabeça de Cristo e a de Pedro, recíproca e reflexamente se retratam e se vêem uma na outra, bem assim como a mesma cabeça, vista e multiplicada no espelho, parecem duas cabeças, e é uma só.
(Sermão das Cadeias de S. Pedro em Roma pregado na Igreja de S. Pedro. No qual sermão é obrigado, por estatuto, o pregador a tratar da Providência, ano de 1674, Pe. António Vieira)

Quem dizem que Eu sou?
Perguntou o Senhor, para que os senhores que mandam o Mundo se não desprezem de perguntar. Se pergunta a sabedoria divina, porque não perguntará a ignorância humana? Mas esse é o maior argumento de ser ignorância. Quem não pergunta, não quer saber; quem não quer saber, quer errar.
Não perguntou o Senhor o que era, senão o que se dizia: Quem dicunt? Antes de se fazerem as cousas, há-se de temer o que dirão; depois de feitas, há-se de examinar o que dizem. Uma cousa é o acerto, outra o aplauso. A boa opinião de que tanto depende o bom governo, não se forma do que é, senão do que se cuida; e tanto se devem observar as obras próprias, como respeitar os pensamentos e línguas alheias. A providência com que Deus permite a murmuração, é porque talvez de tão má raiz se colhe o fruto da emenda. E se eu de murmurado me posso fazer aplaudido, porque me não informarei do que se diz?
Grande é o ódio que os homens têm à idade em que nasceram. Não diziam que era um profeta como os antigos, senão um deles: Unus de prioribus. Pois assim como antigamente houve também profetas, não poderia também agora haver um? Cuidam que não. Por melhor milagre tinham ressuscitar um dos profetas passados, que nascer em seu tempo outro como eles. Tudo o moderno desprezam, só o antigo veneram e acreditam.
Não tinha S. Pedro bem acabado a confissão da sua fé quando o Senhor lha premiou com a certa esperança da maior dignidade. Ele disse a Cristo o que era, e Cristo disse-lhe a ele o que havia de ser. «E eu te digo, Pedro, que tu és Pedro, e sobre esta pedra hei-de fundar a minha Igreja». De tal maneira obra Deus com a sua e suma sabedoria, que parece se emenda com a experiência. Arruinou-se-lhe a primeiro edifício, porque o fundou em um homem de barro; para que lhe não arruíne o segundo, funda-o em um homem de pedra.
Primeiro lhe chamou homem de pedra e depois lhe entregou as chaves, porque as chaves do Reino só em homens de pedra estão seguras. Os homens de barro quebram, os de pau corrompem-se, os de vidro estalam, os de cera derretem-se; tão duro e tão constante há-de ser como uma pedra, quem houver de ter nas mãos as chaves do Reino.
Não sei o que mais devo venerar neles, se o que Cristo disse a S. Pedro, se o que S. Pedro disse a Cristo.
(Sermão de São Pedro, do Pe. António Vieira Pregado em Lisboa, em S. Julião, no ano de 1644, à venerável congregação dos sacerdotes).

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Mãos à obra

5ª Feira - XII Semana Tempo Comum
"Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade do Pai..."
O critério para entrar no Reino não está na boca, mas nas mãos;
não está nas palavras, mas nas obras;
não está na lingua, mas nas acções;
não está no dizer, mas no fazer;
não está no idioma, mas nas práctica.
Não é pela lingua, isto é, pelas palavras, mas também pela linguagem: não é por eu falar ou rezar em hebraico, grego, latim ou italiano que vou entrar no Reino.
A única linguagem universal é a das obras ou das acções, é o fazer a vontade de Deus.
Recordo um Padre italiano, meu colega de comunidade, que tinha sempre dois breviários: um em português para rezar com a comunidade e outro em italiano para rezar sozinho, pois dizia que era a língua que Deus mais apreciava ouvir rezar. E explicava: o Papa reza em Italiano, a maior parte dos cardeais, bispos etc rezam em italiano... Algum tempo depois o Papa passou a ser de origem polaca, mas a hábito de rezar em italiano continuou...
E não havia maneira de contrapor com nenhum argumento...
Dizíamos que o que interessava era rezar, e não a língua, o idioma ou a linguagem...
- Não, não. Em italiano é melhor...
- Olhe que no céu não há línguas nem idiomas...
- Mas estão lá registadas todas as orações que fizemos cá na terra... em italiano
- O que Deus aprecia não é a oração ou as palavras ou a língua original... mas algo mais universal: Deus aprecia sobretudo as acções, os sentimentos, as obras.

