sábado, 28 de fevereiro de 2015

Sacrificar, testemunhar e transfigurar

Ano B - II domingo da quaresma

1) Sacrificar
No domingo passado era Deus tentado. Hoje é Deus quem tenta.
Tentou Deus a Abraão para provar o seu amor.
Isaac significa riso, e ainda que pareça matéria de riso, este riso, na significação de Deus, é a matéria de toda a tentação, se este riso é o que Deus manda sacrificar.
Sabeis, diz São Bernardo, o que Deus manda que lhe sacrifiquemos quando manda sacrificar Isaac? Manda que lhe sacrifiquemos o riso.
Quando mandou a Abraão que sacrificasse o seu Isaac, mandou-lhe que sacrificasse o seu filho e esta foi a história.
Quando nos manda que sacrifiquemos o nosso Isaac manda-nos que sacrifiquemos o nosso riso e esta foi a parábola. (Pe. António Vieira)

2) Testemunhar
Cinco testemunhas do Tabor:
- Pedro: Símbolo da igreja, da comunidade crente.
- Tiago: símbolo dos mártires, da comunidade triunfante.
- João: símbolo da contemplação, da comunidade adorante.
- Moisés – representante da Lei (monte Sinai).
- Elias- representante dos profetas (monte Carmelo).
Com qual destas testemunhas eu mais me identifico?
Na fé? No sacrifício? Na oração? No cumprimento dos mandamentos? Ou na palavra que frutifica?

3) Transfigurar
Num filme de 2000 Stephen Daldry conta a história de Billy Elliot, um miúdo de 11 anos que cresceu numa família do Reino Unido. Sua mãe morreu, seu pai e seu irmão trabalhava numa mina, no meio de conflitos laborais… Billy queria ser bailarino e só a avó o compreendia pois outrora teve também um sonho parecido. O seu pai opunha-se intransigentemente e o seu irmão sentia vergonha dele.
Ajudado pela sua professora concorreu a uma audição e ganhou uma bolsa para estudar ballet na grande capital.
Diante de Billy havia dois caminhos: o boxe ou o ballet. O primeiro era o que queria o seu pai para poder como ele enfrentar a dura vida dos mineiros. O ballet era a chama que lhe ardia por dentro. E foi isso que acabou por vencer, tudo e todos.
Os avaliadores da prova de admissão perguntaram-lhe porque é que queria bailar ou o que sentia ao bailar.
Ele respondeu com toda a sinceridade:
- Quando eu bailo, eu sinto-me transfigurado.
Não sei se o bailar era para ele tirar o que de melhor tinha lá dentro ou se tirar o que de melhor tinha era bailar, só sei que bailar era transfigurar-se ou transfigurar-se era bailar porque fazia brotar isso do seu interior.
Bailemos também nós para nos sentirmos transfigurados.
Realizemos os nossos sonhos, desejos, aspirações ou o chamamento que temos a arder dentro de nós e veremos a nossa vida plenamente transformada ou transfigurada.



segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Via Sacra (15)


Via Sacra narrada por Maria, Mãe de Jesus

Via-sacra de Maria ou Maria na via-sacra.

Esta foi a via-sacra de Jesus vista pelos olhos de sua mãe, guardada para sempre no seu coração de mãe.

1ª Estação - Jesus é condenado à morte
Informaram-me de madrugada que Jesus tinha sido preso.
Já há muito que eu tinha o pressentimento que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer.
Jesus sempre me sossegava dizendo que ainda não chegara a sua hora.
Agora, essa hora chegou sem me avisar.
Disseram-me que ele tinha sido levado a Anás.
Então corri, mas cheguei tarde pois já ia a caminho de Caifás.
Lá, fui informada que Jesus estava com o Pilatos.
Quando lá cheguei confirmaram que ia a caminho de Herodes.
Senti a mesma angústia quando o perdi, menino e moço, no templo de Jerusalém.
Desta vez não pude aproximar-me d'Ele.
Ouvi os gritos da multidão contra Ele. A mesma multidão que há poucos dias O aclamava com alegria e entusiasmo.
Eu ouvi tudo e vi o meu filho ser condenado à morte por blasfémia… mas Ele é o Filho de Deus, como pode negar a sua natureza divina?
Quando alguém não reconhece a divindade de Jesus, está a condená-l'O outra vez à morte.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que nunca condenemos ninguém à morte e que a nossa vida seja sempre guiada pela justiça e pela caridade.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

