terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (5)













Papa Pio XI
(Achille Ratti)
06 de Fevereiro de 1922 – 10 de Fevereiro de 1939

- “6 de Fevereiro de 1922 - Um Papa nos foi dado, é o cardeal Ratti, arcebispo de Milão, e chamar-se-á Pio XI. É um sábio e um santo, é sério e piedoso. Ele será benevolente para connosco… É um sábio e um santo; ele é sério de piedoso. Ele será benévolo para nós…” (1922-20/40).
- “O novo Papa era benfeitor da escola apostólica de Albino, à qual mandou uma das primeiras bênçãos, animou a obra de Roma e ofereceu a sua primeira ajuda de 10.000 liras para essa Igreja, emocionado até às lágrimas por não poder ajudar mais.” (NQ XLIV 48, Junho 1922)
- 18 de Julho 1922 o Papa confirmou o Pe. Dehon como Superior Geral Vitalício da Congregação SCJ.
- Em 1923 por ocasião dos 80 anos do Pe. Dehon: “Enchem-me de provas de simpatia e de benevolência: cartas de todas as partes, um breve do Papa, de cardeais…”
- “5 dezembro 1923 – depois de 45 anos de esforço e de trabalho a Santa Sé deu-nos a aprovação definitiva das Constituições…” (NQ XLIV 97, Dezembro 1923)
- Nono Capítulo Geral SCJ, Roma 19-27/01/1926, foi eleito P. José Philippe, segundo Superior Geral.
- Décimo Capítulo Geral SCJ, Lovaina 22-29/1932.
- Foi Pio XI quem nomeou D. José Philippe, sucessor do Pe. Dehon como Superior Geral, para bispo do Luxemburgo a 25/04/1935.
- Décimo Primeiro Capítulo Geral SCJ, Roma 23-29/10/1935, foi eleito P. Guilherme Govaart, terceiro Superior Geral.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (4)













Papa Bento XV
(Giacomo della Chiesa)
03 de Setembro de 1914 – 22 de Janeiro de 1922

- As relações foram ainda mais estreitas com Bento XV, que o Pe. Dehon conhecia e a quem visitava desde 1894, no tempo em que Della Chiesa era secretário do cardeal Rampolla.
- Desde a sua nomeação para a sede arqui-episcopal de Bolonha, Della Chiesa fez com que uma comunidade dehoniana se instalasse na sua cidade.
- Bento XV conseguiu um salvo-conduto para o Pe. Dehon ir de Bruxelas para Roma onde chegou a 31 de Dezembro de 1917, em plena Primeira Guerra Mundial.
- A 25 de Abril de 1918 o Pe. Dehon teve uma audiência de despedida do Papa e pediu-lhe se fizesse erguer um altar ao Coração de Jesus na Basílica de São Pedro, com um mosaico que represente as aparições do Coração de Cristo a Santa Margarida Maria. O desejo Pe. Dehon fez-se realidade.
- A 26 de Fevereiro de 1919, o Pe. Dehon falou ao Papa Bento XV da necessidade de fundação de uma casa da Congregação SCJ em Roma que se realizará com a construção do templo de Cristo Rei.
- Oitavo Capítulo Geral SCJ, Heer 29-31/07/1919.
- Carta de Dehon a D. Grison a 7 de Março 1920 – “O Papa (Bento XV) quer que nós construamos em Roma um Basílica ao Coração de Jesus com um seminário para as missões…Para entregou a primeira oferta de 200.000 liras.”
- “22 de Janeiro de 1922, dia de grande luto! Morreu o Papa Bento XV, o nosso Papa do Coração de Jesus - o nosso Para tão benévolo e tão querido! Sempre foi muito bom connosco e em especial para comigo. Permaneceu fiel às nossas relações amistosas durante 25 anos. Ele foi o Papa do Coração de Jesus, o Papa da paz, o Papa das missões… Uma das últimas cartas que ditou ao seu Secretário de Estado foi a resposta aos bons desejos ou aspirações do Pe. Gasparri, uma carta cheia de afabilidade e de benevolência. O Papa chamava-me seu velho amigo.” (NQ LXIV 40, Janeiro 1922)

domingo, 28 de novembro de 2010

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (3)













Papa Pio X
(Giuseppe Sarto)
04 de Agosto de 1903 – 20 de Agosto de 1914

- Apesar do Pe. Dehon não ter conhecido anteriormente o Papa Pio X, os dois encetaram relações amistosas.
- 21/02/1904 “audiência de Pio X. Foi para mim um hora de paraíso estes momentos passados como Vigário de Cristo.” (1904-133/18)
- Foi Pio X quem deu provação pontifícia da Congregação por 10 anos (04 de Julho de 1906).
- Durante a audiência de 30 de Janeiro de 1908, o Pe. Dehon ofereceu pessoalmente ao Papa Pio X o livro da sua autoria “O Coração Sacerdotal de Jesus” e o Papa manifestou desejo de meditá-lo durante um mês.
- Em 1908, pela primeira vez um dehoniano, D. Gabriel Grison, foi nomeado bispo e foi o Papa Pio X quem o fez.
- Sétimo Capítulo Geral SCJ, Lovaina 15-16/09/1908.
- Ao terminar a viagem à volta do mundo, o Pe. Dehon foi a Roma para encontros com cardeais da cúria e organismos centrais de congregações cujas missões visitou, mas foi sobretudo como o Papa Pio X que falou na longa audiência de 11 de Março de 1911. Com o Papa evocou as possibilidades de evangelização, como também as dificuldades que as missões enfrentavam. O diálogo prolongou-se de forma inédita: estranharam muito na antecâmara papal, dirá o Pe. Dehon, pois reconheceram que se tratava de uma audiência excepcional…
- Pio X, que era versado em santidade, depois de uma audiência concedida ao Pe. Dehon, disse aos presentes: “Se alguém anda à procura de algum santo… aí tem um, aquele que acabou de sair daqui…” (AD B 48/2d, doc 24)
- Por ocasião do seu septuagésimo aniversário (14 de Março 1913) o Pe. Dehon recebeu os votos de felicitação do próprio Pio X, acompanhados de uma bênção apostólica especial.
- “Pio X morreu. Ele foi nosso amigo, nosso benfeitor. Ele nos deu a aprovação. Era um santo. Eu rezo-lhe e invoco-o… Como ele era bom, simples e familiar quando eu ia vê-lo. Ele não permitirá que São Pedro me receba mal no céu.” (1914 – 82/35).

Vigiai

Ano A - I Domingo do Advento

"Vigiai..."

Fui ao dicionário para saber o que significa este verbo e encontrei tantos sinónimos que fiquei na mesma.
Mas afinal, vigiar é estar atento?
é velar?
é guardar?
é acautelar-se?
é espreitar?
é observar?
é estar alerta?
é estar acordado?
é ...?

Até que uma voz interiror me fez despertar:
- Se queres saber o que quer dizer a palavra, procura no dicionária, mas se queres saber o que Jesus quer dizer, procura no Evangelho.
Assim fiz.
Fui ler Mt 24,37-44.
Vigiai... Sede vigilantes... Estai preparados...
Isto quer dizer: Estai PREVENIDOS.
Então fez-se luz em mim:
Na minha terra, homem prevenido vale por dois.
Nesta etapa do Advento devemos vigiar, estar prevenidos... devemos valer por dois.
Deus valoriza-nos muito, quer que também valemos por dois...
Mostremos então a nós e a Deus o que somos e valemos.

Este tempo é uma boa oportunidade para cada um mostrar o que vale, o que pode fazer, quais as suas capacidades...

Preparar-se


Ano A - I Domingo Advento

Todas as vezes que o Manuel ia à casa do seu amigo António, encontrava a avó deste a ler, toda absorta e com os óculos na ponta do nariz. Um dia, não resistindo à curiosidade, perguntou ao seu colega:
- Que livro está a tua avó a ler com tanta atenção?
- É a Bíblia.
- Mas porque é que ela está sempre a ler a Bíblia?
- Não sei – respondeu o outro – talvez esteja a preparar-se para algum exame, alguma prova ou exercício...
A resposta deste garoto é mais profunda do que se possa imaginar. Passamos a nossa vida a preparar-nos para uma prova final. Vivemos sempre a aprender por esse livro que nasce da Vida e nos leva à Vida. Um dia seremos chamados a prestar provas dessa aprendizagem: Deus será juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número.