Então mãos à obra!

Chamar por Deus

Ano B - XIII Domingo Tempo Comum

Naquele tempo vinham ter com Jesus de toda a parte e abeiravam-se pessoalmente...
Em linguagem moderna, Deus prefere os encontros pessoais ao uso de telemóvel.
Que sucederia se Cristo instalasse uma central de telemóveis no céu?
Imagine-se alguém a rezar e ouvir a seguinte mensagem:
"Central Celeste, por favor marque uma das seguintes opções: para pedidos marque 1; para queixas marque 2, para outro assunto marque 3... "
Ou então: "Neste momento os nossos anjos estão ocupados. Por favor deixe a sua mensagem no serviço de espera. Se deseja falar com o Anjo Gabriel marque 5, com outro Anjo marque 6."
O pior seria: "A sua alma apresenta um saldo de tantos méritos. Deverá ser recarregada no próximo Domingo na missa das 09H00."
Por fim imaginemos outra resposta: "O número que marcou não está atribuído. Por favor, certifique-se da sua intenção ou então marque de novo sem distracções..."
Graças a Deus que nada disto acontece.
Podemos chamar a Deus quantas vezes quisermos que somos sempre atendidos. A Sua linha nunca está ocupada. Ainda bem que nos responde pessoalmente e nos conhece antes mesmo de nos apresentarmos. Deus não deixa recados no gravador mas estende-nos imediatamente a sua mão.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Nova Luz se levanta

24 de Junho
Nascimento de S. João Baptista

João Baptista não era a Luz, mas apontou para a LUZ.
Ele dizia: Convém que Ele cresça e que eu diminua…

É por isso normal que a claridade do dia comece a diminuir a partir do nascimento de João Baptista, pois os dias são cada vez mais pequenos.
É também normal que a claridade dos dias recomece a aumentar a partir do nascimento de Jesus, pois Ele veio revelar a todos a LUZ.
São João Baptista, em sintonia com a criação, aponta para o mais importante, aponta para Cristo.

terça-feira, 23 de junho de 2009

O Ritmo de Deus

23 de Junho
Vigília da Solenidade do Nascimento de São João Baptista

Conforme o trecho do Evangelho o enviado de Deus falou a Zacarias:
A tua prece foi atendida...

Zacarias, quando era novo tinha pedido que Deus lhe desse um descendente. A resposta veio quando ele era já de idade avançada.

As orações da minha juventude começam agora a ser atendidas e muitas vezes fico com pena não ter pedido mais nessa altura...
Agora que começo a ser velho, vejo que os meus sonhos de novo, as preces de juventude, os desejos de outrora começam a realizar-se hoje.

Deus responde sempre aos nossos pedidos... mas o tempo de Deus tem um ritmo diferente do nosso.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Tempestade e a Bonança

Ano B - XII Domingo Comum

Proposta de reflexão

1. Passemos à outra margem.
Jesus convida sempre para ir mais além, ir sempre em frente, alargar horizontes. Estar com Jesus é ter a garantia de que não ficaremos parados, a marcar passo no mesmo lugar. Só com Ele podemos avançar.

2. Levantou-se então uma grande tempestade.
A nossa vida é feita de obstáculos, de dificuldades, de tempestades. Um barco enfrenta tudo isto, seja ele barco novo ou experiente, moderno ou tradicional, bem dotado ou mal tratado. Não é por sermos bons que estaremos isentos de enfrentar as dificuldades. Passando por tempestades, ficaremos ainda mais resistentes…

3. Jesus, à popa, dormia.
Porque é que dormia? Para que os discípulos pudessem chamar por ele. Se estivesse acordado ninguém chamaria…
Jesus está sempre pronto, disponível, à espera que o chamem, que lhe peçam ajuda… acordemos então Jesus, ou melhor, não deixemos que ele fique a dormir porque precisamos dele.

