quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Aqui há gato


Neste dia 22 do 2 partilhamos 22 curiosidade sobre os gatos.
 
O1 – Hoje é o dia do gato – 22/02
No Japão, a onomatopeia para o miar é “nyan nyan nyan“, que se parece com o som de “ni” (dois, em japonês). A partir do jogo de palavras e por sugestão da indústria de ração, em 1987 ficou estabelecido que 22 do 2 (fevereiro) seria o Dia do Gato.
 
02 – O mundo é como um gato
03 – Na Bíblia não há gatos
Os gatos nunca são mencionados na Bíblia. Tal explica-se como reação à veneração dos felinos no Egito. A sua ligação aos deuses do paganismo fez com que fosse ignorado pelas Escrituras. Já bastava a  omnipresença de imagens felinas nos hierógrafos egípcios .
 
04 – A domesticação dos gatos
Terá começado há cerca de 9.000 anos, no Próximo Oriente e depois no Egito. Os gatos seguiram os humanos por toda a parte, desde as férteis planícies do Egito, até aos barcos dos vikings.
 
05 – Diferença de cão e gato
Um antigo professor de Filosofia explicou, numa certa ocasião, a diferença entre gatos e cães com uma parábola curiosa:
Um cão olha para o dono e pensa: "este tipo alimenta-me, trata de mim, dá-me abrigo, brinca comigo e leva-me a passear. Ele deve ser Deus!"
Já o gato, por seu lado, olha para o dono e pensa: "Este tipo dá-me comida e água, dá-me abrigo, brinca comigo e deixa-me fazer o que quero. Eu devo ser Deus!"
O gato tem tudo para ser declarado o símbolo da autoestima.
 
06 – Sábio, mas selvagem
O historiador francês Taine escreveu: "conheci muitos pensadores e muitos gatos, mas a sabedoria dos gatos é infinitamente superior."
Theophile Gautier disse que "Deus criou o gato para dar ao homem o prazer de acariciar um tigre".
 
07 – O gato é como uma rosa
Note-se a semelhança entre as suas armas de defesa. Falamos na garra do gato e no espinho da rosa. No entanto, a forma da unha felina é muito semelhante à forma do espinho da rosa. É, aliás, de tal modo parecida que podemos até trocá-los e dizer: as patas felinas têm espinhos; os caules das rosas têm garras.
Tocar um gato é como tocar uma rosa. Não deveremos fazê-lo de qualquer maneira, mas com calma e jeito.
Gatos e rosas são elegantes, delicados e harmoniosos. Estão connosco há milénios.
 
08 – Padroeira dos Gatos
É Santa Gertrudes de Nivelles, que nasceu na Bélgica no ano 626. Conta-se que quando freira, Santa Gertrudes tinha visões. E nessas visões, via as almas do Purgatório transformadas em gatos negros, que depois se tornavam dourados, o que simbolizava a salvação das suas almas. Por esse motivo, esta santa é invocada para pedir proteção contra pragas de ratos, para perder o medo de roedores e também para pedir proteção para os gatos, naturais caçadores de ratos.
 
09 – Oração pelos gatos
Bondosa Santa Gertrudes,
a ti que és a protetora dos gatos e de todos os felinos,
peço com especial fervor e devoção
que protejas o (dizer o nome do gato) de todo e qualquer mal
e de toda e qualquer dor ou doença.
Protege-o contra pessoas maldosas,
mantendo-o sempre abrigado e em segurança.
Toma conta do (dizer o nome do gato) todos os dias,
trazendo-o de volta ao seu lar se algum dia se perder.
Concede-lhe, a ele e aos seus donos,
 uma vida boa, feliz e com saúde,
livre de qualquer dificuldade. Ámen.
 
10 – Adivinha
- Como é que se tira o leite à gata?
- Retirando o prato para o lado.
 
11 – Politicamente correto:
Em vez de cantar como antigamente, podemos adaptar a letra para não ofender o gato:
Atirei o Pau ao gato-to
mas o gato-to
não morreu-eu-eu
Dona Chica-ca
assustou-se-se
com o berro
com o berro que o gato deu
Miauuu!!!!
 
A primeira alternativa foi:
Atirei o peixe ao gato-to
Mas o gato-to
Não comeu-eu-eu
Dona Chica-ca
Admirou-se-se
Do berro
Do berro que o gato deu
Miauuuu.
 
