sexta-feira, 26 de abril de 2024

Seguidores de o Caminho


6ª feira – IV semana da Páscoa

No início da era cristã, os discípulos de Jesus eram chamados de seguidores do caminho. Que caminho é esse? Jesus caminho verdade e vida.

O caminho era Jesus, Jesus era o caminho.

Seguir Jesus era seguir o caminho, seguir o caminho era seguir Jesus.

Hoje talvez estamos mais preocupados em seguir o caminho do que seguir Jesus.

Que o caminho de Jesus seja o nosso caminho para que o nosso caminho seja o seu caminho.

De facto, ser crente, ser religioso ou ter uma religião é seguir um caminho que liga o homem a Deus, a terra ao Céu = Religião, voltar a ligar, a unir. 


Citação:

Quantos são os caminhos para se chegar a Deus?

Respondeu Bento XVI:

São tantos quantos são os homens.


Ver também:

Tudo está preparado

Passar, chegar, ficar

Via, vita, veritas

 

quinta-feira, 25 de abril de 2024

A humildade e a força


Festa de São Marcos Evangelista

Na primeira leitura São Pedro fala da humildade dos discípulos de Cristo.

Ela será a base da construção firme da fé de cada um.

 

No Evangelho Jesus envia os seus discípulos a todo o mundo e ao mundo todo. Não lhes faltará a força e a coragem para esse empreendimento.

 

A humildade não dispensa a força

Nem a força dispensa a humildade.

Quanto mais humildes, mais corajosos e fortes.

Quanto mais fortes e corajosos, mais humildes.


Na nossa vida de todos os dias não nos faltam oportunidades para vivermos esta dupla realidade de humildade e de coragem ou de força.

 

Na festa do Evangelista São Marcos, podemos contemplar a figura do seu evangelho que é o leão, pois a sua humildade foi a sua força.

 

Para rir ou levar a sério

Antes de começar o sermão, o pregador pergunta à assembleia:

- Quem se deu ao trabalho de ler o evangelho de São Marcos, capítulo 17, por favor, levante a mão!

Metade dos ouvintes ergue o braço. Então o pregador anuncia:

- No sermão desta manhã, vamos analisar exatamente isso: O que leva uma pessoa a mentir? como metade da assembleia acaba de fazer aqui, uma vez que o livro de Marcos só tem dezasseis capítulos.

 

Ver também:

Evangelho segundo Marcos

Marcos o evangelista

Evangelista do ano

Sair para anunciar

 

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Eis a luz de Cristo


4ª feira – IV semana da Páscoa

Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em Mim não fique nas trevas.

Conta-se que certo protestante inglês entrou com a sua filhinha de 5 anos numa igreja católica de Londres. Ao ver uma luzinha acesa diante do sacrário, a menina perguntou:

- Papá, por que está acesa aquela lâmpada?

Ao que o pai respondeu:

- Porque ali, atrás daquela portinha dourada, mora Jesus!

- Então, ela contestou:

- Papá, eu quero ver Jesus!

- Não se pode, filha, porque a portinha está fechada – respondeu o pai solícito.

De seguida, saíram da igreja e mais adiante entraram num oratório protestante. Chegado ali, logo a criança disse:

- Papá, aqui não tem aquela luzinha acesa por quê?

Meio desconcertante, o pai não soube responder.

De facto, ali não havia nem luzinha, nem sacrário. (Cf. Frei João Costa, OCD, “Ai, se essa luz pequenina se apaga!” in Boletim de Espiritualidade, outubro 2022).

 

Aquela luzinha atrai, captura o olhar e a atenção. Quando tu entras, aquela luzinha chama e prende. Fala contigo e convida-te a aproximares-te, a esqueceres-te e a queimares-te. Seduz e encandila as borboletas, queima e abrasa-lhes as asas até elas caírem exaustas e mortas de amor!

Aquela luzinha nunca desarma, e diz:

- Vem, vem para aqui aproxima-te! Prende-te! Prende-te aqui. Fica aqui. Fiquemos juntinhos! Vá, fiquemos juntinhos aqui, sim!

