Memória
de São Francisco Xavier,
padroeiro das missões
padroeiro das missões
São Francisco Xavier num retrato japonês do século XVII
Apesar
de Francisco Xavier ter sido uma segunda opção para ser enviado para as missões
das Índias, em substituição de alguém, impedido à última hora, ele foi o maior
missionário, depois de São Paulo. Foi um missionário completo:
Missionário por
substituição
O
que Santo Inácio tinha escolhido e nomeado para aquela missão no oriente era
outro de seus nove companheiros chamado Nicolás de Bovadilha e a Xavier que só
estava então em Roma, tinha-o destinado para o ter sempre consigo. E que fez
Deus? A véspera da partida deu uma tão forte enfermidade ao Bovadilha que ficou
totalmente impedido para a jornada; e arrancando Deus dos braços de Inácio a
Xavier, lhe fez conhecer como por força que ele era o que sua providência tinha
escolhido para esta grande empresa. Assim foi Xavier substituído para ir a
Portugal e à Índia.
E
Deus fê-lo português. Em suma que S. Francisco Xavier foi um navarro enxertado
em português. (Cf.
Pe. António Vieira, Sermão de ação de graças, 1688)
Missionário pela ação
S.
Francisco Xavier: “Acho-me nesta Ilha de Moro onde não sei a língua dos
naturais, mas nem por isso estou ocioso, porque batizo os inocentes que não há
mister de língua e aos demais procuro ajudar e servir com obras de caridade,
que é língua que todos entendem.” (Cf.
Pe. António Vieira, Exortação primeira em vésperas do Espírito Santo, capela do
Colégio)
Missionário pela pregação
Uma
das coisas notáveis que os Japões arguiram e perguntaram a S. Francisco Xavier,
foi: se o Deus que ele pregava era tão bom como dizia, porque não lhes mandou a
notícia de Si muitos anos e séculos antes, senão naquele tempo? A resposta que
o Santo deu direi logo. A que eu lhes dou a eles, e a todos é porque tinha Deus
reservado toda a Ásia até o último fim dela, que é o Japão, para o apostolado
de Xavier, e para o teatro de suas maravilhas. Naquele descobrimento tinha Deus
determinado duas conquistas, a primeira das almas, e a segunda das armas. A das
almas como fim, e a das armas como meio que lhe abrissem o caminho. São
Francisco Xavier respondeu aos Japões. Arguis ao Deus, que eu vos prego, de que
sendo tão bom, vos não desse em tantos anos o conhecimento de si mesmo, que
agora vos dá? Antes havíeis de arguir o contrário: e que então, e mais agora se
mostrou convosco duas vezes bom. Bom. Quando vos não deu o conhecimento de si,
no tempo em que não estáveis dispostos para o receber, porque seria para maior
condenação vossa. E bom agora que estais dispostos, porque é para vossa
salvação. (Cf.
Pe. António Vieira, Xavier dormido, 15 sermões, sonho 1º)
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