Já alguém me perguntou porque é que todas as Bíblias têm letra pequena. Eu fiquei na dúvida se responder que era para não ocupar muito espaço ou para ser lida com mais atenção ou ainda para aprendermos a valorizar as pequenas coisas. Com certeza serão válidas todas estas explicações.

Ao iniciarmos o tempo do Advento, como uma nova etapa litúrgica, queremos aproveitar bem esta oportunidade de crescer e de aprender um pouco mais. Um dia seremos julgados por essa progressão. A melhor atitude para aprender algo é a concentração, o espírito de alerta, a perseverança. Vigiai, estai vós também preparados, aconselha Jesus Cristo no Evangelho. Caminhemos, portanto, à luz do Senhor.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Memória Dehoniana (3)


Tenho orgulho dos confrades dehonianas cuja memória do seu martírio hoje celebramos.
Mas tenho igual orgulho de tantos confrades que ainda hoje, não sendo perseguidos, torturados ou mortos, são autênticos MÁRTIRES dos nossos dias: São todos aqueles que hoje são alvo de chacota, de gozo, de paródia, de ironias e de brincadeiras por causa da sua fé, dos seus valores ou do seu estilo de vida.

O Pe. Dehon continua a inspirar, continua a ser missionário e mártir através dos seus confrades martirizados ontem ou hoje como, muito inspiradamente escreveu:

"Desejei desde a minha juventude ser missionário e mártir: missionário, sou pelos meus mais de cem padres nos quatro cantos do mundo; mártir, eu fui pelas grandes cruzes de 1878-1884, até ao Consummatum est. Nosso Senhor tinha aceite o meu voto de vítima de 28 de Junho de 1878." (Carta à Madre Maria Inácia, 08/12/1924, Inv. 231.64, AD: B19/2.1)

"Vós tereis a palma do martírio pelo vosso voto de vítima e por todas as cruzes levadas por amor de Coração de Jesus." (Carta à Madre Maria Inácia, 23/12/1924, Inv. 231.65, AD: B19/2.1)

Hoje, sobretudo, quero reconhecer no Pe. Dehon um autêntico mártir, cujo martírio ainda está a ser consumado, através da imcompreensão, perseguição e vitimização de que é alvo no contra-processo de beatificação ou nos obstáculos levantados por forças alheias que ditaram o adiamento sine die da sua beatificação. Apesar de confirmado a nível pontifície e através do reconhecimento do milagre, o Pe. Dehon ainda não pode ser invocado BEATO! O seu martírio continua...nos nossos dias.

Memória Dehoniana (2)


No dia em que se celebra a Memória Dehoniana, aqui está a lista dos 49 confrades dehonianas que deram a sua vida pela causa do Evangelho.

1
Vítima do nazismo, na prisão, + 20/03/1941, em Dusseldorf (DE):
Pe. Franz Loh (Stanislaus), (GE) Alemão com 62 anos.

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2
Vítima do nazismo no Campo de Concentração, + 16/02/1945, em Dora/Nordlhausen (DE):
Pe. Christian Muermans (Hubert), (BL) Belga com 35 anos.

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3
Vítima das tropas nazis, + 01/10/1944, em Pioppe di Salvaro (IT):
Pe. Nicola Capelli (Martino), (IT) Italiano com 32 anos.

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4
Vítima dos nazis em câmara de gás, + 28/05/1942, em Alkoven – Áustria:
Pe. Joseph Stoffels (Benoît), (BL) Luxemburguês com 47 anos.
5
Vítima dos nazis em câmara de gás, + 12/08/1942, em Alkoven – Áustria:
Pe. Nicolas Wampach (Antoine), (BL) Luxemburguês com 32 anos.

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Foram 11 os dehonianos, todos holandeses mortos no campo de concentração japonês na Indonésia, em Muntok (ID):
6
Pe. Petrus Cobben (Matthias), (NE), + 12/02/1945, Holandês com 41 anos.
7
Pe. Andreas Gebbing, (NE), + 17/02/1945, Holandês com 37 anos.
8
Pe. Franciscus Borgias Hofstad, (NE) + 02/12/1944, Holandês com 40 anos.
9
Pe. Theodorus Kappers (Thomas de), (NE) + 07/11/1944, Holandês com 41 anos.
10
Pe. Isidorus Mikkers (Gabriel), (NE) + 22/02/1945, Holandês com 47 anos.
11
Pe. Petrus van Eijk (Nicasius), (NE) + 30/10/1944, Holandês com 37 anos.
12
Pe. Wilhelmus Hoffmann (Franciscus), (NE) + 08/12/1944, Holandês com 33 anos.
13
Ir. Theodorus van der Werf (Wilfridus), (NE) + 08/12/1944, Holandês com 46 anos.
14
Ir. Gerardus Schulte (Matthaeus), (NE) + 14/10/1944, Holandês com 47 anos.
15
Pe. Franciscus van Iersel (Johannes Bosco), (NE) + 22/10/1944, Holandês com 36 anos.
16
Pe. Henricus van Oort (Norbertus), (NE) + 27/11/1944, Holandês com 55 anos.

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Três dehonianos franceses mortos nos Camarões por terroristas, nacionalistas e independentistas:

17
Morto na sua missão, + 30/08/1959, em Bonabéri (CM):
Pe. François Musslin (Paul de la Croix), (GA), Francês com 42 anos.

18
Decapitado na sua missão, + 30/11/1959, em Bafang (CM):
Ir. Valentin Sarron (Jean Bosco), (GA), Francês com 39 anos.

19
Baleado e depois decapitado na sua missão assaltada, + 30/11/1959, em Bafang (CM):
Pe. Laurent Hérberlé (Egide), (GA), Francês com 52 anos.

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20
Atingido por 3 balas por um assassino por defender os pobres e em solidariedade com os pescadores oprimidos pela ditadura militar, + 15/12/1975, em Tamandaré – Brasil:
Pe. Adrianus Punt (Paulus), (BS), Holandês com 62 anos.

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Vítimas dos rebeldes na revolução do Congo /Zaire, na luta pela independência total e expulsão do cristianismo. Todos presos, maltratados pela multidão e fuzilados no pátio da prisão.
21
Pe. Aquilino Longo (Bernardo), (ZA) + 03/11/1964, em Mambasa (ZRE), Italiano com 57 anos.
22
Pe. Josephus Tegels (Jacobus Major), (NE) + 14/02/061, em Basoko (ZRE), Holandês com 37 anos.
23
Bispo Joseph Wittebols (Albert), (ZA) + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 52 anos.
24
Pe. Henricus van der Vergt (Bonifatius), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Holandês com 55 anos.

25
Pe. Franciscus ten Bosch (Thomas More), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Holandês com 51 anos.

26
Pe. Joannes de Vries (Bonifatius), (ZA), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 53 anos.

27
Pe. Henricus Hams (Donatus), (CO), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 46 anos.
28
Pe. Petrus van den Biggelaar (Josephus), (ZA) + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 46 anos.

29
Pe. Joannes Slenter (Aloisius), (ZA), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 35 anos.

30
Pe. Gerardus Nieuwkampo (Stephanus), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Holandês com 32 anos.

31
Ir. Martinus Brabers (Damianus), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Holandês com 59 anos.

32
Ir. Henricus Vanderbeek (Josephus), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Belga com 52 anos.

33
Ir. Josef Paps (Alois), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Belga com 43 anos.

34
Pe. Karel Bellinckx (Jan van Reysbroeck) (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 51 anos.

35
Pe. Leo Janssen (Lodewijk-Maria), (ZA) + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 38 anos.

36
Pe. Christian Vandael (Jan Bosco), (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 35 anos.

37
Pe. Clément Burnotte (François d’Assi), (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 33 anos.
38
Pe. Jeroom Vandemoere (Gabriel), (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 32 anos.

39
Pe. Jacques Moreau (Jean Vianney), (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 30 anos.

40
Ir. Jozef Laureys (Andries), (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 51 anos.
41
Pe. Hermanus Bisschop (Wenceslaus), (ZA), + 25/11/1964, em Banalia (ZRE), Holandês com 45 anos.