Aquela luzinha é um sinalzinho que até podes não ver, não querer ver, ou nada perceber. Aliás, desde um qualquer lugar do templo, pesada, podes baixar a cabeça. Colocá-la entre as mãos. Segurá-la em desespero. Ou deixá-la repousar. Ou podes adormecer. Mas a luzinha fica ali. Tremeluzindo ali. Interpelando-te dali. Sem gritar. Sem forçar. Dizendo-te apenas:

- Olá! Estou aqui, vês-me? Olha! Olha, que Ele está aqui! Comigo, contigo, Ele está aqui! Serena e acalma-te, que Ele está aqui!

E mais nada.

Ai, que se a luzinha se apaga, a noite cai!

 

À margem 1

Se deres as costas à luz, nada mais verás além do que tua própria sombra.

 

À margem 2

Trevas são ignorância – Luz é sabedoria

Trevas são ódio – Luz é amor

Trevas são desilusão – Luz é esperança

Trevas são tristeza – Luz é alegria

Trevas são solidão – Luz é companhia

Trevas são morte – Luz é vida eterna

Trevas são perdição – Luz é salvação

 

Ver também:

Onde houver trevas

Fazer caixinha

Salvar sim, condenar não

Vida, glória e felicidade

 

terça-feira, 23 de abril de 2024

Jesus passeava no templo


3ª feira – IV semana da Páscoa

Jesus passeava no templo, sob o pórtico de Salomão. É tal como no Génesis 3, 8, quando Adão e Eva ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, e esconderam-se da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.

- Porque Deus gosta de passear, pois nunca está parado nem quer ficar escondido.

- Porque Deus gosta da natureza, da obra saída das suas mãos. A criação é um templo divino.

- Porque Deus gosta de ir ao encontro das pessoas, pois não quer que ninguém esteja só.

- Porque Deus gosta da calma, da brisa da tarde, pois ele é a própria paz. Depois da agitação do dia é preciso saborear a calma da tarde.

- Porque tal como o homem passeia na morada feita por Deus (criação), assim o próprio Deus quer andar na morada erguida pelos homens.

 

Jesus ensina-nos a passear:

- Passear é caminhar com gosto, por prazer.

- Passear é não ficar preso a um lugar, não ter ideias fixas, é sair de si mesmo

- Passear é conhecer o mundo através dos pés, é avançar no conhecimento, é ler o livro da criação, é descobrir novas coisas ou novas paisagens.

- Passear é fazer uma experiência de liberdade e não de obrigação.

- Passear é deixar rasto do seu viver, da sua ação, do perfume da sua presença, da sua alegria e paz.

 

Ver também:

Escutar, conhecer, seguir

Era inverno

Os cristãos de nome

O nome de cristãos

 

segunda-feira, 22 de abril de 2024

O 1º apóstolo dos gentios


2ª feira – IV semana da Páscoa

As leituras de hoje são um convite à universalidade da nossa fé e ao compromisso de acolher todos os nossos irmãos, independentemente da sua caminhada.

 

- São Pedro é censurado por acolher os ímpios, isto é, discípulos não judeus. Ele justifica-se que é da vontade de Deus que todos sejam acolhidos e a fé em Cristo seja inclusiva e não discriminatória. E dá o exemplo de batizar uma família pagã e testemunhar as maravilhas que Deus opera através dela. Ele dizia: Se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós, por terem acreditado no Senhor Jesus Cristo, quem sou eu para poder opor-me a Deus?

Em geral atribuímos a São Paulo o título de Apóstolo dos Gentios. Mas com toda a propriedade São Pedro foi o primeiro apóstolo dos gentios. E não podia ser diferente, pois Pedro foi constituído primeiro apóstolo para todos, sinal da unidade e da universalidade.

- No trecho do Evangelho Jesus lembra-nos que quer conduzir todas as ovelhas num só rebanho. Ele faz-se tudo para todos – pastor, porta, cordeiro, sacerdote, altar…

 

Ver também:

Toda a vida fui pastor

Homem novo

Pastor, porta e cordeiro

 

domingo, 21 de abril de 2024

Ego sum Pastor Bonus


Ano B – IV domingo da Páscoa

 

No Evangelho de hoje Jesus apresenta-se como o Bom Pastor.

Há 3 razões para se apresentar assim.

Ele é o Bom Pastor:

1º - porque dá a vida pelas suas ovelhas. De facto, não há maior prova de amor do que dar a vida pelos amigos. Jesus oferece-se como hóstia, como vítima. (Eucaristia, comunhão, morte e ressurreição, simbolizados na cruz na qual deu a vida).

