sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pe. Dehon e o Cura d'Ars

São João Maria Vianney, o Santo Cura:
Tão desapegado da terra
Tão zeloso pelas almas
Mortificado como os Padres do Deserto
Activo como os Apóstolos


Em Setembro de 1873 o Pe. Dehon faz uma viagem no sul e sudeste da França na companhia dos seus pais e seus tios de Vervins. A viagem termina em Ars e Paray. Nas Notas sobre a História da Minha Vida, Volume V, relativo a Julho de 1870 a Setembro de 1873, podemos ler nas últimas páginas as impressões do Pe. Dehon sobre o Santo Cura de Ars. Ele tinha morrido havia apenas 14 anos e só seria beatificado em 1905 e canonizado em Maio de 1925. Apesar disso, o Pe. Dehon, seguindo a opinião de muitos contemporâneos, considera-o santo em todos os aspectos:

“Restavam-nos duas peregrinações a fazer, Ars e Paray.
Nada é tão impressionante como Ars, a sua igrejinha e o seu pobre presbitério. O Santo Cura, tão desapegado da terra, tão zeloso pelas almas. Era mortificado como os Padres do deserto e activo como os Apóstolos. A recordação dele estava ainda bem viva em 1873. Os capelães tinham-no conhecido e repetiam as suas palavras e as suas obras. O povo ainda estava sob a impressão dos seus milagres e da estranheza da sua vida. As peregrinações continuavam. Já não era possível ver o Santo, rezava-se sobre o seu túmulo.”

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Jesus seguiu o seu caminho

5ª Feira - XVII Semana Comum

Do final do trecho do Evangelho de hoje:
"Quando acabou de proferir estas parábolas, Jesus continuou o seu caminho."

Jesus semeia e segue...

- Amigo não empata amigo, diz a sabedoria popular.
- Jesus semeia a semente da palavra, mas não fica ali preso a vigiar constantemente o seu evoluir.
- Ele deixa a liberdade aos que ouvem.
- Deixa a responsabilidade a quem compete fazer frutificar essa semente.
- Deixa à vontade sem impor nem manipular.

Há 25 anos







Lembrança da Ordenação Sacerdotal e Missa Nova, há 25 anos.

2Cor 3,3:
"Vós sois uma carta de Cristo,
escrita não com tinta,
mas com o Espírito de Deus vivo,
não em tábuas de pedra,
mas sim de carne,
isto é, nos corações."










Jubileu Sacerdotal

Há precisamente 25 anos, aquando da minha ordenação sacerdotal, escrevi este testemunho que transcrevo na íntegra:

Do Sonho à Realidade

Ser Padre foi para mim um sonho, desde a minha infância. Durante a juventude foi um ideal e agora tornou-se uma realidade viva.
Não sei ao certo quando é que comecei a desejar ser padre. Foi acontecendo aos poucos. Uma criança não tem condições para escolher uma vocação, mas eu tinha o direito de sonhar. Não surpreendi a minha família no dia em que lhe disse que gostaria de ir para o Seminário. Entrei, assim, para o Colégio Missionário, no Funchal, aos onze anos. Seguiu-se uma longa vida de pequenos passos. Aos vinte anos fiz a minha Profissão Religiosa, assumindo, com voto público, a observância dos três conselhos evangélicos – pobreza, castidade e obediência. Agora sinto grande alegria ao viver estes momentos fortes da minha Ordenação Sacerdotal.
Serei padre para o serviço da Igreja e da humanidade. Configurado com Cristo, Mestre, Sacerdote e Rei, sou enviado para ensinar, não a minha palavra mas a de Deus; para santificar, não pelos meus gestos, mas pelas acções que o Senhor deixou, os Sacramentos; e para presidir, não com o meu poder, mas o poder do Senhor, como serviço à unidade dos irmãos.
A minha Ordenação Sacerdotal não é só um ponto de chegada. É sobretudo um ponto de partida. Vou tornar-me cada vez mais padre, conforme for actuando e deixando que o Espírito actue em mim. Sei que a minha vocação não é um favor que faço a Deus; é a resposta ao imenso favor que Deus me fez chamando-me para o seu serviço.
Sei que esta vocação não é o refúgio dos que não se sentem inclinados para o Matrimónio, mas o lugar estabelecido dos que, normalmente inclinados à vida familiar, consagram o seu amor à família dos filhos de Deus. Não é também o caminho dos desiludidos, mas o caminho daqueles em cuja alma se acende o ideal do Evangelho. Sei também que a vocação é uma aventura nobre e arriscada ao serviço da verdade e do amor.
O infinito de Deus causa-me vertigens, quando olho para o abismo da minha pequenez humana. De facto, não tenho a fé de Abraão nem sou líder como Moisés. Não tenho a força de Sansão nem a coragem e a humildade do rei David. Deste, em comum só tenho o nome. Não tenho a sabedoria de Salomão nem tão pouco o zelo e o ardor de São Paulo, nem o espírito pobre de São Francisco de Assis, nem o espírito reparador e a sensibilidade do Padre Dehon. Os meus pais sacrificaram-se mais do que eu; os meus colegas de Seminário tiveram mais entusiasmo; os meus confrades, maior dedicação; e os padres que conheço têm maior dinamismo. Os leigos com quem trabalho são mais corajosos do que eu. Sou um homem comum, com defeitos, que Deus chama para o seu serviço. Só me resta confiar n’Ele, pois sei que a vocação não +e o caminho dos que confiam nas próprias forças, mas o caminho dos que se abandonam e apoiam constantemente em Deus.
Como membro da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), ponho-me com disponibilidade ao serviço da Igreja nas diversas tarefas. Que o Coração de Jesus e a Virgem Maria me ajudem a ser bom padre, autêntico profeta do Amor e servidor da reconciliação.

12 de Agosto de 1984,
Pe. José David Quintal Vieira, SCJ

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Marta e Maria

29 de Julho - Memória de Santa Marta, amiga e hospedeira do Senhor:

As duas irmãs Marta e Maria representam dois tipos diferentes de crentes, duas tendências opostas ou duas maneiras de seguir a Jesus, que ainda hoje vemos nas nossas comunidades.
MARTA: É quem tem um pé na Igreja e outro no mundo.
MARIA: É quem prefere buscar o Senhor acima de tudo.


Oração de uma camponesa de Madagáscar:

Senhor,
Dono das panelas e marmitas!
Não posso ser a santa que medita aos vossos pés.
Não posso bordar toalhas para o vosso altar.
Então, que eu seja santa ao pé do meu fogão.
Que o vosso amor esquente a chama que eu acendi
e faça calar a minha vontade de gemer a minha miséria.
Eu tenho as mãos de Marta.
Mas quero também ter a alma de Maria.
Quando eu lavar o chão, lavai, Senhor, os meus pecados.
Quando eu puser na mesa a comida,
comei também, Senhor, junto connosco.
É ao meu Senhor que eu sirvo, servindo a minha família.
Amen!

Recordando o Pe. Angelo Caminati

Que doce e santa coisa é uma amizade!