42
Pe. Joseph Conrad (Charles Borromé), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Luxemburguês com 49 anos.

43
Pe. Jean Trausch (Irénée), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Luxemburguês com 46 anos.

44
Pe. Amour Aubert (Jean), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Belga com 37 anos.
45
Pe. Henricus Verberne (Juluanus Eymard), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Holandês com 40 anos.
46
Pe. Arnoldus Schouemberg (Wiro), (ZA), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 46 anos.

47
Ir. Wilhelmus Schouenberg (Arnulfus), (ZA), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 40 anos.

48
Pe. Wilhelmus Vranken (Pius), (ZA), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 35 anos.

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49
Na perseguição religiosa durante a guerra civil espanhola (1936-1939) foi preso a 23 de Julho de 1936 em Valência e na noite de 23 para 24 de Agosto de 1936 foi fusilado e seu corpo atirado numa fossa comum. Beatificado por João Paulo II a 11 de Março de 2001, com memória litúrgica a 22 de Setembro em conjunto com outros mártires espanhóis:
Pe. Mariano García Méndez (Juan de la Cruz), (NP), + 23/08/1936, em Valencia (ES), Espanhol com 44 anos.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Memória Dehoniana (1)


- Memória Dehoniana é a celebração evocativa de todos os dehonianos que deram a sua vida pela causa do Evangelho, perseguidos, maltratados e mortos.
- A iniciativa de evocar a memória dos cristãos que morreram em nome da fé no século XX é da autoria do Papa João Paulo II, patente na carta apostólica de preparação ao grande jubileu do ano 2000, Tertio Millenio Adveniente.
- A nível da Congregação a Memória Dehoniana foi apresentada como recomendação aprovada pelo XXI Capítulo Geral em 2003.
- Foi o Superior Geral, Pe. José Ornelas Carvalho, quem instituiu o dia da Memória Dehoniana, em carta dirigida à Congregação de 31 de Maio de 2004 – “passará a ser celebrado todos os anos em todas as comunidades, sobretudo nas comunidades de formação...”
- 26 de Novembro foi o dia escolhido para celebrar a Memória Dehoniana porque foi nesse dia que foi martirizado o bispo Dehoniano D. José Wittebols no Congo/Zaire em 1964. Com ele foram ainda martirizados no mesmo dia outros 8 dehonianos. No mesmo dia, mas em 1913 tinha falecido o Pe. André Prévot, com 73 anos de idade, consumando assim a sua vida como vítima do Coração de Jesus (que é outra maneira de ser mártir).
- O Objectivo da celebração é proporcionar uma oportuna ocasião para conhecer e recordar aquelas pessoas que marcaram a história da Província, Região, Distrito ou Congregação...
- Ao todo são 49 os dehonianos martirizados a longo da história da Congregação: 1 Bispo; 40 Padres e 8 Irmãos Coadjutores.
- O primeiro a ser martirizado foi em 1936, o proto-mártir Beato Juan Maria de la Cruz, na perseguição religiosa da guerra civil de Espanha.
- O mais recente a ser morto foi em 1975, o Pe. Adriano Punt, no Brasil, por defender os pobres.
- De todos os 49 mortos, o mais novo tinha apenas 30 anos (Pe. Jacques Moreux no Congo/Zaire em 1964) e o mais idoso 62 anos (tanto o Pe. Adriano Punt no Brasil em 1975 como o Pe. Franz Loh vítima do nazismo na alemanha em 1941). A média de idade é de 43 anos. 21 têm idades entre os 30 e os 40. 15 têm idades entre os 40 e os 50. 13 têm idades entre os 50 e os 62 anos.
- Só 1 foi beatificado, por enquanto – O Beato Juan Maria de la Cruz, a 11 de Março de 2001 por João Paulo II, mas há outros processos de beatificação a decorrer, por exemplo do Pe. Nicola Capelli (morto pelas tropas nazis na itália em 1944) e do Pe. Aquilino Bernardo Longo (morto no Congo/Zaire em 1964).
- De todos os 49 mártires dehonianos, 16 foram vítimas durante a II Guerra Mundial (1939-1945). Destes, 5 foram vítimas dos nazis na prisão, câmara de gás ou campo de concentração, e 11 foram vítimas pelas tropas japonesas na Indonésia. Os restantes 33 foram vítimas da perseguição religiosa em ambiente de guerra civil / revolução (32) ou ditadura (1).
- Há assim mártires dehonianos nos 4 continentes: 6 na Europa (2 na Alemanha, 2 na Áustria, 1 na Itália, 1 na Espanha). 11 na Ásia (todos na Indonésia). 31 na África (28 no Congo/Zaire, 3 nos Camarões). 1 na América (Brasil).
- Quanto à nacionalidade temos: Franceses (3), Italianos (2), Holandeses (26), Alemães (1), Luxemburgueses (4), Belgas (12), Espanhóis (1).

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (2)













Papa Leão XIII
(Gioacchino Pecci)
20 de Fevereiro de 1878 – 20 de Julho de 1903

- “Eu tinha conhecido durante o Concílio o grande carácter e a ciência de Leão XIII e esperava dele um grande pontificado.” (1878, 101-XIII)
- Leão XIII recebeu D. Thibaudier e ouviu-o sobre situação da Congregação recém-formada pelo Pe. Dehon e a 3 de Dezembro de 1883 o Papa através do Santo Ofício suspendeu a Congregação dos Oblatos. A suspensão foi levantada pelo mesmo Papa a 29 de Março de 1884.
- Primeiro Capítulo Geral SCJ, São Quintino 15-16 / 09/1886.
- O Decretum Laudis, de 25 de Fevereiro de 1888, fez passar a jovem Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus da tutela diocesana para pontifícia.
- Segundo Capítulo Geral SCJ, São Quintino 16-24/08/1888.
- Leão XIII entregou à Congregação do Pe. Dehon missões no Equador e no Congo (1888-1896).
- O Pe. Dehon foi até Roma para agradecer o Decreto de Louvor de Leão XIII. O Papa pede-lhe então para pregar as suas encíclicas (6 de Setembro de 1888).
- “Passar um quarto de hora aos pés do Vigário de Cristo, que alegria e que graça! É preciso ter conhecido estas santas emoções para as compreender. A audiência do Vigário de Cristo tem alguma coisa das impressões de uma primeira comunhão e de uma primeira missa que são as audiências do próprio Cristo.” (1890, 34/5)
- “Levei ao Santo Padre o meu círio com os superiores gerais das Ordens e das Congregações. Alguns minutos passados aos pés do Vigário de Cristo causam-me uma grande impressão. Levantei-me comovido e tocado como nos grandes dias das ordenações.” (2/2/1891 – 1891-34/5)
- Terceiro Capítulo Geral SCJ, Fourdrain 6-7/09/1893.
- Quarto Capítulo Geral, São Quintino 31/08-01/09/1896.
- A 2/2/1897 Leão XIII recebendo o Pe. Dehon para a habitual oferta da cera da parte das várias Congregações religiosas, encorajou-o uma vez mais a prosseguir no seu apostolado social, repetindo-lhe outra vez o que tinha dito já anteriormente: Pregai as minhas encíclicas.
- A 11 de Abril de 1897, como “recompensa do seu apostolado social” e como sinal “do bem-querer e da confiança” do Papa, o Pe. Dehon foi nomeado Consultor do “Index”, um dos principais órgãos da Congregação romana para a Doutrina da FÉ (CF. NQT XII/1897, 42). É ao mesmo tempo uma mensagem do Papa endereçada aos opositores do Pe. Dehon: “Saber-se-á que aprovo as suas orientações, já que lhe confio uma função onde deverá julgar a doutrina dos outros” (Le Règne, Setembro 1903; cf. OSX V, pag 641) (conferências de Roma Pág. 22-23)
- “Sejamos vigilantes e sempre com o Papa. Somos superados, dominados pelo número e traídos por muitos. Não é tarde demais? Não. No combate de Monte-Libretti, em 1867, os soldados do Papa eram 80, e seus inimigos 1.200. Os 80 foram heróis. O amor ao Papa era a sua força. No auge da luta, vendo perto de si seu “clarim” ferido, que ainda procurava soar, Guillemin lhe diz: continua gritando: Viva Pio IX! Isso dá força. Nós clamamos: Viva Leão XIII! E isso, também nos sustentará. Os 80 foram vencedores sobre os 1.200. Também nós venceremos, com a graça de Deus.” (III, conferencias Roma Pág. 168)
- Quinto Capítulo Geral SCJ, São Quintino 14-15/09/1899.
- “Leão XIII conservou até ao final uma confiança inquebrantável… Este século XX será democrático.” (RCJ 1903, 375-6)
- O apostolado social do Pe. Dehon teve a sua expressão escrita através dos livros publicados durante o pontificado de Leão XIII, como adesão à doutrina social da Igreja sobretudo da encíclica papal Rerum Novarum (15/5/1891) – Manual Social Cristão 1ª edição 1894, 2ª 1895; Vários Congressos sociais; Catecismo Social 1898…
- O Pe. Dehon auto-designava-se de FONÓGRAFO do Papa. “Sobretudo, e quer ser o fiel intérprete das suas encíclicas” (Cf. Le Règne, Setembro 1903, OSC I, p. 643, Souvenir XI, Pág. 406)
- “Tivemos uma bela audiência com a família do Bom Pai (M. Harmel). O Cardeal Mathieu prestava assistência. Esta audiência deixar-me-ia uma recordação indelével. O Santo Padre não me reconheceu. Ele perguntou quem eu era. Eu respondi que era o Pe. Dehon que deu as conferências sobre as suas directivas. Recordou-se então e avançou-me a mão e lançou-me um olhar cheio de afecto e de encorajamento. É a recompensa do meu trabalho.” (1900-39/16).
- Sexto Capítulo Geral SCJ, Lovaina 11-12/09/1902.
- “De 12 a 2 de Julho de 1903, Leão XIII está doente. O mundo inteiro está comovido. Toda a imprensa se preocupa desta doença… Ele foi para o céu no dia 21. Recordarei na Revista o relacionamento que mantive com ele.” (1903 – 65/18).

