domingo, 30 de setembro de 2012

Participativos, Agradecidos, Íntegros


Ano B - XXVI Domingo Comum
 
A mensagem deste domingo é exigente, dura a palavra... de facto a vida cristã não é para fracos mas para heróis, valentes e resistentes.
 
Podemos resumir a mensagem deste domingo de maneira simples:
P-A-I, isto é, num convite a sermos Participativos, Agradecidos e Íntegros.
 
P - Participativos - Quem dera que todo o povo fosse profeta... todos têm algo a colaborar e a participar. Ninguém é tão sábio que não tenha mais nada para aprender, nem tão ignorante que não tenha nada a ensinar. É preciso colaborar, assumir a sua vocação ou missão e participar...
 
A - Agradecidos - Até um simples copo de água terá a sua recompensa. Se Deus é agradecdo e sabe recompensar, também nós devemos ser cad vez mais gratos e agradecidos. Quem não agradece, não merece nada daquilo que tem, pois tudo nos foi dado...
 
I - Íntegros - Se a tua mão é para ti ocasiãode pecado... corta-a... Isto é, procura ser íntegro por dentro e por fora. Homens e mulheres de corpo inteiro. que a integridade interior possa estampar-se no exterior e que a integridade exterior possa lembrar-nos de que devemos ser ainda mais íntegros interiormente.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Acerca do patriotismo (IV)


E agora, quereis saber como um padre sabe amar a França? Dou a palavra por alguns instantes a um missionário que acaba de morrer como um santo no meio das populações quase selvagens de Kouy-Tchéou. Conheci-o em Roma, espírito delicado e profundo, coração forte e límpido, alma de sacerdote, de apóstolo e de mártir. Eis o que ele escrevia, em plena China, ao seu venerável Decano: “Fiquei muito feliz com a vossa viagem à minha terra, e com a vossa visita à igreja e aos túmulos que nos são queridos! Nosso pobre Orrouy! Quando regressardes, beijai por mim a terra em cada passo que derdes aí, dizei por mim a cada árvore, a cada pedra, a cada grão de pó: Lá longe, em plena China, está um missionário que vos recorda, vos ama e pensa tanto em vós que os seus olhos se humedecem de lágrimas. De resto, trouxe e tenho aqui um pequeno vaso cheio de terra recolhida nos nossos queridos túmulos, abro-o de tempos a tempos, sobretudo quando estou mal. Se eu nunca voltar à França, precisarei dos olhos interiores do coração para reconhecer a nossa velha igreja sob as suas belas restaurações. Mas a minha mão direita perecerá e a minha língua gelada se apegará ao meu palato, antes que me esqueça de Orrouy, do seu campanário e dos nossos bons amigos reunidos à sua volta. Se me esquecer de ti, Jerusalém! Muitas vezes, muitas vezes mesmo, o meu pensamento e o meu coração fazem a sua peregrinação à nossa Jerusalém.”
“Nós deixámos, dizia ele ainda, um pequeno vazio na França deixando-a; custou-nos deixá-la e custa-nos sempre muito ainda; é justamente este muito que contará diante de DEUS.”
Ele recorda a palavra de Mons. Vérolles. “Para ser um verdadeiro missionário católico, é preciso permanecer francês.” Nada me emociona tanto como estes rasgos de patriotismo profundo de que as suas cartas estão cheias; emocionamo-nos quando o ouvimos declarar que entregará à China os seus trabalhos, as suas fadigas, a sua abnegação e, se for preciso, a sua vida, mas o coração, nunca! E que nada poderá arrebatar-lhe a sua França bem-amada.
Eis como uma grande alma sacerdotal sabe unir o amor a Deus ao amor à pátria.[1]
Ah! Caros filhos, nunca esqueçam que a Igreja é a grande escola do patriotismo como é a verdadeira fonte do progresso nas letras e nas artes.
Amai a Igreja. Salomão amou a sabedoria e DEUS deu-lhe como recompensa as riquezas e a glória, a ponto de ultrapassar todos os reis.
JESUS CRISTO disse: “Procurai primeiro o reino de DEUS, e todo o resto vos será dado por acréscimo.” São Paulo disse: “CRISTO veio restaurar todas as coisas no céu e na terra.”
Estes benefícios trazidos pela Igreja de Deus brilharam sobretudo no seu primeiro desenvolvimento.
Entre os povos recém-descobertos tudo vem da Igreja. Entre os povos antigos tudo foi restaurado pela Igreja, depois de tudo ter caído na barbárie na sequência da fraca civilização pagã.
Quero dar-vos para terminar dois ou três testemunhos bem curiosos e irrecusáveis.
Escutai. Eis primeiro o doutor Livingstone no regresso da sua expedição no interior da África central:
“Havia outrora, diz ele, a dez ou doze léguas ao norte de Albaca, no Congo, uma missão chamada Cahenda, e o número de indivíduos que, na província, sabiam ler e escrever era deveras extraordinário. É fruto dos trabalhos dos missionários jesuítas que foram os apóstolos desta população; e depois da sua expulsão pelo Marquês de Pombal, os indígenas continuaram a instruir-se uns aos outros. Estes homens abnegados gozam ainda hoje de grande veneração. Todos falam deles com honra. Chamam-lhes ainda pelo seu nome português padres jesuítas.”[2]
Hervé-Bazin, no seu belo livro: “As grandes jornadas da cristandade”, cita, a propósito da memorável batalha de Las Navas de Tolosa, uma nota do historiador Huster, bem surpreendente na pena de um escritor protestante: “ A nossa geração mal pode compreender a valentia que a confissão dos pecados devia inspirar aos espíritos simples, rodeados de perigos de morte; mas se, à confissão, se quer juntar a garantia da graça e do amor de DEUS obtido pela comunhão, ter-se-á o segredo de tantas ações prodigiosas pelas quais se distinguiu uma multidão de guerreiros na Idade Média.” Acrescentamos com o eminente autor: É impossível dizer melhor. Este segredo não é apenas o da cruzada: é o do verdadeiro patriotismo.[3]
Eis agora, quanto à França, o testemunho irrecusável do protestante Guizot: “Durante três séculos só os mosteiros possuíam bibliotecas; é por elas que as letras se salvaram da ruína que as ameaçava… O espírito humano proscrito, batido pela tormenta, refugiou-se nas igrejas e nos mosteiros. Ele agarrou-se aos altares, para viver sob o seu abrigo e ao seu serviço até que tempos melhores lhe permitissem reaparecer no mundo e respirar ao ar livre.”
O que Guizot diz aqui acerca das letras, diz noutros lugares da agricultura e das artes.
Ele tem a certeza de que a Igreja e os monges fizeram a França e a sua civilização.
Agora, meus filhos, deixo-vos como juízes. Quem será verdadeiramente patriota, os católicos que veneram a Igreja e querem prosseguir sob a sua direcção a obra de restauração social, ou os homens que, mostrando menos inteligência e menos coração do que as populações congolesas da África Central, querem envergonhar esta Igreja, sua mãe e mestra, e fazer regressar ao paganismo a corrente da civilização?
Sinto que, o vosso coração protesta contra a ingratidão e a vossa razão apoderou-se da verdade. Vós unis a Igreja e a pátria no vosso respeito e no vosso amor. A pátria francesa sem a Igreja não teria passado, nem história, nem honra, nem esperança. Só nos restaria Vercingétorix, os Dólmenes e os Druidas, ou talvez Mercúrio, Vénus, Bruto, Séneca e Nero. – Obrigado. Eu gosto mais da França de Carlos Magno, de Luís IX e Luís XIV; da França de Racine e Bossuet; da França de Martinho de Tours e Vicente de Paulo; da França da Virgem Maria e de CRISTO.