Louvamos a vida, a vocação e a amizade dos nossos confrades Pe. Angelo Caminati e Miguel Corradini.
Estiveram unidos na sua vida, unidos na sua vocação, unidos na sua morte (no mesmo dia e apenas uma hora de diferença). Agora estão unidos na eternidade.
Sempre cultivaram e valorizaram a amizade. Apesar de às vezes parecerem intransigentes, ambos defendiam os seus amigos até ao fim do mundo. Viveram seriamente a amizade e deixaram essa lição como herança. Até no dia da sua morte não quiseram partir sozinhos, mas os dois, como amigos.
O Pe. Angelo Caminati fez parte dos 3 amigos que fundaram e edificaram a APEL (Associação Promotora do Ensino Livre).
Todos eles foram directores da Escola da APEL: Pe. Mario Casagrande, que morreu também neste ano a 4 de Janeiro, o Sr. Gastão Fernandes e o Pe. Angelo Caminati.
A vida os juntou e a morte os tem unidos: o Sr. Gastão faleceu no dia do aniversário do Pe. Mário, a 25 de Junho de 2003 e no dia seguinte, a 26 de Julho de 2009, partiu o Pe. Angelo.
Amigos na vida, amigos nos sonhos, amigos na morte e agora unidos na eternidade.
“Que doce e santa coisa é uma amizade” dizia o Pe. Dehon (in NHV). De facto, a amizade que vivemos nesta vida não acabará na morte, mas continuará por toda a eternidade.
Amigos ontem, hoje e sempre.
“A comunhão que nos une uns com os outros encontra a sua plena realização na eternidade. Continuaremos unidos aos nossos irmãos defuntos através da oração e a esperança” (Const SCJ).

terça-feira, 28 de julho de 2009

Brilhar como o Sol

3ª Feira - XVII Semana Comum

No final do trecho do Evangelho de hoje: Mt 13, 43

ENTÃO, OS JUSTOS BRILHARÃO COMO O SOL NO REINO DE SEU PAI.


- Pois o Sol brilha no céu e não na terra.
É preciso brilhar no alto.

- Pois o Sol aquece a todos, anima a todos,
sem desprezar ninguém.

- Que põe tudo a claro,
revela a verdade das coisas.

- Que tanto põe os seus raios
no casebre mais pobre
como no palácio real sem distinção.

- Que nunca está parado.

- Que avança sempre sem retroceder.

- Que sabe recomeçar cada dia.

- Que apesar das nuvens e das tempestades
nunca deixa de brilhar.

domingo, 26 de julho de 2009

Dia dos Avós

26 de Julho - Memória de São Joaquim e Santa Ana, Avós do Menino Jesus

Perguntaram a uma miúda, uma traquina de 6 anos, o que gostaria de ser quando crescesse. Ela respondeu sem hesitar:
- Eu quero de ser avó!
Ao ser inquirida sobre o porquê dessa ideia tão esquisita, ela explicou:
- Porque as avós podem muito, elas sabem escutar, sabem compreender e reúnem toda a família nas festas principais.

E eu fico a pensar que se é assim como esta miúda diz, eu também gostaria de ser idoso para ter uma missão tão ilustre: escutar, compreender e reunir.
Em primeiro lugar o poder de escutar. Os avós escutam. Eles têm tempo. Se aposentados, o seu ritmo de vida diminui e enquanto os filhos trabalham eles ficam disponíveis. Sabem escutar porque caminham sem pressas, falam tranquilamente. Saboreiam as perguntas das crianças, compartilham as suas alegrias, ouvem as suas queixas e tristezas, mágoas e injustiças.
Em segundo lugar, os avôs sabem compreender. A discrição de uma avó é capaz de guardar as aventuras das crianças, os segredos dos adolescentes, os desafios dos jovens, os fracassos dos adultos, as confidências de todos... Os outros são a lei, os avôs são o sonho. Eles são muitas vezes um espaço de tolerância e aceitação, capazes de compreender tudo e todos, ou porque já passaram por situações idênticas ou porque precisam também de compreensão.
Em terceiro lugar, os avós reúnem a família. As suas casas são locais encantados onde ocorrem as celebrações natalícias, a Páscoa, as passagens de ano... lugares onde se saboreiam pratos diferentes, ritos especiais, encontros amenos. Hoje em dia, estas reuniões tornam-se cada vez mais raras e difíceis, com as famílias nucleares e os seus infinitos afazeres. Mas uma família numerosa é um dom, pois permite aos mais novos tomar consciências das suas raízes e ligações, participar de uma memória comunitária, solidariedade nas dificuldades e momentos difíceis. Os avós têm a graça de manterem – até onde é possível. – os laços familiares. Às vezes só se percebe isto, quando eles não estão mais aqui. Mas o contacto com os avôs é uma marca para o resto da vida.
É evidente que existem também avós isolados em clínicas e lares de geriatria. Existem avós sem condições físicas ou psicológicas de participar da vida da família. Existem avós isolados e segregados. Mas para a maioria deles, escutar, compreender e ser um laço de união não deixa de ser uma nobre missão. Ao contrário do que muitos pensam, os avós podem muito e a sociedade precisa deles.
E por fim, não posso deixar de acrescentar: no campo espiritual os avós têm também um poder determinante. São os avós que ajudam os mais novos nas suas buscas de Deus. São eles que, que rezando, lhes ensinam as primeiras orações, lhes contam a histórias da Sagrada Escritura, os levam à igreja a conviver com o divino, partilham com eles, através do exemplo, os valores cristãos.
Obrigado a todos os avós pelo grande tributo que dão à nossa sociedade! Que nunca percam este grande poder!
Quando eu envelhecer quero ser como vós.
Eu também quero ser avô!

