quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Natal (17)


Santa Teresinha do Menino Jesus:
devoção ao mistério da Encarnação e do presépio

Teresinha do Menino Jesus amava de modo todo particular o mistério do presépio. Foi aí que o Menino Jesus lhe revelou os segredos sobre a simplicidade e o abandono.
Em oposição a Marcion, que dizia com desdém: “Tirai estes panos e esta manjedoura indignos de um Deus”, Teresa sentia-se atraída pelos aniquilamentos de Nosso Senhor, que se fez pequenino por nosso amor.
Escrevia com prazer, nos santinhos de Natal que pintava, este texto de São Bernardo: “Jesus, quem vos fez tão pequeno? O Amor!”
O nome de Teresa do Menino Jesus, que lhe deram desde a idade de nove anos, quando manifestara o seu desejo de tornar-se carmelita, permaneceu sempre para ela uma actualidade e esforçou-se por merecê-lo constantemente. Repetia esta oração:
“Ó Menino Jesus, meu único tesouro, eu me abandono a teus divinos caprichos, não quero outra alegria que a de te fazer sorrir. Imprime em mim tua graça e tuas virtudes infantis, a fim de que no dia do meu nascimento para o céu os anjos e os santos reconheçam em mim a tua esposazinha: Teresa do Menino Jesus”.
Festejava também todos os anos, com grande piedade, o dia 25 de Março, porque, dizia ela, “é o dia em que Jesus, no seio de Maria, foi mais pequenino”.

(Conselhos e lembranças de Céline Martin (1869-1959), uma das 4 irmãs de Santa Teresinha do Menino Jesus)



terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Santos Inocentes


28 de Dezembro, Festa dos Mártires Santos Inocentes

Santa Teresinha do Menino Jesus:
Os Ladrões do Céu. Os meus protectores no céu e os meus preferidos são aqueles que o roubaram como os Santos Inocentes e o bom ladrão.
Os grandes santos ganharam-no por suas obras: quero imitar os ladrões, quero conquistá-lo por astúcia, por um ardil de amor que me abrirá a sua entrada, para mim e para os pobres pecadores. O Espírito Santo encoraja-me, pois diz nos Provérbios 1,4: Ó pequenino! Vinde, aprende de mim a astúcia.

São João Crisóstomo:
Considerai a insensatez de Herodes. Se ele acreditava na profecia e considerava inevitável a sua realização, era evidente estar ele tentando algo irrealizável; se não acreditava nela nem esperava que se cumprisse o anunciado, não tinha motivo para temer e se espantar, nem para pôr armadilhas a ninguém. Em nenhuma das duas hipóteses havia necessidade de mentir.
Cego de orgulho, aquele iníquo monarca acreditou ter poder suficiente para opor-se ao plano divino e mudar, segundo os seus caprichos, aquilo que Deus determinara desde toda a eternidade e anunciara pela boca de seus mensageiros!

São Pedro Crisólogo:
Por que Cristo agiu assim? Por que abandonou àqueles que Ele sabia que seriam procurados por sua causa e por sua causa haveriam de morrer? Ele nascera rei e rei do céu, porque abandonou os que eram inocentes? Por que desdenhou um exército de sua mesma idade? Por que os abandonou desse modo?
Irmãos, Cristo não abandonou os seus soldados, mas deu-lhes melhor sorte, concedeu-lhes triunfar antes de viver, fê-los alcançar a vitória sem luta alguma, concedeu-lhes as coroas antes mesmo de seus membros estarem desenvolvidos, quis, por seu poder, que passassem por cima dos vícios, que possuíssem o Céu antes que a terra.

Bossuet:
Bem-aventuradas crianças, cuja vida foi imolada a fim de conservar a vida de vosso Salvador. Se vossas mães tivessem conhecido esse mistério, em lugar de lamentações e de lágrimas, só se ouviriam bênçãos e louvores.

São Bernardo:
Por que haverá quem duvide das coroas dos Inocentes? É menor, por acaso, a piedade de Cristo que a impiedade de Herodes, para crer que este pudesse entregar alguns inocentes à morte e Cristo não pudesse coroar aqueles que foram mortos por Ele? Estes são, verdadeiramente os teus mártires, ó Deus, para que resplandeça com maior evidência o privilégio de tua graça naqueles em quem nem o homem nem o anjo descobrem mérito algum.

Prudêncio:
Salvé, ó flores dos mártires, que na alvorada do cristianismo fostes massacrados pelo perseguidor de Jesus, como um violento furacão arranca as rosas apenas desabrochadas! Vós fostes as primeiras vítimas, a tenra grei imolada, num mesmo altar recebestes a palma e a coroa.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Apóstolo São João


27 de Dezembro
Festa de São João, Apóstolo e Evangelista

1. Pedagogia do amor
São Clemente de Alexandria conta que o Apóstolo São João, já de idade muito avançada, escolheu um jovem para ser sacerdote e contratou um tutor para que fosse instruído, baptizado e confirmado. Meses mais tarde, São João foi ter com o tutor:
- Chegou o momento de me entregares aquele que tão bem soubeste instruir. Onde está o jovem para que eu o ordene sacerdote?
- Ele está morto. – Disse o tutor.
- Como assim? – Indagou São João. Que aconteceu?
- Logo depois da sua instrução e baptismo o rapaz envolveu-se em más companhias e caiu degrau em degrau em todos os vícios até chegar ao fundo. Agora é um ladrão e assassino temido por todos…
São João, como sempre, inclinou a cabeça no peito do rapaz que encolhido de vergonha ali chegara, e disse-lhe:
- Existe ainda um degrau para experimentares. É o do arrependimento que leva ao perdão. A tua salvação não é irrecuperável. Eu responderei por ti diante de tribunal divino e implorarei o teu perdão. Acredita na misericórdia e fica comigo, pois sou enviado de Cristo Jesus.
O jovem ficou parado com os olhos cheios de lágrimas. Depois abraçou o tutor e implorou o seu perdão.
A caridade de São João fê-lo passar pelo segundo baptismo, isto é, o baptismo das lágrimas e tornou-se ministro de Deus, profeta do amor e servidor da reconciliação.

2. Pedagogia da alegria
Um dia um visitante chegou de surpresa à cidade de Éfeso e encontrou o Apóstolo São João numa euforia a jogar com os seus discípulos. O visitante manifestou publicamente o seu desagrado:
- Eu estava à espera de encontrar um mestre recolhido a instruir os seus discípulos e afinal vejo apenas um brincalhão no meio de tanta algazarra.
São João, ainda com ar de brincalhão, tomou o arco e as flechas que o visitante carregava e disse-lhe com todo o afecto:
- Tu és um valente. És capaz de atirar todas estas flechas sem parar?
- Claro que não. O arco poderia quebrar…
- Também eu não. O meu espírito também precisa de descansar e relaxar para não quebrar. Assim, no dia-a-dia podemos brincar e aliviar as nossas tensões… e tornar-nos-emos mais ágeis e flexíveis, capazes de nos lançarmos cada vez mais além.

3. Modelo vocacional
Segundo as palavras do Pe. Dehon o Apóstolo São João é modelo da nossa vocação de amor e reparação:
“Compreendo porque é que São João é o patrono e o modelo da nossa vocação. Na última Ceia ele é o modelo da vida contemplativa, da vida eucarística. No Calvário, ele é o modelo da vida de acção e de sofrimento.”(NQ, 1886, Pág. 136)
“Nós seremos abençoados se formos fiéis à nossa bela missão que é amar e consolar o Coração de Jesus como fazia o apóstolo S. João. É a mais bela das vocações.” (Carta a um Superior, 25/12/1924, Inv. 214.07, AD: B18/6.12/7)
“São João deve ser o nosso modelo principal, porque somente o amor tudo contém.” (CA, Pág. 142)
“São João Evangelista é por excelência o pregador do amor.” (ACJ 1, Pág. 404)

4. Simbologia
O Apóstolo São João era irmão de Tiago o Maior. Foi bispo da igreja de Éfeso. Esteve exilado na ilha de Pátmos entre os anos de 93 a 98, onde escreveu o Apocalipse. Depois de libertado regressou a Éfeso. Morreu quase centenário e foi o único discípulo a ter morte natural. Recebeu diversas agressões durante a vida, inclusive um cálice envenenado, do qual escapou milagrosamente. É por isso que o seu brasão ostenta um cálice com víboras. Como Evangelista a sua figura é a ÁGUIA.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Natal (16)

Cartas de Natal


1ª - Carta a Cristo Jesus

Caro Cristo,

Faz alguns dias que te escrevemos uma carta, mas não nos atrevemos a colocá-la no correio. É diferente daquelas cartas que, alguns de nós te escrevíamos, quando éramos pequenos, a pedir-te coisas... muito diferente. Esta carta leva más notícias. E já sabes que o que quer que se diga, desde que seja mau, custa muito dizê-lo, ninguém o quer ouvir. Mas nós esperamos que tu nos entendas, tu hás-de-nos compreender. Por isso, ta enviamos.
Dentro em breve é Natal, o dia em que tu queres voltar à terra. E, muito francamente, por muito que te custe ouvi-lo, pensamos que não vale a pena que voltes. Parece-nos inútil, e isto por várias razões:
- Todos os anos se passa o mesmo, uns dias de festa, melhores comidas, as pessoas vestem-se com mais elegância (e quanto snobismo), muitas bebidas, presentes para todos, noites sem dormir...e, passados uns dias, todos continuam como dantes.
- Muitas são as coisas que por aqui vão mal, e não há perspectiva de melhorarem: gente sem trabalho ou mal paga, gente alta que tem casa, mas que vive como se não a tivesse porque mal pára nela, gente com família, mas que faz dela mais um lugar de conflito, marido que berra com a mulher, mulher que grita com o marido, pai que berra com o filho, filho que grita com o pai... A humanidade anda estranha. Em muitos sítios há guerras, mortes e até aqui perto de nós há fome, gente que tem pouco ou não tem mesmo de comer!
- O teu Natal é um comércio para alimentar aqueles que já estão fartos. Nós andamos enganados e a enganar-nos uns aos outros com aquela coisa de "Paz aos homens de boa vontade". Dão-se presentes a quem já os tem, ou então àqueles de quem se espera alguma coisa em troca. Os irmãos de longe ou os que não são dos nossos não recebem sequer uma migalha das nossas coisas. Que pensarão eles do nosso Natal?
Isto está mal, Cristo! Não serve de nada que voltes. Somos muito poucos os que te iríamos escutar. Não te preocupes em acordar os pastores. Deixa-os dormir. Não chames os anjos. Não incomodes os reis. Deixa-os estar. Tu, fica aí onde estás, que ficas melhor. Já retiraram a tua figura das escolas estatais, já te riscaram na sociedade... e para que ninguém te ponha de lado neste natal, é melhor que nem apareças por cá.
Não voltes, não vale a pena.
Os homens não querem nada daquilo que queres trazer...
Os homens querem que os deixes em paz... então fica tu em paz aí nos altos céus.