[1] Correspondência do P. J. P. Audry. Trézel, Beauvais.
[2] Livingstone: Exploração no interior da África Central, c. XIX.
[3] As grandes jornadas da cristandade, por M. Hervé-Bazin, pa. 162 (Lecoffre, Paris).

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vicente de Paulo



S. Vicente de Paulo (1581-1660)

Possuía um coração generoso à medida do mundo.

Escreveu umas 30.000 cartas, pelas quais procurou ligar o céu e a terra e associar, na tarefa de bem-fazer, reis, rainhas, princesas, nobres e camponeses. Ao mesmo tempo fez voto de dedicar toda a sua vida aos pobres como seus amos e senhores porque representam Cristo.

Dizia: Não me basta amar a Deus, importa que todos o amem.”

O seu lema era: “oferecer o coração a quem nos dá o seu.”

Dizia às Irmãs Filhas da Caridade:

“Vós irmãs, tendes por claustro, as ruas da cidade; por clausura, a obediência; por grade, o temor de Deus; por véu, a santa modéstia.”

 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Aproximar-se


3ª Feira - XXV Semana Comum
 
Naquele tempo a mãe e os familiares de Jesus queriam aproximar-se dele e não podiam por causa da multidão...
 
Quem são minha mãe e meus irmãos?
 
Quem se aproxima de mim são os que ouvem a Palavra de Deus e a cumprem...
Quem ouve a Palavra e a põe em prática fica assim perto de mim.
 
Também nós só nos aproximaremos ou ficares perto de Jesus de formos ouvintes e cumpridores da PALAVRA.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Acerca do patriotismo (III)


 