2ª Estação – Jesus carrega com a cruz
Eu vi atirarem uma cruz pesada para os ombros do meu filho Jesus.
Ele, quando jovem, estava habituado a carregar aos ombros tábuas de madeira para a oficina de José, mostrando a sua solidariedade e colaboração com os carpinteiros.
Hoje, Ele carregava outro madeiro e mostrava também a sua solidariedade e colaboração em favor de toda a humanidade.
Devia ser bem pesada essa cruz, mas o que me parecia doer mais não era o peso, mas o ódio, a violência e a opressão de quem o subjugava.
Reparei que Jesus aceitou a cruz, não com a violência de quem lha entregava, mas com amor.
Sim, pareceu-me que Jesus não apenas recebia a cruz, mas abraçava-a como se aceitasse um presente querido.
Quando alguém aceita as adversidades de cada dia, está a abraçar a sua cruz e esta torna-se mais leve porque sinal de amor e de entrega voluntária.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que cada discípulo de Jesus possa cada dia abraçar a sua cruz e segui-l'O com determinação.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

3ª Estação – Jesus cai pela 1ª vez
Eu procurava aproximar-me do meu filho Jesus, mas não conseguia por causa da multidão que O seguia e que O humilhava. Por isso seguia-O à distância.
De repente deixei de O ver. Só me apercebi que tinha caído, quando O vi erguer-Se humilde e corajoso.
Mesmo prostrado no chão não havia ninguém tão grande como Jesus. Ao pé d'Ele todos nós nos sentíamos pequenos.
Não há ninguém maior do que aquele que se ajoelha.
Não há ninguém maior do que aquele que, ao cair, consegue erguer-se com coragem e humildade.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que quando vacilarmos consigamos levantar-nos com a mesma humildade e coragem.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

4ª Estação – Jesus encontra a sua mãe
Foi numa esquina dessa via dolorosa que me encontrei frente a frente e o meu olhar se cruzou com o olhar dolorido, mas cheio de ternura do meu filho Jesus.
Eu queria confortá-l'O, a ele que sofria carregando a cruz, mas afinal, Ele ao olhar para mim é que me confortou e me encheu a alma de ternura e de compaixão.
Ainda estremeço ao recordar esse olhar de filho, de irmão, de mestre, do meu Senhor e meu Deus.
Quando alguém se deixa penetrar pelo olhar divino, nada continua como antes, pois ele enche e fortifica toda a alma.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que possamos acolher o olhar de Deus, guardá-lo no nosso coração e refleti-lo com alegria pelos nossos irmãos.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
           
5ª Estação – Jesus é ajudado pelo Cireneu
Eu não conhecia aquele Simão de Cirene que ajudou o meu Filho Jesus a levar a sua cruz.
Acho que também o próprio Simão não conhecia Jesus, mas não deixou de Lhe prestar auxílio.
E eu fico a pensar em tantos filhos que Deus vai ao seu encontro apesar de não O conhecerem.
Quanta gente é ajudada, curada, perdoada e abençoado por Deus, apesar de O não conhecerem.
Ao ver Jesus a ser ajudado, a minha alma exultou de alegria, porque afinal foi Ele quem nos ajudou primeiro. Foi Ele quem veio ao nosso encontro, foi Ele que teve compaixão de nós.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que possamos ajudar os nossos irmãos, amando-os como Jesus nos amou.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

6ª Estação – Jesus encontra a Verónica
Como compreendo o ímpeto daquela mulher, a Verónica, para se aproximar do meu filho Jesus e para lhe dar um pouco de conforto, enxugando-lhe o rosto.
Jesus sempre Se aproximou dos mais pobres, dos mais desprezados ou malvistos da sociedade para lhes dar conforto e carinho. Eu conheço vários episódios.
Hoje era Ele quem necessitava desse conforto e aquela minha amiga Verónica fê-lo por mim, porque não me deixavam aproximar mais.
Ainda bem que foi ela. Assim Deus pôde gratificá-la pela sua sensibilidade e coragem.
É ajudando que nós somos ajudados, é confortando que nós somos confortados.
E em tudo glorificamos a Deus pelas maravilhas que Deus faz através dos nossos irmãos.
Oremos: Rogai por nós, Santa Maria Mãe de Deus, e ajudai-nos a agradecer as obras e exemplos que os nossos irmãos partilham connosco e fazei-nos obreiros da reconciliação.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

7ª Estação – Jesus cai pela 2ª vez
Eu vi outra vez o meu filho Jesus prostrado no chão.
O seu corpo é pó que ao pó se mistura, mas o seu Espírito vivificava.
Vi-O caído, mas Ele era o Todo-poderoso.
Vi-O a sofrer, mas Ele era o Glorioso.
Vi-O no pó, mas Ele era o Filho de Deus.
Vi-O fragilizado, mas Ele era a força.
Jesus deixou-se cair para ensinar a todos como se deve levantar, tomar a cruz e prosseguir a caminho do Calvário.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, agora e na hora dos nossas quedas para que possamos erguer os nossos olhos para o alto e receber a força para nos levantarmos.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

