Festa das Cinco Chagas o Senhor
- Onde é que Jesus
nos mostra melhor as suas cinco chagas?
- Claro, no seu
corpo.
- Mas onde as vemos
melhor? No seu corpo na Cruz ou no corpo Ressuscitado e glorioso?
- No seu corpo ressuscitado
e glorioso. De facto, Jesus ressuscitou mostra aos seus discípulos as suas cinco chagas, isto é, com
as marcas da sua morte.
As chagas de
Cristo são o reflexo da sua cruz.
Jesus ressuscitado
mostrando as sua chagas está a mostrar a sua cruz.
Então as suas
chagas são a imagem ou o reflexo da sua cruz.
Em vez de nos
mostrar a sua cruz, Cristo ressuscitado mostra-nos as suas chagas que apontam
para a cruz.
Conforme o
Prefácio da festa de hoje, Cristo mostra-nos as suas chagas para nos tornar:
- Fortalecidos na
fé
- Enraizados na
caridade
- Firmes na
esperança
Leituras complementares:
1º - Das História de Portugal
Em Portugal, a devoção às Cinco Chagas de Cristo
manifestou-se desde cedo, reportando-se aos inícios da nacionalidade. Mas será
somente a partir dos séculos XV e XVI que essa devoção será claramente associada
à própria fundação do Reino de Portugal e ao seu brasão de armas.
Alguns textos da época, relata-se a aparição de Cristo
crucificado a D. Afonso Henriques, na véspera da Batalha de Ourique, na qual as
suas tropas defrontariam os exércitos infiéis, liderados por cinco reis mouros:
«Afonso, antes de dar sinal aos soldados, estando
ajoelhado a orar, viu o Salvador pendente da Cruz. Era tal a confiança do ânimo
real, tal a fé gravada no seu coração que, longe de perturbar-se com tão
estupendo milagre, ousou dizer estas palavras: que não era ao homem que crê
firmemente que Jesus devia mostrar-se, mas aos hereges e apartados dessa fé ou
a ela contrários é que era preciso mostrar-se dessa forma». Mas Cristo afiançou
àquele que seria o primeiro Rei de Portugal: «Não te apareci deste modo para acrescentar
tua fé, mas para fortalecer teu coração neste conflito e fundar os princípios
do teu Reyno sobre pedra firme».
E assim, tendo vencido a batalha de Ourique, quis D.
Afonso Henriques que constassem no seu escudo as armas que ostentaram todos os
reis portugueses e que ostenta, atualmente, a bandeira de Portugal: Cinco
Quinas, em honra das Cinco Chagas de Cristo, em forma de cruz, tendo cada qual
cinco moedas de prata que contando 2 vezes o escudo central somam as 30 moedas
com as quais foi vendido o mesmo Jesus.
2º - Dos Sermões de S. Bernardo (XII) –
Breviário, 4º feira III semana comum.
Onde poderá a nossa fraqueza encontrar um
descanso seguro e tranquilo, senão nas chagas do Salvador?
Para mim, o que me falta vou buscá-lo
confiadamente ao coração do Senhor, porque é imensa a sua misericórdia e estão
abertos os canais que derramam as suas graças: trespassaram as suas mãos e os
seus pés e com a lança abriram o seu lado.
O cravo penetrante tornou-se para mim uma
chave para me abrir o conhecimento da vontade do Senhor.
Através das feridas do corpo manifestam-se os
segredos do seu coração, revela-se o grande mistério de piedade, as entranhas
de misericórdia do mosso deus.
Senhor, as vossas chagas foram o meio mais
claro de nos mostrar que sois manso, humilde e cheio de misericórdia.
3º - Dos Sermões do Pe. António Vieira
As naus portuguesas levavam por lastro os
padrões da Igreja e talvez as mesmas igrejas em peças para lá se fabricarem.
Levavam nas bandeiras as chagas de Cristo,
nas antenas a cruz,
na agulha a Fé,
nas âncoras a Esperança,
no leme a Caridade,
no farol a luz do Evangelho,
e em tudo a Salvação.
Desta maneira entraram pelo mar dentro…
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