sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Paisagens do Céu (29)
















Hoje encontrei uma pena a pairar no céu.
De que pássaro será?
Tão branca, tão leve, tão grande…
Só pode ser das asas de um anjo…
Talvez até de um arcanjo… pela sua dimensão.

Pois… só agora é que me lembrei:
Hoje é a festa litúrgica dos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.

Esta pena só pode ser do arcanjo São Miguel.
Sim porque foi encontrada hoje no céu da ilha de São Miguel.

Como é que apareceu por cá?
Ou soltou-se no meio da dança da festa celeste,
ou perdeu-se no meio de um combate,
ou então é uma gracinha de São Miguel:
um aceno de recompensa para quem esteve a olhar no seu dia para o céu da sua ilha.























Mensageiros de Deus

Festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.

São Miguel é quem luta ao nosso lado e nos defende das ciladas do maligno.
São Gabriel é quem nos ajuda a testemunhar e a anunciar o evangelho.
São Rafael é quem caminha ao nosso lado, nosso companheiro de viagem.

São três nomes, três funções, mas uma mesma identidade… a mesma providência divina.





quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A curiosidade de Herodes


4ª feira - XXV semana comum

...Herodes procurava ver Jesus.

Conseguiu ou não satisfazer esse desejo?

Claro que conseguiu, mas não pelo facto de O ter procurado, mas apenas porque Jesus foi ao seu encontro, no seu processo de condenação.
Herodes não foi capaz de descer do seu pedestal, de sair do seu palácio, de despir-se das suas riquezas para ir ter com Jesus.
Jesus, mesmo aprisionado, é que foi ao seu encontro ao palácio real.
Ele toma sempre a iniciativa, visita tanto os ricos como os pobres, os simples ou os importantes...

Ainda hoje é assim - nós procuramos a Deus, mas afinal Ele é quem nos encontra.


















quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A força do coração


São Francisco de Paulo sabia muito bem tirar dos ricos para dar aos pobres, sem usar as forças dos braços, mas a força do coração.
Morreu a 27 de setembro de 1660 com 79 anos.
Comemora-se este ano o 400º aniversário do carisma vicentino (1617-2017).
























Ramalhete espiritual de Vicente de Paulo:
Deus ama os pobres, também ama aqueles que os amam.
É preciso dar o seu coração para obter em troca o dos outros.
A verdadeira caridade abre os braços e fecha os olhos.
Dez vezes irão aos pobres, dez vezes encontrarão a Deus.
Nunca se tem Deus como Pai, se não tem Maria como Mãe.





terça-feira, 26 de setembro de 2017

Exemplo da Mãe de Deus



3ª feira – XXV semana comum

Minha mãe é quem faz a vontade de meu pai…

Maria é ao mesmo tempo Mãe de Deus, Templo de Deus e Filha de Deus.
Ela foi primeiramente filha de Deus… porque por Ele criada, porque escutou a sua palavra, porque cumpriu a vontade divina.
Mas foi também a Mãe de Deus porque dela nasceu o Filho de Deus, Jesus Nosso Senhor.
Foi também Templo de Deus como morado do Espírito Santo.
Parece que o mais importante é a primeira condição: Se ela não fosse Filha de Deus, isto é, se não tivesse escutado a Palavra de Deus, nunca teria sido a Mãe de Deus nem habitação do Espírito Santo. Por isso Jesus diz que quem cumpre a vontade do Pai é que é sua mãe…
Grande mistério!

E nós?
Também somos Filhos de Deus, irmãos de Deus feito homem e casa de Deus.
Somos filhos de Deus pela criação, pelo batismo e pela sua paternidade amorosa.
Somos irmãos em Jesus Cristo, que se fez homem como nós, exceto no pecado.
E somos templo ou habitação do Espírito Santo.
Tudo deve começar por essa condição: ser filho de Deus, cumprir a sua palavra, fazer a sua vontade. Depois será fácil seguir a Jesus, nosso irmão e encher-se do Espírito Santo.
Grande desafio!