Um grupo de jovens amigos, teus amigos também.



2ª Resposta à Carta

Queridos amigos,

Agradeço-vos a vossa carta. Li-a com toda a atenção. Fizestes bem em escrever. Aquilo que vocês pensam interessa-me sempre e nunca nenhuma das vossas cartas ficará sem resposta.
Escrevestes a certa altura: Não vale a pena que voltes porque muita gente iria fazer pouco caso. Aqui, desculpai lá, mas, em parte enganais-vos. Tenho que vos explicar duas coisas: primeiro que já estou entre vós (e dentro de vós); depois que quase todos os homens me procuram e me sabem encontrar. Além disso, poderia contar convosco. Já seríeis um bom número, pequeno mas bom. Pelo menos convosco podia contar, ou não?
Já agora, em vésperas do 25 de Dezembro, quero recordar-vos algumas maneiras de celebrar o Natal:
- Cada vez que pensais nos outros, entendeis o Natal.
- Cada vez que rezais e ajudais a rezar. Descobris o Natal.
- Cada vez que admirais e amais a beleza, a vida, a justiça, a bondade, amais e admirais o Natal.
- Cada vez que vos decidis a perdoar, compreender, criar alegria... antecipais o Natal.
- Cada vez que tratais o outro com amor, desfrutais já do Natal.
- Cada vez que buscais os pobres e os que não têm nome, nem voz nem vez, celebrais e fazeis celebrar o Natal.
Não terminaria nunca.
Mas antes de me despedir, queria apenas dizer-vos mais uma coisa. Gostei muito de que me tivésseis escrito em grupo. De que vos tivésseis preocupado e de estardes preocupados com 'o outro grupo'. No entanto, queria que estas últimas linhas fossem, não para vocês como grupo, mas para cada um, e só, para cada um de vós, para ti!
Eu não estou à espera que o mundo mude, nem que os outros mudem. Estou à espera que tu mudes! Não estou à espera que os outros façam Natal. Estou à espera que tu faças Natal. O Natal dos outros depende de ti. Não me importa a maneira que os outros vão encontrar para celebrar o Natal. Interessa-me a maneira como tu vais celebrar o teu Natal, o meu Natal, o nosso Natal.
Eu quero voltar, eu vou voltar e vou ter contigo.
Até breve.

Cristo, o teu amigo

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Humildade

20 de Dezembro

Na oração do dia de hoje pede-se que Maria nos ajude a ser humildes como ela...

Ela era jovem e Deus precisou dela assim mesmo...

A lógica de Deus é sempre desconcertante.
Nós costumamos dizer - Cresce e aparece, isto é, faz-se grande e então farás isto e aquilo...
Deus por seu lado diz: Faz-te pequeno, faz-se humilde e terás uma tarefa, uma grande missão ....

Deus só conta com os pequenos, enquanto o mundo quer contar só com os grandes...
Em vez de CRESCE e APARECE, digamos como Deus: FAZ-TE PEQUENO E APARECE...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Advento da Luz

Em cada etapa do CAMINHO DE LUZ

- Recorda a palavra de ordem

- Escreve em cada dia uma boa acção que tenhas feito

- Ou pinta a estrela do dia com a cor correspondente:
Azul = Oração a Deus
Verde = Ajuda aos outros
Vermelho = Esforço ou sacrifício
Amarelo = Leitura

4 Etapas de um Caminho

1ª Etapa – VIGIAR
Mt 24, 37-44
Luz de Vigia
Farol
Porto de chegada e de partida
Rumo
Orientação
Não caminhar à toa

2ª Etapa – PREPARAR
Mt3,1-12
Luz Guia
Semáforos
Caminho iluminado
Saber quando avançar
ver em que deve parar
situações a ter precaução

3ª Etapa – ALEGRAR-SE
Is 35,1-6
Luz de presença
Lamparina
Sinal de que está alguém em casa
Luz do sacrário
Luz é alegria
Alegria é Luz

4ª Etapa – DAR À LUZ
Mt 1,18-24
Festa de Luz
Maria deu à Luz o Emanuel
Deus Connosco
A Luz em nós
Nós na Luz

NATAL
Jo1, 1-18
A Luz de Deus
O Deus da Luz
Luz do mundo
Mundo da Luz
O Verbo é a luz que vem ao mundo
Iluminar todo o homem.

Tempo de acção


Ano A - IV Domingo Advento

1) MENSAGEM
A mensagem do IV Domingo do Advento é o anúncio a José. Já o Senhor está tão perto e se faz anunciar. Não são apenas sinais do Messias, mas é Ele em pessoa que bate à porta.
O Messias prometido é da família davídica, introduzido nela por José “esposo de Maria, da qual nasceu Jesus”. O sim de José completa e assume o sim de Maria. O menino que vai nascer é filho de Deus e filho do homem.
No anúncio dum filho que vai nascer, feito a Acaz, revela-se a figura do verdadeiro Emanuel.
Jesus é Deus connosco. Nele Deus está presente e vive no meio de nós. Agora a força de Deus já não vem em figuras e promessas, mas aparece em pessoa. Vive connosco a mesma história, comprometido e solidário no mesmo destino e experiência humana.
“Porás o nome de Jesus” (Evangelho).

2) COMPROMISSO
Em todo o Evangelho não se conhece nenhuma palavra pronunciada por este santo homem chamado José. Aliás, são poucas as suas referências. Hoje, Mateus faz desta personagem o centro da mensagem do seu trecho. Sem ser o sujeito de nenhum discurso, é ele o agente de muitas acções.
José – era um homem justo / não queria difamar Maria / resolveu deixá-la em secretamente / fez como lhe ordenou o anjo / recebeu sua mulher / pôs o nome de Jesus.
De todos estes verbos sobressai uma acção – fez. José não disse mas fez. A resposta ao chamamento que Deus lhe fez não foi dada por palavras, mas por actos. José é verbo/acção e não substantivo/nome. Ele é espelho de Deus, testemunha daquilo que deus é.
José chama a nossa atenção para esta realidade – mais que palavras, obras. Ele que foi um homem de acção, convida-nos a seguirmos o seu exemplo: “Res, non verba”.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ao rezar o Pai Nosso

O Pai Nosso de cada dia (124)


Não digas “PAI” se a cada dia não te comportas como Filho.

Não digas “NOSSO” se vives isolado em teu Egoísmo.

Não digas “QUE ESTAIS NO CÉU” se só pensas em coisas terrenas.

Não digas “SANTIFICADO SEJA O TEU NOME” se não o honras.

Não digas “VENHA A NÓS O TEU REINO” se o confundes com o sucesso material.

Não digas “SEJA FEITA A VOSSA VONTADE” se não a aceitas como ela é, dolorosa.

Não digas “O PÃO NOSSO DE CADA DIA” se não te preocupas por quem tem fome.

Não digas “PERDOA AS NOSAS OFENSAS” se guarda rancor a teus irmãos.

Não digas “LIVRAI-NOS DO MAL” se não tomas partido contra o mal.

Não digas “AMÉM” se não tem entendido ou não tem levado a sério as palavras do PAI NOSSO.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O Pai Nosso de Santa Matilde

O Pai Nosso de cada dia (123)

Um dia em que Santa Matilde havia acabado de comungar e oferecer a Deus a Hóstia Preciosíssima a fim de que Ela servisse para a libertação das Almas do Purgatório, com a remissão dos seus pecados e a reparação de suas negligências, ouviu o Senhor dizer-lhe: “Reza por elas um Pai Nosso em união com a intenção que Eu tive, ao tirá-lo do Meu Coração, a fim de ensiná-lo aos homens”. Ao mesmo tempo, a inspiração Divina desvendou a Santa Matilde as intenções do Pai Nosso pelas Almas. E quando Santa Matilde acabou de rezar o Pai Nosso nessas intenções, ela viu uma grande multidão de Almas, rendendo graças a Deus pela sua libertação do Purgatório, numa alegria extrema. Cada vez que a Santa rezava essa oração, via uma legião de Almas subindo para o Céu. Socorramos as pobres Almas do Purgatório, que nada podem para si mesmas, a não ser sofrer, esperando pelos nossos sufrágios, rezar por nós e serem gratas.

PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS
Peço-Vos humildemente: Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso,
que perdoeis às Almas do Purgatório, por não Vos terem amado nem prestado toda a honra que Vos é devida, a Vós, Seu Senhor e Pai, que por pura graça as adoptastes como Vossas filhas. Pelo contrário, por causa dos pecados, fecharam os seus corações onde Vós queríeis habitar para sempre.
Em reparação destas faltas, ofereço-Vos o amor e a veneração que o Vosso Filho Encarnado Vos testemunhou ao longo da Sua Vida terrestre e ofereço-Vos todos os actos de penitência e de reparação que Ele cumpriu e pelos quais apagou e expiou os pecados dos homens.

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME
Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às Almas do Purgatório, por não terem honrado dignamente o Vosso Santo Nome: elas pronunciaram-No muitas vezes distraidamente e tornaram-se indignas do nome de cristãos pela sua vida de pecado.
Em reparação das faltas que cometeram, ofereço-Vos toda a honra que o Vosso Filho Bem-Amado rendeu ao Vosso Nome, por palavras e actos ao longo de toda a Sua Vida terrestre.

VENHA A NÓS O VOSSO REINO
Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às Almas do Purgatório porque não procuraram nem desejaram o Vosso Reino, com intenso fervor e empenho, este Reino que é o único lugar onde reina o verdadeiro repouso e a paz eterna.
Em reparação pela indiferença em fazer o bem, ofereço-Vos o desejo do Vosso Divino Filho através do qual Ele quis ardentemente torná-las, a elas também, herdeiras do Seu Reino.

SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU
Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às Almas do Purgatório por não se terem sempre submetido com devoção à Vossa Vontade. Elas não procuraram cumprir a Vossa Vontade em todas as coisas e muitas vezes cederam a agiram fazendo unicamente a sua própria vontade.
Em reparação da sua desobediência, ofereço-Vos a perfeita conformidade do Coração cheio de Amor do Vosso Filho à Vossa Santa Vontade e a submissão total que Ele Vos testemunhou obedecendo-Vos até à Sua Morte na Cruz.

O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE
Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às Almas do Purgatório por não terem recebido sempre o Santo Sacramento da Eucaristia com intenso desejo. Receberam-No muitas vezes sem recolhimento , sem amor, ou indignamente ou mesmo negligenciando recebê-Lo.
Em reparação de todas estas faltas que cometeram, ofereço-Vos a plena santidade e o grande recolhimento de Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Divino Filho, bem como o ardente amor, através dos quais nos ofereceu este dom incomparável.

PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO NÓS
PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO
Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às Almas do Purgatório todas as faltas de que se tornaram culpadas sucumbindo aos sete pecados capitais e também quando não quiseram amar, nem perdoar aos seus inimigos.
Em reparação de todos estes pecados, ofereço-Vos a Oração cheia de Amor que o Vosso Divino Filho Vos dirigiu em favor dos seus inimigos quando estava na Cruz.

E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO
Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às Almas do Purgatório, porque muitas vezes não resistiram às tentações e paixões, mas seguiram o Inimigo de todo o bem e abandonaram-se às fraquezas da carne.
Em reparação de todos estes pecados em múltiplas formas, dos quais se reconhecem culpadas, ofereço-Vos a gloriosa Vitória que Nosso Senhor Jesus Cristo trouxe ao mundo assim como a Sua Vida Santíssima, o Seu trabalho e penas, o Seu sofrimento e a Sua Morte crudelíssima.

MAS LIVRAI-NOS DO MAL
Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, livrai-nos de todos os flagelos, pelos méritos do Vosso Filho Bem-Amado e conduzi-nos, bem como às Almas do Purgatório, ao Vosso Reino de Glória
eterna, que se identifica conVosco.

Ámen.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Pai Nosso dos parênteses


O Pai Nosso de cada dia (122)

PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS
(sei que estais em todo lugar)

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME
(pelo qual tenho inexplicável respeito)

VENHA A NÓS O VOSSO REINO
(aqui todos precisam de muita luz, paz, paciência esperança...)

SEJA FEITA A VOSSA VONTADE
(aqui tem umas vontades estranhas, tanto mal, pra pouca coisa, aqui dá-se a vida por um mal e tão pouco para o bem, me excluo humildemente dessa pratica)

ASSIM NA TERRA
(ajude principalmente o materialistas, esses precisam, mais)

COMO NO CÉU

O PÃO NOSSO DE CADA DIA
NOS DAI HOJE
(só pra que, não esqueçamos do Senhor um só momento)

PERDOAI AS NOSSAS OFENÇAS
(tento todos os dias, ser um pouco melhor, porém reconheça que preciso demais da sua ajuda)

ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS
(tenho conseguido muitas vezes, porém não sei se é certo, tenho pena das mesmas)

A QUEM NOS TEM OFENDIDO
(que me livre das que me querem mal e me una as que me querem bem, se não for pedir muito, não deixem que essas mantenham esse sentimento em vão)

NÃO NOS DEIXEI
(não me deixeis esquecer nunca dos meus valores)

CAIR EM TENTAÇÃO
(peço força pra o que aguento e milagres para os que não suporto)

MAS LIVRAI-NOS DO MAL
AMÉM

http://rbmangabeira.blogspot.com/2009/09/pai-nosso-que-estais-no-ceu.html

entrar no reino

3ª Feira - III Semana Advento

No Evangelho de hoje Jesus previne-nos que os pecadores públicos estrarão à nossa frente no reino dos céus.
Isto quer dizer:
- Que eu não sou melhor do que os pecadores públicos.
- Que os pecadores públicos são são piores do que eu.
- Que afinal entraremos todos juntos.
- Que as portas dos céus estão abertas para todos.
- Que os bons e os menos bons entrarão na mesma.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pai Nosso Pequenino

O Pai Nosso de cada dia (121)

Pai nosso pequenino
Tem a chave do paraíso
Quem ta deu quem ta daria
Foi o Filho da Virgem Maria.

Cruz em montes, cruz em fontes
Meus inimigos não me encontrem
Nem de noite, nem de dia,
Nem à hora do meio-dia.

Já os galos pretos cantam,
Já os anjos se levantam,
Já Jesus subiu à cruz
Para sempre amen Jesus.


http://avomargarida.blogspot.com/2009/07/pai-nosso-pequenino.html

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Evangelho da Alegria


Ano A - III Domingo Advento

Um rabino contava que no dia em que Jesus nasceu, alguém bateu à sua porta. Era um jovem seu amigo. Gritava da parte de fora que o Messias havia nascido, que os anjos de Deus cantavam de alegria, os pastores acorriam a presenteá-lo, uma luz inundava a gruta e tantas outras maravilhas. Seria de verdade o Messias anunciado pelos profetas?
O velho rabino levantou-se e espreitou pela janela. A noite estava calma. Observou o céu estrelado e não viu nada de especial. Alongou a vista para a direita, para a esquerda e tudo lhe pareceu normal de uma noite de Dezembro.
- Não, não é Ele, não é o Messias.
- Mas porque dizes isso? – perguntou o jovem junto à porta. Eu tenho a certeza de que é o Esperado pelo Povo.
- Não é o Messias porque a noite continua como sempre, nada mudou nem na terra nem no céu.
Pelo sim, pelo não, o rabino abriu a porta ao seu amigo e ao contemplar o seu rosto declarou:
- Tens razão, é o Messias porque algo mudou. Tu estás diferente. Eu vejo na tua cara essa alegria profetizada. Vejo nos teus olhos a certeza da tua fé.

A alegria é um missionário, muito simples, que anuncia Deus.
O Evangelho é o manual da alegria. Alegrai-vos no Senhor, repete São Paulo no 3º Domingo do Advento. Alegrai-vos porque o Senhor está convosco.
Na presença de Deus, tenhamos vergonha de estar tristes.
Além disso, sorrir é também uma forma de fazer o bem.
E só é verdadeiramente alegre quem alegra.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Pai Nosso em Acróstico

O Pai Nosso de cada dia (120)

Criador nosso que estais em todos e em tudo.
Abençoado é o Vosso transcendente nome.
Reine em nós o Vosso amor, com todo o seu conteúdo.
Impere a Vossa vontade, sempre, e nos dome.
Dai-nos hoje o nosso alimento físico e o espiritual.
Apagai e perdoai as nossas ofensas, dívidas e pecados,
Do mesmo modo como perdoamos a quem nos fez mal.
E não nos deixeis ser por nenhuma tentação dominados.
Sêde o nosso escudo, contra a fome, o mal e os malvados.

Na última linha se recapitulam todas as rimas anteriores.


http://www.eurooscar.com/orar/orar4.htm

Insatisfeitos


6ª Feira - II Semana Advento

No Evangelho de hoje Jesus diz que os seus contemporâneos pareciam crianças na praça que recusam qualquer jogo proposto pelos seus companheiros.

Porquê?

Porque diziam que João Baptista era um profeta mito exigente que só dizia – arrependei-vos, arrependei-vos, arrependei-vos…
Por sua vez diziam que Jesus era liberal demais, era só amor e perdão...tudo facilidades.

O problema não estava no profeta nem na sua mensagem ou convite.
O problema é que eram meninos reclamões que criticavam tudo e todos;
Ou eternos insatisfeitos;
Ou murmuradores inveterados;
Ou crianças enjoadinhas;
Ou então garotos refilões;
Ou ainda gente que não sabe o que quer.

Ainda hoje somos assim:
Reclamamos, criticamos, refilamos... porque não sabemos o que queremos.
A insatisfação gera inércia, destrói relacionamentos, inventa culpados.

Diz a sabedoria popular – Muito ajuda, quem não atrapalha.
Pois eu digo – Atrapalha à vontade, pois o que interessa é participar.
Só assim Jesus não se queixará de nós como o fez dos seus contemporâneos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Comentário bíblico do Pai Nosso

O Pai Nosso de cada dia (119)

Pai Nosso que estais nos céus
Mt 5,48
Mt 11, 27
Mt 23, 9
Gal 3,26
Fil 3, 20
Rom 8,15

Santificado seja o vosso nome
Jo 15,8
Jo 17,6.26
Heb 2,11s
Heb 10,9

Venha a nós o vosso reino
Mt 6,33
Lc 14,17
Col 3,1s
Heb 13,14
Rom 14,17
1Cor 15,28

Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no céu
Mt 7,21
Lc 22,42
Jo 4,34
Heb 10,7

O pão nosso de cada dia nos dai hoje
Mt 5,45
Mt 6,31-34
Jo 6,33s
Jo 6,51
1Tim 6,8
1Tim 6,17

Perdoai as nossas ofensas
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido
Mt 5,14s
Mt 5,44
Mc 11,25s
Lc 17,3s
Lc 23,34
1Jo 4,20

E não nos deixeis cair em tentação
Mt 26,41
Lc 22,40
1Cor 10,13
2Cor 12,9
Tgo 1,13s

Mas livrai-nos do mal
Jo 15,5
Jo 17,15
Col 1,13
Ef 6,16

Violentos


5ª Feira - II Semana Advento

Do Evangelho de hoje:
'...reino dos Céus sofre violência e são os violentos que se apoderam dele...'

De três, uma.
- ou a tradução quer dizer - esforço - O reino dos céus é daqueçes que se esforçam...
- ou é mesmo dos violentos, mas os que exercem violência sobre si mesmo e não sobre os outros..., isto é, os que são exigentes consigo mesmo.
- ou os que são vítimas da pressão, da violência, da exigência ou da insistência do Reino de Deus...

Só entra no reino dos céus :
- quem se esforça
- quem é exigente consigo mesmo
- quem suporta a pressão do próprio Reino.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Padroeira de Portugal

8 de Dezembro
Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, ou Senhora da Conceição

Provisão Régia de 25 de Março de 1646:

“Dom João, por graça de Deus, rei de Portugal e dos Algarves, etc…
Faço saber aos que esta minha Provisão virem, que sendo ora restituído, por mercê muito particular de Deus Nosso Senhor, à Coroa destes meus Reinos e Senhorios de Portugal;
Considerando que o Senhor Rei Dom Afonso Henriques, meu Progenitor, e primeiro Rei deste Reino, sendo aclamado e levantado por Rei, em reconhecimento de tão grande mercê, de consentimento de seus Vassalos, tomou por especial Advogada sua a Virgem Mãe de Deus, Senhora Nossa, e debaixo de sua sagrada protecção e amparo, lhe ofereceu a todos seus Sucessores, Reinos, e Vassalos, com particular tributo, em sinal de feudo e vassalagem;
Desejando eu imitar seu santo zelo, e a singular piedade dos Senhores Reis meus Predecessores – reconhecendo em mim avantajadas e contínuas mercês e benefícios da Liberal, e Poderosa Mão de Deus Nosso Senhor, por intercessão da Virgem Nossa Senhora da Conceição:
Estando ora junto em Cortes com os Três Estados do Reino, lhes fiz propor a obrigação que tínhamos de renovar e continuar esta promessa, e venerar com muito particular afecto e solenidade a Festa da Sua Imaculada Conceição e nelas, com parecer de todos, assentamos de tomar por Padroeira de nossos Reinos e Senhorios a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Conceição, na forma dos Breves do Santo Padre Urbano VIII, obrigando-me a haver confirmação da Santa Sé Apostólica.
E lhe ofereço de novo, em meu nome, e do Príncipe Dom Teodózio, meu sobre todos muito amado e prezado Filho, e de todos meus Descendentes, Sucessores, Reinos, Senhorios e Vassalos, à Sua Santa Casa da Conceição sita em Vila Viçosa, por ser a primeira que houve em Espanha desta invocação, cinquenta cruzados de ouro em cada um ano, em sinal de tributo e vassalagem.
E da mesma maneira prometemos e juramos, com o Príncipe e Estados, de confessar e defender sempre, até dar a vida, sendo necessário, que a Virgem Senhora Mãe de Deus foi concebida sem pecado original; tendo respeito a que a Santa Madre Igreja de Roma, a quem somos obrigados seguir e obedecer, celebra, com particular Ofício e Festa, sua Santíssima e Imaculada Conceição; salvando, porém, este juramento no caso em que a mesma Santa Igreja resolva o contrário.
Esperando com grande confiança na infinita Misericórdia de Nosso Senhor, que por meio desta Senhora Padroeira e Protectora de nossos Reinos e Senhorios, de quem por honra nossa nos confessamos e reconhecemos Vassalos e tributários, nos ampare e defenda de nossos inimigos com grandes acrescentamentos destes Reinos, para glória de Cristo nosso Deus, e exaltação de nossa Santa Fé Católica Romana, conversão das gentes, e redução dos hereges.
E se alguma pessoa intentar coisa alguma contra esta nossa promessa, juramento e vassalagem, por este mesmo feito, sendo vassalo, o havemos por não natural e queremos que seja logo lançada fora do Reino; e se for Rei, o que Deus não permita, haja a sua e nossa maldição, e não se conte entre nossos descendentes; esperando que pelo mesmo Deus que nos deu o Reino, e subiu à Dignidade Real, seja dela abatido e despojado.
E para que em todo o tempo haja certeza desta nossa eleição, promessa e juramento, firmada e estabelecida em Cortes, mandamos fazer dela três autos públicos, um que será logo levado à Corte de Roma, para se expedir confirmação da Santa Sé Apostólica, e outros dois, que, juntos à dita confirmação, e esta minha Provisão, se guardem no Cartório da Casa de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, e na nossa Torre do Tombo.
Dada nesta nossa Cidade de Lisboa, aos 25 dias do mês de Março. Luís Teixeira de Carvalho a fez. Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1646. Pero Vieira da Silva a fez escrever – El- Rei.

Pela nove horas de 1 de Dezembro de 1640 rebentou a revolução. Os conjurados invadiram tumultuosamente o Paço, convidaram a Duquesa de Mântua, regente do reino, a retirar-se (saindo livremente por uma porta, para não o fazer forçosamente pela janela) e assassinaram o Secretário de Estado, Miguel de Vasconcelos, que era em Portugal o alter-ego do Conde-duque de Olivares.
Num momento, o venerando velho D. Miguel de Almeida assoma a uma janela, com as lágrimas a caíram-lhe sobre as barbas brancas. Com uma das mãos floreando o estuque, chamando com a outra o povo, clama:
- Liberdade! Liberdade! Viva El-Rei D. João IV! O Duque de Bragança é o nosso legítimo Rei! O céu restitui-lhe a coroa para que o Reino ressuscite!
El-Rei D. João IV apressou-se a repetir o gesto de D. Afonso Henriques, escolhendo com os seus vassalos a Imaculada Conceição para a Padroeira Nacional, conforme acima ficou transcrito.

Os Papas que conheceram o Pe Dehon (5)



















Papa Bento XVI
(Joseph Ratzinger)
19 de Abril de 2005

- O Papa Bento XVI iniciou o seu ministério papal em celebração na Praça de São Pedro a 24 de Abril de 2005, no preciso dia em que o seu antecessor tinha agendada a beatificação do Pe. Dehon, que ficou assim a aguardar nova data.
- A 6 de Novembro de 2006, a Santa Sé comunicou a decisão de adiar, sem fixar nenhum data (“lungo dilata”), a beatificação do P. Dehon. A carta precisa que esta decisão não punha em causa a “luminosa” figura do Fundador, nem “a sua preciosa actividade apostólica”, continuada pela Congregação por ele fundada. A razão do adiamento foi motivada pela presença de algumas expressões sobre o judaísmo nos escritos do P. Dehon que, na ocasião do anúncio da beatificação, provocaram reacções negativas junto da Santa Sé e na imprensa.
- Vigésimo Segundo Capítulo Geral SCJ, Roma 17/05-12/06/2009, foi reeleito o Pe. José Ornelas Carvalho.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Os Papas que conheceram o Pe Dehon (4)























Papa João Paulo II
(Karol Wojtyla)
16 de Outubro de 1978 – 02 de Abril de 2005

- Décimo Sétimo Capítulo Geral SCJ, Roma 22/05-29/06/1979, foi eleito Pe. António Panteghini, sétimo Superior Geral.
- Décimo Oitavo Capítulo Geral SCJ, Roma 15/05-14/06/1985, foi reeleito Pe. António Panteghini.
- Décimo Nono Capítulo Geral SCJ, Roma 14/05-07/06/1991, foi eleito Pe, Virgínio Bressanelli, oitavo Superior Geral.
- Vigésimo Capítulo Geral SCJ, Roma 14/05-06/06/1997, foi reeleito Pe. Virgínio Bressanelli.
- 11/03/2001, João Paulo II beatificou o primeiro dehoniano, o mártir espanhol Pe. Mariano João da Cruz Garcia Mendez.
- Vigésimo Primeiro Capítulo Geral SCJ, Roma 12/05-13/06/2003, foi eleito Pe. José Ornelas Carvalho, nono Superior Geral.
- A 21 de Outubro de 2003, pela primeira vez foram nomeados Cardeais por João Paulo II dois dehonianos: Cardeal D. Eusébio Óscar Sheid do Rio de Janeiro (Brasil) e Cardeal D. Stanislas Nagy da Polónio, recém-ordenado Bispo e amigo pessoal do Papa.
- A 8 de Abril 2004 João Paulo II assinou o decreto da beatificação do Pe. Dehon e a 19 de Abril, na presença do Santo Padre, foi lido o Decreto que conclui o processo de beatificação do Venerável P. Leão Dehon, fundador da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus. A celebração da beatificação ocorrerá em data oportuna.
- A 29 de Dezembro de 2004 a Santa Sé informou que o Santo Padre João Paulo II proclamará Beato o Venerável Padre Leão Dehon, Fundador da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus no dia 24 de Abril de 2005, durante a celebração eucarística na Praça de São Pedro.
- Devido à morte do Papa João Paulo II a 2 de Abril de 2005, a data prevista para a beatificação do Pe. Dehon teve de ficar em aberto.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O Paralítico

2ª Feira - II Semana Advento

Do Evangelho de hoje: Levaram um paralítico num catre, até Jesus, descendo-o pelo tecto...
Jesus disse-lhe: Os teus pecados estão perdoados...

O pecado é uma espécie de paralisia:
- Ficamos de rastos ou prostrados...
- Ficamos dependentes dos outros...
- Ficamos prisioneiros...
- Só podemos sair da situação decendo... isto é, humilhando-nos, baixando-nos até aos pés de Jesus que nos perdoa...

Na vida da graça tudo é diferente:
- Pomo-nos direitos, "endireitamos-nos".
- Podemo-nos deslocar com plena liberdade.
- Podemos dar glória a Deus.
- Podemos carregar a nossa condição sem sobrecarregar os outros...

Todos nós somos paralíticos, somos pecadores.
Que o Senhor nos cure, nos perdoe..

Os Papas que conheceram o Pe Dehon (3)













Papa João Paulo I
(Albino Luciani)
26 de Agosto de 1978 – 28 de Setembro de 1978

- Em 1968, como Bispo de Vittorio Veneto, o futuro o Bispo Lucciani, futuro Papa João Paulo II, acolheu os Padres Dehonianos para fundar uma obra vocacional em Conegliano Veneto.
- A 14 de Abril, como Patriarca de Veneza, aquando das comemorações do centenário da fundação da Congregação SCJ, o cardeal Albino Luciani, futuro Papa sorriso, fez uma palestra em Pádua acerca do Pe. Dehon – uma vida pela difusão de Deus. “O sacerdote que vive verdadeiramente o amor de Deus e dos irmãos não tem vida cómoda, mas nada pode apagar o seu fervor”, disse o Cardeal Luciani realçando a vocação sacerdotal do Pe. Dehon. E concluiu: “Avançai, avançai mais, mas o servo de Deus Leão Dehon caminhe diante de vós, especialmente vivo na devoção bem entendida daquele Coração que ele tanto amou e fez amar.”

domingo, 5 de dezembro de 2010

Os Papas que conheceram o Pe Dehon (2)













Papa Paulo VI
(Giovanni Battista Montini)
21 de Junho de 1963 – 06 de Julho de 1978

- Décimo Quinto Capítulo Geral SCJ 1ª Sessão, Roma 27/04-25/06/1966.
- Na audiência aos membros do XV Capítulo Geral da Congregação SCJ, o Papa Paulo VI disse: “O Pe. Dehon foi o apóstolo de que a Igreja do seu tempo teve imperiosa necessidade. Preservando-se da nostalgia do passado, soube adaptar-se plenamente ao mundo no qual vivia!” (14/06/1966).
- Décimo Quinto Capítulo Geral SCJ 2ª Sessão, Roma 10/05-01/07/1967, foi eleito P. Alberto Bourgeois, sexto Superior Geral.
- Décimo Sexto Capítulo Geral SCJ, Roma 23/05-07/07/1973, foi reeleito Pe. Alberto Bourgeois.
- “Dilectos filhos, ao ver-vos diante de mim e ao prensar no empenho religioso que vos é próprio, sentimos pairar o espírito bendito do venerado Pe. João Leão Dehon, inspirado Fundador da vossa Congregação…” foi o que disse aos Sacerdotes do Coração de Jesus na audiência particular no dia 22 de Maio de 1978, por ocasião da celebração do Centenário da Congregação. Depois da bênção apostólica, o santo ofereceu ao Superior Geral um opúsculo com extractos dos seus discursos, mensagens e homilias sobre A Devoção ao Sagrado Coração. Por sua vez o Superior Geral doou ao Santo Padre o II e III Volumes da Opera Omnia Social do Pe. Dehon.