sábado, 25 de julho de 2009

Santiago de Compostela

25 de Julho - Festa de São Tiago Maior ou Santiago


Tiago era filho de Zebedeu e irmão de João.
A tradição diz que Tiago pregou inicialmente em Jerusalém e depois na Espanha.
Foi decapitado por Herodes Agripa.
Ele é o único apóstolo cuja morte é mencionada na Escritura (Act 12,2).
O seu escudo mostra uma concha de um marisco, que é um símbolo da peregrinação pelo mar, e a espada do seu martírio.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Partilhando

Ano B - XVII Domingo Comum

Ouvi esta história do Pe. Mário Casagrande:
Um dia uma menina chegou ao Colégio com dois rebuçados.
- Uhm! Que rebuçados tão bons!
- São todos para mim.
- Eu também já não tenho dentes para isso, mas repara naquela tua colega. Está triste. Se eu tivesse rebuçados dava-lhe um...
A miúda hesitou e a muito custo partilhou um doce com a colega.
No final do dia o Padre perguntou-lhe:
- Então, já comeste o rebuçado?
- Sim. Era booom...
- E o que é que sentes agora?
- Agora não sinto nada.
- Diz-me lá. Qual o rebuçado que agora te dá maior satisfação: o que comeste ou o que deste à tua colega?
A miúda chegou à conclusão que o rebuçado que partilhara ainda lhe causava satisfação.
Cinco pães e dois peixes, que é isto para tanta gente? Partilhou-se e o milagre aconteceu: o pouco com Deus é muito.
O pão que reparto é o que me dá melhor sabor. A felicidade que semeio é a que realmente permanece. E a alegria que partilho é a que realmente conta.
É preciso ainda hoje fazer destes milagres, transformar pedras em pão, partilhar o pouco ou o muito que se tem.

Mensagem recebida

Jesus mandou-me hoje esta mensagem que partilho. Não, não foi o MESTRE JESUS de Nazaré, foi o meu colega professor Jesus de Matemática.
Acrescento o pensamento da Irmã Wilson para este dia, segundo o calendário vitoriano.
.
Ter razão... ou ser feliz?

Oito da noite, numa avenida movimentada.
O casal já está atrasado para jantar em casa de uns amigos.
A morada é nova, bem como o caminho que ela consultou no mapa antes de sair.
Ele conduz o carro.
Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda.
Ele tem a certeza de que é à direita.
Discutem.
Percebendo que além de chegarem atrasados, poderão ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida.
Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado.
Embora com dificuldade, admite que fizera o caminho errado, enquanto faz o retorno.
Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados.
Mas ele ainda quer saber:
- Se tinhas tanta certeza de que eu estava a ir pelo caminho errado, devias ter insistido
um pouco mais...
Ela responde:
- Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

MORAL DA HISTÓRIA:
Quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não.
Quero ser feliz ou ter razão?
'Nunca me justifico. Os meus amigos não precisam e os meus inimigos não acreditam."
Sou feliz!

