a) Saltério
completo
Quando
no decurso do século IV a oração das Horas foi organizada como oração da
Igreja, já então foram os salmos que constituíram a sua parte essencial.
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Os monges do Egito diziam cada dia o saltério inteiro.
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O ofício arménio repartia os salmos por oito dias.
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A Igreja Ambrosiana rezava-os por duas semanas.
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Na Espanha até três semanas.
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Caldeus e bizantinos seguem o ritmo semanal.
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A regra de São Bento formulava a recitação integral do saltério numa semana.
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O uso romano também obrigava a salmodia integral dos 150 salmos do saltério
cada semana. Assim se manteve no Breviário até ao Concílio Vaticano II.
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Hoje, a vida moderna exige ritmos menos tensos para a oração. Por isso, a fim
de assegurar uma celebração mais interiorizada da Liturgia das Horas, o
concílio Vaticano II decidiu abandonar o ciclo semanal do saltério, doravante
repartido por quatro semanas.
b) Métodos
A
antiguidade utilizou, sucessiva ou simultaneamente, diversos modos de execução
dos salmos:
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O monaquismo egípcio fazia ler ou cantar o salmo por um solista, enquanto a comunidade
escutava em silêncio. Quando o solista terminava, era em silêncio que os monges
o meditavam.
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Umas vezes o povo era convidado a cantar uma resposta, um refrão ou uma
aclamação no final da salmodia, outras vezes a intercalar em estrofes ou aleluia
na própria salmodia, dividindo em estrofes.
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Outras vezes dois coros dividiam entre si o coro do salmo, alternando quer os
versículos quer as estrofes.
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O salmo executado sem antífona nem responsório podia também ser dito
simultaneamente por todos.
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A tradição romana, ambrosiana e beneditina utilizavam estes diversos métodos,
mas desde a Idade Média, utilizaram a salmodia com versículos alternados.
c) Doxologia
trinitária
O
costume de concluir cada salmo com o refrão ou aclamação ‘Glória ao Pai…” é assinalado
desde o fim do século IV, e foi adotado por todas as Regras Monásticas latinas.
d) Os títulos dos
salmos
Nos
manuscritos medievais do saltério, cada salmo era habitualmente precedido de um
título que resumia o seu conteúdo e orientava a sua releitura no sentido
cristológico ou eclesial. Na liturgia das Horas de 1971, cada salmo é precedido
de um duplo título: o primeiro indica o seu sentido literal e a sua importância
para a vida humana do crente; o segundo, constituído por uma frase do Novo Testamento
ou dos Padres, convida a orar no sentido cristológico.
e) Antífona
sálmicas
As
antífonas são refrães, destinados a ser cantados antes ou depois do salmo ou
mesmo antes de cada estrofe do salmo.
É
na celebração comum e cantada que as antífonas encontram o seu pleno
significado, do qual em seguida a celebração individual recebe como que um eco.
f) Salmo mais
longo
É
o salmo 118 que tem 176 versículos. Está distribuído em estrofes com 8
versículos cada uma e todos os versículos da mesma estrofe começam com a mesma
letra do alfabeto hebraico. Cada estrofe foi distribuída pela hora intermédia
das 4 semanas. (Faz parte dos chamados salmos alfabéticos, pelos versículos
estarem ordenados consoante o alfabeto hebraico: Sl 9; 24; 36; 110; 111; 118;
144)
g) Os salmos que
não constam
São
3 os salmos que não rezamos – Sl 57; 82; 108.
Foram
suprimidos do ciclo do saltério do Breviário porque neles predominam o caráter
imprecatório. Foram igualmente suprimidos certos versículos dalguns outros
salmos por motivos semelhantes. Durante um mês (quatro semanas) todos os salmos do saltério (150) excepto estes três, mas outros são rezados várias vezes...
h) Meu Salmo preferido
O
meu salmo preferido é o Sl 8.
É
um magnífico hino que celebra simultaneamente:
-
A majestade de Deus
-
A grandeza do universo
-
A dignidade do homem.
Esta
unidade é reforçada com a unidade literário, apresentando o mesmo refrão no
princípio e no fim como imagem clara do mundo harmonioso e abençoado. Parece
expressar a vontade de, ao chegar ao fim, voltar ao início cantando
ininterruptamente.
Parece-me
que também Jesus gosta muito deste salmo, pois um dia Ele estremeceu de alegria
e unção e disse: Eu bendigo-te ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste
estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos. (Mt 11,
25; Lc 10,21)
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