História:
Uma criança estava sozinha no seu quarto. Precisava de uma caixa com brinquedos que se encontrava em cima do vestuário, lá bem alto.
Colocou perto uma cadeira e saltou para cima, mas ficou muito aquém de alcançar o que pretendia.
Empurrou uma mesa e colocou a cadeira em cima dela. Mesmo assim não conseguiu chegar aos brinquedos.
Estava quase a desanimar, mas pensou:
- Tenho de fazer tudo o que está ao meu alcance… Só falta um palmo para chegar até lá…
Pôs então um grosso dicionário sobre a cadeia, que estava sobre a mesa e empoleirou-se lá e… catrapus! Caiu em cheio em cima da cama.
A mãe ouviu o barulho e veio ver.
- Filho, o que se passa?
Ele contou tudo, concluindo:
- Estás a ver, mãe, eu fiz tudo o que estava ao meu alcance, fiz tudo o que podia ou o que era possível… mas não consegui…
- Não, filho. Tu não fizeste tudo o que podias.
– Como não?
- Filho, tu podias pedir ajuda a mim ou ao teu irmão mais velho e não fizeste. Não alcançaste o que querias porque não fizeste tudo o que estava ao teu alcance.
NÃO PEDISTE AJUDA A NINGUÉM,
portanto não fizeste tudo o que devias, querias ou podias...

sábado, 20 de junho de 2009

Coração a Coração

CORAÇÃO DE JESUS
CORAÇÃO DE MARIA


- Não cabe dentro do peito
pois é tão grande
e tem tanto amor.

- Fora do peito
para poder ser coroado de espinhos.

- Arrancado para fora
para ser partilhado por todos.

- À vista de todos, transparente,
sem nada a esconder.

- À frente da própria pessoa,
no primeiro plano,
como o mais importante.

- Coração de Maria, à imagem do
Coração de Jesus.
Tal Filho, tal mãe.

Brigar com Deus

Ano B - XII Domingo Comum

No Evangelho de hoje alguém briga com Jesus porque ele dorme enquanto o barco se debate com ondas encapeladas.
No mar da nossa vida quantas vezes perguntamos mas afinal onde é que Deus está?

O Pe. Zezinho tem um texto no qual nos podemos rever:
"Depois daquela morte repentina,
depois que dos meus olhos Deus levou a luz do sol,
depois daquela perda sem aviso e sem sentido,
admito que duvidei de Deus.
Briguei com Deus porque não respondeu
quando lhe perguntei porquê.
Ele, que tudo sabe, tudo pode, tudo vê,
parece que não viu, nem me escutou.
Doeu demais e, quando dói do jeito que doeu,
a gente chora, grita e desafia o Criador.
Admito que me revoltei.
Onde é que estava Deus com o seu imenso amor?
Se Deus é amoroso, então por que deixou?
Por que tinha de ser do jeito como foi?
Briguei com Deus e se briguei foi por saber que Deus ouvia...
Admito que voltei para Deus e voltei porque não me calei..."

Se alguém hoje briga com Deus é porque sabe que Ele está próximo.

Depois de ser interpelado, Jesus, apenas com duas palavras, acalma a tempestade, isto é, Jesus faz muita coisa com poucas palavras (multa paucis) enquanto quem discute faz pouca coisa com muitas palavras (pauca multis).

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Deus tem Coração

Solenidade do Coração de Jesus

DEUS TEM CORAÇÃO

PORQUE DEUS É AMOR

- Porque Deus é amor
a caridade não deve ter fronteiras,
pois a grandeza de Deus é infinita.

- Porque Deus é amor
ao fazer-Se Homem
concentra todo o Seu amor num coração humano.

- Porque Deus é amor
nada tem poder sobre o amor,
mas o amor tem-no sobre todas as coisas.

