O Pe.
Dehon leu tanto,
viajou
muito,
escreveu
bastante.
Hoje
ele ensina-nos que:
1º - ler
é viajar,
2º - viajar
é ler o mundo,
3º - escrever
é semear.
1º - Ler é viajar
“Utilizai as
vossas férias, aproveitai as vossas viagens, anotai, observai, comparai. É
preciso fazer tudo com medida sem dúvida e não exceder os próprios recursos. Uns só viajarão com a imaginação, ajudados por
algum bom livro. Outros, que não têm necessidade de fazer cálculos, irão
mais longe.” (Discurso
pronunciado na distribuição dos prémios do Instituto São João, a 31 de Julho de
1886. Foi igualmente publicado na edição especial: Discursos acerca do estudo
da geografia, São Quintino, Imprensa A. Bray, 1886, pp. 30
“Sinto-me feliz de fazer outras tantas peregrinações espirituais, ao escrever e ao ler
estas narrações. (NHV, volume III, visitando o Getsémani)
2º - Viajar é ler o mundo
“As minhas viagens foram sempre um estudo e uma
peregrinação. Sempre tomei apontamentos. Servi-me disso para me edificar e
para edificar os outros.” (NQ, 1915, Pág. 102)
“Aprendi a
conhecer o mundo sem me sujar nele.” (NHV, volume I, Março 1843 – Maio 1864, Pág. 38)
“Uma viagem
bem feita, grande ou pequena, vale mais do que uma outra recreação ou
recompensa. É um estudo, e dos melhores. Este gosto vale mais de que o círculo
(convívio), o bilhar ou o romance.” (Discurso acerca do estudo da geografia, IV Volume das
Obras Sociais de Leão Dehon, Edizione CEDAS (Centro Dehoniano Apostolato
Stampa) – Andria, 1985, Pág. 366)
“As viagens bem feitas completam o estudo das
humanidades… São um complemento da educação.” (NQ, 1925, Pág. 102)
“As viagens
são uma fonte inesgotável de estudo.” (NHV, volume III, Outubro 1865 – Outubro 1869, Pág.
184)
Viajar
é ler o mundo.
Quem
fica sentado em casa lê somente uma
página deste livro que é o mundo.
3º - Escrever é semear
“Estou
a publicar o meu Ano com o Coração de Jesus e dois pequenos volumes sobre A Vida Interior. Quero ainda semear, antes de morrer, um pouco de amor para nosso
Senhor. Alguma boa semente produzirá frutos. O Bispo de Puy escreve-me que
fez o seu mês de junho com o meu livro sobre o Coração Sacerdotal de Jesus e ficou encantado. Nós preparamos a
vida do Padre André. Este é o nosso santo. Um piedoso religioso disse-nos: Uma
congregação que tem um santo desse calibre nos seus fundamentos está segura do
seu futuro” (NQ 43 1919).
Para
o Pe. Dehon escrever é semear…
Cada
livro uma sementeira,
cada
página uma mão cheia de sementes de amor,
para
que cada palavra possa produzir os seus frutos.
Semear
é assim um gesto de amor e um ato de louvor.
Um
livro é uma sementeira inesgotável que se prolonga para além da ação e da vida do
seu autor… pois leva sementes de bem e de amor para Nosso Senhor.
Parece-nos que 1919 foi
um dos anos mais prolixos do Pe. Dehon.
Digamos
que ele pôs a escrita em dia, depois do longo período da guerra mundial.
Durante
esse ano publicou ou preparou:
-
O Ano com o Coração de Jesus (2 volumes com 698 e 591 páginas)
-
A vida Interior (2 volumes com 273 e 210 páginas)
-
Diretório Espiritual (revisto e aumentado das edições de 1905 e 1908)
-
Pequeno Diretório para os reitores (com 28 páginas)
-
Um Padre do Coração de Jesus (Vida do Pe. Rasset, pronta para ir para a
editora)
-
A vida do Pe. André Prévot (preparação das notas bibliográficas)
-
Mais de 353 cartas.
Nota 1
O Ano com o Coração de
Jesus é a obra que o Pe. Dehon fala mais vezes no seu
diário:
-
Em maio de 1908 escreve: “Eu trabalho incansavelmente no Meu Ano de meditações.
Já escrevi quatro meses” (NQ 24).
-
Provavelmente acaba de escrevê-lo em 1909, pois faz o prefácio a 3 de outubro
de 1909.
-
Só em janeiro de 1913 começa a sua composição tipográfica: “Imprimimos o meu
Ano com o Coração de Jesus” (NQ 35). Depois de alguns meses tem de interromper
esse trabalho devido à guerra.
-
Finalmente aparece nas livrarias em julho de 1919.
Nota 2
Carta
do Pe. Dehon, de 03/11/1919, dirigida ao Pe. Gasparri (inventário 307.02
AD:B20/7.11):
“Prezado
Padre. Diga àqueles que pensam que estamos mortos que atualmente temos 600
religiosos, incluindo 80 noviços… Sejamos humildes e modestos. Vou enviar-lhe
os meus novos livros: 4 volumes (O Ano com o Coração de Jesus, A Vida Interior).
Faça um presente e leve ao Papa como
prenda… Saudações. L. Dehon.
Nota 3
Carta
do Pe. Dehon, de 20/11/1919, dirigida à Madre Maria Ágata (inventário 1110.44
AD:B83/1):
“Reverenda
Madre. Apenas algumas palavras. A nossa
biografia do Pe. André está pronta. Vou procurar uma editora. Como é que
fez para a Vida da Madre Verónica? O livro é vendido por Vic e Amat. Eles são
os editores dessa obra às suas custas ou apenas depositários? Acho que fostes
vós a pagar à editora. Reze para que
alcancemos os meios mais adequados para dar a conhecer essa vida tão edificante.
Unidos nas orações e nos sacrifícios. L. Dehon”
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