2º - porque conhece as suas ovelhas e elas conhecem-no. De facto, ele procura, chama pelo nome, ensina. Hoje continua a ensinar-nos através da sua Palavra. (Escritura, entendimento, ensino, simbolizados no cajado que é o Evangelho ou a lei de governo).

3º - porque congrega, reúne, conduz. De facto, onde dois ou três reunidos em seu nome, ele está no meio deles. (comunidade, assembleia, união, simbolizados no coração ou no amor que se manifesta na igreja num só coração e numa só alma).

 

À margem 1:

À volta do altar podemos ver uma instalação simples – duas ovelhas e um cajado. Assim podemos ver que não falta ovelhas, nem cajado, nem modelo de pastor que é Jesus Cristo. Falta quem queira segurar esse cajado e seguir o modelo de Cristo, sendo pastor ao serviço da igreja. Falta vocações de pastor. Perguntei onde é que estava o pastor, já que havia ovelhas e cajado. Todos apontaram para mim. Negativo. - O pastor que falta está nas vossas casas e nas vossas famílias. 

À margem 2:

O cajado é a lei de Cristo como Bom Pastor. É através dele que Cristo governa e guarda o seu rebanho. O cetro real é a miniatura do cajado do pastor. De facto, não é o cajado que imita o cetro, mas o cetro que imita o cajado. Esse cajado é a lei, é o Evangelho com o qual o Pastor guarda governa o seu rebanho.

 

Ver também:

As ovelhas do bom pastor

Os pastores são paistores

O bom paztor

Apazcentar

 

sexta-feira, 19 de abril de 2024

A comunhão nos une a Cristo


6ª feira – III semana da Páscoa

 

Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue,

permanece em Mim e Eu nele.

Dos sermões de São Leão Magno (Séc V)

“É indubitável que o Filho de Deus Se uniu à natureza humana tão intimamente que não só nesse homem, que é o Primogénito de toda a criatura, mas também em todos os seus santos, está o mesmo Cristo. E como a Cabeça não se pode separar dos membros, também os membros não se podem separar da Cabeça…

A nossa participação no Corpo e Sangue do Senhor não tem outro efeito senão transformar-nos naquilo que recebemos, e revestir-nos em tudo, no corpo e no espírito, d’Aquele em quem morremos, em quem fomos sepultados e em quem ressuscitámos. (Cf. também oração pós-comunhão do XXVII domingo comum).

 

A melhor maneira de permanecer unido a Jesus é através da Sagrada Comunhão.

- Porque é fácil permanecer naquele que permanece em nós

- Porque nos transformamos naquele que recebemos

- Porque o corpo não se separa da cabeça nem a cabeça do corpo

 

Ver também:

O nosso sustento

Paulo caiu por terra

 

quinta-feira, 18 de abril de 2024

O Pão tem sabor a Deus


5ª feira – III semana da Páscoa

 

Eu sou o Pão vivo que desceu do céu

Quem comer deste pão viverá eternamente.

O Pão tem gosto de Deus

 

Tem gosto de Deus, o pão que a gente parte e reparte

Tem gosto de céu, o pão que se ganhou com suor

Tem gosto de paz, o pão que o povo não desperdiçou.

 

Tem gosto de amor, o pão que a gente come lá em casa.

Tem gosto de fé, o pão que a gente come no altar.

Tem gosto de luz, o pão e o vinho que me dão Jesus.

 

Tem gosto de dor, o pão que vale mais que o salário.

Tem gosto de mel. O pão que o meu trabalho ganhou.

Tem gosto de fel, o grão de trigo que o país perdeu.

 

Senhor, tiveste pena do povo, mandaste dar de comer

Alguém falou que era pouco, tu nem quiseste saber.

Mandaste o povo sentar, mandaste alguém começar

Alguém te obedeceu, foi milagre sim, um milagre aconteceu.

(Cf.   Pe. Zezinho)

 

Ver também:

Dentro do Pão está o Céu

Lá no Céu tem pão

 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Dentro do Pão está o Céu


4ª feira – III semana da Páscoa

Eu sou o Pão da vida… que desceu do Céu.

Quem comer deste Pão viverá para sempre.

Eucaristia é a própria causa da nossa vida eterna no céu.

É a antecipação do Céu.

Este precioso sacramento é verdadeiramente o penhor de glória futura.

À medida que somos elevados ao céu, o próprio céu desce até nós.