II - Esta pátria amada, queridos rapazes, o nosso dever é servi-la generosamente. Não é apenas um entusiasmo artificial e instável que se espera de vós, é uma nobre e austera dedicação, é um labor constante e assíduo.
         Deveis-lhe o serviço da oração, e quem lho prestará a não ser vós, que sois, pelas vossas famílias e pela vossa educação, da raça dos homens que rezam? Deveis-lhe o exemplo e a prática da fé nas nossas igrejas, nas nossas orações solenes, nas nossas manifestações destinadas a afirmar publicamente as crenças de um grande povo.
         Vós deveis-lhe uma vida forte, uma vida de homens de caráter e de trabalho.
         As carreiras abertas à atividade humana são diversas: um produz e outro troca; este administra, julga ou governa; este outro defende a fronteira ameaçada; aquele outro desenvolve as ciências, inventa instrumentos novos, cria livros, quadros, obras de arte.
         A alma de toda a carreira, o princípio que a honra e a fecunda, é a verdadeira coragem que se testemunha por um esforço prudentemente meditado e nobremente mantido.
Os que vos precederam no ensino cristão são a esperança e a salvação da França.
Sem dúvida, nem todos responderam às expetativas de Deus e dos seus mestres, alguns prenderam-se às vaidades e às loucuras do mundo, e a sua vida, levada com um resto de fé suficiente talvez para a sua própria salvação, tornou-se no presente estéril para a pátria.
Muitos preparam-se no silêncio do trabalho e retomam as tradições cristãs nas administrações, no exército, na magistratura e na indústria.
Há quem se envolva na vida política e com êxito. Outros revelam-se nos nossos congressos de economia caritativa, como salvadores que nos trazem o segredo perdido da paz social e da união do trabalhador e do patrão.
Vós os seguireis nestas carreiras.
Servireis a pátria na agricultura ou na indústria, nas letras e nas artes, na guerra ou no apostolado.
Se estais à frente de um grupo de trabalhadores, procurareis a solução cristã da grande questão social. Encontrareis antecessores e modelos.
Há apenas quinze dias, o glorioso Pontífice Leão XIII, num Breve que nos mostra a sua alta sabedoria e o seu zelo prático, apontava aos patrões ávidos de desenvolvimento o nobre exemplo dos irmãos Harmel de Val-des-Bois.
Se seguis a carreira das letras, encontrareis ainda nas nossas universidades católicos (que DEUS as conserve!) uma orientação para os vossos generosos esforços e uma atmosfera de paz e de luz sobrenatural admiravelmente favorável ao trabalho.
Se não vos for dado produzir por vossas mãos obras-primas de arte nacional, podereis com as vossas dádivas generosas apoiar a grande arte religiosa que renasce.
Será menos patriota da cidade, o Mecenas cristão que faz renascer, por assim dizer, a nossa esplêndida basílica, descobrir sob a poeira que a cobria, e mostrar aos olhos admirados e encantados, um dos mais gloriosos monumentos da arte nacional?
Se a pátria tem necessidade do vosso sangue, vós tendes ainda modelos no ensino cristão.
Nas outras carreiras, os vossos antepassados chegaram só ao desenvolvimento completo por mérito próprio.
É melindroso elogiar os vivos; é fácil falar dos mortos.
DEUS quis colher algumas flores escolhidas neste campo da educação cristã.
Os acontecimentos providenciais da última guerra foram a oportunidade. Abramos os anais. Os alunos das instituições católicas preenchem as suas mais belas e mais gloriosas páginas.
Primeiro é esse batalhão de elite de voluntários do oeste, que tivemos a honra de conhecer e de apreciar durante uma longa estadia em Roma.
Se o ideal do patriotismo religioso alguma vez se realizou, foi por meio destes nobres filhos da França.
“Seria necessário, dizia um general, voltar até às cruzadas para encontrar gente de armas de tal natureza. A sua bravura brilhante, a sua abnegação silenciosa, a sua atitude ufana e respeitadora provocaram a admiração do exército.” O inimigo temia-os e admirava-os.
A batalha de Loigny seria suficiente para imortalizar um regimento da linha da frente. Os soldados pontifícios aí foram heroicos. Eram apenas 350 e 207 ficaram no campo de batalha.
A 10 de Janeiro, perto de Mans, os zuavos distinguiram-se também. O general Gougeard, passando à tarde pela sua frente de batalha, diz-lhes com voz vibrante: “Soldados, vós sois bravos, hoje salvastes o exército”.
Quando, no mês de Agosto de 1871, os soldados pontifícios foram dispensados, o ministro da guerra dirige-lhes uma ordem de serviço onde se liam estas palavras: “O exército agradece-vos pela minha voz.”
Mas deixai-me fazer desfilar diante dos vossos olhos algumas destas heroicas figuras descritas nas notícias publicadas pelos colégios eclesiásticos ou de congregações religiosas de Besançon, de Nîmes e de Toulouse, e pela escola Santa Genoveva de Paris.
Surge em primeiro lugar Emanuel de Beaurepaire, aluno da Escola Santa Genoveva, subtenente na 67ª linha, uma das primeiras vítimas da batalha de Forbach.
Ele lia habitualmente a Vida Devota de São Francisco de Sales, rezava o terço e abeirava-se da Sagrada Comunhão nas festas principais. Sereis tentados a pensar que estas devoções não condizem bem com o espírito militar. O general Ducrot, depois de uma inspeção, avaliava assim Emanuel: “Jovem culto, conhecedor do seu ofício, de excelentes maneiras, oficial com futuro.” Uma bala atirou para o túmulo o futuro deste brilhante oficial, mas a sua alma está no céu na legião dos mártires do patriotismo cristão.
Da fronteira, Emanuel escrevia à sua irmã: “Como é preciso estar sempre preparado, saberás minha querida Paulina, que na casa do valente padre de Mourmelon lavei a minha roupa suja antes de deixar o campo. Agora as malas estão fechadas e, se preciso for, estou pronto para tomar o bilhete da grande viagem sem retorno” JESUS CRISTO deu-lhe esse bilhete, depois da comunhão que fez de novo a 5 de Outubro. Um chefe de esquadra do Estado-maior disse de Emanuel: “No nosso ofício e sobretudo em campanha, frente à morte, estes jovens, que não se importam somente com a recompensa, mas sobretudo com a sua consciência, são os únicos capazes de fazer completamente bem até ao fim.”
- O capitão Henrique de Falaiseau, outro aluno da escola Santa Genoveva, foi atingido por uma bala num dos últimos combates do malogrado exército do Este, a 29 de Janeiro de 1871.
Antes da guerra, ele escrevia: “Tornar-se um militar bravo como a lâmina da sua espada, cristão como estes homens velho rochedo, de uma moral exemplar, eis o ideal que persigo e que enche todas as minhas esperanças.”
E durante a campanha: “Como práticas religiosas, sou assíduo nas minhas orações da manhã e da noite; leio quase todos os dias um capítulo da Imitação. Escusado será dizer que ao domingo participo na missa; e que me abeiro frequentemente da sagrada Mesa.”
Morto, encontravam-se sobre ele as suas medalhas, o seu escapulário e a Imitação. E o chefe de Estado-maior escreveu: “A França perde um valoroso oficial; os seus chefes acabam de fazer sobre ele um relatório que faz que o lamentemos ainda mais, se é possível.”
- O capitão Renaud de la Frégeolière era antigo aluno de São Francisco Xavier de Vannes. Na batalha de Bapaume, causou a admiração dos seus marinheiros.
Os projéteis choviam à sua volta; Confessa-se no campo de batalha e, segurando a mão do padre diz: “Obrigado, meu bom padre; a minha mãe ficará feliz. Ela é tão piedosa, a minha mãe!” Depois disso, escutai-o a gritar para os seus heroicos marinheiros: “Vamos, rapazes, em frente! É DEUS quem nos guia.” A cavalaria inimiga cerca-os gritando: “Entreguem-se, marinheiros, entreguem-se!”
- “Marinheiros, não se entreguem, responde Renaud. Viva a França!”
Quem não quer render-se deve morrer: Renaud morreu, deixando à sua pátria a esperança do fruto do seu sacrifício.
Eu poderia citar centenas que brilharam com um vivo fulgor entre a elite da França.
Eis os frutos desta seiva de patriotismo dos que vos precederam no ensino cristão.