- Porque Deus é amor
o amor é algo divino,
não pode ser desbaratado.

- Porque Deus é amor
não basta fazer bem aquilo que fazemos
é preciso fazê-lo com amor.

- Porque Deus é amor
quem ama
faz experiência de Deus.

- Porque Deus é amor
Ele ama porque existe
e existe porque ama.

Deus é amor porque é o único que pode amar eternamente.

Poucas Palavras

5ª Feira - XI Semana Tempo Comum
"Quando orardes não digais muitas palavras..."
Quando orardes, quando pregardes, quando falardes, quando...
não sejais
como a Espada de D. Afonso Henriques.
Segundo a tradição a Espada do primeiro rei português era:
Comprida
Pesada
e nada Prática.
Nas nossas orações, nas nossas pregações, nos nossos sermões,
sejamos curtos, leves e práticos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Um coração para amar

"Eis um coração para amar..."

UM CORAÇÃO PARA AMAR

1 = Eu tenho um coração para amar
2 = Eu tenho de amar um coração
3 = Eu tenho um coração para ser amado


1- Eu tenho um coração para amar
Assim como os pés foram feitos para andar
os olhos foram feitos para ver
os ouvidos foram feitos para ouvir
o nariz foi feito para cheirar
o cérebro foi feito para pensar
assim o coração foi feito para amar.

Por isso é mais fácil amar do que odiar
custa menos amar do que desprezar
é mais natural amar do que brigar

Eu tenho coração
o coração foi feito para amar
por isso eu tenho de amar.


2 - Eu tenho de amar um coração

- Um coração grande na vida
que escolheu aquilo que eleva
e libertou-se daquilo que rebaixa
- Um coração grande no trabalho
que não o fez como imposição
mas como uma missão
- Um coração grande no sofrimento
que partilhou a cruz para dividi-la
e partilhou a alegria para multiplicá-la
- Um coração grande para com os outros
compreensivo com as suas fraquezas
generoso nos seus elogios
- Um coração que foi humanamente divino
e divinamente humano
- Um coração que amou assim
deve ser amado na mesma medida
- Este coração tem um nome = Jesus Cristo


3- Eu tenho um coração para ser amado

- Há Alguém que me ama
mesmo quando eu não mereço
- Há Alguém que me ama
e quer que o meu coração esteja no seu coração
- Há Alguém que me ama
e quer que o seu coração palpite no meu coração
- Há Alguém que me ama:
Esse Alguém é Deus
porque Deus é Amor


Conclusão ou compromisso
Um coração para amar:
= Ser amigo de Deus = Falar com Ele
= Ser amigo como Deus = Fazer o que Ele fez
= Deixar que Deus seja meu amigo = Recebê-lo na Comunhão

sábado, 13 de junho de 2009

Santo António

13 de Junho
As imagens e os símbolos de Santo António
A representação iconográfica de Santo António está ligada a um conjunto de símbolos:
A juventude, o burel, o livro, o Menino Jesus, o lírio, o pão.
Todos eles exprimem ou uma característica da sua personalidade (função de recordação), ou os dons e as qualidades que lhe são reconhecidas pela evocação popular (função simbólica).
Assim podemos contemplar a figura de um Frade Jovem com o Menino Jesus ao colo e um lírio na mão.
- A juventude apresenta a personagem ideal, pura, bondosa, atraente, de um santo jovem e amigo da juventude: os santos nunca envelhecem.
- O burel franciscano, castanho ou preto, recorda a pertença do Santo à Ordem Franciscana. Os santos são sempre gente simples e humildes, como os frades menores.
- O Menino Jesus evoca a visão que teve em Camposampiero e exprime a sua dedicação à humanidade de Cristo e à sua intimidade com Deus. Os santos até brincam com Deus.
- O lírio recorda a sua pureza. Só os puros de coração verão a Deus.
- O pão lembra a sua caridade para com os pobres... pão dos pobres de Santo António, ou um tostão por amor de santo António...
- O livro, ou a Palavra de Deus, símbolo da ciência, do estudo, da sua doutrina, da sua pregação. Não só de pão vive o homem...

