segunda-feira, 29 de abril de 2024

Uma Doutora Analfabeta


Festa de Santa Caterina de Sena

Santa Catarina de Sena:

Jovem, mulher, pobre, leiga, analfabeta, tornou-se santa, conselheira de Papas, escritora, doutora da Igreja, Padroeira da Europa..

Poder, sabedoria, inspiração, talento e santidade não lhe faltaram.

Além disso viveu numa época conturbada da Igreja e do mundo, como ela própria reconhecia: “a corte do Santo Padre tão depressa parece um ninho de anjos como um ninho de víboras.”

O mais importante não é o que temos, mas o que somos, não é o que sabemos, mas o que fazemos, não é o que queremos fazer, mas o que Deus faz através de nós.

 

Biografia de Santa Catarina de Siena, segundo a Ordem dos Dominicanos

Embora seja sempre representada vestida de freira, é preciso lembrar que era leiga, consagrada terciária dominicana, mas secular; que sempre viveu em casa, dedicado ao serviço dos pobres e dos doentes, ao apostolado, à missão de reconciliar famílias e cidades em guerra, e ao esforço para fazer com que o Papa regressasse de Avinhão para Roma.

 

Nascimento, infância e crescimento na fé

Ele nasceu em março de 1347 em Siena (Itália). Ela era a vigésima quarta filha de seus pais, Jacobo Benincasa e Lapa Piacenti. Ela era uma menina feliz e contava com o carinho da família e dos amigos. Desde os 6 anos quis consagrar-se completamente ao Senhor depois de uma experiência significativa, uma visão de Jesus Cristo, que a levou a fazer o voto de virgindade.

Após a morte de sua irmã em 1362, ela decidiu não se casar e levou uma vida de oração e sacrifício, resistindo às tentativas de sua família de casar-se com ela. Aos 15 anos, Catarina ingressou no Mantellate para ser leiga dominicana, conhecida como “Irmãs da Penitência de São Domingos”, onde estreitou a sua relação com Jesus Cristo.

Ao longo de sua vida enfrentou difamações e calúnias, mas tornou-se conselheira de pessoas de todas as classes sociais e criou sua família espiritual. Aos 20 anos teve uma experiência mística de casamento com Jesus Cristo, que confirmou a sua fidelidade. Três anos depois, ela experimentou uma espécie de morte mística que a levou a um amor renovado por Deus e pela Igreja. Desde então, sua intensa vida de oração foi combinada com a atenção aos pobres e doentes.

 

O que caracterizou a sua vida adulta?

Reconhecida como professora espiritual, um grupo de discípulos formou-se em torno de Catarina. A partir de 1372 foi mediadora de conflitos civis e eclesiásticos na península italiana. Uma extensa produção epistolar começou. A fama de Catarina cresceu e em 1374 ela foi convocada para o Capítulo Geral da Ordem dos Pregadores em Florença e designada ao Irmão Raimundo de Cápua como seu companheiro espiritual. Retornou a Siena e se dedicou a cuidar dos enfermos durante a Peste Negra.

Ela foi uma embaixadora da paz, mediadora entre as cidades italianas e o Papa

Até à sua morte, foi embaixadora da paz, mediadora entre as cidades italianas e o Papa, e intercedendo para que este regressasse a Roma. Diante do crescente conflito entre o Papa e as cidades italianas, Catarina mergulhou na política. Ele viajou para Avinhão e instou Gregório IX a retornar a Roma. Graças ao seu trabalho, o Papa regressou em janeiro de 1377.

A influência política e religiosa de Catarina cresceu significativamente. Ele professou um profundo amor pela Igreja. Ela se sentiu chamada por Deus para denunciar a corrupção e promover uma vida apostólica e evangélica. Ele sofreu ao ver a consumação do Cisma Ocidental após a morte de Gregório IX em 1378.