 

 

 

sábado, 22 de setembro de 2012

Centenário

 
 
Comemorou-se no passado dia 20 de Setembro o CENTENÁRIO do nascimento do servo de Deus Pe. Martinho Capelli, dos Sacerdotes do Coração de Jesus.
Nasceu numa aldeia do Norte da Itália a 20 de Setembro de 1912, num ambiente muito cristão de uma família modesta. Aí frequentou a escola primária.
Aos 12 anos entrou no seminário menor dos Padres Dehonianos.
Fez a sua profissão religiosa a 29 de setembro de 1930 e foi ordenado sacerdote a 26 de junho de 1936.
Enviado a Roma para a licenciatura em Teologia, quando se falava muito dos mártires do México, apresentou o pedido para trabalhar nas missões da China e defendeu a tese sobre o culto dos mártires.
O seu ideal era ser missionário e mártir.
A 23 de junho de 1944, os alemães ordenaram o despejo da casa de Castiglione para transformá-la em hospital militar.
A presença de tropas alemãs no grande edifício do escolasticado tornou ainda mais perigosa a convivência, para além da confusão.
Os padres foram para as várias paróquias da região e, a 6 de julho de 1944, a comunidade de Castiglione transferiu-se para Burzanella, perto de Castiglione. 
No dia 29 de setembro de 1944, quando iam socorrer um ferido, o P. Capelli e o P. Comini, tidos como espiões, foram presos pelos alemães.
Os soldados serviram-se deles para o transporte de munições, fazendo-os subir e descer o monte sob a vigilância deles. Foram depois encarcedrados, juntamente com um numeroso grupo de outros prisioneiros, numa estrebaria da fiação de Pioppe de Salvaro. 
Depois de dois dias de cruel prisão, no domingo 1º de outubro, o P. Capelli e o P. Comini, juntamente com 44 prisioneiros, foram levados ao tanque da fiação e ali foram trucidados pelas metralhadoras das SS nazistas. Alguns, fingindo-se mortos sob o monte dos cadáveres, conseguirão salvar-se, depois da saída dos soldados alemães. Será um deles que recordará o último gesto sacerdotal de P. Martino: ferido mortalmente, ergueu-se com dificuldade, pronunciou ainda algumas palavras e deu a bênção. Fazendo aquele último gesto de bênção, caiu com os braços em cruz. Tinha somente 32 anos. Todos os seus vestígios e o dos outros mortos perderam-se alguns dias depois, quando foram abertas as entradas do tanque e a água arrastou os corpos para o rio Reno desaparecendo no mar Adriático.
 Tinha 32 anos.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Acerca do patriotismo (II)