Falar em Parábolas

Ano B - XI Domingo Comum

SÓ FALAVA POR MEIO DE PARÁBOLAS

- Porque a Palavra nasce da vida
para que a vida nasça da Palavra.

- Porque a Revelação é progressiva:
não se pode comer tudo já mastigado.

- Porque Ele não impõe, só propõe:
falando de maneira indirecta
é quem ouve que se impõe a si mesmo.

- Porque a escuta não pode ser passiva:
é preciso tirar as conclusões e as aplicações.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Aprendei de Mim

Aprendei de mim
que sou manso
e humilde de coração



1. O que é aprender?
- É unir
- Descobrir
- Experimentar
- Seguir
- Viver

2. Aprender a quê?
- A Fazer milagres? Não!
- A falar como Ele? Não!
- A curar doentes? Não!
- A andar sobre o mar? Não!
- A morrer na cruz? Não!

- Aprender a ser manso = a ser bondoso.
- Aprender a ser humilde = a ser acessível.
- Aprender a ser coração = a ser amigo.

3. Aprender como?
- Dialogando = falando com Ele
= Ouvindo-O.

- Agindo = Fazendo o que Ele fazia
= Sentindo o que Ele sentia.

4. Aprender para quê?
- Para ter um coração igual ao dele!

- Jesus, manso e humilde de coração,
- Fazei o meu coração igual ao vosso!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Vivat Cor Jesu

Génese de uma saudação

“Vivat Cor Jesu - per Cor Mariae!” (Viva o Coração de Jesus - pelo Coração de Maria!) não foi a primeira saudação em uso na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus.
A primeira saudação, em vigor em 1881 parece ter sido: “Cor Jesu suavissimum amor noster!” (Coração de Jesus nosso amor suavíssimo!) como podemos ler nas cartas do Pe. París ao seu amigo Pe. Falleur e também nas cartas do Pe. Philippot.
Houve no entanto outras saudações. O Pe. Falleur escrevendo ao Pe. Captier: Cor Jesu Mysticum! (Coração Místico de Jesus!)
O Pe. Patrício Boulanger escreve: Vivat Cor Jesu! E ainda: Vivat Cor Jesu in corde nostro unice! (Viva o Coração de Jesus unido ao nosso coração!)
Esta última saudação também foi usada em 1883 pelo Pe. Jacob Herr ao escrever ao Pe. Falleur, e a mesma expressão na carta do Pe. Pedro Bertrand ao Pe. Falleur.
Em 1884 o Pe. Lamour escreve carta em que inicia com esta invocação: Vivat Cor Jesu mysticum per Cor Mariae! (Viva o Coração místico de Jesus pelo Coração de Maria!)
Pouco tempo depois aparece no mesmo remetente: Vivat Cor Jesu per Cor Mariae dolorissimum et Joseph! (Viva o Coração de Jesus pelo Coração doloríssimo de Maria e de José!)
Depois aparece: Vivat Cor Jesu per Cor Marie et Joseph.
A primeira vez que aparece a expressão simples, foi numa carta do Pe. París ao Pe. Falleur com data de 1884: Vivat Cor Jesu per Cor Mariae!
Conclusão: Em 1884 os nossos padres chegaram, através de várias ponderações, à actual fórmula oficial.
Em Junho do mesmo ano o Pe. Lamour explica:
O Coração de Jesus quer viver em nós, e é isto que pedimos a cada instante a fim de corresponder ao seu desejo. VIVAT COR JESU! É a vida de caridade.
Mas para reconhecer que ele tirou o seu Coração de sua Mãe, e que é por sua Mãe que ele quer comunicá-lo, nós ajuntamos PER COR MARIAE. Quer dizer que Maria é o modelo vivo e divino: forma Dei, no qual é preciso lançar tudo: pensamentos, palavras, actos, potências e faculdades do nosso ser a fim de que ela una tudo ao Coração do seu Filho que é a fonte da vida, como o Coração de Maria é o poço, o canal, o mediador e o órgão. (AD. B 19/4-7)