Apesar de sua formação intelectual limitada, ele mergulhou nas profundezas do misticismo cristão. Ela era uma pregadora apaixonada da cruz. O seu livro Diálogo reflete a sua espiritualidade. Catarina de Sena foi uma figura de destaque na vida espiritual e política do seu tempo, conhecida pelo seu fervor religioso e pelo seu compromisso com a paz e a justiça. Ele morreu em 29 de abril de 1380.

 

O que nos diz hoje Santa Catarina de Sena?

Catarina recorda-nos que a vida política não deve ser divorciada da fé. Respeitando a justa separação entre civis e religiosos, os cristãos leigos são chamados a participar no desenvolvimento histórico da sociedade sem renunciar ao seu estatuto de crentes e seguidores de Jesus.

A exemplaridade de Catarina de Sena defende um maior reconhecimento e participação das mulheres na Igreja e na sociedade, destacando a importância dos valores femininos para enfrentar os desafios contemporâneos com compaixão e ternura.

A autenticidade da sua espiritualidade cristaliza-se num compromisso que nasce de uma fé vivida plenamente. Ela parte de uma experiência profunda de Deus, que avalia em sua cela interior, e que a orienta para a missão na sociedade de seu tempo. Santa Catarina de Sena foi uma referência indiscutível para os seus contemporâneos e continuou a sê-lo ao longo dos séculos para a Família Dominicana como encarnação feminina do seu projeto evangélico.

Ela foi canonizada em 29 de junho de 1461 pelo Papa Pio II. Paulo VI nomeou-a doutora da Igreja em 1970, juntamente com Teresa de Jesus. São João Paulo II declarou-a padroeira da Europa em 1999 e já havia sido declarada copadroeira da Itália e de Roma.

(cf. página dos Dominicanos AQUI)

 

Ver também:

Lição de Catarina de Sena

 

domingo, 28 de abril de 2024

A Parábola da Videira


Ano B – V Domingo da Páscoa

A videira é o nosso símbolo, porque o povo de Deus eleva-se acima da terra enraizado na cepa da vinha eterna.

Fruto de um solo ingrato, a videira pode desenvolver-se e florescer, ou revestir-se de verdura, ou assemelhar-se ao jugo amável da cruz, quando cresce e os seus braços estendidos são os sarmentos de uma videira fecunda.

É, pois, com razão que chamamos vinha ao povo de Cristo, quer porque ele traça na testa o sinal da cruz (cf Ez 9,4), quer porque os frutos da videira são recolhidos na última estação do ano, quer porque, tal como acontece aos ramos da videira, pobres e ricos, humildes e poderosos, servos e senhores, todos são, na Igreja, de uma igualdade completa.

Quando é ligada, a vinha endireita-se; se é podada, não é para a diminuir, mas para fazê-la crescer. E o mesmo se passa com o povo santo: quando é preso, liberta-se; quando é humilhado, eleva-se; quando é cortado, é uma coroa que lhe é dada. Melhor ainda: tal como o rebento que é retirado de uma árvore velha e enxertado noutra raiz, assim também este povo santo se desenvolve quando é alimentado na árvore da cruz. E o Espírito Santo, como que expandindo-Se nos sulcos de um terreno, derrama-Se sobre o nosso corpo, lavando tudo o que é imundo e limpando-nos os membros, para os dirigir para o Céu.

O Vinhateiro tem por costume mondar esta vinha, ligá-la e apará-la (cf Jo 15,2). Ora inunda de sol os segredos do nosso corpo, ora os rega com a chuva. Ele gosta de mondar o terreno, para que os espinheiros não perturbem os rebentos; e vela para que as folhas não façam demasiada sombra, privando de luz as virtudes e impedindo os frutos de amadurecer.

Deus é o agricultor ou o vinhateiro. Jesus é a videira da qual todos nós somos os sarmentos para produzirmos muito fruto que é a alegria do vinho da nossa e eterna aliança. (Cf. Santo Ambrósio, 340-397, bispo de Milão, doutor da Igreja).

Jesus é a videira, transplantada do Céu para a Terra

Deus Pai é o Agricultor

Os discípulos são os ramos.

Deus espera que cada um de nós dê bom fruto.