Ser mártir

4ª Feira - XXXIV Semana Comum

Do Evangelho de hoje:

- "Sereis entregues até peos vossos pais, irmãos e amigos"
Isto não quer dizer que seremos traídos pelos da nossa família ou da nossa casa.
Quer dizer simplesmente que para sermos m+artires ou darmos testemunho da nossa fé ou da nossa adesão a Cristo nem precisamos de sair da nossa casa, nem do nosso ambiente... É preciso dar testemunho onde Deus nos plantou.

- "Nenhum cabelos da vossa cabeça se perderá... sem que Deus o saiba."
Quer dizer que Deus bem conhece todos os obstáculos, dificuldades ou atentados que temos de enfrentar. Nada escapa ao conhecimento de Deus... Tenhamos confiança pois Deus acompanha-nos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Óbolo da Viúva

2ª Feira - XXXIV Semana Comum

No Evangelho de hoje Jesus levantou os olhos e viu... uma viúva a deitar DUAS pequenas moedas no tesouro do Templo, duas moedas, isto é, tudo o que ela tinha para sobreviver...

Porquê DUAS Moedas?

1º Por que se ela tivesse uma moeda, ou uma nota, deitaria sem hesitar pois não teria trocos, mas como tinha DUAS moedas ela podia muito bem dividir: uma para si e outra para dar. Assim sendo, a viúva ofereceu tudo o que tinha, sem guardar uma moeda para si.
Se tivesse apenas uma moeda a viúva ou dava ou guardava. Não tinha outra alternativa.
Com Duas moedas ela podia fazer as duas coisas: guardava uma e oferecia a outra. Ela porém foi extremamente generosa; não guardou nada para si.
A nossa generosidade é medida não pelo tanto que damos aos outros, mas pelo pouco que guardamos para nós.
2º DUAS moedas - Uma é o amor a Deus e a Outra é o amor ao próximo. Estas duas moedas têm de ser partilhadas senão não valem nada.

Também nós somos portadores de duas moedas: saibamos ser generosos guardando pouco para nós...
E saibamos partilhar essas moedas que são o Amor a Deus e o Amor ao Próximo para que nunca percam o seu valor...

domingo, 21 de novembro de 2010

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (1)


Os Papas que o Pe. Dehon conheceu
Os Papas que conheceram o Pe. Dehon

O Pe. Dehon foi amigo pessoal de 5 Papas.
Esses foram os papas que ele conheceu, mas há outros tantos que embora não os tenha conhecido, foram Papas que conheceram o Pe. Dehon, a sua obra e os seus herdeiros.



















Papa Pio IX
(Giovanni Maria Mastai-Ferretti)
21 de Junho de 1846 – 07 de Fevereiro de 1878

- Leão Dehon, no final da Viagem ao Oriente, passou por Roma, 20 de Junho a 1 de Julho de 1865). Foi recebido em audiência privada pelo Papa Pio IX que lhe aconselhou a fazer os estudos no seminário francês de Santa Clara.
- Recebidos em audiência papal a 15 de Novembro de 1868, o Pai de Leão Dehon entregou o pedido escrito a Pio IX para que o filho fosse ordenado sacerdote antes de terminar os estudos teológicos. A data da ordenação foi então marcada para 19 de Dezembro de 1868.
- O Pe. Dehon foi escolhido, juntamente com 23 colegas, por Pio IX para estenógrafo do Concílio Vaticano (8 de Dezembro de 1869 – 20 de Outubro de 1870).
- Em Fevereiro de 1877 o Pe. Dehon, Vigário em São Quintino, acompanhou o seu bispo diocesano D. Thibaudier a Roma e foram recebidos pelo Papa Pio IX.
- Pio IX foi o papa na altura da Fundação da Congregação pelo Pe. Dehon (28/06/1878).
- “O maior acontecimento do ano (1878) foi a morte de Pio IX, seguido da eleição de Leão XIII. O Papa Pio IX morreu santo, como sempre viveu santo. O seu testamento é um acto heróico de humildade. Enquanto os outros príncipes prepararam para si túmulos majestosos, Pio IX pediu uma sepultura mais simples possível… O povo cristão tinha Pio IX por santo e falava-se de muitos milagres obtidos por sua intercessão… Para mim pessoalmente, gostava extremamente Pio IX que tinha visto de perto e em quem pude apreciar as suas grandes qualidade do espírito e do coração.” (1878, 101-XIII).

Cristo Rei

Ano C - Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Conta-se que numa paróquia alguém estava a fazer o inventário do recheio da igreja. A determinada altura escreveu na lista: Uma cruz da marca INRI. O sacerdote sorriu e explicou que aquela inscrição não era uma marca de fabrico, mas as iniciais de Jesus Nazareno Rei dos Judeus. Para se justificar, o funcionário respondeu que aquela sigla não era litúrgica, pois devia ser INRU, isto é, Jesus Nazareno Rei do Universo. De facto é assim que se designa a solenidade que assinalamos hoje. Jesus é Rei, Rei do Universo, Rei e Senhor de todos. E que tem a ver isto connosco?

Uma criança acompanhava a avó à Igreja. Curiosa começou a perguntar:
- Quem é aquele que está ali levantado na cruz
- É Nosso Senhor.
- Porque é que tem uma coroa de espinhos na cabeça?
- Porque é nosso Rei.
- Porque é que tem a cabeça inclinada?
- É para nos beijar.
- Porque é que tem os braços estendidos?
- É para nos abraçar.
- Porque é que tem o coração aberto?
- É para nos amar.
- E porque é que tem os pés cravados?
- É para podermos alcançá-lo.

É este Rei e Senhor, que está ao nosso alcance e que hoje contemplamos. E que vemos nós? Vemos um rei crucificado e uma cruz glorificada. Saibamos sobretudo ver a inscrição – JNRU.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Variante de Lucas


O Pai Nosso de cada dia (117)

No começo do século II já existia uma variante de Lc 11,2 que lê: Que teu Espírito Santo venha sobre nós e nos purifique. O herege Marcião (cerca de 140 d.c.) tinha no seu texto esta frase em lugar da primeira petição.

Pai,
Que teu Espírito venha sobre nós
E nos purifique.

Venha teu reino.

Dá-nos diariamente teu pão
Para o dia de amanhã.

E perdoa-nos os nossos pecados,
Pois também perdoamos
Todos os que nos são devedores.

E não deixes que sejamos levados à tentação.