sábado, 23 de setembro de 2017

Padre Pio
























A vida
Nascem em Pietreocina, Benevento, Itália e ingressou na Ordem dos Capuchinhos. Nunca foi superior, nem pároco nem ocupou nenhum cargo na igreja ou no convento. Foi simplesmente frade e sacerdote dedicado à direção espiritual e ao sacramento da confissão. Plenamente configurado com Cristo crucificado,  morreu a 23 de setembro de 1968. Foi canonizado a

A mensagem
O Padre Pio era detestado por gente distante, gente de longe, mas importante, ambiciosa, ególatra, amante de dinheiro e enfatuada.
Por seu lado era querido de todo o coração pelos irmãos do convento onde vivia.
Só um santo é capaz de ser assim. Em geral nós temos a tentação de ser mel para os de fora e fel para os de dentro da nossa casa. Em geral quem nos conhece mais de perto não nos reconhece grandes virtudes…

A intercessão 
Que São Pio de Pietrelcina nos ajude com a sua intercessão a sermos bons sempre e em toda a parte, sermos exemplares quer para os de perto e os de longe.



sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Igualdade de género


6ª feira – XXIV semana comum

Jesus e as mulheres
As mulheres e Jesus

Acompanhavam Jesus os doze bem como algumas mulheres…Maria, Joana, Susana… que serviam Jesus e os discípulos.

Costuma-se dizer que por detrás de um grande homem há sempre uma grande mulher.
Por detrás de Jesus não há uma mas muitas mulheres…
E todas elas têm nome… porque ninguém segue a Jesus no anonimato.
Elas seguiam-no servindo Jesus e os discípulos, isto é, amando a Deus e aos irmãos, pois isso é a plenitude da Lei.

Conclusão: ninguém no anonimato segue a Cristo, quem o serve ajuda também os seus irmãos. Jesus não só ajuda como desperta a interajuda, Jesus a todos serve e todos podem servir Jesus.



quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Retrato de uma vocação















O chamamento de Mateus foi pintado no século XVI por Caravaggio. Salientamos alguns pormenores desta pintura:
- Os personagens estão vestidos ao tempo do pintor, isto é, ao estilo da atualidade.
- Estão sentados à mesa a contar o dinheiro dos impostos, isto é, Mateus não estava só, nem estava de mãos vazias. A criança que tem a seu lado parece indiciar que tem de deixar a sua família, os seus filhos...
- Jesus e Pedro estão à porta, como se estivessem de passagem ou visita inesperada.
- Uma luz vem da rua por detrás de Jesus e incide sobre Mateus… é o mistério ou o futuro.
- Jesus aponta para Mateus, mas não com o dedo reto ou imperativo, mas ao estilo do dedo criador de Adão…
- Pedro está ao lado de Jesus e faz o mesmo gesto… pois ele sabe que o chamamento de Jesus é sempre uma criação… e identifica-se plenamente como seu Mestre.
- Mateus aponta para si mesmo como que a perguntar: Quem? Eu? Ele ficou surpreendido com a abordagem/convite de Jesus.
- Mateus olha para Jesus e ao mesmo tempo para o dinheiro, isto é, está a decidir-se, renunciar ou optar.
- Os outros personagens nem olham para Jesus, ou se levantam os olhos nada se apercebem.
















Conclusão: A vocação de Mateus foi uma provocação. Foi um encontro determinante, uma festa ou alegria e um escândalo para os demais.













Tudo isto podemos ver mais profundamente na Carta mensagem do Pe. José Ornelas Carvalho de 1 de Março de 2014.