O Caminho de Deus

ANO A - II Domingo Advento


Conta-se que um professor estava a preparar a sua lição de Geografia mas o seu filho não o deixava em paz. Para entretê-lo, rasgou uma página de uma revista que tinha um mapa-mundi, cortou-a em vários pedaços e pediu ao filho que refizesse aquele mapa. Era trabalho difícil unir tanta divisão de modo que estaria ocupado durante largas horas. O miúdo, todo empenhado pôs mãos à obra. Breves momentos depois apresentou ao pai o puzzle perfeito.
- Já!? Como conseguiste fazer tão depressa?
- Foi fácil. Vi, da parte de trás da folha, a fotografia de um homem e através dele reconstrui o mapa-mundi.
A figura do homem foi o caminho para a reconstrução do mundo, nas mãos daquela criança.

Neste tempo do Advento, ouvimos repetidamente o apelo de João Baptista: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
Mas qual é o caminho de Deus? O Mistério da Incarnação dá-nos a resposta. O Homem é o caminho que Deus escolheu para chegar até nós. Ele fez-se homem como nós para levar a nossa humanidade até Deus.
Preparar o caminho de Deus é apurar o homem, é redescobrir a sua dignidade. Endireitar as suas veredas é corrigir os seus atalhos, preencher os vazios, abater o que está a mais.
Se esse foi o caminho de Deus, o nosso caminho só pode ser o mesmo. O caminho da Igreja é o homem porque o homem é o caminho de Deus.
É este o único caminho para reconstruir o mundo e torná-lo melhor.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Cegos que seguem Jesus

6ª Feira - I Semana Advento

Do evangelho de hoje:

1ª Dois cegos seguiam Jesus...
- Independentemente da nossa codição, da nossa cegueira, das nossas limitações... nós podemos seguir a Jesus, tal como os cegos do evangelho não deixaram de ser seus discípulos.

2ª Jesus disse-lhes: Seja feito segundo a vossa fé.
- Maria disse: Faça-se segundo a vossa Palavra.
- Nós dizemos, na oração do Pai Nosso: Faça-se segundo a vossa vontade.
Tudo isto está certo, mas o mais importante é o que Jesus diz, pois Ele pode querer e nós não... basta então dizer: faça-se segundo a nossa fé.

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (6)













Papa João XXIII
(Ângelo Giuseppe Roncalli)
28 de Outubro de 1958 – 03 de Junho de 1963

- A 14 de Abril de 1906, o Pe. Dehon chegou a Bérgamo para contactos em vista à implantação da Congregação SCJ na Itália. Foi acolhido na estação pelo secretário do Bispo, Angelo Roncalli, o futuro João XXIII que acompanhou o Pe. Dehon até Pontida para visitar a célebre abadia, então à venda e depois a Nembro-São Nicolau, em Val Seriana, onde havia uma vila com um espesso parque também à venda, mas demasiados caros para o Dehon. Os dois foram depois até Albino, onde algum tempo mais tarde surgiu o primeiro seminário da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus em terras italianas.
- Décimo Quarto Capítulo Geral SCJ, Roma 09-17/1959, foi eleito Pe. José de Palma, quinto Superior Geral.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Verso e Reverso do Pai Nosso

O Pai Nosso de cada dia (118)

O Avesso do Pai Nosso,
Rezado individualmente e em silêncio:

Pai Nosso, ficai nos Céus:
Não vos mistureis com os nossos afazeres.
Que o meu nome seja honrado, conhecido, estimado,
Ou ao menos o nome da minha família, da minha comunidade.
Venha o meu reino, estenda-se a minha influência,
Cresçam as minhas posses.
Sobretudo, faça-se a minha vontade.
O meu pão está seguro na minha saca,
No me frigorífico, no meu banco.
Perdoo para comprar e merecer o vosso perdão.
Não me envieis provas e desgraças.
Livrai-nos dos meus inimigos,
Ámen.

O autêntico Pai Nosso,
Rezado comunitariamente e com entusiasmo:

Pai Nosso que estás connosco:
Tu nos revelaste e comunicaste o teu amor
E nós o viveremos de tal forma
Que ele se transmita, pelas nossas amizades e fraternidades,
A todos os que o esperam.
Fizeste conhecer em Jesus Cristo
A tua vontade de justiça, de amor comparticipado,
E nós queremos cumpri-la nesta terra,
Para que ela se torne um lugar
Onde a justiça habite e onde todos se amem.
Repartiste connosco tão admiravelmente o teu pão
Que nos tornaste também capazes de reparti o nosso pão.
Tão bem nos perdoaste que nos inspiras o tacto, o respeito
E a alegria com que nos devemos reconciliar uns com os outros.
Estás connosco em todas as provas,
Em todas as tentações e sofrimentos,
Para as superarmos como tu.
Contigo, em ti, por ti,
Nós libertaremos o mundo do mal.
Ámen!

(Cf. LOUIS EVELY, A oração dum homem moderno, Ed. Perpétuo Socorro, Porto, 1974, páginas 138-160).

Construir sobre a rocha

5ª Feira - I Semna do Advento

Quem é quem nesta parábola de Jesus sobre a construção sobre a rocha ou sobre a areia?

Duas hipóteses:


Os construtores – somos nós
A Rocha – é Jesus
A casa – é a nossa vida
A areia – é tudo o que é ilusão, efémero, passageiro.
As tempestades – são as contrariedades da vida.

Só podemos construir com segurança apoiados em Jesus
Tudo o que fazemos, que seja unidos a Jesus,
Sem esta união não vamos longe.
Quer queiramos ou não, quer sejamos bons ou menos bons, teremos sempre de enfrentar tempestades, ventanias e chuvadas.
As intempéries desabam sobre os dois tipos de construção, sobre as que estão construídas sobre a areia, bem como sobre as que estão construídas sobre a rocha firme.
A diferença não está na tempestade, nem na casa , mas no apoio, no alicerce, na rocha.

Vivamos então unidos a Jesus pois é a única maneira de resistir à contingência da vida.



O construtor – É Jesus
A Rocha – é cada um de nós
A casa – é o projecto de Deus a nosso respeito (Aquilo que Deus quer fazer nesta pedra dura, fria e pesada…
A areia – é tudo o que é ilusão, efémero, passageiro.
As tempestades – são as contrariedades da vida.

(Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja – Sobre nós Deus também tem projectos, Deus tem um sonho para cada um de Nós…
Primeiro Deus sonhou sobre um homem de barro – Adão… Esse barro desfez-se, auto destruiu-se
Nos últimos tempos Deus quis construir o seu projecto sobre um homem de pedra, pois só assim ficaria seguro…

Deixemo-nos então modelar, construir segundo o projecto de Deus e a nossa vocação …
Entreguemo-nos nas mãos de Deus, só assim ele poderá fazer desta pedra bruta, uma construção para a eternidade.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os Papas que conheceram o Pe. Dehon (1)













Papa Pio XII
(Eugenio Pacelli)
02 de Março de 1939 – 09 de Outubro de 1958

- A 29 de Outubro de 1939 o Papa Pio XII consagrou bispo, na Basílica de São Pedro, o Dehoniano D. Mekkelhot, que nomeara para Palembang, Indonésia. Nomeou bispos ainda outros 3 dehonianos.
- Durante o Pontificado de Pio XII foram mortos 14 padres e 2 Irmãos coadjutores dehonianos, vítimas no campo de concentração e câmara de gás quer na Alemanha, Itália e Áustria, como pelos japoneses na Indonésia.
- Décimo Segundo Capítulo Geral SCJ, Bona 03-14/10/1947, foi reeleito Pe. Guilherme Govaart.
- Décimo Terceiro Capítulo Geral SCJ, Roma 07-25/01/1954, foi eleito P. Afonso Lellig, quarto Superior Geral.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (5)













Papa Pio XI
(Achille Ratti)
06 de Fevereiro de 1922 – 10 de Fevereiro de 1939

- “6 de Fevereiro de 1922 - Um Papa nos foi dado, é o cardeal Ratti, arcebispo de Milão, e chamar-se-á Pio XI. É um sábio e um santo, é sério e piedoso. Ele será benevolente para connosco… É um sábio e um santo; ele é sério de piedoso. Ele será benévolo para nós…” (1922-20/40).
- “O novo Papa era benfeitor da escola apostólica de Albino, à qual mandou uma das primeiras bênçãos, animou a obra de Roma e ofereceu a sua primeira ajuda de 10.000 liras para essa Igreja, emocionado até às lágrimas por não poder ajudar mais.” (NQ XLIV 48, Junho 1922)
- 18 de Julho 1922 o Papa confirmou o Pe. Dehon como Superior Geral Vitalício da Congregação SCJ.
- Em 1923 por ocasião dos 80 anos do Pe. Dehon: “Enchem-me de provas de simpatia e de benevolência: cartas de todas as partes, um breve do Papa, de cardeais…”
- “5 dezembro 1923 – depois de 45 anos de esforço e de trabalho a Santa Sé deu-nos a aprovação definitiva das Constituições…” (NQ XLIV 97, Dezembro 1923)
- Nono Capítulo Geral SCJ, Roma 19-27/01/1926, foi eleito P. José Philippe, segundo Superior Geral.
- Décimo Capítulo Geral SCJ, Lovaina 22-29/1932.
- Foi Pio XI quem nomeou D. José Philippe, sucessor do Pe. Dehon como Superior Geral, para bispo do Luxemburgo a 25/04/1935.
- Décimo Primeiro Capítulo Geral SCJ, Roma 23-29/10/1935, foi eleito P. Guilherme Govaart, terceiro Superior Geral.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (4)













Papa Bento XV
(Giacomo della Chiesa)
03 de Setembro de 1914 – 22 de Janeiro de 1922

- As relações foram ainda mais estreitas com Bento XV, que o Pe. Dehon conhecia e a quem visitava desde 1894, no tempo em que Della Chiesa era secretário do cardeal Rampolla.
- Desde a sua nomeação para a sede arqui-episcopal de Bolonha, Della Chiesa fez com que uma comunidade dehoniana se instalasse na sua cidade.
- Bento XV conseguiu um salvo-conduto para o Pe. Dehon ir de Bruxelas para Roma onde chegou a 31 de Dezembro de 1917, em plena Primeira Guerra Mundial.
- A 25 de Abril de 1918 o Pe. Dehon teve uma audiência de despedida do Papa e pediu-lhe se fizesse erguer um altar ao Coração de Jesus na Basílica de São Pedro, com um mosaico que represente as aparições do Coração de Cristo a Santa Margarida Maria. O desejo Pe. Dehon fez-se realidade.
- A 26 de Fevereiro de 1919, o Pe. Dehon falou ao Papa Bento XV da necessidade de fundação de uma casa da Congregação SCJ em Roma que se realizará com a construção do templo de Cristo Rei.
- Oitavo Capítulo Geral SCJ, Heer 29-31/07/1919.
- Carta de Dehon a D. Grison a 7 de Março 1920 – “O Papa (Bento XV) quer que nós construamos em Roma um Basílica ao Coração de Jesus com um seminário para as missões…Para entregou a primeira oferta de 200.000 liras.”
- “22 de Janeiro de 1922, dia de grande luto! Morreu o Papa Bento XV, o nosso Papa do Coração de Jesus - o nosso Para tão benévolo e tão querido! Sempre foi muito bom connosco e em especial para comigo. Permaneceu fiel às nossas relações amistosas durante 25 anos. Ele foi o Papa do Coração de Jesus, o Papa da paz, o Papa das missões… Uma das últimas cartas que ditou ao seu Secretário de Estado foi a resposta aos bons desejos ou aspirações do Pe. Gasparri, uma carta cheia de afabilidade e de benevolência. O Papa chamava-me seu velho amigo.” (NQ LXIV 40, Janeiro 1922)

domingo, 28 de novembro de 2010

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (3)













