terça-feira, 1 de outubro de 2013

Elevador Celeste


Memória de Santa Teresinha do Menino Jesus

"Bem sabeis, minha Madre, que sempre desejei ser santa.
Mas, ai de mim! sempre verifiquei, ao comparar-me com os Santos, que há entre eles e eu a mesma diferença que existe entre uma montanha, cujo cume se perde nos céus, e o obscuro grão de areia pisado pelos pés dos caminhantes.
Em vez de desanimar, disse para comigo: Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis.
Posso, portanto, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade.
Fazer-me crescer a mim mesma é impossível; tenho de suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeiçoes.
Mas quero procurar a maneira de ir para o céu por um caminhito muito direito, muito curto; um caminhito completamente novo.
Estamos num século de invenções. Agora já não se tem a maçada de subir os degraus de uma escada; em casa dos ricos o ascensor substitui-a vantajosamente.
Eu queria também encontrar um ascensor que me levasse até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a rude escada da perfeição.
Então, procurei nos Livros Sagrados a indicação do ascensor, objeto do seu desejo, e li estas palavras saídas da boca da Sabedoria eterna: Se alguém for pequenino, venha a mim.
Então aproximei-me, adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e querendo saber, ó meu Deus! O que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo.
Continuei as minhas buscas, e eis o que encontrei: - Como uma mãe acaricia o seu filho, assim Eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus joelhos!
Ah! Nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a alma!
O ascensor que me há-de elevar até ao Céu, são os vossos braços, ó Jesus! Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que eu permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena…"
 (Teresinha do Menino Jesus ou da Santa Face, Manuscrito C, 23 de Maio de 1897)



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