“Para muitos que visitam Roma, a sua peregrinação inclui uma pausa na igreja de São Luís dos Franceses. Esta igreja é famosa por acolher três quadros de Caravaggio. Na sua entrevista com Antonio Spadaro, o Papa Francisco faz uma referência ao mais célebre dos três quadros: O chamamento de São Mateus.
Para aqueles que não conhecem o quadro, Mateus e os seus colaboradores estão sentados à mesa a contar dinheiro. À porta estão Pedro e Jesus. Atrás deles, uma luz projeta-se sobre Mateus e sobre o que ele está a fazer. O olhar surpreso de Mateus, tal como o dos dois jovens sentados à mesa com ele, volta-se para Jesus. Jesus aponta na direção de Mateus e este, incrédulo, aponta para o seu peito com uma pergunta óbvia a si mesmo: “Quem? Eu?”. Mateus é atraído para dentro da luz. Será o seu futuro. 
Costuma-se dizer que os chamamentos são impertinentes, até violentos. Nada disto transparece no quadro de Caravaggio.
Jesus aponta para Mateus, mas olhando para a sua mão vê-se o dedo indicador, não em linha reta e imperativa, mas curvado para baixo, ao modo do dedo do Criador na criação de Adão, de Miguel Ângelo, na Capela Sistina. O dedo questiona Mateus.
Mateus encontra-se perante um enigma, bem visível no seu rosto: “Sim, tu mesmo, Mateus, sentado ao telónio  coberto de dinheiro sujo de impostos. Sim, tu! Vem, segue-me”. O texto do Evangelho não refere qualquer hesitação: “E ele levantou-se e seguiu-O” (Mt 9, 9).
Nós, que fizemos uma experiência idêntica, sabemos qual é a sensação de ser chamado. O conceito de vocação ou chamamento não gerou interesse só entre religiosos, mas também entre filósofos. Existe um vasto conjunto de literatura sobre a fenomenologia da vocação: sobre o que acontece quando alguém é chamado. Estas reflexões dirigem-se ao núcleo do que ocorre na existência humana, quando confrontada com o chamamento. Não há uma voz clara – nada que indique donde vem o chamamento. Quem chama permanece anónimo, indefinível. Não posso controlá-lo. O chamamento não vem de mim mesmo. Vem de um outro lugar – talvez, de qualquer coisa bela – e eu sei que é muito importante porque determina a minha vida. O filósofo judeu Lévinas chamou-o: “uma provocação da parte de Deus1
Como nas narrativas evangélicas, o chamamento impele a pessoa a abandonar a sua “casa”, a sair do sofá. O filósofo francês Jean-Louis Chrétien diz que “ser chamado” é ser “reclamado”. Há uma certa urgência ligada ao chamamento, um sentimento “de ser preciso” tomar uma certa direção na vida. Olhando para os inícios da vida vocacional de Leão Dehon, notamos que o seu chamamento lhe causou grande inquietação: “Estava sempre tão preocupado com a minha vocação religiosa…” (“J’étais toujours si préoccupé de ma vocation religieuse…”), escreveu em 1875 (NHV XI, 152); falava do que percebia dos caminhos de Deus na sua vida, (“les procès de Dieu dans ma vie”) (NQ XLIV 30), do seu “sofrimento” (NHV XI,177). Muitos de nós, experimentámos este ardente desejo interior, ouvimos o seu apelo e procurámos segui-lo para onde nos conduzia. A nossa vocação tornou-se a nossa missão. O chamamento também nos fez procurar Aquele que nos chamou, para nos fazer amigos d´Ele. Esta tem sido a nossa vida…”




sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A Cruz de Maria



Na festa de Nossa Senhora das Dores perguntaram-me onde estava a Cruz de Nossa Senhora.
Elevei os olhos e apontei:
- Está junto do seu coração. 
De facto ela tem ao pescoço um cordão com a Cruz de Cristo. 
A sua Cruz é a Cruz de Cristo e a Cruz do seu Filho é a sua Cruz. 
A cruz de Cristo está no seu peito para nos recordar que estamos todos na cruz de Cristo. 
A cruz está nela, para nos recordar que estamos todos na cruz.
























“Oh vós todos que passais pelo caminho parai e vede se há dor semelhante à minha…” (lm 1,12)
Não há dor tão grande como a de Maria de Nazaré porque ninguém sofreu por tão grande filho.
Ninguém teve tanta dor, porque ninguém teve tanto amor como Maria mãe de Jesus.

NB. Esta imagem de Nossa Senhora do Livramento está cheia de ternura. Reparemos bem no peito do Menino Jesus. Ele tem um cordão com a medalhinha de Nossa Senhora da Conceição, tão ao gosto da devoção tradicional em Portugal. E a Senhora, como verdadeira mãe, tem ao pescoço um cordão com o crucifixo bem perto do seu coração.




quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O caminho da cruz


Festa da Exaltação da Santa Cruz

















É o aniversário da consagração da Basílica do Santo Sepulcro e do Monte Calvário em Jerusalém no ano 335.
É uma boa oportunidade para nos recordarmos da importância da Cruz de Cristo na nossa vida e da nossa importância para a cruz de Cristo.