Irmã Wilson:
“Quem, sendo acusado inocentemente, não se justifica pratica uma virtude; contudo, tem o direito de, noutra ocasião, repor a verdade. Porque todos têm direito à sua boa fama, que é a maior riqueza nesta terra.”

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Maria Madalena

22 de Julho - Memória de Santa Maria Madelena
Maria Madelana é uma mulher sensível, muito propensa às lágrimas:
Em casa de Simão a lavar os pés de Jesus com as suas lágrimas, para espanto dos convivas.
Junto ao túmulo vazio de Jesus, para espanto dos anjos: Mulher porque choras?
No dia da Memória desta Santa, podemos acolher 3 lições:
1. Madalena não reconheceu Jesus porque tinha os olhos cheios de lágrimas: Se choras por teres perdido o Sol, as lágrimas impedir-te-ão de ver as estrelas... Se choras por veres a porta fechada, as lágrimas não te deixarão ver as janelas que estão abertas...
2. As mãos sujas de terra, são lavadas apenas com água corrente. Para as mãos sujas com gordura, não basta água, é preciso sabão para lavá-las. Uma alma suja de pecado, erros e males, só pode ser purificada não com água, nem com sabão, mas com as lágrimas de contrição e de arrependimento.
3. "Chorar não basta, é preciso fazer melhor daqui para a frente..." (Pe. Dehon, ACJ I, pag. 148). Maria Madalena não se limitou a verter lágrimas, converteu-se, mudou de vida, renasceu...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Descansai um pouco

Ano B - XVI Domingo Comum

Ao despedir-me de alguns jovens que partiam para férias, recomendei:
- Boas férias para todos e... lembrem-se que Deus não tem férias...
- Isso quer dizer que também nós não devíamos ter férias?
- Nada disso. Deus não tem férias... as nossas férias é que devem ter Deus.
É precisamente o que se passa no Evangelho deste domingo.
Ao regressarem da sua missão, os discípulos foram obrigados por Jesus a descansar:
- Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto e descansai um pouco.
De facto, Jesus não disse ‘retirai-vos’ mas ‘retiremo-nos’ porque ele está sempre presente, quer na actividade quer no descanso. Aliás, enquanto descansavam, veio uma multidão e Jesus, compadecido, começou a ensinar-lhes muitas coisas. Sempre que alguém descansa, parece que Jesus fica com mais trabalho.
E a propósito de trabalho, perguntaram, não há muito tempo, ao Papa João Paulo II, quando é que pensava ir descansar. A idade, as doenças, a debilidade física, as consequências dos atentados, a agenda sobrecarregada, tudo isto deve cansá-lo muito. Porque é que trabalha tanto? O Papa, sorrindo, respondeu:
- Eu tenho toda a eternidade para descansar. Enquanto estou aqui, tenho de trabalhar sem descanso...
Quem trabalha com Deus, descansará eternamente.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Tomar a sua cruz

2ª Feira - XV Semana Tempo Comum

Do Evangelho de hoje:
Quem não tomar a sua cruz para me seguir,
não é digno de mim.

- Cruz como sinal de persignar-se:
persigne-se e siga-me,
isto é, arrependa-se e siga-me.

- Cruz como altar de oferecimento:
cada um tem a sua cruz,
o seu modo de se oferecer.

- Cruz como sofrimento:
esqueça-se a si mesmo,
assuma o sofrimento e siga-me.

- Tomar a cruz é não ficar passivo:
é abraçar uma cruz,
é usar as mãos,
é agir.

sábado, 11 de julho de 2009

Cajado

Ano B - XV Domingo Comum

"Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão..."

Bastão ou cajado de PASTOR ou de PEREGRINO.