Ó França, nossa pátria, quem és tu para nós? A terra dos nossos antepassados, Francos ou Galo-romanos; a terra que eles escolheram, a terra aonde os conduzia a Providência.
         Tu és o solo que nos alimentou, o lugar onde encontrámos o abrigo e o vestuário; o campo das lutas e das vitórias dos nossos avós. Tu tens muitos mais encantos de que os de uma pátria comum. Se não fosses o meu país de nascença, tu serias o meu país de adoção.
         Visitei os três continentes do velho mundo. Percorri a Europa de Constantinopla a Dublin, vi o Bósforo e o Corno do Ouro, os grandes rios da Alemanha, as costas e as florestas da Noruega, os canais da Holanda, as cidades industriais da Inglaterra, as paisagens da Escócia, a Espanha e as suas igrejas, a Itália, o seu belo céu, as suas ruínas e os seus museus, e proclamo que tu permaneces para mim o mais belo dos reinos depois do céu.
         Não tens tu as grandes alturas dos Alpes e dos Pirenéus, o Oceano a oeste e o mediterrâneo a sul, as ricas culturas e as grandes indústrias da Flandres, as pradarias e as praias da Normandia, a Bretanha de especto severo, de costumes primitivos, a Touraine e os seus monumentos, a Borgonha e a sua Costa de Ouro, a Provença e as suas baías sempre perfumadas onde reina uma eterna primavera?
         Amo tudo isto em ti. Tudo isto encanta os meus olhos; mas elevo-me mais alto, abro a história e descubro uma aliança indissolúvel entre este solo e os homens da nossa raça que o desbravaram, defenderam, cultivaram, enriqueceram, adornaram, marcaram com o seu selo e por assim dizer animaram com a sua vida.
         Comovo-me à vista de tantos perigos incorridos e saúdo os teus defensores gloriosos, os gauleses visigóticos, Clóvis e Carlos Magno, Luís IX, Carlos V, Bayard, Duguesclin, Joana d’Arc, Francisco I, Luís XIV e seu incomparável cortejo.
         Admiro a tua riqueza e saúdo os grandes monges que te desbravaram, as abadias que foram as primeiras a protegeram os trabalhadores, e os grandes ministros da paz, Suger, Sully, Colbert.
         Elevo-me mais e vejo-te brilhar na primeira fileira de todas as glórias do espírito, em todos os ramos da arte e em todos os géneros da literatura. Encontro em ti como que dois génios e como que um duplo povo. O curso da tua história tem dois zénites, um no século XIII e outro no século XVII. Confesso mesmo que o primeiro faz vibrar em mim a fibra patriótica mais do que o segundo. Foi o génio franco em toda a sua pureza que produziu as nossas gigantescas catedrais, esse tipo de arquitetura da grandeza e da poesia, Chartres, Reims, Amiens, Beauvais, São Quintino e Notre Dame de Paris; as grandes abadias filhas de Citeaux e de Cluny; e estas fileiras de anjos e de santos, estátuas tão graves e tão piedosas que ornam os seus pórticos; e os relicários dos mártires, obras de arte de ourivesaria, e as miniaturas dos missais e das legendas.
         É mesmo o espírito francês que produz a prosa alegre e fina de Villehardouin e de Joinville, e a poesia cavalheiresca e generosa do Romance de Roncevaux e das epopeias do tempo.
A glória do século XVII não é tão genuinamente nacional. Será um despertar da raça galo-romana e um predomínio deste primitivo elemento da população? Será o resultado do estudo, a influência dos Médicis e como uma conquista intelectual da França por parte da Itália? É sempre Roma e a Grécia quem trazem a sua parte de honra ao grande século francês. Eu disse a sua parte, porque não são simples copistas, mas também gloriosos criadores como Corneille e La Fontaine, Bossuet, Racine, Boilleau, Milière, Claude Perrault, Lesueur, Le Poussin Mansarad e Le Nôtre.´       
Sim, ó França, amo a tua bela natureza, as tuas artes, o teu génio e a tua glória. São dons de DEUS, que possuo e que defenderei tanto quanto for preciso.
Mas o meu olhar eleva-se mais alto ainda. Tu tens outros atrativos que me cativam muito mais. Tu és uma nação batizada; tu és uma nação de elite entre as nações cristãs. Vi de perto povos que não receberam este dom de DEUS: e vi reinar aí, ao lado de algum florescimento da razão e mesmo da arte, a escravidão, o roubo e a corrupção.