Visto que o fruto da videira é a uva, é o vinho, é a alegria.

Saibamos dar bom fruto, muita alegria…

Ver também:

Qual o fruto esperado

Permanecer é amar

Permanecer

Manter-se conectado

Salteadores da Arca Perdida

 

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Seguidores de o Caminho


6ª feira – IV semana da Páscoa

No início da era cristã, os discípulos de Jesus eram chamados de seguidores do caminho. Que caminho é esse? Jesus caminho verdade e vida.

O caminho era Jesus, Jesus era o caminho.

Seguir Jesus era seguir o caminho, seguir o caminho era seguir Jesus.

Hoje talvez estamos mais preocupados em seguir o caminho do que seguir Jesus.

Que o caminho de Jesus seja o nosso caminho para que o nosso caminho seja o seu caminho.

De facto, ser crente, ser religioso ou ter uma religião é seguir um caminho que liga o homem a Deus, a terra ao Céu = Religião, voltar a ligar, a unir. 


Citação:

Quantos são os caminhos para se chegar a Deus?

Respondeu Bento XVI:

São tantos quantos são os homens.


Ver também:

Tudo está preparado

Passar, chegar, ficar

Via, vita, veritas

 

quinta-feira, 25 de abril de 2024

A humildade e a força


Festa de São Marcos Evangelista

Na primeira leitura São Pedro fala da humildade dos discípulos de Cristo.

Ela será a base da construção firme da fé de cada um.

 

No Evangelho Jesus envia os seus discípulos a todo o mundo e ao mundo todo. Não lhes faltará a força e a coragem para esse empreendimento.

 

A humildade não dispensa a força

Nem a força dispensa a humildade.

Quanto mais humildes, mais corajosos e fortes.

Quanto mais fortes e corajosos, mais humildes.


Na nossa vida de todos os dias não nos faltam oportunidades para vivermos esta dupla realidade de humildade e de coragem ou de força.

 

Na festa do Evangelista São Marcos, podemos contemplar a figura do seu evangelho que é o leão, pois a sua humildade foi a sua força.

 

Para rir ou levar a sério

Antes de começar o sermão, o pregador pergunta à assembleia:

- Quem se deu ao trabalho de ler o evangelho de São Marcos, capítulo 17, por favor, levante a mão!

Metade dos ouvintes ergue o braço. Então o pregador anuncia:

- No sermão desta manhã, vamos analisar exatamente isso: O que leva uma pessoa a mentir? como metade da assembleia acaba de fazer aqui, uma vez que o livro de Marcos só tem dezasseis capítulos.

 

Ver também:

Evangelho segundo Marcos

Marcos o evangelista

Evangelista do ano

Sair para anunciar

 

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Eis a luz de Cristo


4ª feira – IV semana da Páscoa

Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em Mim não fique nas trevas.

Conta-se que certo protestante inglês entrou com a sua filhinha de 5 anos numa igreja católica de Londres. Ao ver uma luzinha acesa diante do sacrário, a menina perguntou:

- Papá, por que está acesa aquela lâmpada?

Ao que o pai respondeu:

- Porque ali, atrás daquela portinha dourada, mora Jesus!

- Então, ela contestou:

- Papá, eu quero ver Jesus!

- Não se pode, filha, porque a portinha está fechada – respondeu o pai solícito.

De seguida, saíram da igreja e mais adiante entraram num oratório protestante. Chegado ali, logo a criança disse:

- Papá, aqui não tem aquela luzinha acesa por quê?

Meio desconcertante, o pai não soube responder.

De facto, ali não havia nem luzinha, nem sacrário. (Cf. Frei João Costa, OCD, “Ai, se essa luz pequenina se apaga!” in Boletim de Espiritualidade, outubro 2022).

 

Aquela luzinha atrai, captura o olhar e a atenção. Quando tu entras, aquela luzinha chama e prende. Fala contigo e convida-te a aproximares-te, a esqueceres-te e a queimares-te. Seduz e encandila as borboletas, queima e abrasa-lhes as asas até elas caírem exaustas e mortas de amor!