O nosso caminho é feito de cruzes.
Uma cruz é feita de caminhos.

A cruz é um caminho.
O caminho é uma cruz.

É bom levar consigo uma Cruz de Cristo
para nos lembrar que estamos na Cruz de Cristo.
Não é a Cruz que está em nós,
nós é que estamos todos na Cruz.




quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Continua a rezar o terço


Há 100 anos

Quinta aparição a 13 de setembro de 1917 de Nossa Senhora em Fátima

“No dia quinze do mês de setembro, compareceu na minha presença e residência paroquial a vidente Lúcia acompanhada de sua mãe. Procedi ao interrogatório. A qual disse que no dia treze do corrente mês de setembro, se dirigiu com seus primos, Francisco e Jacinta, ao sítio chamado Cova da Iria, e à hora do costume viu um relâmpago e logo viu chegar a Senhora que tinha visto das outras vezes; que lhe parecia a mesma vestida de branco, mas que para pouco mais olhava do que para o rosto, para tomar sentido no que Ela dizia. E lhe perguntou:
- O que é que Vossemecê me quer?
E a Senhora respondeu:
- Quero-te dizer que continues a rezar o terço sempre à Senhora do Rosário, que abrande Ela a guerra; que a guerra está para acabar. Para o último dia há-de vir S. José com o Menino Jesus dar a paz ao mundo e Nosso Senhor dar a bênção ao povo. E que venhas cá para o dia treze de outubro.
- Está aqui esta menina que é muda e mouca, se Vossemecê a melhora?! - Lhe disse a Lúcia.
E que a Senhora lhe respondeu, dizendo que daqui a um ano acharia algumas melhoras.
- Tenho aqui muitos pedidos – uns para converter e outros para os melhorar!...
E a Senhora lhe respondeu:
- Melhoro uns, outros não, porque Nosso Senhor não quer crer neles.
- O povo muito gostava aqui duma capelinha!
- Metade do dinheiro que ajuntaram até hoje façam os andores e levem-nos à Senhora do Rosário, e outra metade seja para ajuda da Capelinha – lhe respondeu a Senhora.
Disse mais a Lúcia que lhe ofereceu duas cartas e um vidro – pequeno frasco com água de cheiro, que lhe foram apresentadas por um homem da freguesia do Olival, e que quando lhas oferecia lhe disse:
- Deram-me isto... se Vossemecê as quer?!...
E a Senhora respondeu:
- Isso não é conveniente lá para o Céu.
Dito isto, que se elevou indo para o lado do nascente.
E então ela – a Lúcia – que se voltou para o povo e que diz:
- Se A querem ver voltem-se para acolá. – E aponta para onde Ela ia.”
(Interrogatório do Pe. Manuel Marques Ferreira, pároco de Fátima, a Lúcia, sobre a aparição de setembro, na Cova da Iria. (cf Doc 8; Publ.: DCF, I - Doc. 5)












Continuar a rezar.
Rezar muito.
Rezar para alcançar a paz.
Rezar para acabar a guerra.

Ainda hoje é assim.
Donoro Cortes dizia que se o mundo vai mal é porque há mais batalhas que orações.

As guerras acabam-se não com as bombas, nem com armas ou com batalhas, mas com orações.
A oração é a nossa arma secreta para acabar com os conflitos e alcançar a paz.




quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Paciência, caridade e humildade

4ª feira – XXII semana comum

Assim pregava o Pe. António Vieira no século XVII:
Quanto à sogra de S. Pedro, dizia eu que ainda em prudência económica e política se podia deixar estar enferma só por ser sogra. Uma sogra talvez é melhor estar doente, que sã. Porque doente, a mesma doença a tem quieta a um canto da casa; e sã, rara é a que não se contente com menos, que com todos os quatro cantos dela. Mas agora digo que a deixava S. Pedro estar assim, para que ela exercitasse a paciência, e ele a caridade.
O leito de doença era uma oportunidade para a sogra exercitar a sua paciência ao sofrer e para Pedro uma oportunidade para exercitar a sua caridade em cuidar dela.
Jesus ao curá-la vem inverter as virtudes: A sogra passa a ter oportunidade para exercitar a caridade (servindo) e Pedro começa a ter oportunidade para exercitar a sua paciência…