Mas é preciso de facto não assustar nem a Dona Chica nem atirar o peixe.
Então pode ficar assim:
Atirei um beijo ao gato-to
E o gato-to
Não se moveu-veu-veu
Dona Chica-ca
Admirou-se-se
Do miau,
do miau
Que o gato deu.
Miauuuu.
 
Ou então, para os mais fundamentalistas:
Não atirei o pau ao gato-to
porque isso-so
não se faz, não se faz
O gatinho-nho
é bonzinho-nho
e devemos
proteger os animais
Miauuu.
 
12 – Ditado popular
Quem não tem cão
Caça como gato,
Isto é, caça sozinho.
 
13 – À noite todos os gatos são pardos, mas de dia são de todas as cores
Era uma vez um gato xadrez
Caiu da janela e foi só uma vez.
 
Era uma vez um gato azul
Levou um susto e fugiu para o sul.
 
Era uma vez um gato vermelho
Entrou no banheiro e fez careta no espelho.
 
Era uma vez um gato amarelo
Esqueceu de comer e ficou meio magrelo.
 
Era uma vez um gato verde
Ele era preguiçoso e foi deitar na rede.
 
Era uma vez m gato colorido
Brincava com os amigos e era muito divertido
 
Era uma vez um gato laranja
Ficou doente só queria canja.
 
Era uma vez um gato marrom
Olho pra gata e fez ronron.
 
Era uma vez um gato rosa
Comeu uma sardinha deliciosa.
 
Era uma vez um gato branco
Era tão sapeca que pulou no barranco.
 
Era uma vez um gato xadrez
Quem gostou desta história que conte outra vez.
 
(Bia Villela)
 
14 – Os dois gatos de Bocage
Dois bichanos se encontraram
Sobre uma trapeira um dia:
(Creio que não foi no tempo
Da amorosa gritaria).
 
De um deles todo o conchego
Era dormir no borralho;
O outro em leito de senhora
Tinha mimoso agasalho.
 
Ao primeiro o dono humilde
Espinhas apenas dava;
Com esquisitos manjares
O segundo se engordava.
 
Miou, e lambeu-o aquele
Por o ver da sua casta;
Eis que o brutinho orgulhoso
De si com desdém o afasta.
 
Aguda unha vibrando
Lhe diz: ''Gato vil e pobre,
Tens semelhante ousadia
Comigo, opulento, e nobre?
 
Cuidas que sou como tu?
Asneirão, quanto te enganas!
Entendes que me sustento
De espinhas, ou barbatanas?
 
Logro tudo o que desejo,
Dão-me de comer na mão;
Tu lazeras, e dormimos
Eu na cama, e tu no chão.
 
Poderás dizer-me a isto
Que nunca te conheci;
Mas para ver que não minto
Basta-me olhar para ti.''
 
''Ui! (responde-lhe o gatorro,
Mostrando um ar de estranheza)
És mais que eu? Que distinção
Pôs em nós a Natureza?
 
Tens mais valor? Eis aqui
A ocasião de o provar.''
''Nada (acode o cavalheiro)
Eu não costumo brigar.''
 
''Então (torna-lhe enfadado
O nosso vilão ruim)
Se tu não és mais valente,
Em que és sup'rior a mim?
 
Tu não mias?'' - ''Mio.'' - ''E sentes
Gosto em pilhar algum rato?''
''Sim.'' - Eo comes?'' - ''Oh! Se como!...''
''Logo não passa de um gato.
 
Abate, pois, esse orgulho,
Intratável criatura:
Não tens mais nobreza que eu;
O que tens é mais ventura.''
 
15 – O gato de Fernando Pessoa
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
 
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
 
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Em vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
 
(Fernando Pessoa, Cancioneiro)
 
16 – O gato de Vinícius de Moraes
Com um lindo salto
Lesto e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pega corre
Bem de mansinho
Atrás de um pobre
De um passarinho
Súbito, para
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
E quando tudo
Se lhe fatiga
Toma o seu banho
Passando a língua
Pela barriga
 
17 – Ode ao gato de   Pablo Neruda
Os animais foram
imperfeitos,
compridos  de rabo, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco se foram
compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça, vóo.
O gato,
só o gato
apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho e sabe o que quer.
 
O homem quer ser peixe e pássaro
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo gato é gato
do bigode ao rabo,
do pressentimento à ratazana viva,
da noite até os seus olhos de ouro.