De acordo com Santo Ambrósio:
"O cajado do Pastor deve ser
- pontiagudo em baixo para instigar os preguiçosos,
- recto no meio para reger os fracos,
- e no alto curvo para reunir os transviados."

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Dois Amigos

Ano B - XV - Domingo Comum

Jesus enviou os seus discípulos dois a dois, isto é, como amigos. De facto, ser discípulo de Cristo é ser amigo e testemunhar a amizade.

Um homem sonhou que estava a subir uma íngreme montanha com o seu cão. Os dois cansados e com muita sede viram a certa altura um portão. O homem perguntou ao vigilante:
- Que lugar é este, tão lindo?
- Isto é o céu.
- Que bom! Podemos beber da fonte?
- Você sim, o seu cão não. É proibida a entrada de animais.
O homem ficou desiludido pois era grande a sede mas não quis beber sozinho deixando o seu fiel amigo com sede e prosseguiu o caminho.
Mais à frente surgiu uma porta mais estreita.
- Bom dia, podemos beber da fonte, eu e o meu cão?
- Sim, bebei à vontade.
- Obrigado! A propósito, como se chama este lugar?
- Céu, respondeu o vigilante.
- Céu?! Mas disseram-nos que o céu era lá atrás.
- Lamento, aquilo era o inferno.
- Mas então, essa informação falsa deve causar grandes confusões.
- De forma nenhuma. Fazem-nos até um grande favor porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar os seus melhores amigos.

Onde 2 ou 3 estiverem reunidos em Seu nome, Cristo estará no meio deles porque estarão no Céu ou o Céu estará neles.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Doze Apóstolos

4ª Feira - XIV Semana Tempo Comum

Jesus chamou doze discípulos e enviou-os…
São estes os nomes dos doze…


Procuremos descobrir a principal característica ou qualidade de cada apóstolo.
Se eu tivesse de escolher um apóstolo como padroeiro, qual seria a minha escolha?

O Pe. Leão Dehon caracterizava os apóstolos assim:
"São Pedro é o apóstolo da fé,
S. Tiago Maior, da esperança,
S. João da caridade,
Santo André do amor das cruzes,
S. Filipe da alegria espiritual,
S. Bartolomeu da força,
S. Mateus da ciência divina,
S. Tiago Menor da contemplação,
S. Tomé da confiança no Coração de Jesus que ele adquiriu ao tocar-lhe com as suas mãos,
S. Tadeu da acção de graças,
S. Matias, sucessor de Judas, da humildade." (CA, Pág. 141-142)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Sacerdote exemplar

O Pe. Dehon, sacerdote exemplar,ensinava aquilo que vivia e vivia aquilo que ensinava.
No Ano Sacerdotal o ensinamento e o exemplo do Pe. Dehon podem ser uma fonte de inspiração.

1. A santidade não consiste nas grandes coisas, mas na fidelidade. (Carta ao Pe. Falleur, 30/08/1882, Inv. 465.39, AD: B22/11)

2. A santificação do clero é o melhor dos apostolados. (NHV, volume VI, Janeiro 1874 – Dezembro 1876, Pág. 50)

3. A sociedade actual tem necessidade do padre, do verdadeiro e santo sacerdote, para que seja o sal desta terra insípida, a luz deste mundo escurecido e o fogo que aquecerá os corações gelados. (O Padre, Homem de fé e do estudo, Congresso Eclesiástico de Bourges, in IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, pág. 578)

4. A vossa vocação é ser santos e a vossa missão é fazer santos. (Carta ao Pe. Legay, 14/11/1912, Inv. 273.00, AD: B19/7-C)

5. Cumprir tranquilamente as funções ordinárias do Santo Ministério já não basta. É preciso ir à procura das almas. É preciso esforçar-se por ganhar os homens sobretudo os operários. (O Padre, Homem de fé e do estudo, Congresso Eclesiástico de Bourges, in IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, pág. 577)

6. É na escola do Coração sacerdotal de Jesus que nós havemos de aprender a tornar-nos verdadeiros e santos sacerdotes. (CS, Pág. 523)