8ª Estação – Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
Eu estava amparada por um grupo de amigas e conhecidas de Jerusalém.
Elas não sabiam a quem socorrer primeiro: Se à mãe ou se ao Filho.
Jesus, ao passar, apercebeu-Se disso e pediu-lhes que amparassem todos aqueles que são chamados a fazer a vontade de Deus Pai, pois esses é que são sua mãe, suas irmãs e seus irmãos.
E eu glorifiquei a Deus por essas maravilhas que eu guardava no meu coração.
Alegrei-me com aquelas mulheres, chorei com elas, rezei por elas…
Amar é sofrer unidos, é chorar juntos, é viver em comunhão.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que aprendamos a ter um só coração e uma só alma.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…
             
9ª Estação – Jesus cai pela 3ª vez
Na etapa final da sua escalada para o monte Calvário, o meu Filho Jesus quanto mais subia mais se baixava sob o peso da cruz.
Vergou-se tanto que foi outra vez ao chão.
Ele caiu, ficou por terra para nos fazer recordar que Ele, ao nascer, veio à terra, à nossa terra, à nossa vida.
O Filho de Deus fez-se homem que o homem se tornasse filho de Deus.
O pó do caminho que amparou o meu filho Jesus nesta queda vem recordar que é no coração dos seus amigos que Ele quer cair para ficar e ser amparado.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que, vendo Jesus prostrado como nós na terra, sejamos cada vez mais parecidos com Ele.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

10ª Estação – Jesus é despojado das suas vestes
Ao chegarmos ao alto do monte Calvário vi que retiravam as vestes do meu Filho Jesus.
Vi que não rasgaram a túnica. Essa túnica era especial, inconsútil, feita de uma peça só… mas sobretudo era especial porque tinha sido tecida com tanto amor…
Vi que os soldados valorizaram essa túnica, respeitaram a sua integridade, não despedaçando, mas deitando sortes para que apenas um pudesse herdá-la.
Não pude deixar de lamentar-me... e de chorar pela inversão de valores.
Naquele momento estavam a dar mais importância a uma veste do que a uma pessoa. Que pena não tratarem o meu filho como estavam a cuidar tão bem das suas vestes.
E recordei que Jesus, assim despojado, tinha nascido pobre, vivera sempre como pobre e na hora derradeira até o que tinha vestido lhe retiravam.
Jesus, com a sua pobreza, a todos nos quis enriquecer.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que saibamos despojar-nos das coisas deste mundo para nos tornarmos ricos aos olhos de Deus.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

11ª Estação – Jesus é crucificado
Ainda ecoam nos meus ouvidos o martelar sobre os cravos pregando Jesus na cruz.
Assim como viveu, assim o puseram para sempre:
Ele que viveu de braços estendidos, continua na cruz de braços estendidos.
Ele que viveu de mãos abertas, continua na cruz de mãos abertas.
Tal como em criança Ele corria para a sua mãe de braços estendidos, assim na cruz Ele estende as suas mãos abertas a quem quer acolhê-l'O na sua vida.
As mãos de Jesus nunca se fecham para que o nosso coração possa ficar sempre aberto.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que aprendamos a abrir também as nossas mãos para continuarmos os mesmos gestos de Jesus.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

12ª Estação – Jesus morre na cruz
A partir das doze horas as trevas envolveram a cidade de Jerusalém.
Recordo outras trevas, a meio da noite em Belém, quando os anjos vieram cantar o nascimento de Jesus e a escuridão da noite se converteu em luz resplandecente.
Nesta sexta-feira passa-se o contrário, pois a luz do dia transformou-se em trevas para manifestar que o mundo não o quis receber.
O meu filho quis nascer no meio das trevas para mostrar que era a luz do mundo e quis morrer nas trevas para fazer brilhar essa nova luz.
Ainda guardo o último olhar que Ele dirigiu a mim e a João, seu discípulo amado.
Já não eram necessárias palavras, o olhar dizia tudo:
Eis o teu filho, eis a tua mãe!
E quando Ele expirou, João e eu, juntamente com o centurião ali em serviço, dissemos em uníssono:
Eis o nosso Deus!
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que nos deixemos iluminar pela presença de Cristo na nossa vida e que saibamos levar essa mesma luz aos nossos irmãos.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

13ª Estação – Jesus é descido da cruz
Junto à cruz eu era amparada por minha irmã, mulher de Cléofas, por Madalena e por João filho de Zebedeu. Eles seguravam-me e eu tentava segurar o corpo do meu filho descido da cruz.
Só nesse dia compreendi plenamente as palavras do Profeta Simeão que eu mantinha guardadas no meu coração há muito tempo:
Uma espada de dor trespassará o teu coração.
Foi a mesma espada que perfurou o coração de Jesus, que continuava a abrir o meu coração de dor.
Jesus voltou aos meus braços para que eu O devolvesse a Deus.
Bendito seja o Senhor nosso Deus.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, Senhora da Piedade, para que contemplando as vossas dores, aprendamos a completar em nós o que falta à paixão do vosso Filho.
Rogai por nós Santa Mãe de Deus…