Aquela luzinha nunca desarma, e diz:

- Vem, vem para aqui aproxima-te! Prende-te! Prende-te aqui. Fica aqui. Fiquemos juntinhos! Vá, fiquemos juntinhos aqui, sim!

Aquela luzinha é um sinalzinho que até podes não ver, não querer ver, ou nada perceber. Aliás, desde um qualquer lugar do templo, pesada, podes baixar a cabeça. Colocá-la entre as mãos. Segurá-la em desespero. Ou deixá-la repousar. Ou podes adormecer. Mas a luzinha fica ali. Tremeluzindo ali. Interpelando-te dali. Sem gritar. Sem forçar. Dizendo-te apenas:

- Olá! Estou aqui, vês-me? Olha! Olha, que Ele está aqui! Comigo, contigo, Ele está aqui! Serena e acalma-te, que Ele está aqui!

E mais nada.

Ai, que se a luzinha se apaga, a noite cai!

 

À margem 1

Se deres as costas à luz, nada mais verás além do que tua própria sombra.

 

À margem 2

Trevas são ignorância – Luz é sabedoria

Trevas são ódio – Luz é amor

Trevas são desilusão – Luz é esperança

Trevas são tristeza – Luz é alegria

Trevas são solidão – Luz é companhia

Trevas são morte – Luz é vida eterna

Trevas são perdição – Luz é salvação

 

Ver também:

Onde houver trevas

Fazer caixinha

Salvar sim, condenar não

Vida, glória e felicidade

 

terça-feira, 23 de abril de 2024

Jesus passeava no templo


3ª feira – IV semana da Páscoa

Jesus passeava no templo, sob o pórtico de Salomão. É tal como no Génesis 3, 8, quando Adão e Eva ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, e esconderam-se da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.

- Porque Deus gosta de passear, pois nunca está parado nem quer ficar escondido.

- Porque Deus gosta da natureza, da obra saída das suas mãos. A criação é um templo divino.

- Porque Deus gosta de ir ao encontro das pessoas, pois não quer que ninguém esteja só.

- Porque Deus gosta da calma, da brisa da tarde, pois ele é a própria paz. Depois da agitação do dia é preciso saborear a calma da tarde.

- Porque tal como o homem passeia na morada feita por Deus (criação), assim o próprio Deus quer andar na morada erguida pelos homens.

 

Jesus ensina-nos a passear:

- Passear é caminhar com gosto, por prazer.

- Passear é não ficar preso a um lugar, não ter ideias fixas, é sair de si mesmo

- Passear é conhecer o mundo através dos pés, é avançar no conhecimento, é ler o livro da criação, é descobrir novas coisas ou novas paisagens.

- Passear é fazer uma experiência de liberdade e não de obrigação.

- Passear é deixar rasto do seu viver, da sua ação, do perfume da sua presença, da sua alegria e paz.

 

Ver também:

Escutar, conhecer, seguir

Era inverno

Os cristãos de nome

O nome de cristãos

 

segunda-feira, 22 de abril de 2024

O 1º apóstolo dos gentios


2ª feira – IV semana da Páscoa

As leituras de hoje são um convite à universalidade da nossa fé e ao compromisso de acolher todos os nossos irmãos, independentemente da sua caminhada.

 

- São Pedro é censurado por acolher os ímpios, isto é, discípulos não judeus. Ele justifica-se que é da vontade de Deus que todos sejam acolhidos e a fé em Cristo seja inclusiva e não discriminatória. E dá o exemplo de batizar uma família pagã e testemunhar as maravilhas que Deus opera através dela. Ele dizia: Se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós, por terem acreditado no Senhor Jesus Cristo, quem sou eu para poder opor-me a Deus?

Em geral atribuímos a São Paulo o título de Apóstolo dos Gentios. Mas com toda a propriedade São Pedro foi o primeiro apóstolo dos gentios. E não podia ser diferente, pois Pedro foi constituído primeiro apóstolo para todos, sinal da unidade e da universalidade.