Papa Pio X
(Giuseppe Sarto)
04 de Agosto de 1903 – 20 de Agosto de 1914

- Apesar do Pe. Dehon não ter conhecido anteriormente o Papa Pio X, os dois encetaram relações amistosas.
- 21/02/1904 “audiência de Pio X. Foi para mim um hora de paraíso estes momentos passados como Vigário de Cristo.” (1904-133/18)
- Foi Pio X quem deu provação pontifícia da Congregação por 10 anos (04 de Julho de 1906).
- Durante a audiência de 30 de Janeiro de 1908, o Pe. Dehon ofereceu pessoalmente ao Papa Pio X o livro da sua autoria “O Coração Sacerdotal de Jesus” e o Papa manifestou desejo de meditá-lo durante um mês.
- Em 1908, pela primeira vez um dehoniano, D. Gabriel Grison, foi nomeado bispo e foi o Papa Pio X quem o fez.
- Sétimo Capítulo Geral SCJ, Lovaina 15-16/09/1908.
- Ao terminar a viagem à volta do mundo, o Pe. Dehon foi a Roma para encontros com cardeais da cúria e organismos centrais de congregações cujas missões visitou, mas foi sobretudo como o Papa Pio X que falou na longa audiência de 11 de Março de 1911. Com o Papa evocou as possibilidades de evangelização, como também as dificuldades que as missões enfrentavam. O diálogo prolongou-se de forma inédita: estranharam muito na antecâmara papal, dirá o Pe. Dehon, pois reconheceram que se tratava de uma audiência excepcional…
- Pio X, que era versado em santidade, depois de uma audiência concedida ao Pe. Dehon, disse aos presentes: “Se alguém anda à procura de algum santo… aí tem um, aquele que acabou de sair daqui…” (AD B 48/2d, doc 24)
- Por ocasião do seu septuagésimo aniversário (14 de Março 1913) o Pe. Dehon recebeu os votos de felicitação do próprio Pio X, acompanhados de uma bênção apostólica especial.
- “Pio X morreu. Ele foi nosso amigo, nosso benfeitor. Ele nos deu a aprovação. Era um santo. Eu rezo-lhe e invoco-o… Como ele era bom, simples e familiar quando eu ia vê-lo. Ele não permitirá que São Pedro me receba mal no céu.” (1914 – 82/35).

Vigiai

Ano A - I Domingo do Advento

"Vigiai..."

Fui ao dicionário para saber o que significa este verbo e encontrei tantos sinónimos que fiquei na mesma.
Mas afinal, vigiar é estar atento?
é velar?
é guardar?
é acautelar-se?
é espreitar?
é observar?
é estar alerta?
é estar acordado?
é ...?

Até que uma voz interiror me fez despertar:
- Se queres saber o que quer dizer a palavra, procura no dicionária, mas se queres saber o que Jesus quer dizer, procura no Evangelho.
Assim fiz.
Fui ler Mt 24,37-44.
Vigiai... Sede vigilantes... Estai preparados...
Isto quer dizer: Estai PREVENIDOS.
Então fez-se luz em mim:
Na minha terra, homem prevenido vale por dois.
Nesta etapa do Advento devemos vigiar, estar prevenidos... devemos valer por dois.
Deus valoriza-nos muito, quer que também valemos por dois...
Mostremos então a nós e a Deus o que somos e valemos.

Este tempo é uma boa oportunidade para cada um mostrar o que vale, o que pode fazer, quais as suas capacidades...

Preparar-se


Ano A - I Domingo Advento

Todas as vezes que o Manuel ia à casa do seu amigo António, encontrava a avó deste a ler, toda absorta e com os óculos na ponta do nariz. Um dia, não resistindo à curiosidade, perguntou ao seu colega:
- Que livro está a tua avó a ler com tanta atenção?
- É a Bíblia.
- Mas porque é que ela está sempre a ler a Bíblia?
- Não sei – respondeu o outro – talvez esteja a preparar-se para algum exame, alguma prova ou exercício...
A resposta deste garoto é mais profunda do que se possa imaginar. Passamos a nossa vida a preparar-nos para uma prova final. Vivemos sempre a aprender por esse livro que nasce da Vida e nos leva à Vida. Um dia seremos chamados a prestar provas dessa aprendizagem: Deus será juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número.

Já alguém me perguntou porque é que todas as Bíblias têm letra pequena. Eu fiquei na dúvida se responder que era para não ocupar muito espaço ou para ser lida com mais atenção ou ainda para aprendermos a valorizar as pequenas coisas. Com certeza serão válidas todas estas explicações.

Ao iniciarmos o tempo do Advento, como uma nova etapa litúrgica, queremos aproveitar bem esta oportunidade de crescer e de aprender um pouco mais. Um dia seremos julgados por essa progressão. A melhor atitude para aprender algo é a concentração, o espírito de alerta, a perseverança. Vigiai, estai vós também preparados, aconselha Jesus Cristo no Evangelho. Caminhemos, portanto, à luz do Senhor.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Memória Dehoniana (3)


Tenho orgulho dos confrades dehonianas cuja memória do seu martírio hoje celebramos.
Mas tenho igual orgulho de tantos confrades que ainda hoje, não sendo perseguidos, torturados ou mortos, são autênticos MÁRTIRES dos nossos dias: São todos aqueles que hoje são alvo de chacota, de gozo, de paródia, de ironias e de brincadeiras por causa da sua fé, dos seus valores ou do seu estilo de vida.

O Pe. Dehon continua a inspirar, continua a ser missionário e mártir através dos seus confrades martirizados ontem ou hoje como, muito inspiradamente escreveu:

"Desejei desde a minha juventude ser missionário e mártir: missionário, sou pelos meus mais de cem padres nos quatro cantos do mundo; mártir, eu fui pelas grandes cruzes de 1878-1884, até ao Consummatum est. Nosso Senhor tinha aceite o meu voto de vítima de 28 de Junho de 1878." (Carta à Madre Maria Inácia, 08/12/1924, Inv. 231.64, AD: B19/2.1)

"Vós tereis a palma do martírio pelo vosso voto de vítima e por todas as cruzes levadas por amor de Coração de Jesus." (Carta à Madre Maria Inácia, 23/12/1924, Inv. 231.65, AD: B19/2.1)

Hoje, sobretudo, quero reconhecer no Pe. Dehon um autêntico mártir, cujo martírio ainda está a ser consumado, através da imcompreensão, perseguição e vitimização de que é alvo no contra-processo de beatificação ou nos obstáculos levantados por forças alheias que ditaram o adiamento sine die da sua beatificação. Apesar de confirmado a nível pontifície e através do reconhecimento do milagre, o Pe. Dehon ainda não pode ser invocado BEATO! O seu martírio continua...nos nossos dias.

Memória Dehoniana (2)


No dia em que se celebra a Memória Dehoniana, aqui está a lista dos 49 confrades dehonianas que deram a sua vida pela causa do Evangelho.

1
Vítima do nazismo, na prisão, + 20/03/1941, em Dusseldorf (DE):
Pe. Franz Loh (Stanislaus), (GE) Alemão com 62 anos.

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2
Vítima do nazismo no Campo de Concentração, + 16/02/1945, em Dora/Nordlhausen (DE):
Pe. Christian Muermans (Hubert), (BL) Belga com 35 anos.

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3
Vítima das tropas nazis, + 01/10/1944, em Pioppe di Salvaro (IT):
Pe. Nicola Capelli (Martino), (IT) Italiano com 32 anos.

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4
Vítima dos nazis em câmara de gás, + 28/05/1942, em Alkoven – Áustria:
Pe. Joseph Stoffels (Benoît), (BL) Luxemburguês com 47 anos.
5
Vítima dos nazis em câmara de gás, + 12/08/1942, em Alkoven – Áustria:
Pe. Nicolas Wampach (Antoine), (BL) Luxemburguês com 32 anos.

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Foram 11 os dehonianos, todos holandeses mortos no campo de concentração japonês na Indonésia, em Muntok (ID):
6
Pe. Petrus Cobben (Matthias), (NE), + 12/02/1945, Holandês com 41 anos.
7
Pe. Andreas Gebbing, (NE), + 17/02/1945, Holandês com 37 anos.
8
Pe. Franciscus Borgias Hofstad, (NE) + 02/12/1944, Holandês com 40 anos.
9
Pe. Theodorus Kappers (Thomas de), (NE) + 07/11/1944, Holandês com 41 anos.
10
Pe. Isidorus Mikkers (Gabriel), (NE) + 22/02/1945, Holandês com 47 anos.
11
Pe. Petrus van Eijk (Nicasius), (NE) + 30/10/1944, Holandês com 37 anos.
12
Pe. Wilhelmus Hoffmann (Franciscus), (NE) + 08/12/1944, Holandês com 33 anos.
13
Ir. Theodorus van der Werf (Wilfridus), (NE) + 08/12/1944, Holandês com 46 anos.
14
Ir. Gerardus Schulte (Matthaeus), (NE) + 14/10/1944, Holandês com 47 anos.
15
Pe. Franciscus van Iersel (Johannes Bosco), (NE) + 22/10/1944, Holandês com 36 anos.
16
Pe. Henricus van Oort (Norbertus), (NE) + 27/11/1944, Holandês com 55 anos.

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Três dehonianos franceses mortos nos Camarões por terroristas, nacionalistas e independentistas:

17
Morto na sua missão, + 30/08/1959, em Bonabéri (CM):
Pe. François Musslin (Paul de la Croix), (GA), Francês com 42 anos.

18
Decapitado na sua missão, + 30/11/1959, em Bafang (CM):
Ir. Valentin Sarron (Jean Bosco), (GA), Francês com 39 anos.

19
Baleado e depois decapitado na sua missão assaltada, + 30/11/1959, em Bafang (CM):
Pe. Laurent Hérberlé (Egide), (GA), Francês com 52 anos.

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20
Atingido por 3 balas por um assassino por defender os pobres e em solidariedade com os pescadores oprimidos pela ditadura militar, + 15/12/1975, em Tamandaré – Brasil:
Pe. Adrianus Punt (Paulus), (BS), Holandês com 62 anos.