 
18 – Prosa cão, poesia gato
A prosa é um cão e a poesia é um gato. Tal como os cães a prosa é fiel e escorreita, simples e útil; pode vir dum modo mais lento e langoroso, como um cão ao sol, ou saltitante a raiar a histeria, como um cão excitado, mas percebe-se sempre onde ela quer chegar, seja pelo focinho ou, como é mais certo, pela cauda.
Prosa cão, poesia gato.
Já a poesia é toda ela gato: difícil de aturar, inexpressiva para quem não a conhece, esguia, sinuosa e insinuante e, tal como a aristocracia, só serve para fazer o bonito.
 
19 – Os Gatos de Fialho de Almeida
Série de folhetos críticos inspirados pelas Farpas de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão. No curioso prefácio, Fialho de Almeida justifica o título da obra, comparando o crítico ao gato, "nervoso e ágil, refletido e preguiçoso", com "o rom-rom e a garra, a língua espinhosa e a callinerie", e propõe-se desempenhar a sua tarefa "miando pouco, arranhando sempre e não temendo nunca". Os numerosos e por vezes extensos artigos que preenchem os seis volumes, todos sumariados, ocupam-se de uma variedade de temas: acontecimentos político-sociais (a incúria do Governo português na proteção da arte, o Ultimato inglês de 1890, o republicanismo da cidade do Porto); notas de viagem; crónicas de exposições artísticas e acontecimentos teatrais; críticas de arte (a Columbano, Silva Porto, Malhoa, etc.); reflexões sobre a literatura contemporânea (artigos sobre Guilherme de Azevedo, os "simbolistas e decadistas cá da casa", etc.); algumas narrativas; e ainda vários fait divers.
Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, e fez o crítico à semelhança do gato. Ao crítico deu ele, como ao gato, a graça ondulosa e o assopro, o ronron e a garra, a língua espinhosa e a calinerie. Fê-lo nervoso e ágil, refletido e preguiçoso; artista até ao requinte, sarcasta até à tortura, e para os amigos bom rapaz, desconfiado para os indiferentes, e terrível com agressores e adversários.
Um pouco lambareiro talvez perante as belas coisas, e um quase nada cético perante as coisas consagradas: achando a quase todos os deuses pés de barro, ventre de jiboia a quase todos os homens, e a quase todos os tribunais, portas travessas. – Amigo de fazer jongleries com a primeira bola de papel que alguém lhe atire, ou seja, um tratado, ou seja, um código.
Paciente em aguardar; manso e apagado, com um ar de mistério, horas e horas, a sortida dum rato pelos interstícios dum tapume, e pelando-se, uma vez caçada a presa, por fazer da agonia dela, uma distração: ora enrolando-a como um cigarro, entre as patinhas de veludo: ora fingindo que lhe concede a liberdade, e atirando-a ao ar, recebendo-a entre os dentes, roçando-se por ela e moendo-a, de a deixar num picado ou num frangalho.
Desde que nosso tempo englobou os homens em três categorias de brutos, o asno, o cão e o gato – isto é: o animal de trabalho, o animal de ataque, e o animal de humor e fantasia – por que, não escolhemos nós, o travesti do último? É o que se quadra mais ao nosso tipo, e aquele que melhor nos livrará da escravidão do asno, e das dentadas famintas do cachorro.
Razão por que nos achará aqui, leitor, miando pouco, arranhando sempre e não temendo nunca.
 
20 – Humor infantil:
Uma criança ao constatar que o gato estava a ronronar:
- Ó mãe, o gato foi dormir e deixou o motor a trabalhar.
 
21 – Pensamentos de gatos
Gato que não morde, arranha.
Bonitas palavras não engordam gatos.
Em casa de vilão, nem gato, nem cão.
A curiosidade matou o gato.
De noite todos os gatos são pardos.
Gato escaldado de água fria tem medo.
Olho no prato, outro no gato.
Um gato vai para o mosteiro, mas permanece gato.
O gato tem sete vidas.
Quando o gato está fora, os ratos brincam.
Quem não tem cão, caça com gato.
Brigar como cão e gato.
Comprar gato por lebre.
Gato escondido com rabo de fora.
Não é por aí que o gato vai às filós.
Quem guarda com fome, o gato come.
Cair como gato é cair de pé.
Quando o gato cala é porque comeu a língua.
O gato nunca ri, nem chora; está sempre pensando.
Para escreve sobre os homens, é preciso ter em casa um gato.
Se os gatos pudessem falar, eles nunca o fariam.
O gato adora peixe, mas detesta pé molhados.
 
 
22 – Ver também:
Sermão aos gatos
 

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