- No trecho do Evangelho Jesus lembra-nos que quer conduzir todas as ovelhas num só rebanho. Ele faz-se tudo para todos – pastor, porta, cordeiro, sacerdote, altar…

 

Ver também:

Toda a vida fui pastor

Homem novo

Pastor, porta e cordeiro

 

domingo, 21 de abril de 2024

Ego sum Pastor Bonus


Ano B – IV domingo da Páscoa

 

No Evangelho de hoje Jesus apresenta-se como o Bom Pastor.

Há 3 razões para se apresentar assim.

Ele é o Bom Pastor:

1º - porque dá a vida pelas suas ovelhas. De facto, não há maior prova de amor do que dar a vida pelos amigos. Jesus oferece-se como hóstia, como vítima. (Eucaristia, comunhão, morte e ressurreição, simbolizados na cruz na qual deu a vida).

2º - porque conhece as suas ovelhas e elas conhecem-no. De facto, ele procura, chama pelo nome, ensina. Hoje continua a ensinar-nos através da sua Palavra. (Escritura, entendimento, ensino, simbolizados no cajado que é o Evangelho ou a lei de governo).

3º - porque congrega, reúne, conduz. De facto, onde dois ou três reunidos em seu nome, ele está no meio deles. (comunidade, assembleia, união, simbolizados no coração ou no amor que se manifesta na igreja num só coração e numa só alma).

 

À margem 1:

À volta do altar podemos ver uma instalação simples – duas ovelhas e um cajado. Assim podemos ver que não falta ovelhas, nem cajado, nem modelo de pastor que é Jesus Cristo. Falta quem queira segurar esse cajado e seguir o modelo de Cristo, sendo pastor ao serviço da igreja. Falta vocações de pastor. Perguntei onde é que estava o pastor, já que havia ovelhas e cajado. Todos apontaram para mim. Negativo. - O pastor que falta está nas vossas casas e nas vossas famílias. 

À margem 2:

O cajado é a lei de Cristo como Bom Pastor. É através dele que Cristo governa e guarda o seu rebanho. O cetro real é a miniatura do cajado do pastor. De facto, não é o cajado que imita o cetro, mas o cetro que imita o cajado. Esse cajado é a lei, é o Evangelho com o qual o Pastor guarda governa o seu rebanho.

 

Ver também:

As ovelhas do bom pastor

Os pastores são paistores

O bom paztor

Apazcentar

 

sexta-feira, 19 de abril de 2024

A comunhão nos une a Cristo


6ª feira – III semana da Páscoa

 

Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue,

permanece em Mim e Eu nele.

Dos sermões de São Leão Magno (Séc V)

“É indubitável que o Filho de Deus Se uniu à natureza humana tão intimamente que não só nesse homem, que é o Primogénito de toda a criatura, mas também em todos os seus santos, está o mesmo Cristo. E como a Cabeça não se pode separar dos membros, também os membros não se podem separar da Cabeça…

A nossa participação no Corpo e Sangue do Senhor não tem outro efeito senão transformar-nos naquilo que recebemos, e revestir-nos em tudo, no corpo e no espírito, d’Aquele em quem morremos, em quem fomos sepultados e em quem ressuscitámos. (Cf. também oração pós-comunhão do XXVII domingo comum).

 

A melhor maneira de permanecer unido a Jesus é através da Sagrada Comunhão.

- Porque é fácil permanecer naquele que permanece em nós

- Porque nos transformamos naquele que recebemos

- Porque o corpo não se separa da cabeça nem a cabeça do corpo

 

Ver também:

O nosso sustento

Paulo caiu por terra

 

quinta-feira, 18 de abril de 2024

O Pão tem sabor a Deus


5ª feira – III semana da Páscoa

 

Eu sou o Pão vivo que desceu do céu

Quem comer deste pão viverá eternamente.

O Pão tem gosto de Deus

 

Tem gosto de Deus, o pão que a gente parte e reparte

Tem gosto de céu, o pão que se ganhou com suor

Tem gosto de paz, o pão que o povo não desperdiçou.