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Vítimas dos rebeldes na revolução do Congo /Zaire, na luta pela independência total e expulsão do cristianismo. Todos presos, maltratados pela multidão e fuzilados no pátio da prisão.
21
Pe. Aquilino Longo (Bernardo), (ZA) + 03/11/1964, em Mambasa (ZRE), Italiano com 57 anos.
22
Pe. Josephus Tegels (Jacobus Major), (NE) + 14/02/061, em Basoko (ZRE), Holandês com 37 anos.
23
Bispo Joseph Wittebols (Albert), (ZA) + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 52 anos.
24
Pe. Henricus van der Vergt (Bonifatius), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Holandês com 55 anos.

25
Pe. Franciscus ten Bosch (Thomas More), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Holandês com 51 anos.

26
Pe. Joannes de Vries (Bonifatius), (ZA), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 53 anos.

27
Pe. Henricus Hams (Donatus), (CO), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 46 anos.
28
Pe. Petrus van den Biggelaar (Josephus), (ZA) + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 46 anos.

29
Pe. Joannes Slenter (Aloisius), (ZA), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 35 anos.

30
Pe. Gerardus Nieuwkampo (Stephanus), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Holandês com 32 anos.

31
Ir. Martinus Brabers (Damianus), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Holandês com 59 anos.

32
Ir. Henricus Vanderbeek (Josephus), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Belga com 52 anos.

33
Ir. Josef Paps (Alois), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Belga com 43 anos.

34
Pe. Karel Bellinckx (Jan van Reysbroeck) (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 51 anos.

35
Pe. Leo Janssen (Lodewijk-Maria), (ZA) + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 38 anos.

36
Pe. Christian Vandael (Jan Bosco), (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 35 anos.

37
Pe. Clément Burnotte (François d’Assi), (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 33 anos.
38
Pe. Jeroom Vandemoere (Gabriel), (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 32 anos.

39
Pe. Jacques Moreau (Jean Vianney), (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 30 anos.

40
Ir. Jozef Laureys (Andries), (ZA), + 26/11/1964, em Wamba (ZRE), Belga com 51 anos.
41
Pe. Hermanus Bisschop (Wenceslaus), (ZA), + 25/11/1964, em Banalia (ZRE), Holandês com 45 anos.

42
Pe. Joseph Conrad (Charles Borromé), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Luxemburguês com 49 anos.

43
Pe. Jean Trausch (Irénée), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Luxemburguês com 46 anos.

44
Pe. Amour Aubert (Jean), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Belga com 37 anos.
45
Pe. Henricus Verberne (Juluanus Eymard), (ZA), + 25/11/1964, em Kisangani (ZRE), Holandês com 40 anos.
46
Pe. Arnoldus Schouemberg (Wiro), (ZA), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 46 anos.

47
Ir. Wilhelmus Schouenberg (Arnulfus), (ZA), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 40 anos.

48
Pe. Wilhelmus Vranken (Pius), (ZA), + 27/11/1964, em Bafwasende (ZRE), Holandês com 35 anos.

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49
Na perseguição religiosa durante a guerra civil espanhola (1936-1939) foi preso a 23 de Julho de 1936 em Valência e na noite de 23 para 24 de Agosto de 1936 foi fusilado e seu corpo atirado numa fossa comum. Beatificado por João Paulo II a 11 de Março de 2001, com memória litúrgica a 22 de Setembro em conjunto com outros mártires espanhóis:
Pe. Mariano García Méndez (Juan de la Cruz), (NP), + 23/08/1936, em Valencia (ES), Espanhol com 44 anos.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Memória Dehoniana (1)


- Memória Dehoniana é a celebração evocativa de todos os dehonianos que deram a sua vida pela causa do Evangelho, perseguidos, maltratados e mortos.
- A iniciativa de evocar a memória dos cristãos que morreram em nome da fé no século XX é da autoria do Papa João Paulo II, patente na carta apostólica de preparação ao grande jubileu do ano 2000, Tertio Millenio Adveniente.
- A nível da Congregação a Memória Dehoniana foi apresentada como recomendação aprovada pelo XXI Capítulo Geral em 2003.
- Foi o Superior Geral, Pe. José Ornelas Carvalho, quem instituiu o dia da Memória Dehoniana, em carta dirigida à Congregação de 31 de Maio de 2004 – “passará a ser celebrado todos os anos em todas as comunidades, sobretudo nas comunidades de formação...”
- 26 de Novembro foi o dia escolhido para celebrar a Memória Dehoniana porque foi nesse dia que foi martirizado o bispo Dehoniano D. José Wittebols no Congo/Zaire em 1964. Com ele foram ainda martirizados no mesmo dia outros 8 dehonianos. No mesmo dia, mas em 1913 tinha falecido o Pe. André Prévot, com 73 anos de idade, consumando assim a sua vida como vítima do Coração de Jesus (que é outra maneira de ser mártir).
- O Objectivo da celebração é proporcionar uma oportuna ocasião para conhecer e recordar aquelas pessoas que marcaram a história da Província, Região, Distrito ou Congregação...
- Ao todo são 49 os dehonianos martirizados a longo da história da Congregação: 1 Bispo; 40 Padres e 8 Irmãos Coadjutores.
- O primeiro a ser martirizado foi em 1936, o proto-mártir Beato Juan Maria de la Cruz, na perseguição religiosa da guerra civil de Espanha.
- O mais recente a ser morto foi em 1975, o Pe. Adriano Punt, no Brasil, por defender os pobres.
- De todos os 49 mortos, o mais novo tinha apenas 30 anos (Pe. Jacques Moreux no Congo/Zaire em 1964) e o mais idoso 62 anos (tanto o Pe. Adriano Punt no Brasil em 1975 como o Pe. Franz Loh vítima do nazismo na alemanha em 1941). A média de idade é de 43 anos. 21 têm idades entre os 30 e os 40. 15 têm idades entre os 40 e os 50. 13 têm idades entre os 50 e os 62 anos.
- Só 1 foi beatificado, por enquanto – O Beato Juan Maria de la Cruz, a 11 de Março de 2001 por João Paulo II, mas há outros processos de beatificação a decorrer, por exemplo do Pe. Nicola Capelli (morto pelas tropas nazis na itália em 1944) e do Pe. Aquilino Bernardo Longo (morto no Congo/Zaire em 1964).
- De todos os 49 mártires dehonianos, 16 foram vítimas durante a II Guerra Mundial (1939-1945). Destes, 5 foram vítimas dos nazis na prisão, câmara de gás ou campo de concentração, e 11 foram vítimas pelas tropas japonesas na Indonésia. Os restantes 33 foram vítimas da perseguição religiosa em ambiente de guerra civil / revolução (32) ou ditadura (1).
- Há assim mártires dehonianos nos 4 continentes: 6 na Europa (2 na Alemanha, 2 na Áustria, 1 na Itália, 1 na Espanha). 11 na Ásia (todos na Indonésia). 31 na África (28 no Congo/Zaire, 3 nos Camarões). 1 na América (Brasil).
- Quanto à nacionalidade temos: Franceses (3), Italianos (2), Holandeses (26), Alemães (1), Luxemburgueses (4), Belgas (12), Espanhóis (1).

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (2)













Papa Leão XIII
(Gioacchino Pecci)
20 de Fevereiro de 1878 – 20 de Julho de 1903

- “Eu tinha conhecido durante o Concílio o grande carácter e a ciência de Leão XIII e esperava dele um grande pontificado.” (1878, 101-XIII)
- Leão XIII recebeu D. Thibaudier e ouviu-o sobre situação da Congregação recém-formada pelo Pe. Dehon e a 3 de Dezembro de 1883 o Papa através do Santo Ofício suspendeu a Congregação dos Oblatos. A suspensão foi levantada pelo mesmo Papa a 29 de Março de 1884.
- Primeiro Capítulo Geral SCJ, São Quintino 15-16 / 09/1886.
- O Decretum Laudis, de 25 de Fevereiro de 1888, fez passar a jovem Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus da tutela diocesana para pontifícia.
- Segundo Capítulo Geral SCJ, São Quintino 16-24/08/1888.
- Leão XIII entregou à Congregação do Pe. Dehon missões no Equador e no Congo (1888-1896).
- O Pe. Dehon foi até Roma para agradecer o Decreto de Louvor de Leão XIII. O Papa pede-lhe então para pregar as suas encíclicas (6 de Setembro de 1888).
- “Passar um quarto de hora aos pés do Vigário de Cristo, que alegria e que graça! É preciso ter conhecido estas santas emoções para as compreender. A audiência do Vigário de Cristo tem alguma coisa das impressões de uma primeira comunhão e de uma primeira missa que são as audiências do próprio Cristo.” (1890, 34/5)
- “Levei ao Santo Padre o meu círio com os superiores gerais das Ordens e das Congregações. Alguns minutos passados aos pés do Vigário de Cristo causam-me uma grande impressão. Levantei-me comovido e tocado como nos grandes dias das ordenações.” (2/2/1891 – 1891-34/5)
- Terceiro Capítulo Geral SCJ, Fourdrain 6-7/09/1893.
- Quarto Capítulo Geral, São Quintino 31/08-01/09/1896.
- A 2/2/1897 Leão XIII recebendo o Pe. Dehon para a habitual oferta da cera da parte das várias Congregações religiosas, encorajou-o uma vez mais a prosseguir no seu apostolado social, repetindo-lhe outra vez o que tinha dito já anteriormente: Pregai as minhas encíclicas.
- A 11 de Abril de 1897, como “recompensa do seu apostolado social” e como sinal “do bem-querer e da confiança” do Papa, o Pe. Dehon foi nomeado Consultor do “Index”, um dos principais órgãos da Congregação romana para a Doutrina da FÉ (CF. NQT XII/1897, 42). É ao mesmo tempo uma mensagem do Papa endereçada aos opositores do Pe. Dehon: “Saber-se-á que aprovo as suas orientações, já que lhe confio uma função onde deverá julgar a doutrina dos outros” (Le Règne, Setembro 1903; cf. OSX V, pag 641) (conferências de Roma Pág. 22-23)
- “Sejamos vigilantes e sempre com o Papa. Somos superados, dominados pelo número e traídos por muitos. Não é tarde demais? Não. No combate de Monte-Libretti, em 1867, os soldados do Papa eram 80, e seus inimigos 1.200. Os 80 foram heróis. O amor ao Papa era a sua força. No auge da luta, vendo perto de si seu “clarim” ferido, que ainda procurava soar, Guillemin lhe diz: continua gritando: Viva Pio IX! Isso dá força. Nós clamamos: Viva Leão XIII! E isso, também nos sustentará. Os 80 foram vencedores sobre os 1.200. Também nós venceremos, com a graça de Deus.” (III, conferencias Roma Pág. 168)
- Quinto Capítulo Geral SCJ, São Quintino 14-15/09/1899.
- “Leão XIII conservou até ao final uma confiança inquebrantável… Este século XX será democrático.” (RCJ 1903, 375-6)
- O apostolado social do Pe. Dehon teve a sua expressão escrita através dos livros publicados durante o pontificado de Leão XIII, como adesão à doutrina social da Igreja sobretudo da encíclica papal Rerum Novarum (15/5/1891) – Manual Social Cristão 1ª edição 1894, 2ª 1895; Vários Congressos sociais; Catecismo Social 1898…
- O Pe. Dehon auto-designava-se de FONÓGRAFO do Papa. “Sobretudo, e quer ser o fiel intérprete das suas encíclicas” (Cf. Le Règne, Setembro 1903, OSC I, p. 643, Souvenir XI, Pág. 406)
- “Tivemos uma bela audiência com a família do Bom Pai (M. Harmel). O Cardeal Mathieu prestava assistência. Esta audiência deixar-me-ia uma recordação indelével. O Santo Padre não me reconheceu. Ele perguntou quem eu era. Eu respondi que era o Pe. Dehon que deu as conferências sobre as suas directivas. Recordou-se então e avançou-me a mão e lançou-me um olhar cheio de afecto e de encorajamento. É a recompensa do meu trabalho.” (1900-39/16).
- Sexto Capítulo Geral SCJ, Lovaina 11-12/09/1902.
- “De 12 a 2 de Julho de 1903, Leão XIII está doente. O mundo inteiro está comovido. Toda a imprensa se preocupa desta doença… Ele foi para o céu no dia 21. Recordarei na Revista o relacionamento que mantive com ele.” (1903 – 65/18).