7. Imitai na vossa vida o sacrifício que realizais no altar. (CC 10/08/1919, Pág. 240

8. Jesus é sacerdote em todo o seu ser, mas o seu Coração é o centro da sua vida sacerdotal. (CS, Pág. 532)

9. Nós queremos ser sacerdotes reparadores, mas é por nós mesmos que é preciso reparar primeiro. (Carta ao Pe. Van Hommerich, 29/05/1925, Inv. 266.58, AD: B19/7a.2)

10. Nosso Senhor foi sacerdote desde a sua incarnação. (ACJ 1, Pág. 123)

11. Nosso Senhor tem sede de sacerdotes santos. Trabalhemos para que esta santidade reine em nós e nos outros. (DE, Pág. 36)

12. O Coração sacerdotal de Jesus é o nosso modelo, o nosso ideal, o nosso todo. (CS, Pág. 533)

13. O padre deve fazer-se tudo para todos. (CR, Pág. 231)

14. O padre deve ser um bom filho e um bom pai. (CS, Pág. 579)

15. O padre deve sobreviver nas suas obras. (CS, Pág. 621)

16. O Padre é pai, médico, doutor e juiz. Jesus era tudo isto. O padre consola, cura, encoraja as almas; Nosso senhor fazia tudo isto. (CS, Pág. 561)

17. O padre do nosso tempo deve ser o homem dos estudos e das obras sociais. (O Padre, Homem de fé e do estudo, Congresso Eclesiástico de Bourges, in IV Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1985, pág. 578)

18. O padre que não reza será no púlpito um címbalo ressoante, não fará nada no confessionário, e no mundo será influenciado em vez de influenciar. (NHV, volume III, Outubro 1865 – Outubro 1869, Pág. 17)

19. O padre sobreviverá a si mesmo pelas vocações que tiver discernido, encorajado, favorecido. (CS, Pág. 622)

20. O padre tem o remédio para todos os males da sociedade. (CR, Pág. 231)

21. O pecado do padre, mesmo venial entristece o Senhor e impede os frutos do ministério. (NHV, volume V, Julho 1870 – Setembro 1873, Pág. 56)

22. O povo será amigo do padre e da Igreja quando o padre se tornar amigo do povo. (Renovação Social Cristã, 1900, in III Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edição CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato Stampa) – Andria, 1984, Pág. 368)

23. O Sacerdote deve renunciar a tudo o que é inútil e culpável. (DE, Pág. 37)

24. Os padres sobretudo devem amar e fazer amar Nosso Senhor. (VA, Pág. 69)

25. Quais são os deveres do padre relativamente à vida social? São três: Estudar, ensinar e agir. (Catecismo Social, 1898, in III Volume das Obras Sociais de Leão Dehon, Edções Dehonianas, 1976, Pág. 73)

26. Rezemos muito. Não é suficiente formar sacerdotes, é necessário que eles sejam bons. (Carta ao Pe. Schulte, 21/05/1914, Inv. 457.03, AD: B22/8-A)

27. Se o padre é tenebroso, como serão espessas as trevas do povo! (NHV, volume V, Julho 1870 – Setembro 1873, Pág. 56)

28. Um dos deveres do padre é cultivar as vocações, favorecê-las, prepará-las. (CS, Pág. 567)

29. Um padre é tanto mais padre quanto mais unido estiver a Nosso Senhor. (ACJ 1, Pág. 470)

30. Um padre que não se interesse pelas vocações não tem verdadeiro espírito apostólico. (CS, Pág. 567)

31. Vós padres, ide aos vivos, ide aos homens, ide ao povo e não passareis mais por uma triste ave de funerais. (O reino do Coração de Jesus, Abril 1895)

Poucos mas bons

3ª Feira - XIV Semana Tempo Comum

"A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos"

- São poucos, mas são bons.
- É para que se dê valor ao pouco que se tem.
- É para afugentar os preguiçosos, pois a seara é grande e poucos os trabalhadores...