Na verdade, o sacramento da Eucaristia, o fruto mais maravilhoso da Missa, é o sabor mais doce e o vislumbre do céu na terra.

Ao escrever sobre a sua primeira comunhão, Santa Teresinha conta-nos que toda a alegria do Céu entrou no seu coração quando recebeu o Senhor. Incapaz de conter as lágrimas, ela percebeu que quando recebeu o Senhor na Eucaristia, o próprio céu estava em sua alma.

 

Partir o pão e dentro achar o céu

Este pão, que a gente chama eucaristia,

É lembrança de uma ceia sem igual.

Quem partiu aquele pão naquele dia

Partiu o pão, partiu o pão, partiu o pão,

E dentro dele achou o céu, achou o céu, achou o céu…

 

Este pão que a gente chama eucaristia,

Mo deserto desta vida é novo maná

Quem tem fome de justiça e de luz,

Aproxime-se da mesa de Jesus!

(Cf. Pe. Zezinho)


À margem:

O Pão não se corta, parte-se.


Ver também:

Pão pedaço do céu em mim

Lá no céu tem pão

 

terça-feira, 16 de abril de 2024

A fome e a sede de Deus


3ª feira – III semana da Páscoa

Eu sou o pão da vida:

Quem vem a mim nunca mais terá fome,

Quem acredita em Mim nunca mais terá sede

 

Eu + fome = a fome continua (A fome mata-me)

Eu + fome + Jesus = fico saciado (Jesus mata a fome)

Eu + sede = a sede não acaba (A sede mata-me)

Eu + sede + Jesus = fico saciado (Jesus mata a sede)

 

É preciso enfrentar a fome e a sede, não sozinhos, mas sempre com Jesus.

 

- O Senhor está na mesa de quem tem fome

e a alma e o corpo ficam saciados.

- O Senhor está no deserto da cidade

e quem tem sede nunca perde o ânimo.

- O Senhor está no barracão do pobre

e o frio é mais ameno porque Ele aquece o coração.

- O Senhor está nos comboios barulhentos

e o cansaço é mais leve e o perigo é menor.

- O Senhor está no cais onde os homens trabalham

e os fardos são mais leves e as horas menos lentas.

- O Senhor está ao lado dos guardas da noite

e o medo não existe e a solidão não acontece.

- O Senhor está nos asilos onde os órfãos anseiam

e reacende a esperança de um regaço amigo.

- O Senhor está nos hospitais dos esquecidos

e a dor suaviza e o descanso logo vem.

- O Senhor está junto à cama dos moribundos

e a vida não acaba e a esperança renasce.

 

Conclusão:

Quando tu mudas a forma como observas as coisas, as coisas que tu observas também mudam.

 

Ver também:

O maná é Jesus

 

domingo, 14 de abril de 2024

A Páscoa e a Eucaristia


Ano B – III domingo da Páscoa

 

A eucaristia é sempre pascal

A páscoa é sempre eucarística

Celebrar missa é viver a experiência pascal dos discípulos:

- Reunidos em assembleia (tal como os discípulos o evangelho de hoje ou junto dos 2 discípulos de Emaús, ou os discípulos unidos na pesca milagrosa)

- Aprofundando as Sagradas Escritura (abriu-lhes o entendimento das sagradas Escrituras, bem nos ardia cá dentro quando nos falava)

- Em fraterna refeição (tendes algo para comer? Reconheceram ao partir do pão ou rapazes vinde comer) Jesus dá-se-nos em sustento na sagrada comunhão).

 

Ver também:

Explicar as Escrituras

 

sexta-feira, 12 de abril de 2024

A parábola dos 2 peixinhos


6ª feira – II semana da Páscoa

 

Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes…

A parábola dos dois peixinhos do milagre da multiplicação

 

Certa vez um cardume de peixes do mar estava numa grande conversa sobre o seu futuro, desejos ou sonhos.

Um peixe falou assim:

- Quero continuar no mar e viver a nadar sem rumo, em plena liberdade.

Outro logo afirmou:

- Quero sair do mar e ser um lindo peixe dentro do aquário e ser admirado por todos, por causa da minha beleza.

Um terceiro afirmou que queria evoluir, mas não sabia como, mas de uma coisa tinha a certeza, queria fazer algo realmente importante.

- E tu, porque estás calado, não tens nenhum sonho? – perguntaram a um colega que ali estava com a boca aberta.

- Vem comigo preparar-te para as luzes da ribalta.