(Cf. J. JEREMIAS, O pai nosso a oração do Senhor, Edições Paulinas, São Paulo, 1981, páginas 7-8).

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tu Pai

O Pai Nosso de cada dia (116)

Tu, Pai,
Tu estás onde o amor cresce;
Tu estás no céu das nossas buscas;
Tu estás no céu das nossas dúvidas;
Tu estás no céu das nossas esperanças.

Pai, o teu nome está gravado em mim,
Na palma do meu coração.
Que o teu nome seja conhecido!
Que os homens te conheçam, Pai.

Pai, virá o tempo em que o teu amor
Se espalhará como água viva;
Virá o tempo em que o teu amor
Fará os homens gritar de alegria.

Pai, tu que tens um olhar de vida sobre nós,
Que tenhamos os nossos olhos atentos
E que a vida brota,
Mesmo onde a morte nos destrói.

Pai, o pão nosso quotidiano
Tu no-lo dás com generosidade:
Que nas nossas mãos se estendam
Para aqueles que têm menos.

(Cf. MICHELLE ARCAND, citado por Pedrosa Ferreira, Rezar é viver, Ed. Salesianos, Porto, 1986, páginas 41-42).

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sicómoro

3ª Feira - XXXIII Semana Comum

Zaqueu subiu a um sicómoro...

Sicómoro é uma espécie de figueira bravia

- Árvore de tronco robusto e de tom amarelado,
- de altura variável entre os 25 aos 40 metros.
- de copa redonda e abundante,
- de raízes profundas.
- Cresce nas bermas da estrada,
- muito estimada pelas suas sombras pelos peregrinos.
- Adapta-se ao todo o tipo de terreno mesmo o encharcado.
- A sua madeira é leve e rija
- e os seus frutos doces e aromáticos, semelhantes ao figo.
- Os seus frutos crescem em grupos ou cachos
- de amarelos a vermelhos quando maduros
- Fruto comestível com cerca de 5 centímetros de diâmetro
- e atraem pássaros e outros animais.
- Pode viver mais de mil anos
- As suas folhas têm a forma de coração
- e são de cor verde escuro.

Por que é que Zaqueu, para ver Jesus, subiu a um sicómoro e não a uma palmeira, a uma figueira ou a um cedro?
De certeza que subiu à árvore que estava ali mesmo ao pé.
Mas eu hoje posso tirar outras conclusões:
Para ver Jesus e para ser visto por ele; para encontrá-lo e ser encontrado por ele é preciso trepar sempre um sicómoro, isto é, aproveitar o que está plantado ou semeado bem junto de nós:
Tudo o que é robusto, profundo, abrangente, envolvente, acolhedor, durável, doce, em forma de coração, cheio de esperança…



















Fonte da fotografia: http://associazioneilsicomoro.it/

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Que eu veja, Senhor!

2ª Feira - XXXIII Semana Comum

Não sei de quem é este texto que partilho hoje. É interessante e cada um poderá adaptá-lo consoante a sua situação existencial.

Senhor, que eu veja!

Senhor, lembro o cego que um dia te procurou.
Quando lhe perguntaste o que queria, ele respondeu:
- Senhor, que eu veja.
Repito o pedido:
- Senhor, que eu veja.

Quando há muito que fazer,
Senhor, que eu veja o que é mais importante e mais útil aos outros.

Quando tudo se torna escuro e sombrio,
Senhor, que eu veja a tua luz a me guiar.

Quando vários caminhos estão em minha frente,
Senhor, que eu veja aquele que tu queres que eu percorra.

Quando a dúvida me assaltar,
Senhor, que eu veja a tua verdade.

Quando eu andar apressado pela vida,
Senhor, que eu veja o irmão a mendigar um sorriso, uma saudação, um gesto de atenção.

Quando eu andar pelo campo afora,
Senhor, que eu veja a flor a admirar, o riacho a preservar, a natureza toda a defender.

Quando eu ouvir falar de greves,
Senhor, que eu veja a causa delas na organização injusta do sistema social.

Diante da propaganda e de certos programas dos Meios de Comunicação Social,
Senhor, que eu veja os falsos valores que se transmitem com a finalidade de destruir princípios humanos e cristãos.

Quando a doença bater, em mim ou nos meus familiares,
Senhor, que eu veja na cruz um sentido redentor para toda a dor humana.

Quando tudo me parecer negativo, triste e chato,
Senhor, que eu veja o lado bom da vida e me revista de um sadio optimismo.

Senhor, que eu veja sempre:
As crianças sorrindo,
Os idosos aceites e amparados
Os jovens idealistas e entusiastas
Os pobres promovidos e libertados
As famílias unidas.

Senhor, que eu não veja nunca:
Máquinas, caprichos e leis acima da pessoa.
A força das armas para estabelecer a ordem
Máscaras e mentiras na Igreja
Pobres morrendo de fome ao lado de supermercados
Milhões em festinhas e uns trocados para instituições de assistência.

Senhor, que eu veja como cego à beira do caminho.
Os homens parecem gostar de andar nas trevas.
Parece que gostam de ter as vistas cobertas e andar a esmo.
Não querem ver.
Esse também é o meu pecado: muitas vezes eu não quer ser.
Tenho medo que, enxergando, a minha vida tenha que ser mudada.

Senhor, eu te suplico:
- Abre os meus olhos!

Bartimeu

2ª Feira - XXXIII Semana Comum

Lc 18,35-43
Comentário feito por São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975)

- Ouvindo aquele grande vozear das pessoas, o cego perguntou: o que é isto? Responderam-lhe: é Jesus de Nazaré. Então inflamou-se-lhe tanto a alma, que gritou: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim.»
- Não te dá vontade de gritar, a ti que também estás parado na berma do caminho, desse caminho da vida que é tão curta; a ti, a quem faltam luzes; a ti, que necessitas de mais graça para procurares a santidade? Não sentes urgência em clamar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim»?
Que bela jaculatória para repetires com frequência!

- Repreendiam-no, mas o pobre Bartimeu não os ouvia e continuava ainda com mais força: «Filho de David, tem piedade de mim». O Senhor, que o ouviu desde o começo, deixou-o perseverar na sua oração.
- Contigo, procede da mesma maneira. Jesus apercebe-Se do primeiro apelo da nossa alma, mas espera. Quer que nos convençamos de que precisamos Dele; quer que Lhe roguemos, que sejamos perseverantes, como aquele cego que estava à beira do caminho de Jericó. Imitemo-lo. Ainda que Deus não nos conceda imediatamente o que Lhe pedimos e, apesar de muitos procurarem afastar-nos da oração, não cessemos de Lhe implorar.

domingo, 14 de novembro de 2010

Mundo Novo


Ano C - XXXIII Domingo Comum

Um dia, o discípulo perguntou ao seu mestre:
- Rabi, porque é que os bons sofrem tanto, enquanto os maus singram na vida?
O mestre começou por dizer:
- Um homem tinha duas vacas. Uma era robusta e a outra muito débil, uma estava bem, a outra estava mal. Em qual das duas meteu o jugo para transportar a sua carga?
- Certamente na que estava boa.
Concluiu então o mestre:
- Assim faz o Misericordioso, que Bendito seja Ele eternamente! Para levar adiante o mundo, Ele coloca o jugo sobre os bons.

Nesta perspectiva, o Evangelho oferece-nos uma reflexão sobre o percurso que a Igreja, comunidade dos fiéis, é chamada a fazer, até à segunda vinda de Jesus. A missão dos discípulos em caminhada histórica, é comprometer-se na transformação do mundo, de forma que a velha realidade desapareça e nasça o Reino. Esse caminho será percorrido no meio de dificuldades e perseguições, mas os discípulos terão sempre a ajuda e a força de Deus.

A Segunda Leitura reforça a ideia de que, enquanto esperamos a vida definitiva, não temos o direito de nos instalarmos na preguiça e no comodismo, alheando-nos das grandes questões do mundo e evitando dar o nosso contributo para a construção de um mundo novo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Síntese do Evangelho


O Pai Nosso de cada dia (115)

A oração do Senhor é realmente a síntese de todo o Evangelho; é o compêndio do Antigo e Novo Testamento.
Em quão poucas palavras estão compendiados os ditos dos Profetas, dos Evangelhos, dos Apóstolos; os discursos; as parábolas, os exemplos e os preceitos do Senhor; e, ao mesmo tempo, quantos nossos deveres são explanados:

Na invocação do Pai – a honra de Deus
No nome – o testemunho da fé
Na sua vontade – a oferta da obediência
No reino – a recordação da esperança
No pão – o pedido da vida
Na súplica do perdão – a confissão dos pecados
Na súplica de protecção – a preocupação das tentações.