Assim prego eu hoje:
Mais do que a paciência da sogra e a caridade de Pedro ou a caridade da sogra e a paciência de Pedro, o que me chama a atenção é a humildade de Jesus:
Ele aproximou-se da cabeceira da doente… isto é, ele inclinou-se sobre o leito do sofrimento.
Jesus é sempre o mesmo: aproxima-se, inclina-se, abeira-se do doente, identifica-se com o pobre, une-se ao sofredor.




segunda-feira, 4 de setembro de 2017

O Apóstolo Jesus



2ª feira – XXII semana comum

No Evangelho de hoje Jesus apresenta-se como APÓSTOLO.
Em geral associamos este termo aos discípulos, escolhidos e enviados por Jesus.
No início do seu ministério Jesus assume-se como ENVIADO.
De facto, o nome Apóstolo vem do grego e etimologicamente designa pessoa enviada, mensageiro.
A palavra é formada pelo verbo STELLEIN que significa MANDAR, ENVIAR. O Prefixo APO significa DE (origem, separação).

Assim APÓSTOLO é aquele que é ENVIADO DE alguém e representa aquele que o envia.

Jesus é o Apóstolo do Pai... e envia-nos como seus Apóstolos.




sábado, 2 de setembro de 2017

Uma graça de Deus


Envelhecer não é uma desgraça, é uma graça.

Recordo o meu amigo Pe. Rogério Vieira, que foi durante longos anos o pároco da minha terra natal, mas agora jubilado.
Ele também dava aulas numa Escola no Funchal.
Quando se aposentou, despediu-se da sua turma, mostrando satisfação por isso e alegria pela idade que tinha.
Uma aluna ficou espantada:
- Se eu estivesse no seu lugar, estaria triste por ser velha…
- Mas então? Ser velho não é uma coisa boa?
- Não! – responderam todos.
- Se é assim, eu vou rezar para que ninguém de vós chegue a velho… já que ser velho é uma desgraça…
- Não, não faça isso… Não é uma desgraça… É uma graça.











“Não se pode dizer que sessenta anos seja uma idade má, senão quando a encaramos de longe ainda – o que fazemos, a maior parte das vezes, com muito inadequados sentimentos. É uma idade calma; a partida está quase jogada; e, pondo-nos de lado, começamos a recordar, com certa animação, o homem hábil que soubemos ser. Tenho observado que, por delicada atenção da Providência, muitas pessoas começam aos sessenta a ter de si próprios uma conceção bastante romanesca. Até mesmo as deceções sofridas revestem então aspeto agradável. E se é certo que as esperanças, com seus mágicos e apaixonantes contornos, constituem para os jovens atraente companhia, nada mais são, no fim de contas, do que formas nuas e vãs. As vestes mágicas são apenas, felizmente, propriedade do imutável passado que, sem elas, ficaria como uma pobre coisa agitando-se sob um montão de sombras.
Foi provavelmente o romanesco desta idade avançada que levou o nosso homem a descrever a sua aventura, para satisfação própria ou para encantamento dos seus descendentes. Não o moveu certamente a cobiça de glória, porque esta aventura foi a de um medo espantoso, dum autêntico terror, assim como ele próprio o narra.”
(Joseph Conrad, A estalagem das Duas Bruxas, Diário de Notícias, Publicações europa-américa)

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Rezar pela criação











Foto www.news.va

Hoje celebra-se o terceiro dia mundial de oração pelo cuidado da criação.
A iniciativa promovida em 1989 pela Igreja Ortodoxa foi acolhida e partilhada pelo papa Francisco que, com uma carta de agosto de 2015, estabeleceu também para os católicos este compromisso anual como contributo para a superação da crise ecológica que a humanidade está a viver e ocasião de esforço comum entre todos os cristãos.
Rezemos então pelo cuidado com a Terra e os seus recursos.

Quem reza salva-se a si mesmo, salva os outros, salva a humanidade e salva também a criação.

De facto, a oração pode salvar esta Terra!