Nos escritos do Pe. Dehon

Nos anos de 1880-1882 Pe. Dehon termina muitas vezes as cartas com – Tout vôtre (e às vezes acrescenta dévoué, in Corde Jesu. (Todo vosso devotado no Coração de Jesus)
Vivat Cor Jesu (sem o per Cor Mariae) encontra-se pela primeira vez como conclusão da carta sem data do Pe. Dehon à Ir. Maria do Coração de Jesus (Chère Mère), a 14 ou 15 de Dezembro de 1882.
A Chère Mère ao escrever, nesse mesmo ano ao Pe. Dehon, também saúda com a expressão – Vivat, vivat Cor Jesu, e uma vez até – Vivat, vivat Cor Jesu in corde nostro unice.
O Pe. Dehon, depois escreve algumas vezes, 1883 e 1884 – Vivat Cor Jesu!
A partir de 1884, depois do Consummatum est, o Pe. Dehon usa várias invocações e sempre no fim das cartas como despedida espiritual:
Vivat Cor Jesu mysticum per Cor Mariae dolorissimum!
Vivat Cor Jesu, vinculum unitatis!
Vivat Cor Jesu in corde nostro!
Benedicat vos Cord Jesu!
Que le Coeur de Jesus vous dénisse!
Vivat, vivat semper Cor Jesu!
Vivat Cor Jesu in corde nostro unice!
Je vous bénis in Corde Jesu!

Nos anos de 1885-1886 o mote Vivat Cor Jesu per Cor Mariae superou todas as demais invocações até então usadas e deve ter-se tornado comum para todos os padres.
Nas Notes Quotidiennes, conclui as notas dos dias 12 e 16 de Fevereiro de 1886 com Vivat Cor Jesu per Cor Mariae.

A 24 de Dezembro de 1886 D. Thibaudier, na sua qualidade de Bispo de Soissons e de Superior da Congregação, anuindo ao pedido do Pe. Dehon, aprova o mote Vivat Cor Jesu per Cor Mariae e estendo-o a todo o Instituto como invocação própria. (AD B 21/3)

Conferir: P. A. Vassena, Breve hostória do Vivat Cor Jesu per Cor Mariae e da sigla SCJ, in Dehoniana, Ano VIII – nº 42, Janeiro 1979, Pag 20-24

Anjo da Guarda

10 de Junho
Santo Anjo da Guarda de Portugal, no dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
"Vou enviar um anjo à tua frente, para que te proteja no caminho e te conduza ..." (Ex 23, 20-21)
Se os Anjos vão à frente, quem vai à frente é um anjo - anticipemo-nos e sejamos anjos no caminho dos nossos irmãos.
Se os Anjos são os que protegem e conduzem, quem conduz e protege é um anjo - valorizemos os nossos irmãos que nos protegem e nos orientam, porque são para nós autênticos anjos.
Se os Anjos são Mensageiros, os portadores de boas novas são anjos - sejamos anunciadores de paz, de harmonia e do amor - sejamos anjos do Senhor, mensageiros de Deus.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Portugal e o Coração de Jesus