Conscientes destas realidades, oremos tal como o Senhor nos ensinou: Pai Nosso…

(TERTULIANO, De Oratione, cap. 2.9: PL Vol I, Col. 1153-1165).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Simplesmente Pai Nosso


O Pai Nosso de cada dia (114)

Propriamente, o Pai Nosso podia terminar na primeira palavra. O resultado das sete petições ou das outras setenta que poderiam seguir-se, já está assegurado. Que pode negar-nos quem nos concedeu o direito de lhe chamar Pai. Nós, porém, dizemos distraidamente Pai e logo ansiamos em pedir-lhe coisas. É como se alguém me trouxesse uma jóia e a nossa reacção fosse: dá-nos o papel que em a envolvê-la.
Toda a oração se resume nestas duas palavras: Pai Nosso.
Rezemos, reparando que tudo o mais poderia ser omitido, ou então tudo inclui estas palavras: Pai Nosso.
........................Pai Nosso
.... .... ...Que estais nos Céus
...............Santificado seja o vosso nome

.........Venha a nós
..................O vosso reino
..Seja feita a vossa vontade
....................Assim na terra
...........Como no céu

....................O Pão nosso
.............De cada dia
.............Nos dai hoje

.....Perdoai as nossas ofensas
......Assim como nós perdoamos
........A quem nos tem ofendido
.........E não nos deixeis cair em tentação
.. .Mas livrai-nos do mal

Semana dos Seminários


Carta do Papa Bento XVI aos Seminaristas

Reflexões para cada dia da Semana a partir da Carta do Papa Bento XVI aos Seminaristas, de 18 de Outubro de 2010.

1º Dia
O Seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal.

Em Dezembro de 1944, quando fui chamado para o serviço militar, o comandante de companhia perguntou a cada um de nós a profissão que sonhava ter no futuro. Respondi que queria tornar-me sacerdote católico. O subtenente replicou:
- Nesse caso, convém-lhe procurar outra coisa qualquer; na nova Alemanha, já não há necessidade de padres…
Hoje a situação é completamente diversa, porém mesmo nos nossos dias muitos pensam que o sacerdócio católico não seja uma profissão de futuro, antes pertenceria já ao passado.
Caros seminaristas, contrariando tais objecções e opiniões, vós decidistes-vos a entrar no Seminário, encaminhando-vos assim para o ministério sacerdotal. E fizestes bem, porque os homens sempre terão necessidade de Deus.
Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros.
Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir.
Uma pessoa não se torna sacerdote, sozinha. É necessária a comunidade dos discípulos. (Introdução)

2º Dia
Quem quer tornar-se sacerdote, deve ser sobretudo um homem de Deus.

O elemento mais importante no caminho para o sacerdócio e ao longo de toda a vida sacerdotal é a relação pessoal com Deus em Jesus Cristo. O sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer, cujo número de membros se procura manter e aumentar. É o mensageiro de Deus no meio dos homens… Por isso é muito importante aprender a viver em permanente contacto com Deus.
Quando o Senhor fala em orar sempre naturalmente não pede para estarmos continuamente a rezar por palavras, mas para conservarmos sempre o contacto interior com Deus… É importante que o dia comece e acabe com a oração; que escutemos Deus na leitura da Sagrada Escritura… (nº 1)

3º Dia
O centro da nossa relação com Deus é a Eucaristia.

Para nós, Deus não é só uma palavra. Nos sacramentos, dá-se pessoalmente a nós, através de elementos corporais. O centro da nossa relação com Deus e da configuração da nossa vida é a Eucaristia; celebrá-la com íntima participação e assim encontrar Cristo em pessoa deve ser o centro de todas as nossas jornadas.
Na liturgia, rezamos com os fiéis de todos os séculos; passado, presente e futuro encontram-se num único grande coro de oração. (nº 2)

4º Dia
Importante é também o sacramento da Penitência.

Ensina a olhar-me do ponto de vista de Deus e obriga-me a ser honesto comigo mesmo; leva-me à humildade.
Uma vez o Cura d’Ars disse: Pensais que não tem sentido obter a absolvição hoje, sabendo entretanto que amanhã fareis de novo os mesmos pecados. Mas o próprio Deus neste momento esquece os vossos pecados de amanhã, para vos dar a sua graça hoje.
Na grata certeza de que Deus me perdoa sempre de novo, é importante continuar a caminhar…
E, deixando-me perdoar, aprendo também a perdoar aos outros; reconhecendo a minha miséria, também me torno mais tolerante e compreensivo com as fraquezas do próximo. (nº 3)

5º Dia
A piedade popular é um grande património da Igreja

Mantende em vós também a sensibilidade pela piedade popular, que, apesar de diversa em todas as culturas, é sempre também muito semelhante, porque, no fim de contas, o coração do homem é o mesmo.
É certo que a piedade popular tende para a irracionalidade e, às vezes, talvez para a exterioridade. No entanto, excluí-la, é completamente errado. Através dela, a fé entrou no coração dos homens, tornou-se parte dos seus sentimentos, dos seus costumes, do seu sentir e viver comum. A piedade popular faz de nós mesmos povo de Deus. (nº 4)

6º Dia
O tempo no seminário é também e sobretudo tempo de estudo.

A fé cristã possui uma dimensão racional e intelectual, que lhe é essencial. Sem tal dimensão, a fé deixaria de ser ela mesma.
Adquirir a capacidade para dar respostas é uma das principais funções dos anos de Seminário. Estudai com empenho! É certo que muitas vezes as matérias de estudo parecem muito distantes da prática da vida cristã e do serviço pastoral. Poderá isto servir-me no futuro? É que não se trata apenas de aprender as coisas evidentemente úteis, mas de conhecer e compreender a estrutura interna da fé na sua totalidade…
Amai o estudo da teologia e segui-o com diligente sensibilidade para ancorardes a teologia à comunidade viva da Igreja… (nº 5)

7º Dia
Os anos no Seminário devem ser também um tempo de maturação humana.

Para o sacerdote, que terá de acompanhar os outros ao longo do caminho da vida e até às portas da morte, é importante que ele mesmo tenha posto em justo equilíbrio coração e intelecto, razão e sentimento, corpo e alma, e que seja humanamente íntegro.
Faz parte deste contexto também a integração da sexualidade no conjunto da personalidade. A sexualidade é um dom do Criador, mas também uma função que tem a ver com o desenvolvimento do próprio ser humano.
É um elemento essencial do nosso caminho praticar as virtudes humanas fundamentais, mantendo o olhar fixo em Deus que Se manifestou em Cristo, e deixar-se incessantemente purificar com Ele. (nº 6)

8º Dia
O Seminário é uma escola de tolerância

É o período em que se aprende um com o outro e um do outro.
Hoje, muitas vezes a decisão para o sacerdócio desponta nas experiências de uma profissão secular já assumida. Frequentemente cresce nas comunidades, especialmente nos movimentos… amadurece em encontros muito pessoais com a grandeza e a miséria do ser humano.
Na convivência, por vezes talvez difícil, deveis aprender a generosidade e a tolerância não só suportando-vos mutuamente, mas também enriquecendo-vos um ao outro, de modo que cada um possa contribuir com os seus dotes peculiares para o conjunto, enquanto todos servem a mesma Igreja, o mesmo Senhor.

Confio o vosso caminho de preparação para o sacerdócio à protecção materna de Maria Santíssima, cuja casa foi escola de bem e de graça. (nº 7)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ao colo de Deus Pai

9 de Novembro
Festa da Dedicação da Basílica de Latrão

Basílica é o templo do Rei ou o rei dos templos.

A Irmã Mary Wilson dizia:
"Cultivaremos o espírito de oração, fazendo em nossos próprios corações uma cela onde possamos constantemente conversar com o nosso divino Esposo."


