Memória de Santa Teresinha do Menino Jesus
(1873-1897)
Virgem e Doutora da Igreja, Padroeira das Missões
Neste retrato vimos Teresinha a passear com o seu pai,
Sr. Luís Martin, ao cair da noite.
- Olhe papai! Olhe depressa! Há a letra T escrita no
céu, formado de estrelas…Deve ser o T do meu nome Teresa.
Era a primeira vez que ela contemplava a constelação
Órion, cintilando no céu da Normandia.
Falecida a 30 de setembro de 1897, hoje é ela quem
reluz, qual fulgurante estrela, no belo firmamento dos santos.
Viveu apenas 24 anos aqui na terra, sendo 9 passados
no Carmelo de Lisieux.
Não conheceu mais do que 50 pessoas, entre parentes,
amigos e alguns sacerdotes. Viveu ignorada e escondida no pequeno mosteiro com
simplicidade e humildade.
No seu funeral não havia uma dúzia de pessoas.
No entanto, no dizer do Papa Pio XI, que a beatificou,
canonizou e fez dela a Estrela do seu Pontificado, ela tornou-se a “Menina
querida do mundo inteiro”, um “furacão de glória”.
Segundo o mesmo Papa, Santa Teresinha era “a maior
santa dos tempos modernos”.
Nunca ninguém em tão pouco tempo, realizou tanto.
À margem 1
O Papa Francisco contou uma vez este exemplo de Santa Teresinha
do Menino Jesus:
Uma tarde de inverno acompanhava Teresinha, como de
costume, uma Irmã idosa e doente na sua deslocação da capela ao refeitório.
Quando a doentinha, Irmã São Pedro, começava a sacudir a sua ampulheta, Teresa
já sabia que ela queria dizer - Vamos.
Levantava-se então e ladeava-a pela cintura com mil
cuidados. A doente não parava de se queixar – valha-me Deus, não vá tão
depressa, que ainda me vai fazer em pedaços.
Teresa abrandava enão a marcha, mas a ladainha
continuava – não sinto a sua mão, parece que me largou. Olhe que vou cair. Eu
bem dizia que a Irmã é mesmo uma criança, irresponsável.
No refeitório instalava a enferma no seu lugar,
arregaçava-lhe as mangas, sempre de certa maneira, partia-lhe o pão e
arrematava tudo com o seu mais lindo e meigo sorriso.
Uma tarde, fria, escura, andava Teresa nesta caminhada
quando ouviu música de festa e imaginou um salão ricamente iluminado e jovens
celebrando algum acontecimento. Em vez de melodias, ouvia os queixumes da pobre
doente e em vez de tapetes brilhante, atravessava o tortuoso claustro frio. O
contraste era tremendo. Mas a luz de Deus envolveu-a e não trocaria por mil
anos daquelas festas mundanas os dez ou quinze minutos da sua odisseia diária.
De facto, a comunidade é tecida com fios de caridade
pequenos, finíssimos. A vida fraterna não se traduz, geralmente, em ações
grandiosas, mas faz-se de ínfimos atos do dia-a-dia.
À margem 2
Os três sonhos de Santa Teresinha do Menino Jesus.
Sonhamos sozinhos, mas quando o nosso é comunicado e
os outros acreditam nele, o sonho deixa de ser sonho e torna-se realidade.
Santa Teresinha do Menino Jesus foi uma criança
sonhadora e viu os seus sonhos realizados e os comunicou ao mundo, à Igreja, do
silêncio do Carmelo, abrindo o seu olhar para os horizontes do mundo.
1. Ela sonhava em entrar no Carmelo aos 15 anos e
entrou superando todos os obstáculos com a oração e a perseverança de quem
acredita no amor de Deus que ama a quem nele confia.
2. Toda a vida sonhou ser missionária e descobriu os
meios de estar presente nos cinco continentes, sem sair do Carmelo com a oração
e o sacrifício e animando os seus irmãos espirituais missionários e todos os
sacerdotes.
3. Sonhou com uma nova Igreja com um coração que
palpita de amor, onde no amor todas as vocações se “unificam e se realizam” na
unidade e na comunhão. Ela entendeu que ser coração será tudo.
Podemos conhecer melhor estes sonhos de Santa
Teresinha do Menino lendo a História de uma alma.
À margem 3
Para Teresinha, o caminho até à santidade não é
escalar uma montanha de perfeições, mas permanecer no vale do próprio nada.
Assim, a infinita misericórdia de Deus se pode derramar nela sem obstáculos. A
sua grandeza radica precisamente em ter descoberto e ter vivido esta lei da
atração espiritual: Deus não busca as nossas obras, mas unicamente o nosso
amor. Esta é a mensagem revolucionária que a fez merecedora de ser doutra da
igreja.
À margem 4
A minha oração favorita pelos sacerdotes é de Santa
Teresinha do Menino Jesus:
Ó Jesus, eterno Sacerdote,
Mantém os sacerdotes no abrigo do teu Sagrado Coração,
onde ninguém possa tocá-los.
Mantém imaculadas as suas mãos ungidas,
que diariamente seguram o teu Corpo Sagrado.
Mantém os seus lábios imaculados,
diariamente matizados com o teu Precioso Sangue.
Mantém os seus corações puros e sobrenaturais,
selado com a sublime marca do sacerdócio.
Deixe que o teu santo amor os possa cercar
E protegê-los do contágio do mundo.
Abençoa o seu trabalho com frutos abundantes
E que as almas a quem servem sejam a sua alegria e
consolação,
A sua bela e eterna coroa, aqui na terra como no céu.
Ámen.
Ver também:
A conversão de Santa Teresinha
Teresa de Lisieux e o Pe. Dehon
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