Texto do Padre Dehon
“Portugal teve, tal como nós, as suas lutas e os seus erros religiosos. Como na França e na Áustria, foi o Estado que em Portugal criou entraves à acção da Igreja. Mas nós acreditamos que a nação portuguesa retomará toda a sua vitalidade religiosa, porque ela é, mais que qualquer outra, a nação do Coração de Jesus. Pode dizer-se que ela ostenta, desde a Idade Média, o Coração de Jesus nas suas armas, pois tem por emblema sobre o seu brasão as cinco chagas de Cristo. Em 1790, celebrou-se em Lisboa a dedicação da basílica real do Coração de Jesus, construída a expensas da Rainha D. Maria. Todos os anos o dia da festa do Coração de Jesus é feriado em Portugal; e desde 1878, esta festa é aí celebrada com rito duplo de Primeira Classe. Na basílica real, o ofício é celebrado com pontifical. O rei, a corte e o governo assistem à festa com os dignitários da Ordem de Cristo em traje de gala. Ao Ofertório, há um acto solene de homenagem do rei e da nação ao Coração de Jesus. O Capelão-Mor do rei, escoltado por oficiais da corte e por um piquete da guarda real, avança e oferece ao celebrante algumas moedas de ouro em sinal de submissão do rei ao Coração de Jesus.A basílica do Coração de Jesus de Lisboa é de uma grande riqueza. É uma pequena São Pedro, uma igreja com cúpula. O arquitecto imitou a bela igreja do grande mosteiro de Mafra, construído em 1717 no reinado de D. João V, a 40 quilómetros de Lisboa. A basílica ergue-se no belo passeio público da Estrela e perto do passeio dos Ingleses. É um dos belos monumentos da cidade, e os estrangeiros têm o costume de subir até à cúpula para desfrutar do panorama de Lisboa.
A festa da dedicação da igreja nacional do Coração de Jesus é celebrada em todo o reino e suas colónias todos os anos a 15 de Novembro. É preciso que nós venhamos a ter o mesmo culto social ao Coração de Jesus” (L. Dehon, Chroniques du “Règne”, in Oeuvres Sociales, V Volume, Março 1899, Pag. 283).
Comentário
De notar que esta crónica, com o título de “Portugal e o Coração de Jesus” foi escrita e publicada um ano antes de o Pe. Dehon conhecer Portugal. Precisamente um ano depois (Março de 1900) é que visita Portugal pela primeira vez. A 26 de Março chega de comboio a Lisboa. Da visita à capital deixa poucas anotações sobre a Basílica da Estrela, comparando com o que já tinha escrito anteriormente: “A bela igreja da Estrela é dedicada ao Coração de Jesus. É uma igreja com cúpula, uma pequena S. Pedro. Ela foi construída de 1779 a 1796. O interior está ricamente ornamentado. A rainha D. Maria I contribuiu largamente para a edificação desta igreja votiva ao Coração de Jesus. Ela própria está representada no quadro que ornamenta o altar-mor. As cinco partes do mundo encontram-se lá em adoração diante de Cristo; é a rainha D. Maria quem representa a Europa” (L. Dehon, Au dela des Pyrénées, H. & L. Casterman, Éditeur Pontificaux, Paris, Rue Bonaparte, 66, Tournai, Belgique, p. 212). Para além de Lisboa e Almada, o Pe. Dehon visita Sintra, Alcobaça e Batalha. Chega a Coimbra no 1º de Abril, seguindo depois para o Porto. Deixa Portugal a caminho de Badajoz de comboio no dia 3 de Abril.
Também na sua viagem à América Latina, tanto na ida como no regresso passa por Lisboa, respectivamente a 3 de Setembro de 1906 e a 9 de Janeiro de 1907, visitando apenas a baixa da cidade e sem referir a basílica dedicada ao Coração de Jesus (cf. L. Dehon, Mille lieues dans l’Amérique du Sud: Brésil, Uruguay, Argentine, Paris, 1909).
Quanto à crónica publicada convém realçar três aspectos:
- O epíteto – “Nação do Coração de Jesus”, porque desde há muito tem no seu brasão as cinco chagas de Cristo; porque tem uma basílica real dedicada ao Coração de Jesus; porque o dia do Coração de Jesus é feriado; porque o rei mostra solenemente submissão ao Coração de Jesus.
- O exemplo a seguir – O culto social do Coração de Jesus. A crónica faz jus à revista em que é publicada e ao seu projecto: O Reino do Coração de Jesus nas Almas e nas Sociedades. O Culto ao Coração de Jesus não é apenas uma simples devoção, mas uma verdadeira renovação de toda a vida cristã.
- A esperança – Apesar de Portugal viver, no final do século, um período de entraves à acção da Igreja, há que acreditar na sua capacidade de retomar a vitalidade religiosa. Mostremos a bandeira do Coração de Jesus e a simplicidade da nossa fé reacenderá os fracos.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Deus não é Solidão