Uma vez perguntei aos alunos da Catequese se costumavam falar muitas vezes com o seu pai.
- Sim, bastante.
- E onde é que vocês acham que é o melhor lugar para falar com o pai?
- Em casa!
- À mesa!
- Ao seu colo, entre os seus braços!

Depois perguntei aos adultos:
- Onde será o melhor lugar para falar com Deus Pai?
- Na casa de Deus (Igreja)!
- À sua mesa (à volta do altar)!
- Entre os seus braços (envolvidos na sua intimidade e comunhão)!
E não pude deixar de perguntar se costumavam falar muito com o Pai do Céu.
- Nem por isso. Bem pouco.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A flor da mostarda

2ª Feira - XXXII Semana Comum

"Se tivésseis fé como um grão de mostarda..."

A Mostarda é classificada pelos botânicos como uma planta da família das CRUCÍFERAS.
Talvez este detalhe não desperte a nossa atenção, mas quem sabe se Jesus não a escolheu de propósito também por isso.
As crucíferas compreendem a família das plantas cuja flor tem uma corola caracterizada pela disposição das suas quatro pétalas em forma de CRUZ.
Este pormenor revela-nos algo abrangente: Deus semeou a sua única semente, pequena e humilde cá na terra, onde cresceu como uma planta vistosa, formando uma flor que morreu com morte de cruz para produzir frutos, e frutos em abundância.
Jesus ao falar da semente da mostarda estava a falar de si mesmo e da sua cruz para produzir em nós estes frutos em abundância.

domingo, 7 de novembro de 2010

Se digo Pai Nosso


O Pai Nosso de cada dia (113)

Vós, que não entendeis o breviário por ser em outra língua, rezai o rosário na vossa e vede se há palavras nas suas orações que da língua ao coração não excite ardentíssimos desejos!

Se digo – Pai nosso – esta palavra me excita a amar um Deus, que me criou e do nada me deu o ser que tenho, e a não degenerar de filho de tão soberano Pai.

Se digo – que estás nos céus – esta palavra me lembra que o Céu, e não a Terra, é a minha Pátria, e que viva na passagem deste mundo, como quem há-de viver lá eternamente.

Se digo – santificado seja o teu nome – esta palavra me ensina a veneração com que devo tomar na boca o nome de Deus, e a verdade com que, sendo necessário, hei-de jurar por ele.

Se digo – venha a nós o teu reino – esta palavra verdadeiramente saudosa me admoesta do fim para que fui criado e que se agora sirvo neste cativeiro entre os homens, é para depois reinar entre os anjos.

Se digo – seja feita a tua vontade assim na terra como no céu – esta palavra conforma a minha vontade com o divino, para que, querendo o que ele quer, tudo o que se faz ou sucede seja também o que eu quero.

Se digo – o pão nosso de cada dia nos dá hoje – nesta palavra me livro de todos os cuidados da vida e, com os seguros tesouros de não desejar o supérfluo, sou mais rico que todos os ambiciosos do mundo.

Se digo – perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos – com este pequeno cabedal de perder o pouco que me devem, pago as infinitas dívidas de quanto devo a Deus, pelo que dele recebi e o tenho ofendido.

Se digo – não nos deixes cair em tentação – nesta palavra reconheço, para a cautela, a própria fraqueza, e me ponho naquelas poderosas mãos de quem só me pode ter mão, para que não caia.

Se digo finalmente – mas livra-nos do mal – nesta última palavra confesso que muitos dos que tenho por bens, verdadeiramente são males, e que só me pode livrar deles quem só os antevê e combate.

(Pe. ANTÓNIO VIEIRA, Cf. Bíblica 92, 1970, página 288).

Todos Vivem


Ano C - XXXII Domingo Comum

Estava eu a falar aos meus alunos sobre a vida de santidade que consistia em fazer a vontade de Deus. Para concluir, pedi a alguém que me explicasse o que se devia fazer, em primeiro lugar, para ir para o céu. Querendo apenas brincar, ou fazer-se engraçado perante os colegas. Respondeu:
- Para ir para o céu, em primeiro lugar é preciso morrer!
Ele pensava que estava a gozar. Mas fiz-lhe ver que tinha toda a razão. É preciso morrer todos os dias, cortar com muita coisa. Ninguém pode ver a Deus e viver. Tem de morrer para si mesmo, aceitar a morte dos seus projectos, ideias etc. É preciso morrer para ser criaturas novas. Só viverá quem souber morrer.

Ao olhar à nossa volta, chegamos à conclusão que todos passam pela morte, isto é, todos vivem para morrer. Mas, quem tem fé, não vive apenas para morrer mas morre para viver. Só morrendo pode entrar na plenitude da vida.
Não há cristianismo sem ressurreição e não há vitória se não houver batalha.
A morte futura já a vivemos hoje, quando dizemos não a muita coisa, nas renúncias, opções etc. Do mesmo modo a ressurreição futura já a vivemos agora, contida em limites, que detêm o seu esplendor e plenitude. Na esperança já somos ressuscitados.
Em tudo o que vivemos e fazemos há um germe de morte e de ressurreição.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

As finanças de Jesus


6ª Feira - XXXI Semana Comum

Jesus não entendia nada de finanças nem de economia

- Jesus elogiou um administrador desonesto. Isto não é só não se importar com a corrupção, mas ainda mais grave é dar cobertura, proteger e defender os corruptos.
- Quis que fosse pago o mesmo salário a quem trabalho horas diferentes na vinha. Isto levaria à bancarrota qualquer empresa.
- Também não sabia a diferença entre as avultadas quantias de dinheiro e uma simples moeda da pobre viúva.
- Se Jesus fosse entendido em economia não teria entregado a bolsa do dinheiro a Judas Iscariotes.

Assim sendo, Jesus só podia viver na pobreza e em crise económica permanente.
Estes defeitos poderiam ter feito de Jesus um fracassado.
Por que é que ele assumiu estes defeitos?
Porque á AMOR.
O Amor autêntico não raciocina, não mede, não levanta barreiras, não calcula, não tem contabilidade organizada, nem medidas nem orçamentos.
São defeitos incorrigíveis. Só quem ama é capaz de os compreender.

Como dizia Santa Teresinha do Menino Jesus:
“Viver de amor é dar sem medida, sem nesta terra salário reclamar; sem fazer conta eu dou, pois convencida de que quem ama já não sabe calcular!”

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Rezai assim

O Pai Nosso de cada dia (112)

Pai nosso, que estais em toda a parte,
queremos que todos vos conheçam e amem.
Queremos viver nesse reino que prometeis
e que dia a dia preparamos com o nosso esforço:
Reino de iguais, de livres e de irmãos,
orientados pela vossa paz, a vossa luz, a vossa alegria.

Queremos repartir entre nós
o pão, as flores, o tempo, o trabalho.
E esperamos de vós o perdão necessário
para vivermos frente ao futuro.

Também nós queremos perdoar,
renovando este mundo estragado pelo ódio egoísta,
pela louca soberba e pela cega violência.
Convosco seremos libertos de todo o mal.
Assim seja!

Aos ombros do Pastor


5ª Feira - XXXI Semana Comum

As duas parábolas do Evangelho mostram precisamente o contrário daquilo que nós costumamos fazer:

Se uma ovelha nossa estivesse perdida, quando a encontrássemos nós puxaríamos pelas suas orelhas, daríamos uma repreensão, castigaríamos e fecharíamos no curral. Deus faz precisamente o contrário: afaga, carrega aos ombros, trata melhor do que se estivesse sempre no curral.

Também a segunda parábola, quando nós não sabemos onde está um determinado valor pensamos logo nos vizinhos ou desconfiamos que alguém o roubou ou mexeu sem a nossa autorização: chamamos logo os vizinhos para os incriminar.
Deus faz o contrário, procura, faz tudo o que está ao seu alcance até encontrar e depois vai chamar os amigos para partilhar a alegria do achado.