14ª Estação – Jesus é sepultado
Nós seguimos a toda a pressa atrás de José de Arimateia que levava o corpo de Jesus para ser depositado num túmulo novo.
Jesus que tinha nascido numa gruta, no meio da terra, voltava a ser colocado noutra gruta, no meio da terra, para aí renascer para a vida eterna.
Ao despedirmo-nos da sua presença, todos nós tínhamos o pressentimento de que não era um adeus, mas um simples até já!
Nós sentíamos isso sem saber muito bem como explicar ou o que significava.
Alguns dias depois havia de fazer-se luz na nossa mente e no nosso coração.
Também não esqueço o ruído da pedra ao rolar fechando o túmulo do meu filho Jesus. Parecia-me que não estava a fechar, mas a abrir… pois o nosso coração continuava sempre aberto para Ele.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que tenhamos sempre aberto e recetivo o nosso coração para reacender a esperança na vida e na ressurreição que é Jesus, vosso Filho.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…

15ª Estação – Jesus ressuscita
Na manhã do primeiro dia de semana chegaram por coincidência ao mesmo tempo à casa onde eu estava, Pedro e João, Madalena e a outra Maria e todos diziam a mesma notícia que Jesus estava vivo e o sepulcro estava vazio.
Dei graças a Deus por essa maravilha, em comunhão com todos os que acreditavam n'Ele..
Foi para isto que Jesus veio ao mundo. Ele nasceu para viver eternamente e morreu para ressuscitar, e ressuscitou para dar a vida eterna.
Um anjo anunciara: Jesus não está aqui, ressuscitou.
Nós começámos a sentir que Ele ressuscitou e por isso estava ali, estava connosco para sempre.
Esta foi a via-sacra que eu presenciei, este foi o testemunho que partilhei com a comunidade dos crentes que me acolhia.
Oremos: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que possamos também cantar as maravilhas de Deus porque Cristo ressuscitado nos abriu as portas da eternidade para que renovados pelo seu espírito ressuscitemos também para a luz da vida.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus…


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Saudai-vos na paz

Cumprimento de paz

Por estas terras angolanas quando alguém nos cumprimenta com um aperto de mão, a outra mão segura o braço.
Disseram-me que é para provar que a outra mão não tem nada a esconder, não tem arma ou nada que possa por em risco o amigo que está a ser cumprimentado.
Observei isto mesmo também em Madagáscar.
É cumprimentar com as duas mãos ou com o corpo todo.
É saudar sem nada esconder.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Os pés de Maria
















Eis o que restou da capela e da imagem de Nossa Senhora após anos de abandono devido à guerra pelas bandas de Mucussueje.

Tudo desandou, menos o que foi feito para andar: os pés.
Tudo partiu e partiu tudo menos o que nos faz partir: os pés.

Ao contemplar os pés de Maria,
elevo a minha oração
através de um cântico angolano:

Maria, Mãe dos caminhantes
Ensina-nos a caminhar.
Nós somos todos viandantes
Mas é preciso sempre andar

Mas é preciso sempre amar

Mas é preciso sempre louvar

Por casualidade celebramos hoje 
a memória de Nossa Senhora de Lurdes
que há 157 anos apareceu mostrando uma rosa 
em cada pé.
Hoje ela nos mostra não as rosas
mas simplesmente os pés.
Que ela caminhe connosco
e nós com ela. 


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Profecia de Isaías




















No meu quintal, em Luau, esteve instalado há cerca de dez anos um centro de desminagem.
Em todo o caso não foi aqui que recuperei estas duas peças, mas sim noutra cidade da província.
Hoje elas estão sobre a minha mesa de trabalho.
São uma lembrança, não da guerra, mas da profecia de Isaías 2, 3-5:
“Vinde subamos à Montanha do Senhor… Ele ensinará os seus caminhos a muitos povos que das suas espadas forjarão relhas de arados, e das suas lanças, foices. Vinde, caminhemos à luz do Senhor!”

Pela minha parte, quero fazer de granadas, vasos de flores, e de projéteis, candelabros para alegrar e iluminar e não para matar e destruir.


domingo, 1 de fevereiro de 2015

Bebidas


Ele queria dizer bebidas e não bêbedas,
mas fugiu-lhe a boca para a verdade.

















Quem disponibiliza álcool não está a vender apenas bebidas, mas sim bêbedos.
De facto, o mais importante são as pessoas.
O que se deve chamar atenção não é para as bebidas, mas para os bêbedos.
Não se vendem bebidas, mas apenas pessoas bêbedas.