Ser mártir

4ª Feira - XXXIV Semana Comum

Do Evangelho de hoje:

- "Sereis entregues até peos vossos pais, irmãos e amigos"
Isto não quer dizer que seremos traídos pelos da nossa família ou da nossa casa.
Quer dizer simplesmente que para sermos m+artires ou darmos testemunho da nossa fé ou da nossa adesão a Cristo nem precisamos de sair da nossa casa, nem do nosso ambiente... É preciso dar testemunho onde Deus nos plantou.

- "Nenhum cabelos da vossa cabeça se perderá... sem que Deus o saiba."
Quer dizer que Deus bem conhece todos os obstáculos, dificuldades ou atentados que temos de enfrentar. Nada escapa ao conhecimento de Deus... Tenhamos confiança pois Deus acompanha-nos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Óbolo da Viúva

2ª Feira - XXXIV Semana Comum

No Evangelho de hoje Jesus levantou os olhos e viu... uma viúva a deitar DUAS pequenas moedas no tesouro do Templo, duas moedas, isto é, tudo o que ela tinha para sobreviver...

Porquê DUAS Moedas?

1º Por que se ela tivesse uma moeda, ou uma nota, deitaria sem hesitar pois não teria trocos, mas como tinha DUAS moedas ela podia muito bem dividir: uma para si e outra para dar. Assim sendo, a viúva ofereceu tudo o que tinha, sem guardar uma moeda para si.
Se tivesse apenas uma moeda a viúva ou dava ou guardava. Não tinha outra alternativa.
Com Duas moedas ela podia fazer as duas coisas: guardava uma e oferecia a outra. Ela porém foi extremamente generosa; não guardou nada para si.
A nossa generosidade é medida não pelo tanto que damos aos outros, mas pelo pouco que guardamos para nós.
2º DUAS moedas - Uma é o amor a Deus e a Outra é o amor ao próximo. Estas duas moedas têm de ser partilhadas senão não valem nada.

Também nós somos portadores de duas moedas: saibamos ser generosos guardando pouco para nós...
E saibamos partilhar essas moedas que são o Amor a Deus e o Amor ao Próximo para que nunca percam o seu valor...

domingo, 21 de novembro de 2010

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (1)


Os Papas que o Pe. Dehon conheceu
Os Papas que conheceram o Pe. Dehon

O Pe. Dehon foi amigo pessoal de 5 Papas.
Esses foram os papas que ele conheceu, mas há outros tantos que embora não os tenha conhecido, foram Papas que conheceram o Pe. Dehon, a sua obra e os seus herdeiros.



















Papa Pio IX
(Giovanni Maria Mastai-Ferretti)
21 de Junho de 1846 – 07 de Fevereiro de 1878

- Leão Dehon, no final da Viagem ao Oriente, passou por Roma, 20 de Junho a 1 de Julho de 1865). Foi recebido em audiência privada pelo Papa Pio IX que lhe aconselhou a fazer os estudos no seminário francês de Santa Clara.
- Recebidos em audiência papal a 15 de Novembro de 1868, o Pai de Leão Dehon entregou o pedido escrito a Pio IX para que o filho fosse ordenado sacerdote antes de terminar os estudos teológicos. A data da ordenação foi então marcada para 19 de Dezembro de 1868.
- O Pe. Dehon foi escolhido, juntamente com 23 colegas, por Pio IX para estenógrafo do Concílio Vaticano (8 de Dezembro de 1869 – 20 de Outubro de 1870).
- Em Fevereiro de 1877 o Pe. Dehon, Vigário em São Quintino, acompanhou o seu bispo diocesano D. Thibaudier a Roma e foram recebidos pelo Papa Pio IX.
- Pio IX foi o papa na altura da Fundação da Congregação pelo Pe. Dehon (28/06/1878).
- “O maior acontecimento do ano (1878) foi a morte de Pio IX, seguido da eleição de Leão XIII. O Papa Pio IX morreu santo, como sempre viveu santo. O seu testamento é um acto heróico de humildade. Enquanto os outros príncipes prepararam para si túmulos majestosos, Pio IX pediu uma sepultura mais simples possível… O povo cristão tinha Pio IX por santo e falava-se de muitos milagres obtidos por sua intercessão… Para mim pessoalmente, gostava extremamente Pio IX que tinha visto de perto e em quem pude apreciar as suas grandes qualidade do espírito e do coração.” (1878, 101-XIII).

Cristo Rei

Ano C - Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Conta-se que numa paróquia alguém estava a fazer o inventário do recheio da igreja. A determinada altura escreveu na lista: Uma cruz da marca INRI. O sacerdote sorriu e explicou que aquela inscrição não era uma marca de fabrico, mas as iniciais de Jesus Nazareno Rei dos Judeus. Para se justificar, o funcionário respondeu que aquela sigla não era litúrgica, pois devia ser INRU, isto é, Jesus Nazareno Rei do Universo. De facto é assim que se designa a solenidade que assinalamos hoje. Jesus é Rei, Rei do Universo, Rei e Senhor de todos. E que tem a ver isto connosco?

Uma criança acompanhava a avó à Igreja. Curiosa começou a perguntar:
- Quem é aquele que está ali levantado na cruz
- É Nosso Senhor.
- Porque é que tem uma coroa de espinhos na cabeça?
- Porque é nosso Rei.
- Porque é que tem a cabeça inclinada?
- É para nos beijar.
- Porque é que tem os braços estendidos?
- É para nos abraçar.
- Porque é que tem o coração aberto?
- É para nos amar.
- E porque é que tem os pés cravados?
- É para podermos alcançá-lo.

É este Rei e Senhor, que está ao nosso alcance e que hoje contemplamos. E que vemos nós? Vemos um rei crucificado e uma cruz glorificada. Saibamos sobretudo ver a inscrição – JNRU.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Variante de Lucas


O Pai Nosso de cada dia (117)

No começo do século II já existia uma variante de Lc 11,2 que lê: Que teu Espírito Santo venha sobre nós e nos purifique. O herege Marcião (cerca de 140 d.c.) tinha no seu texto esta frase em lugar da primeira petição.

Pai,
Que teu Espírito venha sobre nós
E nos purifique.

Venha teu reino.

Dá-nos diariamente teu pão
Para o dia de amanhã.

E perdoa-nos os nossos pecados,
Pois também perdoamos
Todos os que nos são devedores.

E não deixes que sejamos levados à tentação.

(Cf. J. JEREMIAS, O pai nosso a oração do Senhor, Edições Paulinas, São Paulo, 1981, páginas 7-8).

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tu Pai

O Pai Nosso de cada dia (116)

Tu, Pai,
Tu estás onde o amor cresce;
Tu estás no céu das nossas buscas;
Tu estás no céu das nossas dúvidas;
Tu estás no céu das nossas esperanças.

Pai, o teu nome está gravado em mim,
Na palma do meu coração.
Que o teu nome seja conhecido!
Que os homens te conheçam, Pai.

Pai, virá o tempo em que o teu amor
Se espalhará como água viva;
Virá o tempo em que o teu amor
Fará os homens gritar de alegria.

Pai, tu que tens um olhar de vida sobre nós,
Que tenhamos os nossos olhos atentos
E que a vida brota,
Mesmo onde a morte nos destrói.

Pai, o pão nosso quotidiano
Tu no-lo dás com generosidade:
Que nas nossas mãos se estendam
Para aqueles que têm menos.

(Cf. MICHELLE ARCAND, citado por Pedrosa Ferreira, Rezar é viver, Ed. Salesianos, Porto, 1986, páginas 41-42).

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sicómoro

3ª Feira - XXXIII Semana Comum

Zaqueu subiu a um sicómoro...

Sicómoro é uma espécie de figueira bravia

- Árvore de tronco robusto e de tom amarelado,
- de altura variável entre os 25 aos 40 metros.
- de copa redonda e abundante,
- de raízes profundas.
- Cresce nas bermas da estrada,
- muito estimada pelas suas sombras pelos peregrinos.
- Adapta-se ao todo o tipo de terreno mesmo o encharcado.
- A sua madeira é leve e rija
- e os seus frutos doces e aromáticos, semelhantes ao figo.
- Os seus frutos crescem em grupos ou cachos
- de amarelos a vermelhos quando maduros
- Fruto comestível com cerca de 5 centímetros de diâmetro
- e atraem pássaros e outros animais.
- Pode viver mais de mil anos
- As suas folhas têm a forma de coração
- e são de cor verde escuro.

Por que é que Zaqueu, para ver Jesus, subiu a um sicómoro e não a uma palmeira, a uma figueira ou a um cedro?
De certeza que subiu à árvore que estava ali mesmo ao pé.
Mas eu hoje posso tirar outras conclusões:
Para ver Jesus e para ser visto por ele; para encontrá-lo e ser encontrado por ele é preciso trepar sempre um sicómoro, isto é, aproveitar o que está plantado ou semeado bem junto de nós:
Tudo o que é robusto, profundo, abrangente, envolvente, acolhedor, durável, doce, em forma de coração, cheio de esperança…



















Fonte da fotografia: http://associazioneilsicomoro.it/