Tu, ó França, foste das primeiras entre as nações que responderam à vocação de CRISTO, daquelas que Ele cumulou de benefícios, daquelas a quem deu a civilização, a justiça, a paz e a honra, pedindo-lhes em troca, e para seu próprio benefício, que recebessem a lei evangélica, a aceitassem, a abraçassem, a fizessem entrar nas suas leis, nos seus costumes, a defendessem se necessário e assegurar a sua liberdade.
E entre todas as nações amadas por CRISTO e abençoadas em CRISTO, não tens sido tu a mais amada e particularmente abençoada?
O sangue dos mártires é como o batismo de uma terra. Não foste tu regada pelo sangue de Dinis de Paris, de Pothin de Lião, de Symphorien d’Autun, de Quintino e de tantos outros?
Amo numa nação a sabedoria dos bispos, a ciência dos doutores, a santidade das virgens. Não és tu a pátria de Hilário e de Irineu, de Martinho e de Remi, de Genoveva e de Joana d’Arc, de Francisco de Sales e de Vicente de Paulo?
Três grandes provas afrouxaram no curso dos séculos a marcha triunfal da Igreja: o arianismo, que negava a divindade de JESUS CRISTO e que atingia metade da cristandade; o maometismo, que impunha pela espada a superstição e o fanatismo e que avançou até às portas de Roma; por fim o protestantismo, que, descendo do Norte, ameaçou invadir toda a Europa cristã.
Sinto-me inclinado a amar a cavalheiresca nação que eu vi ser, nestas lutas supremas, a primeira a combater pelo reino de CRISTO.
Abro a história: à cabeça dos defensores da Igreja, encontro a França. Com Clóvis, trava as populações arianas. Com Carlos Martelo, rechaça o maometismo em Poitiers. Não satisfeita por o expulsar do seu solo, vai feri-lo no coração. As cruzadas nascem nos campos de Vazelay e de Clermont. Elas são tão francesas pelo seu espírito como pelo seu carácter, que em todo o oriente o nome de Francos ficou para designar todos os filhos da Europa.
Veio por fim o protestantismo. Ele foi logo aceite pelas cortes decadentes do norte, e, humanamente falando, pode-se perguntar em que se teria tornado a Igreja, se a França também tivesse caído. Mas CRISTO vivia no coração dos Franceses. A nação não consentiu afastar-se, e o povo mais amante só aceitou o mais amável dos reis depois de ele ter abjurado a heresia.
Mas, neste relance aos séculos, esquecia um ponto capital. CRISTO deu à sua Igreja um chefe visível que O representa, um chefe que nos dá a verdade sem erro, com a assistência divina, e que nos dirige no caminho da salvação. Todos os filhos da Igreja têm a peito a independência do seu chefe espiritual. Esta independência foi ameaçada no século VIII pelos reis lombardos. A França voou em socorro do chefe da Igreja, e Pepino e Carlos Magno asseguraram a sua legítima liberdade. Desde então a França velou por esta liberdade sagrada e defende-a sempre com as suas armas, com o seu sangue, com o seu ouro e com a sua palavra.
Eu passo por cima das fraquezas e das apostasias momentâneas; poderia ferir suscetibilidades sombrias e isso seria pouco oportuno numa festa escolar.
Devo dizer todavia que a França moderna prende o meu afeto e seduz-me ainda pela vitalidade inextinguível da sua fé e do seu proselitismo, e pelo despertar sempre espontâneo do seu coração e da sua caridade.
Duvida do futuro da França quem duvida do Coração do seu DEUS.
Quanto mim, espero n’Aquele que disse a uma grande culpada: “Muito te foi perdoado, porque muito amaste”; e não duvido que CRISTO ame sempre – ainda que tenha devido bastante para demonstrá-lo – a nação que, cada dia, lhe prova ainda o seu amor; a nação que, mais que qualquer outra, é talentosa em alimentar e vestir CRISTO na pessoa dos seus pobres; a nação que luta contra si mesma desde há cinquenta anos para dar a todas as suas crianças o ensino cristão (nesta luta, ontem ainda, estes dez justos não eram dois milhões?); a nação enfim que mantém uma fecundidade maravilhosa de apostolado, e que envia neste preciso momento os seus padres para o meio das regiões inóspitas da África central como uma semente destinada a morrer bem cedo para produzir um gérmen novo.