 

Tem gosto de amor, o pão que a gente come lá em casa.

Tem gosto de fé, o pão que a gente come no altar.

Tem gosto de luz, o pão e o vinho que me dão Jesus.

 

Tem gosto de dor, o pão que vale mais que o salário.

Tem gosto de mel. O pão que o meu trabalho ganhou.

Tem gosto de fel, o grão de trigo que o país perdeu.

 

Senhor, tiveste pena do povo, mandaste dar de comer

Alguém falou que era pouco, tu nem quiseste saber.

Mandaste o povo sentar, mandaste alguém começar

Alguém te obedeceu, foi milagre sim, um milagre aconteceu.

(Cf.   Pe. Zezinho)

 

Ver também:

Dentro do Pão está o Céu

Lá no Céu tem pão

 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Dentro do Pão está o Céu


4ª feira – III semana da Páscoa

Eu sou o Pão da vida… que desceu do Céu.

Quem comer deste Pão viverá para sempre.

Eucaristia é a própria causa da nossa vida eterna no céu.

É a antecipação do Céu.

Este precioso sacramento é verdadeiramente o penhor de glória futura.

À medida que somos elevados ao céu, o próprio céu desce até nós.

Na verdade, o sacramento da Eucaristia, o fruto mais maravilhoso da Missa, é o sabor mais doce e o vislumbre do céu na terra.

Ao escrever sobre a sua primeira comunhão, Santa Teresinha conta-nos que toda a alegria do Céu entrou no seu coração quando recebeu o Senhor. Incapaz de conter as lágrimas, ela percebeu que quando recebeu o Senhor na Eucaristia, o próprio céu estava em sua alma.

 

Partir o pão e dentro achar o céu

Este pão, que a gente chama eucaristia,

É lembrança de uma ceia sem igual.

Quem partiu aquele pão naquele dia

Partiu o pão, partiu o pão, partiu o pão,

E dentro dele achou o céu, achou o céu, achou o céu…

 

Este pão que a gente chama eucaristia,

Mo deserto desta vida é novo maná

Quem tem fome de justiça e de luz,

Aproxime-se da mesa de Jesus!

(Cf. Pe. Zezinho)


À margem:

O Pão não se corta, parte-se.


Ver também:

Pão pedaço do céu em mim

Lá no céu tem pão

 

terça-feira, 16 de abril de 2024

A fome e a sede de Deus


3ª feira – III semana da Páscoa

Eu sou o pão da vida:

Quem vem a mim nunca mais terá fome,

Quem acredita em Mim nunca mais terá sede

 

Eu + fome = a fome continua (A fome mata-me)

Eu + fome + Jesus = fico saciado (Jesus mata a fome)

Eu + sede = a sede não acaba (A sede mata-me)

Eu + sede + Jesus = fico saciado (Jesus mata a sede)

 

É preciso enfrentar a fome e a sede, não sozinhos, mas sempre com Jesus.

 

- O Senhor está na mesa de quem tem fome

e a alma e o corpo ficam saciados.

- O Senhor está no deserto da cidade

e quem tem sede nunca perde o ânimo.

- O Senhor está no barracão do pobre

e o frio é mais ameno porque Ele aquece o coração.

- O Senhor está nos comboios barulhentos

e o cansaço é mais leve e o perigo é menor.

- O Senhor está no cais onde os homens trabalham

e os fardos são mais leves e as horas menos lentas.

- O Senhor está ao lado dos guardas da noite

e o medo não existe e a solidão não acontece.

- O Senhor está nos asilos onde os órfãos anseiam

e reacende a esperança de um regaço amigo.

- O Senhor está nos hospitais dos esquecidos

e a dor suaviza e o descanso logo vem.

- O Senhor está junto à cama dos moribundos

e a vida não acaba e a esperança renasce.

 

Conclusão:

Quando tu mudas a forma como observas as coisas, as coisas que tu observas também mudam.

 

Ver também:

O maná é Jesus