Ano B - Santíssima Trindade

Nas aulas de Educação Moral e Religiosa, quando eu perguntava que nome davam a Deus os muçulmanos ou os Hebreus, os alunos, em geral, respondiam correctamente Alá e Javé. Mas sempre hesitavam ao apresentar o nome pelo qual nós católicos chamamos a Deus. Só quando eu fazia o sinal da cruz sobre mim mesmo é que se lembravam que do nome de Pai, Filho e Espírito Santo. Acho isto interessante porque afinal Deus é relação. Mais do que por definições, é pelos gestos e atitudes que percebemos quem é Deus.
A solenidade da Santíssima Trindade recorda-nos que Deus não é um ser solitário, perdido nos espaços infinitos. É um Deus comunitário, uma família divina, uma comunidade de vida e de amor. Deus é comunicação.
Uma vez perguntei:
- Quem quer dizer como se chama Deus?
Um aluno respondeu de imediato:
- Deus chama-se rezando.
Gostei da resposta que foi mais profunda do que esperava. Não referia o nome de Deus, como eu pretendia, mas a maneira de entrar em relação com Ele.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A Cruz do Coração





Um Coração na Cruz
Uma Cruz no Coração


Numa longa noite de sofrimento, o Pe. Dehon sonhou que estava abraçado a uma cruz. Era uma cruz do seu tamanho, feita à sua medida. O seu rosto encostado ao madeiro, o peito bem apertado no centro da cruz. Abraçava-a com todas as suas forças, a ponto de sentir o coração despedaçar-se. Passado algum tempo, deixou-se cair, exausto. Mas a cruz permanecia direita, sem tombar.
O Pe. Dehon levantou os olhos para essa cruz. Ela estava diferente, tinha outra apresentação: via-se perfeitamente recortado no seu centro o perfil de um coração. Que teria acontecido? Inquieto, orientou o olhar para o seu peito. Também este estava diferente: tinha as marcas de uma cruz.
Ao acordar, o Pe. Dehon ainda se lembrava da sua visão:
“Um Coração na Cruz e uma Cruz no Coração”.
Pouco a pouco foi compreendendo que aquele sonho era o prenúncio de um compromisso, como mais tarde escreveu no seu Directório Espiritual:
“Carregar a cruz exteriormente e por necessidade não basta. É preciso abraçar a cruz com amor, levá-la com coragem e alegria, desejá-la com ardor como o tesouro maior e mais seguro... “
Aquela cruz que ele abraçava era realmente a sua própria cruz. Mas aquele coração, nela recortado, de quem seria? O seu ou o de Cristo? De certeza absoluta que era o Coração de Cristo que estava bem no centro da sua vida. Era Cristo, Coração do Homem, Coração do Mundo. Era um coração desenhado no vazio, quase a querer moldar o coração do homem.
E no seu peito, aquela cruz de quem seria? Era a cruz de Cristo, a quem muito amava. Era uma cruz cravada no coração do homem, como sinal indelével do amor de Deus.
Hoje, os seus herdeiros, os Sacerdotes do Coração de Jesus, têm como símbolo informal da Vida Dehoniana: uma cruz com um coração recortado. É uma espécie de molde ou forma para que cada um possa configurar o seu coração naquela medida, como também um espaço aberto para que o Coração de Cristo possa ser integrado na vida de cada um.
Ao contemplar a cruz dehoniana, saibamos ver o Coração de Jesus e chegar até ao Jesus do Coração.


terça-feira, 2 de junho de 2009

maravilhar-se

3ª Feira - IX Semana Comum

No Evangelho de hoje o povo maravilhou-se com a resposta de Jesus às provocações dos fariseus.
Todos ficaram admirados, isto é, de boca aberta, sem conseguir dizer palavra.
De facto, perante Deus, a nossa atitude deve ser:
Boca aberta - silêncio
Olhos fechados - sentindo-O nteriormente
Joelhos dobrados - em oração humilde.
É assim que mostramos a nossa admiração ou nos maravilhamos perante Deus...