 

 

 

 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Aspirai às coisas do alto


4ª Feira - XXIV Semana Comum



Aspirai com ardor aos dons espirituais mais elevados
 

- Quem procura as coisas abaixo de si
  encolhe-se, atrofia-se.

- Quem procura as coisas acima de si
  estica-se, alarga-se, transcende-se.
 
- Quem aspira algo, quer ardentemente:
  a vontade é uma espécie de dilatação da pessoa.

- É preciso pregar o ótimo
  para se conseguir o bom.

- Ser bom é querer ser melhor.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Deus visitou o seu povo


3ª Feira - XXIV Semana Comum


Deus visitou o seu povo


1 - Visitar é estar presente (nem que seja de passagem)
       – Deus está de passagem junto de nós!

2 - Visitar é ir ver (vistoriar ou examinar)
      – Deus examina-nos, observa-nos!

3 - Visitar é fazer companhia (dar-se com alguém, conviver)
     – Deus está connosco!

4 - Visitar é conhecer (dar-se mutuamente a conhecer)
      – Deus conhece-nos e dá-se-nos a conhecer!

5 - Visitar é atender (ou ser atendido)
      – Deus atende-nos e cura-nos!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Acerca do patriotismo (I)

 

TERCEIRO DISCURSO 

ACERCA DO PATRIOTISMO CRISTÃO[1]

 
       Senhores,
       É meu propósito dar diante de vós aos nossos alunos, de uma forma mais solene, uma daquelas lições que constituem o fundo do nosso ensino quotidiano.
         Não tememos fazê-lo publicamente. A verdade, a beleza e o bem são feitos para a luz. Temos consciência de cultivá-las. É para nós uma honra mostrá-lo.
         Esta lição tem por tema: O patriotismo recebe da fé o seu mais belo brilho e o seu maior poder.

I
         O que é a pátria?
         Para o comum dos homens, a pátria é o solo que a charrua rasga e que dá ao ceifeiro o grão de que se alimenta; a pátria é a casa que abriga a família, os bosques que adornam o horizonte, o rio que risca a planície, as aldeias semeadas pelos montes vizinhos.
         A pátria é muito mais; ela estende-se até às fronteiras e encerra no seu seio grandes cidades, ricos estabelecimentos industriais, sábias escolas e brilhantes academias. A pátria tem a sua história e as suas gloriosas recordações. Todos os homens amam a pátria: ela dá a felicidade, o prazer, a riqueza.
         Nescio qua natale solum dulcedine cunctos
         Ducit, et immemores non sinit esse sui
                           Ovídio
         Para o cristão, é mais do que isso.
         Para ele o campo traz a bênção de DEUS: o laço da família provém de um sacramento; o lar é um santuário de orações; o templo aí está para unir os cidadãos na caridade. Para o cristão, o solo da pátria foi regado pelo sangue de mártires; contém os monumentos das obras dos seus pais; a sua raça tem junto de DEUS embaixadores que são os seus santos, e a sua história dos feitos bélicos são as lutas da pátria por seu DEUS.
         Não, a fé nunca extingue o amor da pátria; ela ilumina-a e fortifica-a, como cultiva e faz crescer tudo o que é nobre e bom na natureza.
         O homem religioso ama a sua pátria em DEUS. Se ela não tem a verdadeira fé de que ela tem consciência de desfrutar, esforçar-se-á por levá-la pela sua palavra, pelas suas obras, pelas suas orações e pelas suas lágrimas; estará pronto a dar o seu sangue por ela.
         Escutai São Paulo: “É verdade o que vou dizer em Cristo; não minto, pois é a minha consciência que, pelo Espírito Santo, disto me dá testemunho: tenho uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração. Desejaria ser amaldiçoado, ser eu próprio separado de Cristo, pelo bem dos meus irmãos, os da minha raça, segundo a carne. Eles são israelitas, a quem pertencem a adoção filial, a glória, as alianças, a lei, o culto, as promessas; a eles pertencem os patriarcas e é deles que descende CRISTO, segundo a carne, Deus que está acima de todas as coisas, bendito seja Ele pelos séculos”.[2]
         São Paulo dá-nos ao mesmo tempo uma lição e um exemplo de patriotismo.
         A pátria, diz ele, é uma grande família, são os meus irmãos, os meus pais segundo a carne; a pátria judaica para ele, é mais do que isto, é o povo escolhido de DEUS, o povo dos patriarcas, o povo da aliança, da arca santa, dos milagres divinos, das profecias, da promessa e do Redentor, é o povo de DEUS e de CRISTO.
         Eu ouvi o Nubien quase inculto a dizer-me: A pátria, é o Nilo com as palmeiras das suas margens.
         O Romano orgulha-se do seu sangue, que é também um dom de Deus, e da sua fé, que lhe trouxeram os apóstolos; a sua pátria, é, com as suas colinas ricas de tradições, e as ruínas da sua arte antiga que não desdenha, a cátedra e o sepulcro de Pedro, as catacumbas, as basílicas e todos os tesouros sagrados da religião.
         A Polónia não separa do amor das suas planícies e do orgulho da sua raça, a lembrança de Miécislas seu primeiro rei cristão, de Jagellon, do bispo Estanislau, seu glorioso mártir, de Sobieski, o herói de que Deus se serviu para deter a invasão muçulmana.
         Para a Irlanda, a pátria, não são somente as suas húmidas pradarias e as suas montanhas basálticas, é o grande Patrício, seu apóstolo; são os seus velhos mosteiros que fizeram dela a Ilha dos Santos; são os antepassados que lutaram contra a subjugação nacional; é o ardente orador O’Connell que alcançou pela força da sua eloquência a lei da emancipação.