- É melhor ficares comigo neste espaço onde nascemos. Fica cá.

- Obrigado pelos convites, mas eu acho que vou aceitar o desafio de ir mais além, de fazer algo que realmente valha a pena.

E assim passou a nadar lado a lado com o seu novo amigo, partilhando o mesmo sonho e o mesmo ideal.

Passados alguns dias, enquanto nadavam alegremente estes peixes viram uma rede que os envolvia por todos os lados.

O peixe que tinha dito que queria ficar no oceano protestou que não sairia dali, barafustou e esgotou as suas forças em vão.

O que queria ir para o aquário ficou com medo, paralisou e desistiu do seu sonho.

O que queria evoluir falou assim para os outros:

- Não sei o que vai acontecer, mas creio que essa é a oportunidade que eu preciso para fazer algo importante.

E o seu colega de sonhos anuiu.

Dito isto, deixaram-se levar pela rede.

No princípio parecia tudo suave, mas conforme foram subindo a paisagem mudou e começaram a ter falta de ar, ou seja, falta de água. Pensaram que estavam a morrer e nesse momento difícil pensaram:

- Como podemos evoluir assim? Como podemos fazer algo realmente significativo se estivermos mortos? Assim vão acabar os nossos sonhos. Mortos, não poderemos prestar altos serviços a mais ninguém!

De facto, estes dois amigos morreram no barco e foram encaminhados para a lota de um porto ali perto.

Logo pela manhã veio um menino à lota e comprou aqueles dois peixes e juntou-os num cesto onde já trazia cinco pães de cevada.

Aquele menino dirigiu-se a um monte, onde havia um homem que pregava e era conhecido por fazer maravilhas em nome de Deus.

Nesse local havia um grande número de pessoas e como estavam longe de qualquer povoado, não queriam sair dali para buscar comida, pois desejavam ardentemente ouvir aquele homem. Assim, todos estavam com muita fome, mas não havia comida.

Então aquele menino chegou até aquele homem e disse-lhe:

- Eu ofereço os meus dois peixes e os cinco pães que acabei de comprar na lota de Tiberíade para que o Senhor alimente quantos puder.

Então aquele homem pegou amorosamente naquela oferta de sacrifício do menino, abençoou e olhou para a oferta em especial dos dois peixinhos, pois conhecia os pensamentos e viu que naquela oferta estava os peixinhos que queriam fazer algo importante e disse-lhe:

- Ouvi o que vocês desejaram e sonharam no mar. Mesmo sendo pequenos, Deus vos fará grandes, pois vou atender ao vosso pedido e realizar o vosso sonho de servir uma grande causa. Através da vossa entrega e do vosso sacrifício vos transformareis de peixes a apóstolos, a pescadores de homens, pois na medida em que alimentardes a cada um destes que me ouvem, sereis um com eles nesta missão e através desse ato, evoluireis vivereis através deles.

E assim foi feito com aqueles peixinhos, que se multiplicaram e saciaram a fome de todos aqueles que estavam no monte e foram um com eles, pescando pessoas e saciando a fome de todos, a fome de Deus.

E com isso, o desejo daqueles peixinhos foi atendido por Deus, mas para isso, precisaram de se sacrificar, de sair do mar e experimentar uma nova vida nas mãos daquele que multiplica as possibilidades para se fazer algo realmente grande para as pessoas. Aqueles peixinhos, fizeram pequenos para podere crescer e se multiplicar diante daquela multidão.

 

Os peixes representam o que nós somos diante de Deus, muitas vezes nos restringimos a ficar no mar nadando com o cardume, sem a possibilidade de fazer nada pelos outros, apenas seguindo o bando sem a possibilidade de refletir sobre a vida e nem sequer olhar para além do oceano. Outras vezes temos desejos de atenção, queremos viver num aquário, fazendo apenas espetáculo para ser admirados pela nossa beleza, esse aquário muitas vezes representa a igreja, com a sua pompa e os nossos cultos cheios de vaidade, mas sem vida.

Essa parábola lembra-nos que podemos lutar por um alto ideal para sermos peixes que alimentam multidões, nos colocar nas mãos daquele que cria a possibilidade, que não estava no aquário, mas no monte com os que precisam, com os que necessitam de alimento.

(Adaptado de autor desconhecido)

 

Ver também:

Pão, partilha e unidade

Jesus fala de si