Isto faz-me lembrar uma parábola moderna sobre o ombros e a sua importância.
É que Deus carrega-nos aos seus ombros como ovelhas perdidas e reencontradas:


Quando eu era menino e moço, a minha mãe perguntou-me qual era a parte mais importante do corpo. Eu achava que o som era muito importante para nós, seres humanos, por isso respondi:
- Os ouvidos, mãe.
Ela corrigiu:
- Não. Muitas pessoas são surdas. Mas continua a pensar sobre este assunto. Noutra oportunidade volto a perguntar-te.
Algum tempo se passou, até que a minha mãe me perguntou outra vez. Desde que fiz a minha primeira tentativa, imaginava ter encontrado a resposta correcta. Assim, desta vez, eu disse:
- Mãe, a visão é muito importante para todos, por isso devem ser os olhos.
Ela olhou-me e disse:
- Estás a aprender depressa, mas a resposta ainda não está certa, porque há muitas pessoas que são cegas.
Continuei a minha busca ao longo do tempo e a minha mãe perguntou-me várias vezes, mas era sempre a mesma a conclusão:
- Não. Ainda não chegaste à resposta perfeita.
Então, um dia, o meu avô faleceu. Todos estavam tristes. Todos choravam. Até mesmo o meu pai chorou.
Lembro-me bem, porque tinha sido apenas a segunda vez que eu o via chorar.
A minha mãe olhou para mim, quando fui dar o adeus final ao meu avô. Ela perguntou:
- Já sabes qual é a parte do corpo mais importante?
Fiquei meio chocado por ela me fazer a pergunta naquele momento. Estava convencido de que se tratava apenas de um jogo entre nós. Vendo que eu estava confuso ela continuou:
- Esta pergunta é muito importante. Mostra como estás a viver realmente a tua vida. Para cada parte do corpo que citaste no passado, eu disse-te que estava errada e dei-te um exemplo que justificava. Mas hoje é o dia em que precisas de aprender esta importante lição.
Olhou-me de um jeito que somente uma mãe pode ter. Vi lágrimas nos seus olhos. Disse:
- Meu filho, a parte do corpo mais importante é o ombro.
Eu perguntei:
- Sim, porque sustenta a minha cabeça?
Ela corrigiu-me:
- Não. Porque no ombro, um filho, um amigo ou alguém que ama, pode apoiar a cabeça quando chora.
Então, apoiei a minha cabeça no ombro de minha mãe, e chorei...

Esta história não é minha, mas posso rever-me nela perfeitamente.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Que ousadia Pai Nosso


O Pai Nosso de cada dia (111)

Pai Nosso
Que ousadia! Não ouso chamar Pai as pessoa de alta categoria, mas posso chamar Pai ao próprio Deus. Digo NOSSO e não MEU, porque rezo no Mundo, com o Mundo, para o Mundo.

Que estais nos céus
Ele não é de longe, não mora longe… Ele está no Céu; o Céu é onde Ele está… Se está no meu coração, lá é Céu… O Céu começou para mim, quando comecei a amá-lo…

Santificado seja o vosso nome
A glória do Pai é a glória dos filhos. É meu trabalho que pode tornar santificado o nome de nosso Pai. É minha dedicação aos irmãos que pode tornar santificado o nome do nosso Pai.

Venha a nós o vosso reino
O reino de Deus é o último lugar que escolhemos: somos competitivos demais. Deixemos o melhor lugar para os outros, porque aceitar o reino de Deus é lutar pela sua implantação em nós, nos outros, no mundo.

Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu
A vontade de um Pai é que um filho seja feliz, Deus só pode querer a nossa felicidade, porque Ele é bondade. Deus serve-se dos nossos actos livres para construir a nossa felicidade. É esta a única maneira de fazer a vontade de Deus.

O pão nosso de cada dia
Se o Pai é nosso, o pão é nosso. Não há muita gente sem pão; há aqueles cujo pão os outros retêm. Há a falta de amor que retém o pão em casa de quem já o tem, vindo a faltar aos outros. Não há pão meu, como não Pai meu.

O pão nosso nos dai hoje
O pão de cada dia nos liga ao Pai, cada dia. O pão de sempre me desligaria da família orante. Pedir o pão de hoje me afasta da tentação de amontoar riquezas ou recursos a pretexto de ter sempre pão. Devo confiar no Pai e esperar dele o pão de cada HOJE. Assim vou multiplicando os actos de amor.

Perdoai as nossas ofensas
Quando o Pai me perdoa, não esquece a minha ofensa: transforma-a em elementos de amor. O Pai nunca perde a confiança em nós: Não percamos a confiança no seu amor.

Perdoai-nos como nós perdoamos
O nosso Pai sempre quer perdoar, mas nem sempre pode perdoar; depende de nós. Ele só nos pode perdoar nossas ofensas, se nós perdoamos a quem nos ofendeu. Posso deter o perdão do Pai. Perdoar sem amar é humilhar. Pedir perdão sem amar é ludibriar.

Não nos deixeis cair em tentação
Cair na tentação pode servir de advertência. A maior tentação é não querer reerguer-se da queda; é não acreditar no perdão, na regeneração. Isto pode também significar: ‘não nos deixeis ficar caídos’.

Mas livrai-nos do mal
Livrai-nos do mal… Guardai-nos no bem… Deixai-nos livres… Só há mérito onde há liberdade… Mal e Bem, alternativas livres.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Quanto falta ainda?

O Pai Nosso de cada dia (110)

Pai Nosso que estás connosco,
quanto falta ainda
para que o teu nome seja conhecido e louvado
por todos os homens, meus irmãos?

Quanto falta ainda
para que chegue a nós o teu reino
de justiça, amor e paz?

Quanto falta ainda
para que todos façamos o que tu queres;
para que todos amemos esta terra
como um dia amaremos o céu?

Pai, dá-nos o pão de cada dia.
Que não falte o pão em nenhuma mesa,
nem o grão nos campos de trigo,
nem a saúde a quem o semeia
e o prepara para nós.

Que não falte o pão da tua palavra
nem o da eucaristia.

Pai, que ninguém caia em tentação,
e livra-nos a todos do mal.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Todos os Santos

Dia de todos os santos

3 perguntas:
1 - O que é ser santo?
2 - Como ser santo?
3 - Onde ser santo?

1 - Ser santo é ser feliz ou bem-avenurado
e ser feliz é ser santo, pois ninguém é realmente feliz se não for santo.

2. Ser santo é estar em paz consigo mesmo, com Deus, cos os outros e com toda a criação. É este o dia de São Nunca, pois quando não queríamos pagar algo dizíamos que esperasse pelo dia de sã Nunca. Como no calendário dos santos não havia o nome desse santo estão estávamos dispensados desse pagamento. Mas hoje, dia de todos os santos é dia também de São Nunca. Pequemos todas as nossas dívidas, respindamos a todos os nossos comprimissos, assumamos todas as nossas promessas, cumpramos todos os nossos proósitos.
Para ser santo é preciso ter todas as suas contas em dia.

3. Onde ser santo? Aqui, onde Deus nos plantou é aí que devemos florir. Não podemos arranjar a desculpa de que o ambiente não nos favorece, que lá seria melhor, ou com outra companhia conseguiria ser mais santo. É aqui que Deus me plantou e é aqui que deve florir e dar frutos de santidade.
Efeméride: a 1 de Novembro de 1911 Mary Jane Wilson, a Irmão São Francisco chegou à Madeira depois de cerca de um ano de deportação por causa das novas leis da República. Aqui foi a terra onde ela se tornou santa.

Quando... ensina-me a rezar

O Pai Nosso de cada dia (109)

Quando… ensina-me a rezar!

Quando eu estiver só,
Perdido no meio da multidão,
Que eu diga:
Pai Nosso que estais nos Céus.

Quando tudo for negro à minha volta,
Nos momentos de desânimo e incerteza,
Que eu diga:
Santificado seja o vosso nome.

Quando me sentir ultrajado e humilhado,
Quando for perseguido e destronado,
Que eu diga:
Venha a nós o vosso reino.

Quando for tocado pelo orgulho
E me fizer mais do que aquilo que sou,
Que eu diga:
Seja feita a vossa vontade
Assim na terra como no céu.

Quando atravessar o deserto estéril,
Quando desfalecer sem razões de viver,
Que eu diga:
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Quando me sentir ofendido
E injustamente maltratado,
Quando a ira me invadir
E o ódio me vencer,
Que eu diga:
Perdoai as nossas ofensas
Assim como nós perdoamos
A quem nos tem ofendido.

Quando fizer do prazer um direito
E do ódio uma desculpa,
Que eu diga:
Não nos deixeis cair em tentação,
Mas livrai-nos do mal.