        

 

 

 

 



[1] Discurso pronunciado na distribuição de prémios no Instituto São João, a 2 de agosto de 1879, V. “Semana Religiosa da Diocese de Soissons e Laon”, 6ª Ano, 1878, pp. 487-489, Instituto São João de São Quintino. Foi igualmente publicado na edição especial: Acerca do Patriotismo cristão, São Quintino, Imprensa do Conservador de Aisne, s.d. (1879), pp. 32.
[2] Ep. Rom IX, I

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Trazer a cruz de Cristo


Festa da Exaltação da Santa Cruz

A rainha da Inglaterra, Maria Stuart, quando era conduzida para o cadafalso, levava na não um crucifixo. Haurindo coragem para a morte, a rainha beijava-o frequentemente.
Acompanhou-a um oficial protestante, que, vendo a piedade de Maria Stuart, não se conteve e disse-lhe:
- Senhora, é no coração e não na mão que se deve levar Cristo!
- É bem levá-lo também na mão, para tê-lo mais seguramente no coração! – Respondeu a infeliz rainha.

E eu acrescento
É no meu coração que deve estar a Cruz de Cristo...
Mas devo trazê-la ao pescoço para me lembrar que está no meu coração...
e quanto mais a tenho no meu coração, tanto mais necessito de mostrá-la e trazê-la ao pescoço...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

João Crisóstomo


Hoje celebra-se a memória de São João Crisóstomo, bispo e doutor da Igreja do final do século IV.

Foi chamado de CRISÓSTOMO, isto é, BOCA DE OURO por ser um orador eloquente, comunicador envolvente, um pregador exemplar.

E eu fico a pensar como devia ser ele grande estatura, caixa torácia dilatada, voz sonante, pose altiva... o seu vozeirão devia encher as igrejas, a sua figura devia sobressair nas assembleias...

Mas nada disso.

Os contemporâneos descrevem-nos João Crisóstomo como um homem de estatura baixa, de rosto magro, de testa enrugada, de cabeça calva.

Tinha voz fraca. Não falava para ser escutado, falava para instruir, exortar, reformar, preocupado com o combate aos costumes pagãos e com a instauração da moral do Evangelho.

Era um reformador, um missionário, um pastor e um pregador incomparável, que lhe valeu o epíteto de “boca de oiro”.

É Crisóstomo não porque a sua voz enchia o templo, mas porque a sua fraca mas incisiva voz enchia os corações.

Ainda hoje é assim... as bocas de oiro não são os que falam alto e bonito, mas os que murmuram ao coração!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Bem-aventuranças modernas


4ª Feira - XIII Semana Comum

As 4 Bem-aventuranças que Lucas nos apresenta podem ser traduzidas em linguagem do século XXI desta maneira:

- Felizes os pobres
Nem todos os pobres são felizes, mas todos os verdadeiramente felizes são sempre pobres, simples e humildes...

- Felizes os que têm fome
Nem todos os que têm fome são felizes, mas todos os verdadeiramente felizes são sempre famintos de Deus...

- Felizes os que choram
Nem todos os que choram são felizes, mas todos os verdadeiramente felizes choram sempre pelos seus pecados...

- Felizes os que sofrem perseguição
Nem todos os perseguidos são felizes, mas todos os verdadeiramente felizes são sempre incompreendidos e maltratados como o Senhor Jesus...


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Toda a noite a rezar


3ª Feira - XXIII Semana Comum

O Evangelho de hoje refere que Jesus passou toda a noite em oração.

Porquê à noite?

Quais as vantagens de rezar à noite?

Que lições podemos aprender deste pormenor?

- Rezar à noite é reservar as primeiras horas da jornada para Deus. É que na cultura bíblica o novo dia começa não com o nascer mas com o pôr do sol.
- Porque à noite há mais silêncio, maior recolhimento e assim percebemos melhor todos os sons, todas os sinais...
- Porque assim de noite podemos valorizar mais o brilho da oração, a luz que dela emana...
- Porque para ver a Deus mais vale fechar os olhos (fazer noite ou escuro) do que abrir uma janela durante o dia.
- Porque à noite todos nós estamos menos voltados para as actividades consumistas e materialistas.
- À noite voltamo-nos mais para a espiritualidade do que a actividade; mais para a contemplação do que para a acção; ma ateis para a reflexão do que para a observação; mais para a conversação com Deus do que com a conversa com os irmãos; mais para a viagem até ao nosso íntimo do que para a viagem pelo mundo; mais para o recolhimento do que para a dispersão...

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Gregório Magno


Certo dia estava o Papa Gregório Magno (Século VII) a preparar-se para começar a celebração da Santa Missa quando vieram contar que, nas proximidades um homem jazia desmaiado de fome e fraqueza. O Papa empalideceu. Voltou para a sacristia, retirou os paramentos e disse ao sacristão:
- O Para não pode oferecer o santo sacrifício da missa enquanto está alguém perto daqui a morrer de fome.

De facto louvar a Deus é servir os Irmãos e servir a Deus é amar os irmãos.