"O fervor é mais importante do que o número." (Carta do Pe. Dehon ao Pe. Van Hommerich. 24/03/1923, Inv. 266.41, AD: B19/7a.2)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Tocar em Jesus

2ª Feira - XIV Semana Tempo Comum

Todos queriam tocar em Jesus.

Em vez de querer tocar nele, seria melhor deixar que ele nos toque.

Nós tocamos nele quando o comungamos e ele toca em nós durante o resto do tempo.

Mas tocar quer dizer também emocionar-se, ficar sensibilizado...
A nossa preocupação não deve ser sensibilizar Deus, mas deixar que Deus nos sensibilize.

Sonhei que estava diante de Deus.
Pedi que ele me tocasse para eu ficar curado.
Deus disse:
- Eu bem tento tocar-te, mas tu não deixas... Não te mexas, não te escapes, fica quieto para que eu te possa tocar....
E foi assim que Deus me tocou, isto é, me sensibilizou...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sem fronteiras

Ano B - XIV Domingo Comum

Um grupo de jovens partilhou a sua reflexão sobre a frase evangélica:
Ninguém é profeta na sua terra pois só é desprezado aí, entre os seus parentes e em sua casa...

- Esta frase vem confirmar que o profeta não deve casar porque senão seria desprezado lá em casa, comprometendo a sua acção.
- Porque o profeta não tem terra, não tem família, não é de ninguém: é só de Deus. Como deve viver despojado, o profeta não tem raízes fixas.
- Isto é para evitar a tentação de muitas pessoas que para os de fora são mel mas para os de dentro são fel.
- Porque ser profeta é ser peregrino, missionário ou enviado.
- Porque o conhecimento que os outros têm do profeta não pode sobrepor-se ao conhecimento da palavra que ele proclama.
- Porque os da sua terra poderiam achar que têm mais direito do que ele a ser profeta.
- Para que ninguém possa concluir que a sua mensagem é uma questão de bairrismo.
- Para que uma terra possa ajudar outra e vice-versa, pois nenhuma é auto-suficiente.
- Para que seja mais livre e não esteja condicionado pelos laços familiares.
- Porque é preciso alargar fronteiras.
- Para lembrar que um profeta vem de fora: vem do Céu.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Levanta-te e anda

5ª Feira - XIII Semana Tempo Comum


Deus providenciará, repetia Abraão para se convencer da sua fé em Deus, na primeira leitura.
- Não faças mal a teu filho… ouviu e levantou os olhos para o alto e sentiu atrás um cordeiro…
Só quando Abraão levantou os olhos para o céu é que viu mesmo que Deus providencia.
É preciso então olhar para o alto.
Não basta repetir uma profissão de fé, é preciso pôr-se a caminho, subir à montanha e OLHAR PARA O ALTO.


No trecho do Evangelho Jesus diz que:
“Os teus pecados estão perdoados”
e
“Levanta-te e anda”

é a mesma coisa.
De facto só quem tem os seus pecados perdoados pode levantar-se e andar em frente, pois pecar é cair, é marcar passo no mesmo local.
Ser perdoado é erguer-se e avançar.

Mandou-o passear

4ª Feira - XIII Semana Tempo Comum

Na 1ª leitura: Deus ouviu os gemidos de Ismael no deserto. Este era apenas um bebé, acabado de ser desmamado.
Deus ouve tudo, escuta sempre, atende todos os pedidos, mesmo os de quem ainda nem sabe falar...

No trecho do Evangelho Jesus manda os demónios para uma vara de porcos... Isto é, mandou-os passear.
O Pe. Leão Dehon recomendava: "Amigo, escutaste um pouco o tentador, é preciso agora que o mandes passear. (Carta ao Ir. Maurice-André Hospital, 26/07/1925, Inv. 1165.45, AD: B108/1)